POV James C. Potter

Esperei a capa do meu neto mais velho sumir pela porta principal e me levantei discretamente indo atrás dele. De longe eu pude o ver consultar o mapa do maroto e seguir pelas escadas para o leste.

_ O que você acha que aconteceu? – eu dei um grito e olhei assustado para Lily, que me encarou com as sobrancelhas arqueadas. – Que foi?

_ De... de onde você veio? – pergunto com a voz entrecortada e ela ri balançando a cabeça.

_ Não sabia que se assustava tão fácil Potter. – Lily provoca abraçando meu braço e eu lhe dou um beijo no topo da cabeça. – Então, o que você acha que aconteceu para James sair daquele jeito?

_ Eu sei que ele foi atrás do Malfoy, e que tem algo a ver com Alvo. – respondo contornando a esquina e chegando na escada de Astronomia.

_ Não acha estranho? – a ruiva pergunta me segurando de frente para ela. – Há pouco tempo nós brigávamos e agora estamos preocupados com esse meninos... nossos netos! Eu sinto tanto afeto por eles... Já sinto por eles o que sinto pela minha família...

_ Mas eles são sua família. – eu digo abraçando a sua cintura. – A nossa família.

Lily dá o sorriso mais lindo do mundo e eu me perco um tempo nos seus olhos verdes até sentir seus lábios no meu, fecho meus olhos e acaricio seu rosto desejando congelar o tempo naquele instante, mas isso não aconteceu porque nosso beijo foi interrompido por gritos e passos apresados.

Por cima da cabeça de Lily que era baixinha eu vi James descendo as escadas vermelho e espumando de raiva. Atrás tentando segurar o braço de James vinha Alvo gritando, com o rosto cheio de hematomas e por fim Scorpius comendo um bolinho e correndo para acompanhar os outros dois.

_ O que houve? – Lily pergunta assustada no momento que Alvo consegue segurar James.

_ Você não vai fazer nada agora, ENTENDEU? – Alvo grita tendo dificuldades para prender o irmão.

_ Nada? NADA? Alvo eu não vou deixar esses idiotas baterem em você e ficar quieto! – James ralha empurrando o irmão para longe.

_ Vai bancar o irmão protetor agora é? – Alvo diz soltando uma risada e segura as costelas em seguida. – Você nunca foi disso James! Na verdade você sempre foi o oposto.

_ Vai começar o drama agora? Olha eu vou adoraaar ouvir suas reclamações, mas agora eu só quero socar aqueles filhos de uma égua manca! – James retruca tentando voltar a andar mas eu o barro.

_ O que diabos está acontecendo aqui? – pergunto nervoso.

_ Você é sempre assim não é? Acha que tudo se resolve com pacadaria, mas não é assim, EU não resolvo assim. – Alvo responde me ignorando e encarando o irmão. – Vocês grifinórios são todos impulsivos mas na Sonserina nós planejamos nossas vinganças. De que vai adiantar você ir lá e quebrar a cara deles?

_ Então você planeja uma vingança? – James pergunta com a voz mais controlada e Alvo dá um meio sorriso. – Que tipo de vingança?

_ Uma no estilo Potter. – Alvo responde fazendo James soltar uma risada seca. – E eu quero sua ajuda nisso...

_ Pode contar comigo Alvito! – James exclama dando um tapa nas costas de Alvo e este geme.- Hãm... desculpa...

_ Tudo bem Jay-Jay. – Alvo geme. Eu e Lily nos entreolhamos confusos e boquiabertos enquanto Scorpius solta uma risada curta.

_ Mas... o que... O QUE ACONTECEU? – Lily grita assustando os meninos que pareciam nem ter reparado na gente ainda. – Alvo porque você está machucado? Como isso aconteceu? James porque você estava furioso? Porque queria bater em alguém? Em QUEM você ia bater? Como do nada vocês estão rindo se a segundos atrás você estavam brigando?

_ Hm... OK, eu levei a pior em uma briga injusta. – Alvo responde pensativo. – É uma longa história.

_ Eu encontrei ele assim e decidi acabar com a raça dos idiotas. – James responde. – Eu ia achar o Nott, o Lestrange, o Bulstrouge e... Michels!

