Evolet Potter II escrita por Victorie


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Só tenho uma coisa a dizer:
QUERO COMENTÁRIOS! MUITOS COMENTÁRIOS!
E RECOMENDAÇÕES!
Sim, estou carente disso tudo ai então sejam lindos como a Desert Wolf que recomendou e mandou um BIG comentário no último capítulo, sabem por que? Por que ela é uma pessoa legal! Sigam o exemplo dela!
E pras pessoinhas lindas que já fazem isso: Amo vocês coisas lindas ♥ Obrigada!



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Tentei abrir os olhos mas eles não respondiam aos meus estímulos mentais então desisti e deixei que eles permanecessem do jeito que queriam, fechados e protegidos da pouca luz que entrava pela janela.

Eu - assim como grande parte das pessoas da minha idade - já tinha bebido antes e exagerado, mas naquele momento eu estava jurando que nunca mais colocaria uma quantidade tão grande de álcool na minha boca.

Nunca mais!

Tentei permanecer mais um tempinho deitada, mas a sensação horrível na minha boca me obrigou a tatear cegamente pela mesinha de cabeceira a procura de um copo que eu só encontrei quando senti a minha mão bater em algo de vidro e essa coisa fazer um grande "crec" ao cair no chão.

"Crec" esse que fez com que a minha cabeça latejasse fortemente.

Merlin me odeia, pensei amargamente.

Forcei meus olhos a abrirem e estiquei cabeça para fora da cama, só o bastante para procurar o copo caído.

Eu estava torcendo para que não tivesse quebrado, mas Merlin seria bondoso demais se permitisse uma coisa dessas então tudo o que eu encontrei foi cacos de vidro espatifados no tapete.

— Tudo bem Evolet, você é uma bruxa, lembra? - perguntei baixinho para mim mesma – É só a gente pegar a sua varinha e... Oh Merlin!

Minha varinha estava no bolso do vestido.

Minha varinha estava no bolso do vestido!

EU TINHA DORMIDO COM A VARINHA NO BOLSO DO VESTIDO!

— Que não tenha quebrado, por favor, que não tenha quebrado – choraminguei enquanto tirava, praticamente sem mexer mais do que o braço esquerdo, o pedaço de madeira de debaixo de mim.

Não tinha quebrado!

Talvez Merlin não me odeie tanto assim, pensei aliviada.

Uma varinha quebrada por pura irresponsabilidade era tudo o que eu menos precisava agora.

Eu devia estar muito bêbada quando fui pra cama já que um dos meus maiores medos desde os 11 anos era quebrar a varinha que eu tinha comprado no Olivaras e não dormir com ela no bolso sempre se encaixou na lista de "como evitar acidentes com a varinha".

Após constatar que ela não tinha nem mesmo uma lasquinha eu concertei o copo quebrado, conjurei um pouco de água nele me sentei para poder beber sem morrer engasgada.

Enquanto tomava a água reparei no vestido da Laurie, eu não tinha me dado ao trabalho de tirar a varinha do bolso e muito menos de tirar o vestido, era até surpreendente ver que eu tinha pelo menos tirado os sapatos, embora não me lembrasse de fazê-lo.

Na verdade eu não lembrava muito bem de como tinha ido para a cama na noite anterior, provavelmente culpa da bebida e do sono misturados. Só me lembrava de sair a festa do Slughorn com o Antony e a Luna, deixa-la na torre da Corvinal e então vir para as masmorras junto com o Antony.

Até ali as lembranças eram claras, porém se tornavam muito embaçadas e confusas mais ou menos na parte em que chegávamos ao Salão Comunal.

Eu me lembrava do Tony me carregar até o quarto e depois dele mexer nas minhas gavetas procurando meu pijama, o curioso e assustador era que ao mesmo tempo em que eu o via eu também via o Draco fazer o mesmo.

Era como se os dois fossem a mesma pessoa ou como se eu tivesse duas lembranças iguais, porém com pessoas diferentes.

Tentei calcular o quanto eu tinha bebido na noite anterior culpando o álcool por toda aquela confusão mental, afinal, não era possível que Draco estivesse ali e me ajudasse da mesma forma que o Antony. Eu nem sequer o tinha visto na festa, sem contar que essas lembranças estavam tão nebulosas que era impossível confiar nelas totalmente.

Depois de tomar quase três copos de água decidi que o melhor era perguntar ao Antony o que de fato tinha acontecido antes que eu tivesse um aneurisma, pois toda a vez que eu tentava forçar a minha mente a clarear as cenas na minha cabeça eu a sentia latejar fortemente.

