Evolet Potter II escrita por Victorie


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Vou ser rápida hoje, tá frio demais para digitar.
Adivinha quem vai narrar os capítulos hoje? Não, não é a Evolet Muhahaha!
Espero que gostem de ver as coisas pelo ponto de vista desses lindos ai, e pra quem ta se assanhando pro lado do Tony só digo parem porque ele é meu e da Evolet, só!
Dividam o Draco entre vocês ai hahah
E ai, só peço desculpas adiantadas porque vou precisar demorar com o próximo capítulo, preciso terminar de ler o Enigma do Príncipe antes de continuar a escrever porque embora já tenha lido umas quatro vezes a última faz tempo e se não fizer isso vou enrolar toda a história. Mas não vou demorar décadas igual antes não, relaxem sobre isso.
Enfim, boa leitura ♥



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Antony Tribbiani


Eu não sabia onde enfiar a minha cara e ao mesmo tempo não me aguentava de vontade de rir.

Evolet – bêbada – brincava de rodar de mãos dadas com Luna Lovegood no meio da sala do professor Slughorn.

No fundo uma música calma tocava o que contrastava enormemente com o riso das garotas, as pessoas a nossa volta olhavam constrangidos pelo comportamento das duas mas elas não estavam nem ai, continuavam a rodar, os vestidos de ambas levantando um pouco e balançando a volta delas, principalmente o de Luna que era um pouco mais cumprido e com mais pano na saia.

Olhei para os seus pés, não entendia como Evolet conseguia rodar tanto, bêbada, sem vomitar e sem cair do salto enorme que usava.

Uma gargalhada estrondosa soou alguns metros de mim e vi o corpanzil do professor Slughorn chacoalhar, balançar o copo de Whisky de Fogo e derramar o líquido em seu terno azul. Ao ver o que tinha feito começou a rir mais ainda, as bochechas fortemente avermelhadas.

Evolet não era a única alterada pela bebida naquele fim de festa.

Decidi que já era hora de irmos, terminei a minha própria bebida, deixei o copo em uma bandeja que era carregada por um Elfo Doméstico acima de sua cabeça e fui até as garotas.

— Antony! - Evolet chamou quase gritando quando me viu.

A garota parou de rodar, soltou sua parceira e se jogou nos meus braços, completamente tonta. A pobre da Luna que também estava tonta por causa dos giros só não caiu porque esbarrou em uma parede próxima a si.

— Ops – Evolet exclamou e riu alto – Acho que a gente devia ajudar a Luna, eu acho... - se aproximou do meu ouvido e tentou abaixar a voz, sem sucesso – eu acho que a Di-Lu... digo, Luna, tá bêbada.

Rolei os olhos, um péssimo hábito que era impossível de não se adquirir depois de conviver com a ruiva, Luna era a única que não tinha colocado uma gota de álcool na boca durante toda a noite.

Aproveitei que Evolet estava distraída rindo da Luna que tentava ficar em pé apoiada na parede e a afastei do meu ouvido com medo de ficar surdo caso ela gritasse nele de novo.

Cometi o erro de solta-la e Evolet quase caiu, peguei-a pelo braço outra vez e passei a mão pela sua cintura, a firmando ao meu lado. Evolet se apoiou no meu ombro.

— Já está tarde, não? – Luna perguntou com aquele olhar sonhador – Acha que Harry se incomodará se eu for embora sem ele? Não o vejo faz um tempo...

Pensei em um jeito educado para dizer que Harry tinha deixado a garota sozinha na festa fazia algumas horas, no entanto Evolet resolveu lhe contar antes.

— Ihhh Luninha, - Evolet disse com a voz mole – meu irmãozinho já foi ô – estralou o dedo médio com o polegar produzindo um pequeno barulho – faz teeempo, não conta pra ninguém, mas ele deve tar por ai seguindo o Draquinho.

Evolet jogou as mãos nos meus ombros e riu alto, a cabeça jogada para trás.

— Eu acho que o meu irmãozinho tá afim do meu ex – gargalhou como se tivesse contado a piada do ano e voltou a se apoiar em um ombro só.

Ri de leve, era impossível não achar hilário a Evolet bêbada.