_ Quem aqueles idiotas filhos da mãe pensam que são para fazer isso com um Potter? – pergunto sentindo meu sangue ferver. – Ah, quando eu achar eles...

_ Incrivel... – Alvo comenta olhando de mim para James. – Imagina te tivessem convivido desde sempre, estaria perdido!

_ O que?

– Nada. E a propósito Lily, nossas brigas são assim mesmo, não se preocupe. – Alvo termina lançando um sorriso torto para a ruiva.

_ É, eles quase destroem o lugar e depois ficam rindo... é sinistro. – Malfoy emenda suspirando e começando a se afastar. – Bom, está tudo muito bom mas eu tenho aula de Transfiguração, por que infelizmente apesar de estamos em uma aventura no passado maldita nós ainda temos que estudar, francamente....

_ Bom, nós não temos aula agora, nem você não é James? – Lily pergunta e eu e meu neto afirmamos. – Eu perguntei pro James do futuro mas tudo bem... Alvo, vamos até a Ala Hospitalar cuidar disso aí.

_ Não, não precisa. – Alvo responde. – A Madame Pomfrey vai ficar perguntando e eu não quero...

_ Alvo Potter, você vai até a Ala Hospitalar e vai deixar a Madame Pomfrey curar você, e nem mais um pio! – Lily ralha segurando o braço de Alvo e o puxando pelo corredor, nós os seguimos até lá e como Alvo previu a enfermeira o encheu de perguntas.

_ Sua família parece fadada a acidente hein? – a mulher dizia consertando as costelas de Alvo. – Primeiro a sua irmã aquele dia quase se afogou, agora você assim, espero não te atender em breve senhor Petterson. – ela aponta para James que dá um sorriso. – A poção e os feitiços te deixaram inteiro, mas é melhor passar a noite aqui.

_ Obrigado. – Alvo responde se endireitando no cama e nos encarando. – Que foi? Não precisam ficar aqui.

_ Mas nós vamos ficar. – James diz sentando/pulando na cama ao lado da do irmão.

_ É, você disse que a história é longa, melhor começar logo. – Lily fala se sentando na ponta da cama do menino e eu a abraço por trás encostando meu queixo na sua cabeça. Alvo suspira e se encosta na cama.

_ Você quem mesmo? – ele geme e ao ouvir nossas afirmações suspira de novo. – Ok...

========================================================================

POV Alvo

Eu mais do que ninguém sabia que aqueles três não iam sair dali até eu contar tudo, então me ajeitei suspirando. Eu sabia qual ia ser a reação deles, principalmente se contasse a parte que envolvia a Alice... James ia zuar ele até a morte.

_ Ok, foi o seguinte... Eu acordei com muita fome hoje, como sempre, e Scorpius é uma lesma de manhã então eu sai pro salão principal...

_ Sozinho? Mesmo com todas as recomendações para não andarem sozinhos você sai pelas masmorras... SOZINHO? – Lily, minha linda e explosiva futura avó exclama.

_ É, pois é... – digo passando a mão pelos cabelos e ela bufa. – Bom, depois de dobrar um corredor eu passei por um grupinho de meninos da Sonserina e dois da Corvinal, eu ia passar numa boa mais ele me barraram. Começaram a falar que eu não devia andar com vocês da Grifinória, mesmo sendo minha família... Eles disseram que... Eu não devia me prender a uma família vergonhosa e que devia me juntar a eles.

_ QUE BABACAS, IDIOTAS, MISERAVEIS...

_FILHOS DE UMA P...

_JAMES ! – Lily grita parando meu irmão e meu avô. – Sinceramente... Continue Alvo.

_ Hãm... bom, depois disso eles disseram sobre você. – digo olhando para a ruiva que abaixa o olhar. – E falaram da... bem, falaram mais um pouco e aí eu me descontrolei e dei um muro no... Lestrange acho, e depois azarei outro menino e estuporei mais um. Só que o burro aqui deus as costas pro Lestrange, e então ele segurou meus braços para trás me imobilizando, e arrancaram minha varinha. – nesse tempo os James já estavam se esforçando para segurar a raiva e Lily esmagava uma garrafa de suco de abobora que ela achou na mesinha ao lado. – Depois você conseguem adivinhar...