Por fim resolvi tomar um banho quente e só depois de me certificar que o cheiro de bêbada tinha saído completamente do meu corpo foi que eu tomei coragem para sair do quarto e ir até a cozinha procurar algo para comer.

Assim que passei pelo quadro de pera percebi que deveria ter ficado no quarto e implorado ao Dobby para me trazer alguma coisa. O barulho dos Elfos Domésticos correndo de um lado para o outro, limpando as coisas que tinham sido usadas no almoço e tagarelando entre si quase me fez sair correndo até a enfermaria.

Quase, por que pensando bem a madame Pomfrey não ficaria nada contente comigo aparecendo lá durante as suas férias de Natal por conta de uma ressaca.

Suspirei.

Merlin realmente deve me odiar.

 

 

(...)

 

 

Bati na parede mais uma vez, procurando uma saída daquele labirinto, meu coração estava disparado e eu não conseguia respirar direito devido à corrida.

Parecia que eu estava correndo por ali por horas, virando a cada esquina e voltando o caminho de novo só para dar de cara com um corredor fechado entre aquelas paredes cinza percorridas com alguns ramos de plantas.

— Rápido, Evolet, não temos muito tempo – Draco disse para mim.

Eu não sabia de onde ele tinha surgido mas de uma hora para outra ele tinha aparecido do meu lado e pegado a minha mão para me levar para fora.

Ele iria me tirar daquele labirinto, eu sabia disso então apertei a sua mão mais forte e corri com ele.

Sua varinha estava na mão direita, porém a minha não estava em lugar algum e isso me preocupava, por melhor bruxa que eu era, sem a minha varinha eu não passaria de uma trouxa no meio do perigo.

— Onde estamos indo? - perguntei a Draco que parecia não me ouvir – Draco?! Onde estamos?

Ele continuou a me ignorar e corria mais rápido, eu quase não conseguia acompanha-lo.

Quando ia lhe dizer para ir mais devagar nós viramos a esquerda em um corredor e depois a direita chegando ao que eu sabia que era o centro do labirinto.

Em segundos as paredes de desfizeram e o centro do labirinto se transformou no saguão de entrada do Ministério da Magia onde Harry e eu tínhamos visto Dumbledore duelar com Voldemort no fim da primavera passada.

Harry também estava ali, de frente para mim e de costas para a fonte que ficava no meio do saguão.

— Harry? - chamei esganiçada sentindo que o perigo estava próximo.

Harry me olhou sorrindo por poucos segundos e então eu o vi caindo e atingir o chão com um baque.

— Harry! - gritei e levei as duas mãos a boca, apavorada.

Ele estava morto, eu sabia disso.

Minha vontade era correr até o seu corpo, mas eu não podia fazer isso, meus pés se recusavam a se mexer.

Virei o rosto para Draco, procurando por ajuda, no entanto ele tinha desaparecido sem que eu visse e então outros corpos começaram a se materializar a minha volta.

Laurie, Antony, Dumbledore e meus pais foram os primeiros.

Então vieram Sirius, Tonks, Gina e Cátia Bell.

Eu olhava para os lados, desesperada por ajuda e impotente, não tinha o que eu fazer para ajuda-los e nem a mim mesma já que meus pés não se mexiam.

Outros corpos começaram a aparecer, desde Christian até a Mundungo Fletcher e Filch, todas as pessoas que eu conhecia começaram a aparecer e morrer a minha volta assim como Harry tinha feito.

Comecei a chorar e vi Draco aparecer outra vez, vivo.

Ele estava longe de mim e me olhava de frente.

— O que está acontecendo? - perguntei com a voz embargada – O que você fez?

Draco apenas sorriu para mim e então o assisti puxar a manga esquerda do seu paletó e apertar uma tatuagem com a ponta de sua varinha.

A marca negra estava tatuada em preto no seu braço, uma cobra saindo da boca de um crânio.

Meu estômago revirou e vários vultos pretos, Comensais da Morte, desaparataram ao lado de Draco, um verdadeiro exército de desconhecidos sendo liderados por Bellatrix e Voldemort.

—O que foi? Você está com medinho, é? - Bellatrix perguntou usando a voz de quem fala com um bebê e continuou com a voz normal – Não se preocupe querida, isso aqui não é nem o começo. CRUCIO! gritou apontando a varinha para mim.

Tentei correr, mas meus pés ainda não se moviam e só se desgrudaram do chão quando eu comecei a me contorcer de dor e pedir para ela parar.

—Não... Por favor! - grunhi e senti as lágrimas de dor escorrerem pelo meu rosto.