— Bom, então acho que vou indo... - Luna decidiu e soltou a parede.

Soltou a parede para tropeçar em seus próprios sapatos e cair sentada logo depois.

— Ai. - murmurou caída.

Evolet gargalhou como nunca antes soltando uns gritinhos agudos e se chacoalhando.

Não aguentei não sorrir para a cena ao meu lado, Evolet tinha o rosto corado e os cabelos bagunçados como se tivesse saído de um treino de quadribol.

Tinha certeza que se estivesse sóbria teria um verdadeiro ataque de terror pela situação, mas agora ela não ligava e o mais surpreendente era que um sorriso enorme estampava o seu rosto e um brilho incomum de felicidade inabalável atingia seus olhos.

Felicidade que eu sabia que não estava ali na maior parte dos momentos.

Quisera eu deixar seus olhos assim, tão leves, pensei involuntariamente.

É, eu estava começando a gostar mesmo da ruiva, tinha certeza que se ela me desse a mínima chance eu iria me apaixonar em um piscar de olhos.

Afastei o pensamento e ajudei Luna a levantar do chão.

A garota se apoiou em mim e tirou os sapatos de salto, mais baixos do que os de Evolet, claro.

Quando conseguiu parar em pé sem ficar tonta me soltou e comentou:

— Assim vai ser mais fácil de andar, você deveria fazer o mesmo, Evolet.

Pra que Luna precisava ter dito aquilo? Vi os olhos da ruiva saltar e fuzilar a pobre Luna com os eles.

— Uma dama nunca! - disse o mais firme que conseguia – Nunca! Jamais! Desce do salto antes da festa acabar! Regras da madame Máxime!

E então olhou para mim e gritou mais uma vez:

— NUNCA!

Afastei a cabeça, por que ela precisava gritar tanto no meu ouvido?!

Luna, nitidamente chateada, estava quase colocando os sapatos de novo mas a impedi.

— Não ligue pra ela Luna, - pedi – Evolet está bêbada e foi educada por franceses, de onde a minha família veio as damas pisam em uvas com os pés descalços produzindo a melhor das bebidas.

— Bom, se é assim, acho que prefiro ser uma dama italiana hoje – sorriu docemente e saiu em direção a porta.

— Italianos bobocas – Evolet resmungou ao meu lado.

Não me ofendi, segui a corvina e Evolet fez o mesmo já que estava me usando como apoio, decidi que iriamos levar a Luna até a torre da Corvinal e então eu pediria a Laurie para cuidar da amiga.

Não seria prudente deixar a ruiva sozinha pelos castelos.

Caminhamos a passos lentos, Luna na frente cantarolando sozinha – ela realmente não precisava de bebida para parecer bêbada – e Evolet falando bobagens e mais bobagens no meu ouvido.

Infelizmente não do tipo de bobagem que um cara quer que uma garota bonita diga no seu ouvido.

Bobagens do tipo “Você já viu o quããão azul é o meu vestido? É azul azul! Bem azul!” ou então “Acha que a mamãe gostaria do vestido? Papai gostaria, Harry também, eles gostam de azul... eu acho. Qual a sua cor preferia Tony?”

— Vermelho – respondi sem pensar muito.

— Meus cabelos são vermelhos – contou e gargalhou como se tivesse contado a piada do século.

Deixei Evolet com suas risadas, apenas concordando com ela quando ela queria atenção até terminarmos de subir as escadas circulares e pararmos em frente a uma madeira com uma aldraba de bronze em forma de águia.

— Luna, você pode chamar Laurie Bernard para mim, por favor? - pedi – Ela deve estar dormindo mas preciso de alguém que leve a Evolet para o dormitório.

— Nananinanão! - Evolet disse e se afastou de mim – Posso muito bem ir sozinha, não quero a Laurie!

— Evolet, - comecei a dizer com a mesma paciência que usava com a minha irmã mais nova quando ela não queria tomar banho – você precisa ir para as masmorras, tomar um banho e trocar de roupa, Laurie pode te ajudar nisso.

Evolet disse que não precisava da Laurie e cruzou os braços, emburrada.

