Evolet Potter II escrita por Victorie


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Como eu prometi, o capítulo está ai u.u
Muitoooo obrigada a todas que comentaram, gente, adoro os comentários de vocês e adorei saber o que pensam sobre o Antony hahaha E obrigada por quem tentou responder a minha questão sobre as geladeiras, decidi que eles não usam haha.
Quase chorei escrevendo esse capítulo, sério, e olha que é extremamente raro eu chorar escrevendo alguma coisa mas fiquei com muito dó da Evolet, mas espero que vocês não chorem ta? Fico me sentindo mal depois kkkk Sem motivo, eu sei, mas mesmo assim.
Enfim, eu tentei fazer um sotaquezinho pra Laurie em uma parte ai em baixo espero que não achem tão ruim.
Aproveitem, beijos.



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Na semana que se passou eu me mantive o mais longe possível que conseguia das pessoas pois conforme os dias passavam eu tinha cada vez menos vontade de conversar, só dizia e fazia o necessário.

Comecei a me jogar nos estudos e me mantinha o mais ocupada que conseguia com eles para evitar pensar em Draco, tudo bem, era decepcionante o que eu fazia e extremamente depressivo, mas eu precisava.

Precisava me recompor e ter certeza de que não teria vontade de chorar em algum momento do dia como no primeiro dia de aula.

A minha fuga na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas tinha me custado uma detenção junto com Harry que, pelo que ele tinha me contado, tinha derrubado Snape com um feitiço minutos depois do meu desaparecimento e que tinha sido marcada para esse sábado e depois remarcada graças a intromissão de Dumbledore que tinha resolvido começar a nos dar aula no mesmo dia.

Acordei naquele dia com uma dor de cabeça horrível, os olhos inchados e nenhuma vontade de sair da cama.

Acordei como nos outros dias.

Enrolei por no mínimo meia hora antes de levantar, e só tinha feito isso porque Boris miava choroso para que eu abrisse a porta para ele poder fugir do estado depressivo que dominava meu quarto.

Ótimo, nem meu gato me aguenta mais, pensei amargamente ao abrir a porta.

Eu pretendia voltar para a cama mas parei ao ver de relance meu reflexo no espelho, me aproximei para ver melhor, eu estava com o rosto inchado, o cabelo bagunçado e vestida de um modo que eu só me vestia quando estava realmente mal, com uma calça de pijama velha azul e uma camiseta branca que um dia tinha sido nova e descente.

Reparei em como eu teria pena se visse uma garota como eu em qualquer lugar.

E eu odiava que sentissem pena de mim.

Com raiva e sem pensar peguei minha varinha de cima da mesinha de cabeceira e apontei para o espelho, depois de pensar em um feitiço um fino raio saiu da ponta da varinha, atingiu o espelho e o quebrou em vários pedacinhos que caíram ao chão.

Eu estava ficando boa em feitiços não verbais.

_Você está louca? – Laurie gritou furiosa na porta do quarto deixando que seu sotaque francês aparecesse, coisa que só acontecia quando ela ficava nervosa – O que pense que está fazendo? O feitiço podia terr ricocheteado, poderia terr te acerrtado e eu teria que te levarr para a enfermarria, gostarria que Draco te visse desse jeito? Arrrasada e ainda desmaiada, tudo porr culpe dele?

Eu não tinha visto Laurie entrar, não sabia como ela tinha conseguido entrar, e também não respondi as suas acusações.

Apenas sentei na beirada da cama e comecei a chorar e soluçar.

Laurie fechou a porta do quarto que tinha ficado aberta quando ela entrou, colocou uma sacola de papelão no chão e me abraçou se sentando ao meu lado. Depois tirou a varinha da minha mão antes que eu a quebrasse por estar apertando-a mesmo sem perceber e afirmou:

_Vai passar, Evolet, vai passar.

_Eu sou patética – disse entre soluços – Se ele me visse assim riria de mim por horas.

_Eu não acho, e olha... Eu não sei se devia te mostrar isso – Laurie disse me soltando e indo até a sacola que tinha deixado no chão – Na verdade não devia, mas alguém deixou isso na porta do meu quarto hoje de manhã.

Laurie tirou de dentro da sacola um pequeno pedaço de pergaminho dobrado ao meio e, voltando a se sentar ao meu lado, o estendeu.

Peguei o pergaminho sem entender e li o que estava escrito em uma caligrafia tremida e inclinada.

