Evolet Potter II escrita por Victorie


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Obrigada as lindas que comentaram! ♥♥♥♥



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Caríssima senhorita Potter,

Venho por meio desta carta reconhecer que, como atual ministro da Magia, não foi elegante da minha parte ignorar a importante existência sua e de vosso irmão na nossa atual conjuntura, tal como o perigo que ambos estão correndo por estarem definitivamente ligados aos problemas atuais da nossa sociedade, perigo o qual eu jamais esperaria que uma adolescente de 16 anos precisasse passar.

Sendo assim, gostaria de marcar uma hora com a senhorita para que possamos conversar sobre algum auxílio mútuo entre você e o Ministério da Magia, assim como outros assuntos que possam ser do interesse de ambas as partes.

Sei que esse encontro pode parecer difícil devido as suas ocupações escolares, mas acredito que a senhorita poderá dar um jeito disso acontecer.

Atenciosamente,

Rufo Scrimgeour,

Ministro da Magia.



Olhei para o pergaminho elegante na minha mão e simplesmente ri de nojo do nosso atual ministro da Magia.

Era inacreditável!

— Ele está me ameaçando! Antony, tem uma ameaça subliminar bem aqui! - afirmei e mostrei a parte a qual estava me referindo.

— Evolet... - Antony me olhou confuso parecendo não acreditar.

Suspirei impaciente.

E ainda diziam que corvinos eram os inteligentes!

— Está por entrelinhas, aprofunde a leitura Tribbiani! - mandei e comecei a ler em voz alta - Tal como o perigo que ambos estão correndo por estarem definitivamente ligados aos problemas atuais da nossa sociedade, perigo o qual eu jamais esperaria que uma adolescente de 16 anos precisasse passar.— dei ênfase no finalzinho para que ele visse o mesmo que eu.

Antony continuou me olhando como se eu fosse alguma louca com problemas com autoridades.

Bufei, as vezes que realmente não entendia o que ele fazia na Corvinal.

Tudo bem, ele era inteligente e bonito, mas sinceramente dava a desejar em determinadas coisas.

Se você lesse a carta rápido e não se aprofundasse muito no assunto quase todo o conteúdo dela passaria despercebido, mas se fosse mais a fundo no que estava escrito ia ver que isso:

...não foi elegante da minha parte ignorar a importante existência sua e de vosso irmão na nossa atual conjuntura...

Na verdade significava que o ministro tinha sido estúpido demais para perceber que a minha existência e a do Harry serviria facilmente para influenciar um povo amedrontado a se acalmar e que se "o Eleito" não estava trabalhando junto com o Ministério da Magia para acabar com o pior bruxo que já existiu então as pessoas iriam achar que o Ministério estava fazendo algo de errado.

E bom, a outra parte queria dizer que ele odiaria que alguma coisa de ruim acontecesse a mim se eu não os apoia-se.

Eu.

Uma adolescente de 16 anos.

Ele estava ameaçando uma adolescente de 16 anos!

Era grotesco demais para eu sequer pensar em marcar uma reunião com aquele ser nojento, ainda mais sabendo que ele já tinha ido atrás do Harry e praticamente se metido no almoço de Natal dos Weasley na maior cara de pau do universo, só pra pedir ao Harry que apoiasse o Ministério no modo como eles estavam lidando com toda a "nossa atual conjuntura".

Pediram isso ao Harry.

Meu irmão.

O cara que eles tentaram silenciar durante todo um ano enquanto ele tentava avisar a todos que Voldemort tinha voltado!

Scrimgeour atrapalhou o almoço de Natal do meu irmão e pediu que ele apoiasse o Ministério e a todas as merdas que eles estavam fazendo!

Quando Harry me escreveu dias antes me desejando boas festas e contando sobre a visita de Scrimgeour eu fiquei completamente chocada, claro, mas não se comparava nem um pouco ao choque e nojo que eu sentia por ver a cara de pau do ministro ao pedir a minha ajuda.