Olhei para Luna pedindo ajuda mas ela só deu de ombros, respondeu a pergunta que a águia tinha feito e entrou dando um leve aceno com a mão.

Ela tinha me deixado sozinha!

— Vem Tony, a gente não precisa da Laurie pra nada!

Evolet pegou a minha mão e me puxou para descer as escadas, tropeçou e quase rolou pelos degraus abaixo.

— Evolet, pelo amor de Merlin, tire os sapatos – pedi já cansado de vê-la tropeçando.

Tudo o que ganhei como resposta foi um olhar tão assassino como o que ela tinha no começo da noite.

— O que a Laurie fez Eve? - perguntei tentando entender porque ela estava brava.

— Laurie é uma chata – Evolet respondeu – Chata, chata, chata! Chatíssima!

— Não, ela não é.

— É sim, pelo menos quando revolve me jogar pra cima de você – disse tão baixinho que se não estivessemos em um corredor vazio no meio da madrugada eu não teria escutado.

Senti meu pescoço esquentar quase minimamente.

Evolet ficou em silêncio por um bom tempo e até me assustou quando voltou a falar.

— Laurie acha que eu deveria te dar uma chance, ela acredita que um amor só pode ser curado com outro e que a fase Draco Malfoy já deveria ter passado e que você seria ótimo pra mim. - contou no mesmo tom baixo da última vez – Você concorda com ela, Tony?

Evolet falava com a voz tão séria que cogitei por alguns momentos que o efeito da bebida tivesse passado e que ela estava sóbria novamente.

Estava pronto para responder quando ela gargalhou alto mais uma vez e apontou para um vulto que andava na nossa direção.

— DRAQUINHO! - chamou -  O CARA MAIS IDIOTA DA MINHA VIDA!

O garoto loiro e pálido estava prestes a entrar no salão comunal da Sonserina. Vi Malfoy arquear uma sobrancelha quando viu Evolet rir abertamente ao nos aproximarmos.

E então ele olhou para as nossas mãos e vi ódio passar por seu rosto.

— O que você fez com ela, Tribbiani? - Malfoy perguntou furioso.

Abri a boca para responder e fui interrompido pela terceira vez na noite.

— DRAQUINHO!

Evolet chamou outra vez e se jogou em seus braços. As pernas do Malfoy bambearam devido a surpresa e por segundos eu achei que ambos iriam parar no chão de pedra antes que ele se firmasse e segurasse a garota pela cintura.

Evolet passou seus braços em torno do sonserino e o abraçou feliz.

— Que cheiro é esse Evolet? Você bebeu? - Malfoy perguntou rudemente

— Cheiro de felicidade – a ruiva respondeu aos risinhos.

Malfoy a afastou de si e olhou seu rosto corado e os cabelos bagunçados.

— Tribbiani? - chamou exigindo uma explicação.

— Estávamos na festa do Slughorn e sim, ela bebeu um pouco demais... Eu não tive como impedir – completei quando vi seu olhar ficando mais irritado ainda e consequentemente me deixando irritado.

Quem esse cara achava que era para exigir explicação alguma sobre ela?

— Eu não tô bebeda, bebe... bêbada! - Evolet resmungou – Só bebi um pouquinho – mostrou dois dedos afastados indicando a quantidade - Vocês é que são dramáticos.

— Quanto ela bebeu? - Malfoy perguntou para mim.

— Não sei dizer – respondi tentando manter a calma – Ela ficou muito tempo sozinha com Luna Lovegood, quando as encontrei já estava assim.

— Você não sabe dizer?! Ela... Você deveria cuidar dela Tribbiani, ela foi com você para aquela maldita festa e você a deixou sozinha? - Malfoy cuspia as palavras.

— A Evolet é grande o bastante para saber se cuidar sozinha Malfoy – rebati sincero – Não precisa de ninguém para fazer isso por ela, e se está irritado deveria se lembrar que você não estava lá para fazer esse papel que julga tão importante.

— Por Merlin, vocês dois são tãão babacas, dois babacões. – Evolet interrompeu a discussão - Você mais – disse para Malfoy e então bocejou – Acho que eu vou pro meu quarto.