Primeiro havia instruções detalhadas de como achar o Salão Comunal da Sonserina e a senha para poder entrar. Depois duas frases que fizeram meu coração se apertar e as lágrimas escorrerem com mais vontade.

Ela precisa de você, ajude-a como eu não pude, por favor.

Ps: Não mostre isso a ela, ela não precisa de mais sofrimento e confusão.

_É a letra dele. – disse chorosa - É a letra dele.

Sem saber o que fazer deitei a cabeça no colo de Laurie e me encolhi o máximo que podia chorando silenciosamente.

_Eu sou patética – falei – Não devia estar chorando por causa disso, não por causa dele.

_Você precisa desabafar – Laurie disse alisando meus cabelos – A melhor forma de se fazer isso é chorando.

_Mas por que ele está fazendo isso? – perguntei bobamente – Se ele terminou comigo, disse que eu era apenas um brinquedinho, por que se importar em te pedir para me ajudar?

_Eu não sei Evolet, juro que não sei – ela respondeu – E isso é o que me deixa mais intrigada.

_Ele não tem esse direito – praticamente gritei me sentando na cama e socando o colchão – Ele não pode terminar comigo, me fazer ter vontade de desaparecer e depois ficar todo preocupado com o meu estado, ele não tem esse direito, Laurie. – afirmei.

_Eu sei que não – Laurie concordou e me puxou para deitar em seu colo outra vez tentando me consolar - E acredite, eu estou com uma enorme vontade de fazer o Chris vir até aqui e estuporar aquele loiro aguado por te fazer sofrer mas eu não posso fazer nada, Evolet, sinto muito.

_Eu sei – murmurei – Mas ele não tem esse direito – repeti outra vez e solucei – Não tem.

Chorei pelo que pareceram horas enquanto Laurie continuou a alisar meu cabelo pacientemente e dizendo de tempos em tempos que a dor iria passar.

Pensei em como Laurie parecia uma mãe naquele momento, ou pelo menos em como eu imaginava que uma mãe deveria se comportar após o primeiro coração quebrado da filha.

Comecei a chorar mais ainda ao pensar que eu nunca teria uma mãe para me consolar e aconselhar em um momento como aquele e ao mesmo tempo agradecia por Laurie esta ali, se ela ainda estivesse em Beauxbatons eu não tinha ideia de como estaria agora.

Com certeza muito pior, mas ainda assim não conseguia pensar no quanto.

Quando as lágrimas pararam, creio que por não ter mais nenhuma no meu corpo e não porque eu não tinha mais vontade de chorar, permaneci em silêncio até me lembrar do que Laurie havia falado quando eu contei a ela sobre o que Draco tinha dito.

_Laurie – chamei com a voz rouca – Ainda acha que eu devo falar com ele? – perguntei.

_Sim – respondeu depois de ficar alguns segundos pensando – Mas não hoje e pelo menos não até o fim desse mês, você ainda esta muito frágil, Evolet, não vai ser nada bom se você for falar com ele e acabar chorando na sua frente e se humilhando, espere um tempo, quando sentir que está pronta pegue e vá.

Balancei a cabeça concordando, ela tinha razão, eu tinha evitado pensar no que Laurie tinha dito sobre o comportamento de Draco ser muito esquisito e não ser exatamente certo para uma pessoa que não se importa com a garota que só usou para brincar, mas após o comportamento dele na aula de DCAT e de ler o que ele tinha escrito no bilhete para Laurie fui obrigada a pensar naquilo e não tive como não concordar com o que ela tinha dito.

Antes eu via nos olhos de Draco que ele realmente me amava quando dizia isso, e agora, quando o via nas aulas eu via o olhar de preocupação que ele tentava disfarçar com indiferença, porém tinha medo de estar me iludindo.

_Mas agora eu acho que você devia levantar – Laurie voltou a falar – Levantar, tomar um bom banho quente, vestir uma roupa confortável e comer o almoço que eu te trouxe. Depois vamos lá fora tomar um pouco de sol e sair dessas masmorras geladas e assombrosas – completou tremendo e olhando para as paredes – Não sei como você consegue ficar aqui, eu morreria de desespero, não tem nem vista para o céu. – disse estarrecida apontando a janela que dava para o lago negro.

_Eu gosto, está bem? – defendi as masmorras – Depois de um tempo aqui você começa a se acostumar e acaba gostando. Mas já está na hora do almoço? – perguntei.