Mas é claro, se você não consegue o apoio do principal não custa nada pedir ajuda a irmã esquecida nas masmorras porque, sabe como é, situações desesperadas pedem medidas desesperadas.

E eu falo isso com o maior sarcasmo do universo!

Pra mim situações desesperadas causavam ideias desesperadas, que por si só causavam merda.

Muita merda.

Assim como as merdas que o Ministério fazia ao prender gente inocente acusando-os de serem Comensais da Morte. Era ridículo, meses atrás eles tinham prendido Lalau Shunpike, o cobrador do Nôitibus.

Lalau Shunpike!

Eu tinha conhecido ele há um ano quando tinha usado o Nôitibus para voltar para Hogwarts depois das férias de natal no Largo Grimmauld e aquele rápido encontro foi mais do que o suficiente pra saber que ele poderia ser tão Comensal quanto o aborto do Filch!

E o Scrimgeour tinha a cara de pau de pedir o nosso apoio.

Era muito nojo de uma pessoa só!

— Isso sinceramente é muita cara de pau – eu disse para Antony que avaliava a carta calmamente – Eles praticamente torturaram o Harry por um ano inteiro e agora querem a nossa ajuda? Isso é absurdo demais!

— Sim, eu me lembro do que eles fizeram, acho que todos que tem um pouco de memória lembram – Antony comentou sério – Você não precisa responder isso Evolet, aliás, Scrimgeour só pode ser muito otimista se acha que vai receber uma resposta sua.

— Ahh, mas ele vai receber, não se preocupe – afirmei sarcástica e procurei uma maldita pena na minha mochila – Só que vai ser uma carta tão bem escrita e tão educada que faria a madame Máxime me levar de volta pras aulas de etiqueta se lesse!

Desisti de procurar a pena na minha bolsa e parti para a de Antony sem nem pedir licença, eu estava com raiva demais para qualquer momento de educação.

Comecei a empurrar todos os livros, papéis, comidas e pares de meias - a bolsa do Tony era mais bagunçada do que o meu quarto em época de prova – até que finalmente achei uma maldita pena cinza.

— Cadê a carta? Vou usar o verso para responder assim ele vai ver quanta consideração eu tenho pelo nosso querido Ministério.

Antony que estava com o pergaminho na mão me olhou desconfiado e foi afastando-o de mim delicadamente, como se tivesse medo de que eu o atacasse.

Pensando bem ele deveria ter mesmo!

— Evolet, você vai se arrepender se responder isso agora, se bobear pode acabar presa por desacato ou coisa do tipo, – avisou – se você quer ouvir um conselho meu...

— Eu não quero. – interrompi furiosa.

— ...não responda. - completou.

Olhei mal humorada para Antony e cruzei os braços.

Do que adiantava interromper as pessoas se elas continuavam falando besteira?

— Não fique brava comigo, - pediu – você sabe que eu não concordo com o que os caras do Ministério estão fazendo, mas ainda assim não acho que você deve mandar uma carta enfurecida pro Scrimgeour, uma carta errada pode dar mais dor de cabeça do que você imagina.

Continuei olhando para Antony com a mesma expressão, em silêncio e esperando que ele devolvesse o papel.

Antony me encarou de volta por meio minuto até que suspirou e desistiu.

— Você não precisa do papel na minha mão pra responder, não é?

Neguei com a cabeça.

— E você vai escrever independente do que eu diga, não é?

Dessa vez balancei a cabeça concordando.

— Ótimo, bom saber o quanto a minha opinião é valorizada. – afirmou sarcástico e me entregou o papel.

Antony puxou a pena da minha mão e jogou de volta na sua mochila.

— Ei!

— Eu tenho aula agora, preciso dela. – justificou pacientemente e se levantou do banco em que estávamos sentados no jardim - A gente se fala...

— EVOLET LILIAN POTTER! - uma voz estridente gritou.