_ Que meninos idiotas, brutamontes, ogros, malditos, imbecis! – sim, foi a Lily, e eu não teria acreditado se não visse a boca dela se mexer.

_ Cara, deixa o James e eu batermos neles! – James, meu avô, diz quase suplicante.

_ Não, nós vamos fazer melhor, porque sinceramente, uma vingança preparada por James Potter I, James Sirius Potter e por MIM, só pode ser... inesquecível.

–---------------------------------------------------x----------------------------------------------

Já era tarde quando James e Jay saíram daqui junto com Hugo, Lily, Sirius e Remo, que tinham sido recrutados para O Plano. Modéstia a parte eu sentia até um pouco de pena daqueles idiotas, afinal eles não teriam uma semana de sossego...

Eu deixei os papeis com as anotações das aulas feitas por Rose na mesa de cabeceira e me deitei na cama bocejando quando ouvi a porta da enfermaria se abrir, continuei deitado até ouvir um estrondo ao meu lado.

_ Aaai... – Alice segurava seu pé direito e pulava com o esquerdo fazendo uma careta de dor.

_ Alice? Tá fazendo o que aqui?

_ Ah, vo...você está acordado! – ela diz se aproximando da minha cama timidamente. – Eu pensei que... já que está tarde... você ia estar dormindo...

_ E porque você veio aqui me ver se achava que eu estava dormindo princesinha? – eu pergunto com um sorriso torto que fica maior ao ver ela corar.

_ Eu não vim te ver... – Alice murmura colocando o cabelo castanho atrás da orelha enquanto eu me sento. – Eu vim aqui porque eu.... machuquei meu pé! É machuquei, nossa, ta doendo muuuito!

_ Você acabou de bater seu pé. – digo rindo dela que cruza os braços nervosa.

_ E-e-então! Ele ta machucado! – ela diz com a voz esganiçada.

_ Ok, não vou discutir com você. Suas maluquices sempre ganham minha razão pelo cansaço. – eu encara o rosto ainda corado dela e dou um suspiro.

_ Maluquice é o cara...caramba. – Alice diz se sentando na beirada da minha cama. – Eu soube que você se machucou... como está?

_ Bem, Madame Pomfrey já curou coisas piores. – comento encarando Alice que dá um sorriso. Mesmo com a pouca claridade consigo encarar seus olhos castanhos, cor de chocolate e reparar que seu cabelo também castanho está preso em uma trança frouxa e desarrumada. – Obrigado por vir aqui.

_ Não foi nada. – ela se apressa a dizer. – Lily não me contou direito porque você estava aqui... Ela só disse que tinha se machucado e ia passar o noite na enfermaria para se recuperar, e eu também não fiquei perguntando porque... Bem, o que aconteceu?

_ Eu me meti em uma briga. – respondo com uma careta. – E estava em desvantagem.

_ Ah sim, mas não é sua cara se meter em brigas assim não é? Você costuma preferir os métodos bruxos de duelo.

_ Começou assim, mas houve um desvio. Porém pode ter certeza que a vingança será incrível. – eu digo dando um riso seco e vejo ela abrir outro sorriso. – Mas mudando de assunto, o que está achando do passado princesinha?

_ Já falei para usar o meu nome, A-LI-CE. – ela responde nervosa.- E eu estou gostando, apesar dos contras. Meus avos são incríveis sabe? Alice é muito engraçada e amorosa, e Frank é desastrado mas muito talentoso, e tem um jeito protetor que é cativante... – o sorriso que ela abriu ao falar dos avos foi morrendo e ela abaixou o rosto. – Queria poder mudar o futuro sabe? Impedir que eles sejam torturados, impedir que eles fiquem no St. Mungus para sempre...

_ Eu sei como é, meus avos morreram... E Sirius também. – eu comento com a voz rouca. – As conseqüências são tão grandes... E Teddy não quer que mudemos nada...

_ Mas o pai dele também entraria na lista de salvos! – ela exclama arquejando.

_ Alice, na última vez que viajamos no tempo nós mudamos muita coisa. – conto e Alice se ajeita mais na cama curiosa. – Sabe, antes, meu Tio Fred tinha morrido, e a mãe do Teddy, e Dobby... Mas quando voltamos eles estavam aqui. Teddy havia tentado salvar o pai também, mas as vezes o destino é inevitável... E tem conseqüências sérias. Vovô antes tinha as duas pernas, e nosso ministro era Kingsley, que morreu no futuro que nós mudamos...