_Na verdade já passou – Laurie informou – Já são quase quatro da tarde, Eve.

Abri levemente a boca surpresa em saber o horário, eu não tinha tido noção disso e ainda não tinha nem sequer tirado meu pijama velho.

Peguei uma troca de roupa decente tomando cuidado ao pisar calçada por cima dos cacos de vidro que tinham se espalhado por todo o lugar e avisei que iria tomar banho.

Cerca de quinze minutos depois eu tinha tomado banho e colocado uma roupa confortável como Laurie tinha dito, calça jeans escura, uma blusa fina de manga comprida branca que ficou escondida pelo suéter preto delicado e o meu mais confortável sapato.

Uma pantufa de joaninha que eu tinha ganhado de Laurie há alguns anos.

Quando sai do banheiro Laurie tinha concertado o espelho, arrumado minha cama, colocado comida e trocado a água de Boris, arrumado minha escrivaninha e estava terminando de colocar alguns potinhos em cima da mesma do que eu deduzi que era o meu almoço.

Agradeci pela organização e olhei o que tinha para comer. Nada daquilo me interessava mas se eu não comesse Laurie iria falar na minha cabeça por horas.

_A comida deve estar fria porque já faz um tempo que eu peguei na cozinha – Laurie comentou enquanto começava a pentear meus cabelos molhados sem nenhuma permissão – Mas acho que ainda deve estar boa.

_Obrigada, Laurie – agradeci.

Forcei a primeira garfada de comida descer, não estava tão ruim embora estivesse frio, e só depois de mastigar e engolir foi que percebi que realmente estava com fome e que não comia fazia mais de doze horas.

Enquanto comia Laurie secou meu cabelo com a varinha e depois se sentou na cama esperando pacientemente e em silêncio que eu terminasse.

_Como achou a cozinha? – perguntei.

_Pedi a Antony que me levasse lá, disse que era questão de vida ou morte – Laurie respondeu olhando suas unhas – Ele me ajudou bastante esses dias em que você estava meio reclusa – contou.

Pensei no quanto Laurie estava se aproximando desse garoto e me perguntei o que Chris acharia disso, não acho que ele fosse gostar mas Laurie nunca olharia para outro cara como olhava para o Chris então não havia com o que se preocupar da parte dela.

Agora da parte de Antony era diferente, eu só esperava que ele não acabasse mais interessado na minha amiga do que devia.

Quando terminei de comer arrumei os potinhos que Laurie tinha trazido de volta na sacola de papelão e troquei minhas pantufas pelo meu par de All Star branco.

Antes de sair do quarto Laurie me obrigou a passar uma base no rosto para tentar disfarçar os olhos que ainda estavam um pouco inchados e passar um batom clarinho “apenas para disfarçar essa cara de morto-vivo” como ela disse.

Saímos do quarto com cuidado para que nenhum sonserinos a visse e demos sorte pois ao que parecia todos tinham resolvido aproveitar o sábado do lado de fora do castelo já que não havia um além de mim em todo o Salão Comunal.

_Esse lugar até que é bonitinho – Laurie comentou avaliando o salão – Não é como Beauxbatons, mas ainda assim.

_Bonitinho? – perguntei incrédula – Esse lugar é incrível – afirmei.

Lembrei-me de Draco me falando a mesma coisa na primeira vez que eu tinha pisado no Salão Comunal da Sonserina um ano atrás.

_Nem tanto, Evolet – Laurie pediu – Beauxbatons era mil vezes mais bonito.

_Sim, - concordei – mas não pode discordar que Salazar Slytherin fez um ótimo trabalho quando construiu isso aqui.

Estávamos discutindo sobre as instalações de Hogwarts mas parei de falar ao ver, ao lado da porta de entrada, o mural de notícias com um papel dando a data e a hora para o teste para novos membros do time de Quadribol da Sonserina e uma lista do que eles precisavam.

Não iriam fazer teste para todas as posições - apanhador mesmo, a posição em que Draco jogava, não estava na lista - porém havia uma vaga para artilheira, a posição que eu jogava em Beauxbatons.

Escrevi meu nome rapidamente na lista de pessoas que queriam fazer o teste.

_Tenho certeza que você vai conseguir, Evolet – Laurie afirmou.

_Eu sei que vou – concordei sorrindo pela primeira vez no dia.