— ...mais tarde – Antony terminou de falar baixinho olhando para um ponto fixo atrás de mim.

Virei o rosto devagar para ver quem tinha gritado o meu nome, embora eu já soubesse muito bem quem era.

Laurie.

A garota loira andava a passos largos na nossa direção e mesmo de longe ela parecia furiosa.

Ela ia me matar.

Olhei pro Antony que engolia em seco, ele provavelmente também estava na lista de "assassinatos para planejar" da Laurie.

— Não se atreva a ir embora, Tribbiani – avisei ao vê-lo dando passinhos para longe de mim, de costas.

— Eu realmente tenho aula – disse e deu um sorrisinho fraco.

— Se você me deixar aqui sozinha...

— É aritmância, você sabe que a professora Jones odeia quando eu chego atrasado à aula dela - deu de ombros.

Filho da mãe!

Ele ia me deixar encarar a Laurie sozinha.

— Antony, se você for embora... - comecei uma ameaça, mas já era tarde demais.

— Vejo você mais tarde, ruiva. – avisou e depois acenou na maior cara de pau – Oi, Laurie.

Antony saiu correndo na direção oposta a que a Laurie vinha.

Filho da mãe, xinguei-o mentalmente.

Suspirei e me virei lentamente para encarar o triste, e assustador, destino que me esperava.

— EU FALO COM VOCÊ MAIS TARDE TRIBBIANI! - Laurie gritou ainda de longe.

Nos poucos segundos que demoraram para Laurie chegar até a parte do jardim onde eu estava eu pensei em pegar a minha bolsa e fugir, correr o mais rápido que podia ou então invocar a minha vassoura e voar para longe.

Fazia uma semana que o Natal tinha se passado, as férias tinham acabado e eu simplesmente não tinha contado nada do que tinha acontecido entre mim e o Antony para a Laurie, não mandei nem sequer um bilhete dizendo "Ei, fique feliz, seu desejo de Natal se realizou!".

Absolutamente nada!

Ou seja, ela iria me matar agora.

Laurie parou na minha frente, cruzou os braços e arqueou as duas sobrancelhas, seu rosto vermelho de raiva.

— Laurie, você voltou! - exclamei tentando evitar o assunto – Como o Chris estava?

Laurie olhou para mim não acreditando no que eu estava falando – nem eu acreditava – e eu pude jurar que ela estava pensando em qual das três maldições imperdoáveis usaria em mim.

Por fim ela fechou os olhos, creio eu que tentando evitar os pensamentos assassinos, e soltou o ar pesadamente.

— Evolet, - começou a dizer suavemente - eu vou te dar apenas uma chance de explicar o motivo pelo qual Padma Patil estava reunida com metade das garotas da Corvinal do sexto ano dizendo que o Antony, - e a partir dai sua fala suave começou a se elevar e se tornar estridente e irritada - o nosso amigo Antony, tinha sido visto andando por ai de mãos dadas e, veja só, AOS BEIJOS, com ninguém mais ninguém menos do que VOCÊ, A MINHA AMIGA, EVOLET!

"E sim, eu perguntei se ela tinha certeza que era você e sabe o que ela respondeu? QUE NÃO EXISTIA OUTRA EVOLET EM HOGWARTS, E SABE O QUE MAIS? ELA ESTÁ CERTA!"

— Laurie...

— O QUE?

— Desculpe.

Eu achei que ela iria voltar a gritar comigo, afinal, eu não tinha contado aquilo para ela mesmo sabendo o quanto ela queria ver o Antony e eu juntos, ainda mais considerando que ela era a minha melhor amiga e isso era o tipo de coisa que nós nunca tínhamos esperado para contar a outra, mas ao contrário do que eu pensei ela me olhou paciente e voltou para a sua postura calma, embora eu soubesse que ela continuava brava.

— Continue. - pediu.

Mordi o lábio inferior, apreensiva.