Evolet saiu sem se despedir e deu três passos em direção a entrada deixando o Malfoy e eu para trás, porém, a sua independência não durou muito pois a ruiva tornou a tropeçar por conta dos sapatos e quase caiu.

Em questão de segundos eu a segurava por um braço e Malfoy fazia o mesmo com o outro, ambos impedindo que ela caísse.

— Ops. - Evolet exclamou e sorriu.

Balancei a cabeça cansado da versão bêbada da Evolet.

— Uma dama nunca desce do salto, não é? - Malfoy perguntou suavemente para a garota.

Antes que Evolet respondesse ele afastou a minha mão do braço dela e a pegou no colo, falou a senha para a porta camuflada nas pedras e entrou com ela no salão comunal.

— Eu cuido dela agora, Tribbiani, pode ir – tentou me dispensar.

Antes que o Malfoy fechasse a porta eu passei por ela.

Evolet estava tranquilamente acomodada nos braços do Malfoy, os dela passando por seu pescoço.

— Não vou deixa-la com você, Malfoy, você não é mais nada dela e eu duvido muito que ela ficaria contente com isso se estivesse bem o bastante pra opinar.

— Ei, ei, ei, eu já disse que não tô bêbada! - Evolet reclamou no colo do sonserino – Posso opinar em tudo e eu opino que... opino...

Malfoy e eu olhamos para ela descrentes enquanto ela pensava em dar a opinião sobre algo.

— … e eu opino que eu quero tocar!

Malfoy rolou os olhos e começou a andar em direção ao piano no canto do salão comunal.

— Você só pode estar brincando, acha mesmo que ela tem condições de tocar alguma coisa? - perguntei irritado.

— Cale a boca, Tribbiani. - mandou o sonserino sem parar de andar.

— Não fale assim com o Tony! - Evolet reclamou em seu colo e lhe deu um tapa fraco no peito.

Não consegui não ficar contente em vê-la me defendendo e vi o sonserino me olhar de canto de olho, provavelmente aborrecido em ter sido repreendido por sua ex.

Quando chegamos ao lado do piano Malfoy passou reto por ele e foi em direção à parede próxima, nela havia mais uma porta camuflada que se abriu quando nos aproximamos.

— Eiiii, o piano é lá atrás! - Evolet protestou.

Ela continuou reclamando e dizendo que queria tocar mas nenhum de nós lhe deu atenção.

Fiquei preocupado com o barulho que ela fazia, se ela acordasse alguém provavelmente teríamos problemas, mas logo chegamos a uma porta escrito “Evolet Potter” em letras prateadas.

Deduzi que ali era o seu quarto.

— Se importa? – Malfoy pediu e indicou a porta com a cabeça.

Abri a porta, estava destrancada, dei espaço para que ele passasse com a ruiva e fui atrás dele.

Malfoy colocou a garota sentada na cama em silêncio, acho que tinha se esquecido do piano.

Reparei na colcha, verde com detalhes pratas, e no resto do quarto que era tipicamente sonserino. Não reparei no Malfoy mexendo na cômoda onde deveriam estar guardadas as roupas da Evolet até um gato cinza escuro e peludo aparecer e começar a se esfregar nas pernas do garoto.

— Olá, Boris – Malfoy se abaixou para cumprimentar o gato e fez um leve carinho ao lado do seu corpo.

— Bebê! - Evolet chamou da cama e abriu os braços.

O gato, quase se comportando como um cachorro, deixou o Malfoy de lado e foi até a ruiva, subindo na cama com um pulinho elegante.

— Não sabia que você tinha um gato – comentei com Evolet mas ela me ignorou.

— Ela tem, comprou ele logo depois que descobriu que era uma bruxa – Malfoy me respondeu e tirou uma troca de roupa de uma das gavetas, aparentemente achando o que procurava.

— O que é isso? - perguntei confuso.

— Pijama – respondeu rapidamente e se virou para Evolet – Ela precisa de um banho, está fedendo.

Meus olhos se abriram de surpresa e entendi o que ele pretendia fazer.

— Você não vai dar banho nela! - afirmei chocado.