Saímos do Salão Comunal da Sonserina e fomos em direção à cozinha para devolver os potinhos que os elfos tinham dado a Laurie e ela começou a falar dos novos jogadores da seleção da Bulgária que eram mais bonitos do que Vitor Krum.

Falar de jogadores bonitos era a única coisa que ela entendia sobre Quadribol.

Eu me interessei pelo assunto e ficamos nele até chegar aos jardins onde vários alunos estavam sentados na grama aproveitando o sol que estava brilhando no céu.

_Ei, Antony está ali, vem – Laurie pegou minha mão e me arrastou para baixo de uma árvore onde o Tribbiani estava sentado estudando antes que eu pudesse protestar.

_Bernard, Potter – Antony cumprimentou com um aceno de cabeça quando nos sentamos ao seu lado – Como vão?

Dei de ombros e Laurie respondeu que estava ótima.

Eles começaram a conversar e eu não fiz questão de acompanhar a conversa me excluindo propositalmente, puxei o livro que estava junto de alguns pergaminhos que Antony estava usando para estudar.

Era um livro de transfiguração avançada que falava apenas de metamorfomagos, lobisomens e animagos.

Enquanto eu olhava o livro e lia algumas passagens interessantes Laurie pulou do lugar e correu para falar com uma das gêmeas Patil e a sua fiel escudeira, Lilá Brown.

_Ela está aqui há uma semana e conseguiu fazer mais amigos do que eu em um ano – comentei olhando para Antony – Como ela consegue?

_É fácil, é só ser simpático e educado quando as pessoas falam com você – ele respondeu – Se tivesse feito isso quando chegou aqui teria um bando de amigos, mas você não fez muita questão de tentar, não é? – deu de ombros – Eu me lembro de você sendo grossa com várias pessoas no começo do ano passado.

Tentei me lembrar de Antony em alguma das minhas aulas com a Corvinal no ano anterior mas mesmo sabendo que ele devia estar lá em algum lugar eu não me lembrava.

Fiquei em silêncio me sentindo ofendida mesmo sabendo que ele estava certo, eu não precisava ser tão mal educada quanto eu fui.

_Ainda está mal por causa do seu ex? – ele perguntou me olhando.

_O que você acha? – perguntei sarcástica.

_Acho que as pessoas usam sarcasmo para se defender e que você deveria parar de sofrer pelo Malfoy – disse – Ele não parece ser o melhor cara para se sofrer, não é?

_Você é bem intrometido, não é? – acusei evitando o assunto Draco.

_É um dom – comentou atrevido porém seu atrevimento foi logo substituído por desconforto – Me desculpe se eu te ofendi, não foi o que eu quis fazer, só tenho o costume de ser sincero mesmo quando não devo.

Olhei para Antony que realmente parecia arrependido e constatei que ele não tinha dito nada mais do que a verdade em toda a nossa breve conversa.

_Às vezes é bom ser sincero – disse tentando fazê-lo se sentir melhor – Vamos tentar de novo, ok? Bom tarde Antony, como foi seu dia?

_Foi bom Evolet, e o seu? – perguntou de volta rindo da minha súbita mudança de atitude.

_Foi ótimo – menti.

Ficamos sem ter o que falar por um momento até eu olhar para o livro em minhas mãos.

_Então, metamorfomagos? – perguntei – São bem legais, eu conheço uma.

Antony me surpreendeu dizendo que a irmãzinha dele de cinco anos também era metamorfomaga embora esse fosse um dom extremamente raro e começou a me contar as coisas que ela fazia e que de vez em quando assustavam sua mãe mais do que qualquer outra coisa.

Laurie voltou a se juntar a nós minutos depois e disse que tinha medo de pessoas que podiam se transfigurar tão rapidamente.

_Afinal, como você pode conversar com uma pessoa que pode mudar de rosto em menos de cinco segundos? – perguntou escandalizada.

Antony e eu rimos de sua cara e eu afirmei que ela mudaria de opinião assim que conhecesse Tonks.

Ficamos conversando por horas que me fizeram esquecer todos os problemas e no final do dia eu acabei descobrindo várias coisas sobre Antony, que ele era o mais velho de três filhos e o único filho homem, que os avós dele eram italianos por isso seu sobrenome e várias outras coisas que me mostraram que ele até que não era uma pessoa tão chata ou intrometida assim.


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Notas finais do capítulo

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