Acordei com o barulho dos meus gritos.

— É só um pesadelo, é só um pesadelo, é só um pesadelo - repeti para mim mesma, a voz saindo apenas em um fiozinho.

Empurrei os cobertores para longe de mim, toda a agitação do sonho tinha me deixado suada e com calor me lembrando de um dos muitos verões que eu tinha passado no orfanato quando criança.

Na época o lugar não tinha termostato e o calor era tão insuportável que não me deixava dormir na maioria das noites, com o suor grudando na roupa e em tudo o mais que eu encostava.

Lumus — sussurrei ao pegar a varinha na cabeceira da cama.

Eu achava que o pouco de luz iria ajudar a me acalmar, mas a única coisa que fez foi permitir que eu enxergasse a janela escura que dava para o Lago Negro o que fez com que eu entrasse mais em pânico ainda. O coração batendo mais rápido do que antes.

Como é que Salazar Slytherin tinha tido a ideia de colocar a casa da Sonserina nas masmorras? Com certeza aquela tinha sido a pior ideia daquele bruxo!

Pensando nisso a minha mente começou a viajar e eu comecei a ter a impressão de que o ar não estava chegando direito aos meus pulmões, era como se não tivesse ar o suficiente para todos os alunos nas masmorras.

E é claro que não tinha, estávamos embaixo da terra!

Eu precisava sair dali e logo então me joguei para fora da cama e corri o máximo que conseguia até chegar ao saguão de entrada e poder respirar direito.

Claro que o que eu queria era correr até os jardins onde eu veria o céu, mas as portas do castelo deveriam estar fechadas. Pelo menos era o que eu achava até ver alguém empurrar a porta do lado de fora e quase me matar de susto.

Com certeza o meu coração não ia sobreviver a essa noite!

Nox, pensei e a luz da varinha se apagou.

Fui me afastando de costas, tentando ficar em silêncio, se o Filch ou algum professor me pegasse fora da cama durante a noite eu com certeza ganharia uma detenção.

Suspirei de alívio quando vi o Antony passar pela porta segurando uma lamparina e a fechar atrás de si.

— Por Merlin, Tribbiani! Você quase me enfartou – disse com a mão no peito.

— Evolet? O que você está fazendo aqui? - perguntou confuso – E por que você está vestida assim?

Olhei para baixo, eu estava vestida como qualquer pessoa normal deveria estar vestida a essa hora da noite, de pijama rosa com bolinhas brancas.

— Eu estava dormindo – dei de ombros, confusa.

Antony rolou os olhos e colocou a lamparina no chão tirando em seguida a capa que estava usando, então veio até a mim e a jogou nas minhas costas com a intenção de me cobrir.

— Sério que você acha que eu preciso me cobrir? - perguntei aborrecida – Meu shorts nem é tão curto assim!

Antony parou com a mão nos meus ombros e me encarou como se eu tivesse com algum problema, o que definitivamente não era verdade.

— Evolet, estamos no inverno, está nevando lá fora, deve estar uns mil graus abaixo de zero – explicou.

— Eu não estou com frio – afirmei e tentei tirar a capa coisa que o corvino impediu.

— Olhe para os seus pés, estão ficando roxos, Evolet! - avisou preocupado – Vem, você precisa se aquecer, eu levo você de volta pro quarto.

Dei dois passos para trás, assustada.

Eu não ia voltar lá pra baixo de jeito nenhum!

— Antony, você tem noção de que o meu quarto fica embaixo da terra? Embaixo do castelo inteiro? - perguntei apontando para o corredor a nossa direita – Eu não vou voltar lá pra baixo nem arrastada!

Enrolei a capa do Antony a minha volta tentando cobrir tudo o que eu conseguia e colocando a varinha no bolso dela enquanto pensava em onde eu poderia ficar até passar a neura de que não tinha ar o bastante para as pessoas nas masmorras.

Vi que Antony me observava preocupado e com a sobrancelha arqueada, rolei os olhos.

— Eu tive um pesadelo, ok? - confessei envergonhada e fui me sentar na escadaria ali perto – Quando acordei parecia que não tinha ar o suficiente no meu quarto, eu precisava sair de lá.

Antony veio se sentar ao meu lado.

— Quer conversar sobre isso? - perguntou – A Laurie não está aqui, mas eu também sou bom para escutar desabafos – brincou e deu uma batidinha em meu ombro com o dele.

Balancei a cabeça e neguei, a última coisa que eu queria era dizer pra ele que eu tinha visto o Draco como um Comensal da Morte e todo mundo que eu conhecia morrendo.