Tudo bem, o cheiro de bebida parecia exalar dos poros da Evolet e ela se sentiria melhor com um banho mas ainda assim não era certo.

Por Merlin, aquilo seria errado de inúmeras maneiras.

Era por isso que eu queria chamar a Laurie antes, Laurie era uma garota, melhor amiga da Evolet, agora Draco Malfoy não era nada além de um ex-namorado.

— E quem é que vai, você? – perguntou impaciente.

— Se for preciso pra você ficar longe dela, vou – blefei e tirei a troca de roupa de suas mãos.

Eu não iria, assim que mandasse o Malfoy para fora eu chamaria a Laurie, afinal era o que um cara decente deveria fazer.

— Mas é claro que eu vou deixar um corvino desconhecido chegar perto dela sem roupas – Malfoy disse sarcástico e puxou as roupas de volta para si.

— Eu não sou desconhecido Malfoy, sou amigo dela.

— Mas que droga, parem com isso! – Evolet pediu e se colocou entre nós dois.

Eu não tinha reparado ainda mas eu e o Malfoy estávamos de frente um para o outro, nos encarando e qualquer um que visse de fora diria que estávamos próximos de começar a brigar de verdade e eles não estariam errados.

— E eu sou o namorado – afirmou o Malfoy – Agora quem você acha que tem mais intimidade para isso?

— Pelas barbas de Merlin, eu posso muito bem tomar banho sozinha, obrigada! - Evolet tentou pegar as roupas.

— Ex, Malfoy, você é o ex-namorado, - lembrei - ou será que não se lembra que foi você quem a deixou?

Percebi que o que eu tinha dito realmente o machucou pois o sonserino deu um passo para trás e ficou quieto por alguns segundos.

— Vá embora. – mandou baixo e empurrou delicadamente a Evolet para sentar outra vez na cama.

Evolet ia protestar mas bocejou e se sentou, ela estava nitidamente cansada e a bebida que antes tinha lhe deixado alegre agora estava lhe deixando cada vez mais sonolenta.

Ela bocejou mais uma vez e o Malfoy se aproximou para ajuda-la a tirar o vestido sem nem ligar para mim.

— Você não pode me mandar embora, Malfoy – o puxei pelo ombro o afastando dela, escutei Evolet bufar - Você é quem está no lugar errado e sabe disso, você perdeu o direito de se intrometer na vida dela quando a deixou então pare de bancar o príncipe encantado porque você sabe muito bem que não é.

— Mas é claro, porque o príncipe agora é você, certo? - cuspiu – Pare de ser idiota, ela nunca vai gostar de você o bastante, eu sei disso, ela também, só falta você perceber e parar de bancar o insistente.

— Parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui - Evolet pediu, a voz baixa e cansada.

— O único que banca o insistente aqui é você Malfoy, terminou com ela mas está aqui rodeando como um trestrálio atrás de carne.

— Argh, vocês dois são tão babacas – Evolet resmungou – Vamos dormir bebê.

Malfoy, que também escutava o que ela falava sem dar atenção, não me disse mais nada e ficamos em silêncio vendo a ruiva se arrastar para o meio da cama com o gato apertado nos braços e se deitar com vestido, salto e tudo o mais.

Aparentemente não tinha mais sentido em continuar a nossa discussão agora que ela tinha decidido dormir.

O gato miou aborrecido e Malfoy foi em seu auxílio. Ele tirou Boris dos braços da ruiva e o colocou no chão, o trocando por um travesseiro, Evolet já ressoava baixinho.

Não foi preciso mais do que trinta segundos para que ela adormecesse.

Fiquei quieto assistindo Draco Malfoy tirar seus sapatos e coloca-los no chão ao lado da cama, ele então conjurou uma coberta – também verde e prata - colocou em cima de Evolet e por fim lhe deu um beijo suave na testa e acariciou seus cabelos bem de leve.

Eu me sentia congelado no lugar, era nítido para qualquer um que visse a cena.

Draco Malfoy ainda era apaixonado pela ruiva.

— Você ainda é apaixonado por ela. - as palavras saíram involuntariamente da minha boca.

— Isso não é da sua conta Tribbiani, volte para a torre da Corvinal – mandou com a voz baixa.