_ Eu entendo... É estranho pensar em um futuro diferente daquele que vivemos. – Alice concorda suspirando pesadamente.

_ Mas podemos aproveitar por enquanto. – digo tentando animá-la. – Por exemplo, eu vou planejar uma...coisa, com meu avo e os marotos...

_ Você sendo um maroto? – ela pergunta rindo.

_ O que, algum problema? Eu sou neto de maroto, assim como James e Lily.

_ É mas, você sempre foi mais fechado, calado... chato. – Alice responde sorrindo torto com o último comentário.

_ Sabe o que eu digo de um sonserino calado? – pergunto encarando ela. – “Não se planeja um assassinato em voz alta.”

_ Ai que horror! – ela exclama me fazendo rir. - Você nunca... ou sim?

_ O que?

_ Esquece.

_ Ok, mas sobre eu ser chato... É porque ninguém consegue acompanhar a sua loucura princesa.

_ Que mentira, viu? Você é um chato. – ela comenta cruzando os braços. – E por falar nisso, Lorcan dizia que eu era super normal.

_ Claro, porque o Scarmander é a pessoal ideal para dizer isso de alguém. – digo irônico. Eu nunca fui muito com a cara dos gêmeos Scarmander, filhos da Tia Luna, afinal eles eram estranhos. Mas Lorcan era o pior, ele tinha sido namorado de Alice, não que isso seja relevante é claro...

_ Não fale mal dele. – Alice ralha. – Lorcan é ótimo.

_ Então porque não está com ele? – resmungo ficando irritado.

_ Porque eu não gosto dele assim. – ela responde em voz baixa e abaixa o rosto, não antes de eu ver que ela corou.

_ E gosta de quem? – pergunta sorrindo torto mas sentindo o estomago embrulhar. Apesar de ser um absurdo eu me sentia mal em pensar que ela gostava de alguém, e sentia um forte impulso em saber quem era o menino, e lhe dar um soco...Ok, isso é realmente estranho.

_ Porque eu te contaria?

_ Porque eu estou muito interessado princesa. – respondo escorregando na cama e ficando ao seu lado. Xingando minha mão gelada eu segurei o queixo de Alice e levantei seu rosto até nossos olhos se encontrarem na mesma altura. Ela era bonita, é obvio. E era muita bondosa também, tinha caráter, por isso foi tão insuportável ouvir aquele Nott falando dela...

Flashback on

_ Ah, e como se não bastasse os Grifinórios, mestiços e sangues-ruins você ainda tem aquela amiguinha lufana não é? Alice Abbout? Tanto faz...

_ Até que ela é bonitinha... - Lestrange comenta e eu fecho os punhos enterrando minha unhas na palma da mão.

_ É, bonitinha... mas muito desastrada, e lufana... - Nott continua rindo. - Aposto que não deve conseguir andar vinte minutos sem tropeçar, ou quebrar alguma coisa. Porém, em uma situação diferente... Talvez uma boa pegada faça ela se controlar hein? O que acha Ma...

Eu nunca senti tanto prazer em esmurrar alguém, e nunca achei que tinha tanta força e ponto de mandar Nott pro chão, meio sonso.

Flashback off

_ Não me chame de princesa. – ela sussurra e segura levemente meu braço me fazendo sair dos meus pensamento e arrepiar. Alvo Potter seu imbecil, porque está se arrepiando com um toque da Alice? Justo da princesinha desastrada?

_ Alice eu... eu... – eu apoio minha mão ao lado do seu rosto e me aproximo até nossos narizes se tocarem.

_ Eu acho melhor... ir embora. – Alice diz me dando um banho de água fria e se afastando. – Até amanha Alvo.

_ Até... – digo ainda meio perdido, ela dá um sorriso de canto e se encaminha para fora da Ala hospitalar. – Ei Alice!

_ Oi? – ela pergunta já na porta.

_ Boa noite princesinha. – falo com um sorriso e ela revira os olhos indo embora, mas eu capto um sorriso dela antes.