— Então eu só vou entender que você sonhou alguma coisa sinistra com locais fechados, o seu irmão ou então com Draco Malfoy, acertei?

Olhei para o lado tentando fugir da pergunta e permaneci em silêncio.

Segundos depois percebi que ficar em silêncio era quase como colocar uma placa na minha testa e dizer “SONHEI COM DRACO MALFOY, ME JULGUE!”.

— Evolet...

— Para – pedi – Eu não preciso de ninguém me dizendo coisas do tipo "você precisa superar isso Evolet", a Laurie já faz esse papel muito bem, obrigada.

"E na verdade eu já superei isso, foi uma fase, passou, agora eu não tenho culpa se o meu subconsciente resolveu criar um Malfoy Comensal da Morte e sair matando todas as pessoas que eu conheço só pra depois colocar Bellatrix Lestrange pra me torturar!"

Antony não disse nada enquanto eu despejava tudo aquilo nele, apenas ouviu em silêncio o que me deixava irritada porque eu já o conhecia bem o bastante pra saber que por dentro ele deveria estar pensando mil e uma coisas sobre esse sonho e tirando mil e duas conclusões.

— Superou? - perguntou minutos depois de eu ter terminado de falar.

— Completamente, ou pelo menos quase isso – dei de ombros e fui o mais sincera que consegui.

Antony balançou a cabeça, pensativo.

— Você... Você lembra o que me disse na noite da festa do Slughorn, sobre o motivo de você estar brava com a Laurie e não querer que ela te ajudasse a ir para a cama?

Respondi que sim, Laurie tinha me dito para dar uma chance a ele e que um amor só poderia ser completamente curado com a chegada de outro e era basicamente isso o que eu tinha dito ao Antony.

Pensando bem eu nunca teria confessado aquilo a ele se estivesse sóbria.

— Eu posso te ajudar com isso. - Antony pressionou um dedo na frente dos meus lábios, impedindo que eu o interrompesse quando viu que eu iria argumentar – Me deixa falar, não estou pedindo pra você se apaixonar por mim em dois dias Evolet, não é isso, é só... Eu acho que a Laurie tem razão, eu posso te fazer feliz se você permitir.

Encarei os olhos azuis de Antony, eu sabia que ele estava sendo sincero em tudo o que dizia e parei para pensar por um momento, meio que sem saber o que dizer.

Eu gostava dele, ele era bonito, engraçado e uma ótima pessoa. Antony era meu amigo e tinha conseguido o seu lugar de confiança ao meu lado, nada além de mim mesma impedia que ele fosse mais do que isso e eu realmente não achava que ficar com ele, no sentido romântico da palavra, seria uma coisa horrível afinal eu me sentia bem ao seu lado.

Se eu ainda amava o Draco? Talvez, mas eu precisava ser sincera comigo mesma e aceitar que nós não ficaríamos juntos de novo.

Naquele momento eu nem sabia se queria voltar a ficar com Draco Malfoy um dia.

Além disso, ainda gostar do Draco não queria dizer que eu não poderia me apaixonar pelo Tony e ser feliz com ele.

— Você só precisa me dar uma chance, ruiva – finalizou e tirou o dedo da minha boca, levou a mão até o meu cabelo, colocando parte dele atrás da minha orelha.

Apoiei a minha mão direita em seu ombro e o puxei para perto de mim sabendo que eu não tinha mais motivos para adiar isso.

Era hora de seguir em frente e me permitir ser feliz com outras pessoas.

Pessoas que se importavam comigo e só queriam o meu bem.

Beijei o Antony calmamente, como se essa fosse a única coisa que eu tinha para fazer naquele momento e bom, realmente era. Durante o beijo fui me aproximando mais ainda dele e permiti que ele percebesse que a partir daquele momento eu não o afastaria mais de mim como eu vinha fazendo desde que tínhamos nos beijado pela primeira vez no Três Vassouras.

Quando nossos lábios se separaram e eu abri os olhos foi impossível não reparar no sorriso de felicidade que tinha se instalado no rosto do Tony, era como se ele tivesse ganhado milhões de galeões na loteria.

— Controle a sua felicidade, Antony – mandei rindo da sua cara.

— A minha vontade é acordar o castelo inteiro e contar para todos que a ruiva mais bonita de Hogwarts resolveu me dar uma chance então acredite, a minha felicidade está controlada.

Soltei uma risada alta e cobri a boca com a mão, tentando ficar em silêncio, mas não conseguindo.

Ele não era o único feliz naquele momento e simplesmente não da pra rir em silêncio!

