Baby Avengers - Os Bebês Vingadores escrita por Epic Annah


Capítulo 8
Capítulo 8: Marcas


Notas iniciais do capítulo

*Nota: na história, Anne desenha nos braços o que, na adaptação cinematográfica de Cidade dos Ossos, são chamados de runas. Nos livros são referidos apenas como marcas - e é o que são mesmo, pois runas de verdade fazem parte do alfabeto usado pelos antigos povos nórdicos. Por isso ela põe essa nomenclatura entre aspas ;)

Muito obrigada por estarem acompanhando a fic, gente! Espero que estejam gostando da maneira como escrevo.

PS: para quem boiou no capítulo anterior, a camiseta que a Anne usa é da banda The Agonist (tanto que a vocalista deles representa a personagem na capa o/ ).



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– Anne, me passa os rolinhos, por favor? – pediu Darcy à mim.

Passamos o resto do dia organizando tudo do que precisaríamos enquanto ficássemos de “babá” dos Vingadores. Listamos todas as coisas das quais precisaríamos – fraldas & companhia – e até bolamos um cronograma de tarefas que cada um deveria cumprir.

Depois de todo esse trabalho, pedimos comida chinesa e dividimos boas horas de bate-papo no pátio externo da cobertura:

– Nunca estive tão cansada desde aquele trabalho da faculdade! – reclamou Jane, comendo seu yakissoba.

– Aquele daquele ano em que conheceram o Thor? – perguntei, passando os rolinhos primavera à Darcy.

– Esse mesmo.

– Deixa de frescura – disse Darcy – ,o que passamos para ajudá-lo a recuperar o Mjölnir foi muito mais estressante do que aquela pesquisa.

Apesar de serem mais velhas do que eu, Jane e Darcy mostravam que, no fundo, ainda eram muito parecidas comigo e minha amiga, Mad. Reclamavam da quantidade de trabalhos que tinham que fazer para ganhar nota, procuravam coisas novas para passar o tempo e compartilhavam interesses em comum. Eu e Mad falávamos sobre mitologia e livros – principalmente sobre Os Instrumentos Mortais e Percy Jackson – ,enquanto elas focavam mais em assuntos profissionais.

– Você descobriu a Yggdrasil nessa pesquisa, certo? – perguntei à Jane.

– Ygg-o que? – perguntou Darcy, de boca cheia.

– Yggdrasil, a árvore da vida – respondeu Jane. – Thor me contou sobre ela.

– Já percebeu que, em se tratando de termos espaciais, já que Asgard ficaria tecnicamente do outro lado do espaço, ela seria na verdade uma metáfora? – mostrei minha linha de raciocínio.

Erik, que até agora não tinha terminado seu frango xadrez, se interessou pelo assunto, no qual era praticamente um especialista :

– Os nórdicos acreditavam que os nove reinos eram interligados pelos galhos dessa árvore, sendo que Midgard, o mundo humano e material, ficaria no seu tronco, Asgard e Valhalla em seu topo e Helheim em suas raízes. Acho que Anne quis dizer que esse pensamento seria uma forma de eles se referirem à uma espécie de conexão invisível ao invés de uma árvore literal. Muito bem pensado – adicionou, em uma garfada de frango.

Estrelinha na testa para mim.

– Conexões pelas quais podemos transitar utilizando o Tesseract – completou Jane.

– Mas afinal, o que exatamente é isso? – perguntei.

– É um cubo cósmico com o qual é possível viajar pelo espaço. Foi descoberto ainda na Segunda Guerra Mundial pelo Dr. Howard Stark, o pai do Tony, mas por algum motivo ele ficou desaparecido desde então.

Um cubo cósmico... parece algo que li em revistas em quadrinhos, quando eu era criança – revistas as quais eu pegava emprestadas dos meus “amigos”.

– Lembro do Fury ter mencionado que a metade remanescente foi enviada para a Torre à fim de ser analisada pelo meu tio e o Bruce. O único problema é que acho que eles não serão capazes de fazer tal coisa... – falei pensativa, direcionando meu olhar para a porta que dava para o interior do apartamento. Lá, os Vingadores pareciam estar começando a se dar bem com suas novas formas...

***

~POV de Loki

Descoberta a causa do meu retorno à primeira infância, fui deixado à mercê da companhia dos Vingadores naquela sala de estar. A partir de agora, eu seria tratado como um bebê – ou melhor dizendo, como um retardado mental – até que possa voltar a pôr meu plano de dominação de Midgard em prática. Mas está sendo tudo tão... desconfortável! Tudo à minha volta é grande, sinto-me um anão até mesmo perto de um banquinho – será que as coisas eram realmente assim quando eu era pequeno?

Estávamos todos reunidos no centro da sala, em meio ao chão brilhante com alguns poucos chamuscados provocados pelos feixes de luz do meu cetro. Nenhum de nós falava, evidentemente, apenas nos olhávamos e balbuciávamos sílabas sem sentido que pareciam sair de nossas bocas involuntariamente quando queríamos nos expressar. O agente Barton brincava com a garotinha que horas atrás já fora a Viúva Negra – pois “o amor é coisa para crianças”,certo? – ,os doutores Banner e Stark pareciam tentar se comunicar sobre algum assunto que não pude decifrar qual era, e Thor...