— Eu não entendo – confessei – Por que terminou com ela se ainda a ama? - perguntei sem conseguir conter mais uma das minhas crises de sinceridade – Evolet é incrível, tem um temperamento que as vezes pode ser demoníaco, mas ela é bondosa, inteligente, bonita e até mesmo engraçada... Ela é tudo o que um cara pode querer, e você a deixou, a abandonou!

— Ela está melhor sem mim, acredite. - respondeu no mesmo tom, a face rígida, sem querer demonstrar nada – Faça um favor a ela, não diga que eu a ajudei caso ela não se lembre de nada. Evolet já vai estar brava comigo o bastante amanhã, não precisa disso para ajudar.

Malfoy não esperou que eu perguntasse porque ela estaria brava ou que eu concordasse com o que ele pedia, apenas saiu do quarto com Boris o acompanhando e esperou que eu fizesse o mesmo.

Quando eu sai ele fechou a porta e voltou com o gato pelo caminho que tínhamos feito antes sem me esperar, porém, ao invés de virar a direita e ir para o salão comunal ele foi reto, provavelmente indo para o próprio quarto.

Resolvi sair dali antes que alguém da Sonserina me visse.


Draco Malfoy

Fechei a porta do quarto e me sentei na cama tentando não pensar em absolutamente nada, mas é claro que isso seria pedir demais a Merlin.

Afinal, quem era eu, um maldito Malfoy, para pedir alguma coisa a Merlin?

Mas pensando em Merlin... eu devia agradece-lo por ter sido o Tribbiani quem ajudou a Evolet a vir para as masmorras, não gostava muito dele - por motivos óbvios - mas pelo menos eu tinha alguma noção da sua índole.

Tinha procurado saber algumas coisas sobre ele após a primeira vez que vi a Evolet andando sozinha com ele e bom, aparentemente Antony Tribbiani era um cara descente e nunca iria força-la a ficar com ele estando bêbada, uma coisa que eu não podia afirmar sobre muitos dos outros sonserinos com os quais eu convivia diariamente.

Mas o pior era que ele era extremamente perceptível com as coisas ao seu redor, só esperava que ele escutasse o meu pedido e ficasse de bico fechado!

A Evolet não iria gostar nada em saber que ela literalmente se jogou nos meus braços, afinal ela era uma sonserina e nós sonserinos temos o nosso orgulho.

Um grande orgulho, diga-se de passagem.

Mas o meu problema agora era outro, muito pior do que a Evolet andando bêbada por ai com Antony Tribbiani.

Na verdade, se esse fosse o meu único problema... Ah, como eu queria que esse fosse o meu único problema!

Olhei para Boris que tinha ido se enfiar em uma pilha de roupas minhas jogadas no chão e estava tomando o seu “banho” noturno, meu quarto estava se mantendo em uma bagunça constante – eu tinha coisas mais importantes do que arrumar o quarto para me preocupar – e o Boris adorava as pilhas de roupa para usar de banheira.

Por sorte o gato era cinza e quase não soltava pelos.

Boris terminou o banho e miou algumas vezes para mim, como se eu fosse saber o que ele queria.

— Não me olhe assim, é a sua dona que tem comida, não eu, por mim você podia voltar para o quarto dela – resmunguei.

Boris miou mais algumas vezes, agora parecendo aborrecido.

Ele sabia que eu tinha sim comida, por algum motivo que eu não sabia explicar o gato da Evolet tinha se apegado a mim e vinha tanto ao meu quarto que tinha se tornado um hábito para mim deixar um pouco de ração guardada para ele aqui.

Fui até o armário e peguei uma pequena tigela – que na verdade era a tigela de comida que eu usava para a minha coruja, não que o Boris precisa-se saber disso – e despejei um sache de comida de gato dentro, colocando-a perto das roupas jogadas no chão.

Boris já esperava a comida e eu fiz um leve carinho em sua cabeça quando ele se aproximou para comer.

É, aparentemente não era apenas o gato que tinha se apegado a mim, talvez o contrário também tivesse acontecido.

Só talvez.

— A sua dona deve estar querendo me matar, não acha? - perguntei ao gato que não me deu atenção.