— Eu... Droga, Laurie, você passou horas me irritando e dizendo que eu deveria ficar com o Antony, sair com ele, dar uma chance a outro cara e quando aconteceu eu não sabia como dizer então só deixei o tempo passar, fiquei enrolando pra te escrever e quando eu vi já era ontem e não dava mais tempo de te contar antes de você voltar pra Hogwarts. - confessei tudo em um fôlego só – Eu sinto muito, mesmo.

Laurie continuou com a mesma postura de antes, processando tudo o que eu tinha dito.

— Então quer dizer que vocês estão namorando?

— Não, - expliquei rapidamente – a gente só está se conhecendo melhor, nada de namoro por enquanto.

Laurie ficou parada por alguns segundos e então sorriu como se ainda fosse manhã de Natal e do nada pulou em mim, me abraçando fortemente.

— PELAS BARBAS DE MERLIN, VOCÊ TA NAMORANDO O ANTONY! - gritou feliz, porém próxima demais do meu ouvido.

— Não, eu não estou! - corrigi e tentei me soltar dela.

Laurie me apertou mais ainda e começou a nos balançar de um lado para o outro.

— Calada, tá sim! - afirmou – E mesmo que você diga que não, e ele diga que não, é só questão de tempo até vocês aceitarem esse namoro, se casarem e terem lindos filhinhos ruivos de olhos azuis!

Depois que o ataque de felicidade de Laurie passou eu fui obrigada a contar sobre tudo o que tinha acontecido durante a sua ausência. Quando eu lhe contei sobre o ministro e a sua palhaçada ela concordou com Antony dizendo que o melhor era fingir que a carta nunca tinha chegado.

— Chris me disse que as coisas no Ministério da Magia estão meio caóticas, principalmente na parte dos aurores. - contou – Parece que eles estão procurando qualquer coisa para prender as pessoas, embora nunca achem muita coisa porque as investigações não dão em nada e eles não sabem muito bem o que fazer além de recrutar mais gente para o treinamento de aurores.

Reparei no olhar preocupado que a Laurie tinha no rosto.

— Não se preocupe, ele vai ficar bem, você sabe disso – tentei acalma-la.

Laurie deu de ombros.

— Não dá pra saber, Evolet – afirmou – As coisas só estão começando, você sabe disso e com ele participando da Ordem...

Laurie deixou a frase morrer pensando nos terrores que podiam acontecer com Christian e eu mudei de assunto o mais rápido que consegui, tentando fazê-la fugir dos pensamentos ruins e ao mesmo tempo me afastar deles, no entanto não funcionou muito bem e acabamos indo em silêncio minutos depois para a aula que começaria dali a pouco.

No caminho voltei a pensar na carta que tinha recebido de manhã e decidi que, por mais que eu quisesse, não adiantaria de nada querer comprar briga com o ministro, o melhor – por mais errado que pudesse parecer – era falar com Dumbledore sobre isso e garantir que o Scrimgeour não iria chegar a trinta metros de mim.

Aproveitei que tinha recebido um aviso de que a próxima reunião minha e do Harry com o diretor seria naquele dia e, pouco antes das oito da noite, coloquei a carta no bolso e fui para a sala do diretor.

— Por que é que você sempre chega antes de mim? - perguntei aborrecida ao Harry assim que entrei.

Como sempre ele já estava sentando em uma das cadeiras em frente à escrivaninha e conversando com Dumbledore.

— Eu sinto muito se você não aprendeu a ver as horas, Evolet – Harry respondeu.

Insolente!

O fuzilei com o olhar e me sentei na cadeira ao seu lado.

— Não se preocupe, Evolet, posso garantir que você não perdeu nada de importante nesses minutos de atraso – Dumbledore avisou – Agora, essa noite eu queria...

— Espera! - pedi apressada e peguei o papel do bolso da calça.

Fui repreendida por alguns dos quadros dos antigos diretores de Hogwarts, um deles chegou a dizer que na sua época havia aulas de etiqueta para as "mocinhas" aprenderem a se portar na frente de um diretor e que elas jamais o interromperiam.