— Shiuu! - exclamou olhando para os lados – Vai acabar acordando o Filch se continuar assim.

E como se falar o nome do zelador o invocasse escutamos o miado da Madame Nora e uma luz surgiu vinda de um corredor distante.

— Vem – Antony mandou e me puxou pela mão.

Subimos as escadas correndo mas parei no topo dela, tínhamos esquecido a lamparina no meio do saguão de entrada.

Antony disse que voltaria para buscar, mas eu o impedi e invoquei-a com a varinha, em segundos ela estava na minha mão.

E ainda diziam que a Corvinal era a casa dos inteligentes.

Entreguei o objeto a Antony logo depois de apaga-la e ele a deixou dentro de um armário de vassoura próximo da gente.

Voltamos a correr logo que ele fechou a porta do armário, de mãos dadas e com cuidado para não bater em nada já que estávamos no escuro.

Quando não conseguíamos mais escutar os passos do Filch, Antony acendeu a ponta da sua varinha e nos guiou até a Torre de Astronomia.

— Já que você não quer voltar a dormir acho que a gente podia ficar aqui um pouquinho.

Concordei, era mesmo uma boa ideia.

A lua estava cheia e clareava a torre o bastante para eu conseguir ver as coisas próximas a mim, a neve tinha parado de cair e eu até conseguia ver algumas estrelas no céu mesmo com as nuvens.

Realizei um feitiço para que o vento não nos atingisse e transfigurei o meu pijama em grossas roupas de frio, conjurando depois minhas pantufas de joaninha para aquecer os meus pés antes que eu tivesse que acordar a Madame Pomfrey e alegar que eu estava sofrendo uma hipotermia.

Quando eu finalmente estava vestida para uma noite de inverno o Antony me abraçou por trás e eu me aconcheguei em seu peito, me deixando ficar apoiada nele.

Eu estava curiosamente confortável e sentia que podia ficar ali por dias seguidos.

— O que você estava fazendo pra fora do castelo àquela hora? - perguntei recordando a cena de quase uma hora atrás.

— Eu me esqueci de enviar os presentes de Natal para a minha família – respondeu e senti que ele estava balançando a cabeça atrás de mim, inconformado consigo mesmo.

Franzi a testa, esquecer-se das coisas não era muito o feitio dele.

Pensando em esquecer as coisas eu me lembrei das minhas memórias confusas de duas noites atrás e resolvi perguntar o que tinha de fato acontecido.

— Você não queria a ajuda da Laurie então eu mesmo te levei para o dormitório – resumiu – Você se jogou na cama e dormiu antes de eu te convencer a tomar um banho ou pelo menos a trocar de roupa.

Balancei a cabeça indicando compreensão, eu realmente me lembrava de partes de uma discussão sobre eu trocar de roupa ou não.

— Você não se lembra de nada? - perguntou.

— Lembro, mas também me lembro de coisas que não podem ter acontecido, nada importante – completei antes que ele perguntasse o que – Só queria confirmar que eu não fiz nada vergonhoso o bastante para ter que mudar de escola.

— Não, nada tão grande assim – confirmou rindo – Evolet, posso perguntar uma coisa. - respondi que sim – Não se ofenda, só... Por que você saiu bebendo tanto naquela noite? Parecia que estava com raiva de alguém ou querendo afogar alguma coisa na bebida.

— Eu não lembro – respondi sincera – Eu me lembro de ficar com raiva, muita raiva na verdade, mais do que estava da Laurie, mas eu não me lembro do que ou de quem exatamente – dei de ombros – Seja o que for eu deveria estar tentando esquecer e acho que consegui.

Antony não disse nada e ficamos em silêncio por um tempo só observando o céu, cada um perdido em seus próprios pensamentos e querendo aproveitar o momento.

Momento que durou até eu me lembrar de uma coisa.

— Que horas são? - perguntei me virando de frente para ele, mas ainda permanecendo em seus braços.

Antony olhou seu relógio de pulso.

— Duas e quarenta, por quê?

Sorri docemente e esperei que ele mesmo percebesse que dia era hoje.

25 de dezembro, não sabia como tínhamos esquecido isso.

— Feliz Natal, Tony – desejei e o beijei mais uma vez.



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Notas finais do capítulo

Lembrem-se que a Evolet é dona do nariz dela e merece mais do que tudo ser feliz com quem ela escolher porque o corpo é dela, a mente é dela e é ela que manda na porra toda, tudo bem? Então tudo bem ♥
(Adoro bancar a grossa e depois ficar fofinha u.u)
Se tiver algum errinho me avisem amores, beijos de luz.



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