Ele encarava Jane com seriedade e Jane lhe devolvia um olhar de satisfação. Puxando-o pelo braço, Lisbon levou Marcus de volta para a mesa e explicou-lhe o que havia acontecido, já Jane apenas terminou seu chá e o bebeu ali mesmo, espiando algumas vezes a conversa dos dois.

O clima ficou um pouco estranho entre Marcus e Jane, mas nada que atrapalhasse no caso, que foi fechado com êxito. Abbott convocou uma reunião final para fechar o caso por completo.

– Quero parabenizar a todos pelo bom trabalho, fecharam o caso com grande rapidez. Quero parabenizar em especial o agente Pike que fez um ótimo trabalho nesta primeira semana e espero que continue assim. – disse ele, fazendo Jane revirar os olhos.

– Obrigado senhor. – agradeceu Marcus, feliz com o agrado.

– Finalizem seus relatórios e estão todos dispensados. – terminou ele.

– Na verdade, eu gostaria de dizer algo. – alertou Marcus.

– Por favor. – concordou Abbott. Marcus caminhou até a frente e limpou a garganta antes de começar enquanto todos olhavam com atenção.

– Estou muito feliz de estar com a equipe e espero manter o bom relacionamento com todos, especialmente com uma pessoa. Essa que vem me fazendo feliz há dois maravilhosos meses e dando-me conforto de diversas maneiras. Essa pessoa tem sido a pessoa que eu mais amei em toda a minha vida e, devido a fatos ocorridos hoje, eu gostaria de fazer um pedido a essa pessoa. – revelou ele, caminhando em direção à Lisbon – Teresa, você me fez a pessoa mais feliz do mundo e eu quero muito retribuir isso. – disse, ajoelhando-se – Você quer se casar comigo? – perguntou ele, chocando a todos.

– Eu... – tentou dizer Lisbon, mas engasgou em suas palavras.

– Coitado... – disse Jane a si mesmo, dando um sorriso ao prever a resposta negativa da parte de Lisbon.

– Eu aceito. – respondeu ela, emocionada, abraçando-o.

– Você o quê? – questionou ele, surpreso, mas ninguém lhe ouviu já todos estavam gritando em comemoração.

Todos passaram a cumprimentar o casal. Lisbon tinha algumas lágrimas nos olhos e, após alguns abraços, buscou Jane com os olhos, mas não o encontrou isso porque ele havia saído apressado após a cena.

Depois da agitação Lisbon andou pelo escritório a procura de Jane, mas não o encontrou em canto algum.

– Se está procurando por Jane ele foi embora logo após você dizer sim. – comentou Jason ao vê-la andar de um lado para o outro.

– Oh, obrigada Jason. – agradeceu ela, voltando para sua mesa.

– Vamos embora? – sugeriu Marcus, abraçando-a de surpresa – Precisamos comemorar.

– Sim, vamos. – concordou ela, um pouco desanimada.

– O que foi? – estranhou ele – Não me diga que se arrependeu?

– Não! Não. Eu só estou... Cansada, só isso. – explicou ela, com meio sorriso – Só vou entregar isso e podemos ir.

– Tudo bem, vou esperar no carro. – concordou ele.

A noite foi longa para Jane. Ele nunca achou que ela aceitaria o pedido de casamento de um homem que conheceu há dois meses, mas, pela primeira vez, estava errado sobre ela, sentiu-se como se tivesse perdido um pedaço de si mesmo. Lisbon sempre esteve lá quando ele precisou, mas agora ele havia se tornado segundo plano.

O fim de semana foi um dos piores para Jane, que realmente não queria ir trabalhar na segunda-feira, mas não podia dizer que estava doente, pois Lisbon saberia que ele estaria mentindo. Sem escolha, Jane calçou os sapatos com desânimo, pegou o celular e as chaves e saiu em direção ao FBI.

– Bom dia senhor Jane! – disse o porteiro, animado com a chegada de Jane.

– Sem truques hoje James, não está um dia legal. – respondeu ele, melancólico, desapontando o rapaz, que validou seu crachá e abriu a cancela para que o consultor passasse.

Jane pegou o elevador e subiu até o escritório. Ele desviou o caminho quando viu Marcus conversando com Kim na cozinha, mas não escapou de Lisbon que trombou com ele no corredor.

– Oh, Jane! – disse ela, ao levantar a cabeça e vê-lo – Onde se enfiou ontem?

– Tive um pequeno contratempo. – inventou ele – Aliás, parabéns pelo noivado.

– Obrigada. – disse ela, um pouco constrangida – Eu queria falar sobre isso com você. – revelou Lisbon, deixando Jane interessado na conversa.

– Sobre o que exatamente? – perguntou curioso.

– Eu queria a sua ajuda. – pediu ela, enchendo os olhos de Jane de esperanças – Eu não sei nada sobre preparar um casamento, nem sei por onde começar. Poderia me ajudar com os preparativos?

– Eu?! Mas por que eu? – espantou-se ele, decepcionado.

– Você tem bom gosto. – explicou ela.

– Pede para a Van Pelt, ela também tem um bom gosto e vai adorar te ajudar. – sugeriu ele, desconfortável com a situação.

– Por favor, você é a pessoa em quem eu mais confio, apesar de você sempre me enganar e mentir para mim... – pediu ela, olhando-o com sinceridade.

Jane ficou hipnotizado por seu olhar pidão e não pode resistir, então soltou um profundo suspiro e sabia que se arrependeria mais tarda.

– Qualquer coisa por você, Lisbon. – respondeu ele, fazendo Lisbon abrir um lindo sorriso.

– Obrigada! – agradeceu ela, passando por ele e sumindo no corredor.

Jane levou as mãos ao rosto e soltou um som raivoso que foi abafado pelas palmas das mãos.

Respirando fundo ele foi para seu sofá e se sentou no centro se jogando para trás.

– Dia difícil? – perguntou Marcus, sentando-se em sua cadeira.

– Não. Não mesmo, nem um pouco. – respondeu Jane, com firmeza.

– Hum... Não é o que parece. – comentou ele, conferindo algumas coisas em seu computador.

– Nem tudo é o que parece. Lisbon, por exemplo, parece uma doce mulher, mas é extremamente agressiva quer proteger seus princípios. – argumentou Jane.

– Vocês são muito chegados, não é? – questionou Marcus, virando para encará-lo.

– Passamos muito altos e baixos juntos, mas sempre apoiamos um ao outro em todas as situações. – explicou ele.

– Ela realmente fala bastante de você. – disse ele, com grande ênfase.

– Mais de dez anos de convivência diária, não é pra menos. – esclareceu Jane entre risos.

– Conseguiu falar com a sua família? – chegou perguntando Lisbon.

– Sim, eles disseram que já estão arrumando tudo por lá. – respondeu ele prontamente.

– Por lá? – questionou Jane, desentendido.