Pobre coitado, mal sabia que eu já tinha tido aulas de etiqueta e que elas não adiantaram de nada em relação a isso.

— Espere, por favor, diretor Dumbledore— corrigi enfatizando as palavras e olhando feio para o quadro do velho narigudo que tinha dito aquilo – Isso chegou para mim hoje – entreguei o papel.

Dumbledore leu e depois passou a carta para Harry.

— Parece que você não é o único sendo abordado por Scrimgeour, Harry – comentou com um sorrisinho – Mas não se preocupe, Evolet, vou escrever para o ministro e pedir que ele pare de importunar vocês dois.

Olhei para Dumbledore completamente descrente, era só aquilo que ele iria falar? Um simples “vou escrever para o ministro”?

— Só isso? Você vai escrever para ele? – perguntei abismada – Ele me ameaçou!

Dumbledore deu um sorrisinho cortês e me olhou por cima dos óculos de meia lua.

— Evolet, nada do que ele escreveu se encaixaria em uma ameaça – afirmou – Posso garantir que Scrimgeour só está irritado por conta da recusa de Harry em ajuda-lo e também comigo.

“Como eu disse ao Harry, assim que foi nomeado como ministro ele exigiu que eu marcasse uma reunião com vocês e ficou furioso quando eu recusei, ele só está tentando conseguir essa reunião por conta própria, não há com o que se preocupar.”

Cruzei os braços e o encarei.

— Bom, eu me senti ameaçada.

— É claro que sim, mas como eu disse não há com o que se preocupar – tornou a dizer e então mudou de assunto, dando o anterior por encerrado - Agora, se pudermos continuar, quero mostrar duas lembranças a vocês essa noite, ambas obtidas com enorme dificuldade, e creio que a segunda seja a mais importante que já recolhi.

"Na última aula deixamos a história de Tom Riddle no limiar de sua entrada em Hogwarts, vocês lembraram como ele ficou excitado ao ouvir que era bruxo e que recusou a minha companhia par ir ao beco Diagonal..."

Por um momento os olhos de Dumbledore recaíram sobre mim e eu me lembrei de que também tinha recusado a sua companhia e a da madame Máxime para comprar o meu material.

Desviei o olhar, incomodada.

Dumbledore seguiu com a sua história dizendo o quanto Tom Riddle tinha encantado os professores sendo um órfão bonito e talentoso. Falou também sobre os mini comensais da morte que o seguiam pelo castelo quando ainda eram novos e sobre a sua obsessão pela sua ascendência.

— Finalmente, depois de penosas pesquisas em livros antigos sobre famílias bruxas, Tom descobriu a existência de um ramo sobrevivente da família Slytherin. No verão do seu décimo sexto aniversário ele saiu do orfanato ao qual retornava todo o ano e foi procurar seus parentes Gaunt – Dumbledore ergueu-se com um frasco na mão e nos indicou a penseira a sua frente – Agora, se vocês puderem me acompanhar...

A lembrança era do tio de Tom Riddle, Morfino Gaunt, e foi bastante frustrante para mim já que tanto o Voldemort quanto o tio falavam em língua de cobra durante quase toda a cena.

Quando voltamos à sala do diretor Harry me explicou rapidamente que Morfino deu a entender que Mérope, a mãe de Voldemort, tinha fugido com o trouxa bonitão, seu pai, e onde encontra-lo.

Dumbledore nos contou, após a lembrança que tínhamos visto, que Tom Riddle matou o pai e os avós e roubou o anel de Slytherin que estava com o tio. A culpa do assassinato jogada em Morfino que, tendo a mente alterada por Voldemort, confessou o homicídio assim que os aurores o encontraram.

— Foi preciso uma boa dose de Legilimência para conseguir extrair a lembrança verdadeira. - Dumbledore comentou.