Sache de atum era mais interessante do que eu, ótimo.

Não que eu me importe, Boris era um gato e para começo de conversa eu nem deveria estar falando com ele, mas era uma coisa que eu tinha aprendido com a Evolet e bom, se ela era louca o bastante para falar com o gato por que eu não poderia ser também?

Evolet...

Ela deve estar querendo me matar, pensei me jogando de costas na cama depois de tirar o casaco, a gravata e dobrar a manga da camisa, ela deve estar querendo me triturar e dar de comer para a lula gigante!

Snape tinha certeza que ela escutou a discussão que tivemos após eu ser pego pelo Filch e ela não era idiota, não demoraria muito para que ela entendesse tudo o que ouviu, se é que já não tinha entendido.

Eu daria um rim para saber o que ela pensou quando me ouviu dizer que tinha recebido uma missão dele, embora não precisasse disso para saber que ela deveria estar me odiando agora, sem contar na decepção.

Evolet tinha sido uma das poucas pessoas que acreditaram que eu poderia ser mais do que um idiota que segue os passos do pai... e olha o que eu me tornei.

Um maldito Comensal da Morte, igualzinho ao Lúcio!

Se ela pudesse pelo menos esquecer...

— Uma amnésia causada pela bebida não iria nada mal agora, não é? - pensei em voz alta.

Pensei nisso até perceber que essa realmente era a resposta, uma amnésia, mas não causada pela bebida.

Uma amnésia causada pela magia.

Eu era um bruxo, como não tinha pensando nisso?

Não ponderei muito depois de ter a ideia, apenas levantei da cama e sai do quarto, seguindo diretamente para o dela com a varinha na mão.

Abri a porta devagar e sem fazer barulho, Evolet estava na mesma posição em que eu a tinha deixado uma hora atrás e eu duvidava que ela fosse se mexer antes de acordar.

Ela já dormia feito uma pedra em dias normais, com o efeito da bebida então... Poderia cair uma bomba ao seu lado que ela não acordaria tão cedo.

Olhei para ela, e a respiração tranquila, ela deveria estar sonhando com tudo menos com o seu ex-namorado se tornando um Comensal da Morte e tentando matar Dumbledore.

Pensei se aquilo era mesmo o certo a se fazer, tudo seria tão mais fácil se ela soubesse...

Mas e ai o que aconteceria Draco?

Ela sairia correndo para os seus braços?

Para os braços de um maldito Comensal?

É claro que não...

Evolet não aceitaria isso, era melhor que nunca soubesse.

Obliviate — sussurrei com a varinha próxima a sua face.

Nunca tinha usado o feitiço mas tentei tirar tudo o que ela tinha visto sobre mim naquela noite e substituir algumas cenas minhas pela imagem do Tribbiani.

Esperava que desse certo, eu já tinha a magoado demais para ainda falhar nisso.

 


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Notas finais do capítulo

Acho que agora entenderam porque eu mandei prestar atenção na Evolet querendo esquecer de tudo, não é? hihihi
Espero que tenham gostado!
E atendendo ao pedido de uma super leitora linda que eu amo, Pands, vou postar aqui pra vocês a sinopse da fanfic mara que ela ta escrevendo. Confesso que só li o prólogo e o primeiro capítulo mas pretendo ler mais quando tiver um tempinho porque vamos falar a verdade, Lily Luna Potter morta no banheiro não é qualquer coisa não hahaah
Espero que gostem da história da Pands e antes que eu esqueça, feliz dia dos namorados pra vocês ♥

***

Nox (https://fanfiction.com.br/historia/692496/Nox/)

No último ano letivo das primas Black acontece algo horrível. Achar o corpo sem vida de Lily Luna Potter dentro do banheiro feminino de Hogwarts é motivo suficiente para as aulas serem interrompidas e todos irem para casa até segunda ordem.
Entretanto como se a noticia mórbida não fosse o suficiente três estudantes começam a suspeitar das Black, acusando-as de assassinas.
Úrsula e Bárbara farão de tudo para provar do contrário, indo atrás de provas, porém será que elas deviam mesmo procurar o que está no escuro?



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