Bem, ele se encontrava sentado ao meu lado, ambos um pouco afastados dos demais – faria de tudo para não me enturmar com esses mortais. Ele fora o primeiro a aceitar a proposta de trégua da Anne, depois de seus argumentos furiosos - devo admitir que ela havia mostrado um potencial considerável de liderança para alguém de sua idade. Vez ou outra nos entreolhávamos, tentando nos acostumar com os rostos um do outro, retomando lembranças esquecidas de nossa infância. Afinal, quando se vive por dois mil anos é comum perder recordações mais remotas.

Thor me olhava como se estivesse satisfeito com minha companhia ou como se tentasse dizer que tudo daria certo, aquele papo que irmãos mais velhos sempre têm para consolar os mais novos. Irmãos? Não, nós não éramos irmãos, nunca fomos. Irritava-me saber que ele ainda teimaria em descordar desse fato.

Um corpo azul estático chamou minha atenção: o soldadinho patriota parecia não concordar com a minha presença naquele local, sua desaprovação estava evidente em seu semblante. Se ainda estivesse com meu cetro em mãos – que fora guardado junto ao Mjölnir de Thor em algum lugar daquela torre – ,juro que faria da vida dele um inferno, só para me divertir um pouco.

Mas, como não posso utilizar de suas faculdades no momento, busquei outra forma de fazê-lo. Fitei-o nos olhos, tentando provocá-lo – o que parece ter funcionado, pois, percebendo isso, seu rosto mostrou-se muito mais desconfiado. Sentia-me transmitindo por contato visual tudo o que pensava em dizer naquele momento:

Ora, ora, o que temos aqui? Um bebê bravinho como você pensando que eu farei algum mal a seus companheiros... ou seria à sua pátria? Pois fique sabendo que, assim que essa tolice acabar, vocês não terão chance contra mim.

Ele franziu ainda mais o cenho, talvez tivesse captado a mensagem. Uuh, estou morrendo de medo da sua cara, Capitão!

Dei um leve sorriso maldoso, deleitando-me com a situação. Não sei o que me deu, mas tive o impulso de mostrar a língua à fim de enfatizar minha provocação – sei que soa infantil, mas vejam como estou! O Capitão bufou, aparentemente de saco cheio, desistiu de me encarar e juntou-se aos outros.

Talvez permanecer assim não seria tão entediante como eu pensava...

***

– Não sabia que gostava de mitologia nórdica. Se quiser, tenho um livro que fala apenas sobre o assunto, caso queira emprestado – disse Erik, terminando seu frango xadrez.

– Maneiro! Se você não se importar em deixá-lo comigo até o fim do verão, eu aceito – disse. Só naquele encontro de ontem eu comprei uns cinco livros, três deles com mais de quatrocentas páginas. Ele teria que esperar eu terminar todos para, então, ler sua recomendação.

Nós rimos e, quando eu estava prestes a pegar o copo do meu chá, uma mão pegou meu pulso e levantou o meu braço. Darcy analisava-o, girando e aproximando-o do rosto para ver melhor.

– Você realmente se viciou nessa série de livros, hein?

Do que ela estava falando? Ela sabe que sou fã dos Instrumentos Mortais, mas não entendi porque tocara no assunto. Foi quando percebi que as “runas” que eu desenhara na véspera ainda estavam lá – só que manchadas e levemente apagadas, porém visíveis.

– Que estranho, pensei que as tinha limpado melhor no banho... – falei, soltando meu braço das mãos de Darcy.

– Da próxima preste mais atenção, porquinha – debochou ela.

Haha, que engraçado. Realmente, não havia percebido que meus braços ainda estavam manchados, ninguém notara até agora. Se bem me recordo, a tinta que usei era totalmente lavável, tanto que ontem os desenhos de fato estavam bem mais apagados do que hoje.

O céu já escurecera totalmente e o ar noturno refrescava nossas mentes cansadas. O dia foi muito longo por causa de tudo que ocorrera e tudo o que eu mais queria agora era deitar e dormir até não aguentar mais.

– Acho que já vou - falei em meio a um bocejo, levantando-me da mesa onde estávamos. – Tem mais dois quartos no começo do corredor no andar de cima, podem usá-los à vontade. Meu tio não vai se importar.

Os três agradeceram e me desejaram boa noite e então retirei-me.

Na sala, Thor e Loki estavam afastados dos demais. Vi que Clint e Natasha estavam se dando muito bem – o que era muito fofo, considerando a relação que já tiveram no passado. Tio Stark, que estava junto ao Bruce, notou minha presença e acenou para mim. Fiquei mal por essa transformação ter acontecido a eles justo quando estavam em uma missão tão importante que era recuperar a outra parte do Tesseract, e principalmente pelo meu tio. Era para estarmos nos divertindo passando o verão juntos, mas consolava-me saber que ao menos ele continuava a ser a mesma pessoa que eu conhecia.

– Boa noite, gente – disse em meio a um sorriso, mais para Tio Stark do que para os outros, e subi para o quarto.

Tudo seria resolvido, eu sei disso.


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Notas finais do capítulo

O que estará acontecendo com essas marcas, hein?



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