Depois de todas as novas informações sobre o acontecido o diretor pegou um segundo frasquinho e despejou na penseira.

— Essa vai ser rápida.

Mergulhei o rosto na penseira e segundos depois vi que estava na sala de Slughorn, porém era uma versão muito mais antiga dela e também do professor que estava sentando em uma das poltronas rodeado por meia dúzia de alunos aparentemente da minha idade.

Rolei os olhos, ele jamais iria se cansar das reuniões do Clube do Slugue, eu tinha certeza disso.

Entre os alunos estava Tom Riddle que se destacava com seu rosto bonito e descontraído.

Sinceramente era um horror um ser tão bonito ter se transformado em um assassino sem nariz e com olhos de cobra.

— Senhor, é verdade que a professora Merrythought está se aposentando? - perguntou o garoto.

Enquanto Slughorn respondia e comentava sobre o Riddle saber de coisas que não devia algo estranho aconteceu. A sala foi tomada por uma névoa densa e branca que impediu que eu visse qualquer coisa além de Harry e Dumbledore.

...você vai acabar mal, rapaz, escute bem o que eu estou dizendo. - a voz de Slughorn ecoou alta.

Meio segundo depois a névoa desapareceu e as pessoas voltaram à cena sem parecer terem visto qualquer coisa de anormal.

O professor avisou que já era tarde e mandou os alunos embora depois de alguns avisos sobre trabalhos atrasados. Reparei que Tom tinha, discretamente, ficado para trás.

— Ande logo, Tom – disse Slughorn – Você não vai querer ser apanhado fora da cama depois da hora.

— Senhor, eu queria lhe perguntar uma coisa.

— Pois pergunte, meu rapaz, pergunte...

— Senhor, estive me perguntando o que o senhor sabe sobre... sobre Horcruxes?

A névoa estranha voltou a acontecer e a voz de Slughorn ecoou mais uma vez:

Não sei nada sobre Horcruxes e não lhe diria se soubesse! Agora saia daqui e não me deixe apanhá-lo falando disso outra vez!

— Bem, é só – Dumbledore anunciou – Hora de partir.

— A lembrança é só isso? - Harry perguntou quando voltamos à sala do diretor.

— Sim, - Dumbledore respondeu e se sentou em sua cadeira – vocês talvez tenham reparado que essa lembrança foi alterada.

— Alterada? Por quem? - perguntei confusa.

— O próprio professor Slughorn modificou suas recordações, creio eu por ter vergonha do que lembra. - explicou antes que eu ou Harry pudéssemos questionar qualquer coisa – Ele tentou retrabalhar a memória para aparecer sob uma luz mais favorável, apagando as partes que não quer que eu veja.

— Ele não fez um trabalho muito bom, vamos ser sinceros – comentei.

— Não, não fez – Dumbledore concordou com um sorrisinho – O que foi muito bom porque mostra que a lembrança verdadeira ainda persiste sob as alterações e sendo assim eu posso lhe passar uma lição de casa Harry.

"Evolet, sinto muito não ter nada para você no momento, mas acredito que o seu irmão tem mais chances de ser bem sucedido nessa tarefa do que você"

Eu estava pronta para afirmar que ele estava errado, mas lembrei do quadro mal humorado que tinha ficado me encarando durante toda aula depois de me repreender e achei que seria desperdício de tempo discutir com dois diretores de uma vez só.

Se Dumbledore queria assim então que fosse, Merlin sabia que eu tinha muito mais o que fazer.

— Você deverá persuadir o professor Slughorn – explicou a Harry – e revelar a lembrança verdadeira, que sem dúvida será a nossa informação mais crucial.

Olhei para Harry com a maior cara de "se ferrou" que consegui expressar e vi o meu querido irmãozinho arregalar os olhos.

Aquela era uma das poucas vezes que eu agradecia por ficar em segundo plano.

 


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Notas finais do capítulo

Comentários são muito, mas muito, bem vindos. Qualquer erro me avisem.



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