Sinal escrita por Universo das Garotas


Capítulo 23
23º Capítulo




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23º Capítulo – Beatriz

Tínhamos acabado de fazer um sexo maravilhoso mas eu não me sentia muito bem. Não aguentava mais a minha total entrega a Frederico. Bastava ele aparecer e meu corpo todo reagia a ele. E tinha sido pior quando percebi a reação que ele provocava nas garotas da empresa.

E eram todas mulheres bonitas e independentes.

Mas ainda assim, aquilo estava definitivamente me matando. Era como se eu tivesse tudo e ao mesmo tempo nada. Frederico era capaz de num minuto me levar ao céu mas quando eu parava para pensar percebia o quanto distante disso estávamos. Não seríamos felizes. Ainda havia uma imensa barreira entre nós. Além de mentiras.

E estava exausta disso.

Coloquei minha blusa, recém tirada e arrumei o resto como pude. Olhei para ele que estava relaxado em seu banco de motorista. Usando as forças que ainda possuía, sussurrei:

– Preciso ir para casa...

Ele olhou para mim, percebendo o que eu queria dizer e respondeu:

– Para minha ou para sua?

– Para minha, preciso descansar.

– Não pretendo deixa-la descansar, Bia – disse sorrindo e olhando daquele jeito para baixo.

– Me leve agora, por favor.

Ele olhou bem diretamente para mim quando percebeu meu tom de voz. Não disse nada dessa vez. Ajeitou as suas roupas (na verdade percebi que apenas a camisa social havia sido jogada para o banco de detrás) e ligou a ignição. Em um minuto já estávamos quase chegando na minha casa.

Após um tempo, parou em frente ao meu prédio, tomando cuidado para não bloquear a entrada de garagem. Aproveitei este instante e fiz menção de abrir a maçaneta do carro, quando ele me puxou pelo braço:

– Aonde você vai?

– Frederico, estamos em frente a meu prédio portanto, vou para casa.

Ainda segurando meu punho com uma das mãos, exalou um longo suspiro:

– O que eu sou para você, Beatriz?

Eu não sabia o que responder. Isso era exatamente o que eu me perguntava todos os dias. Mas não estava pronta para discutir isso com Frederico. Eu estava exposta demais em relação a ele. Não era capaz de resistir quando ele me provocava. Tinha que aproveitar esses raros momentos de lucidez e escapar da sua presença. Foi o que fiz:

– Um amigo. Boa noite! – disse isso e saí o mais rápido do carro, ao soltar meu braço do aperto de Fred.

Mas ele desceu, deu a volta rapidamente e estava ao meu lado. Olhando para ele, fiquei realmente com medo. Seus olhos estavam muito arregalados e suas narinas dilatadas. Ele soltava todo o ar dos pulmões na tentativa de relaxar. Quando conseguiu, ele tocou sutilmente meu braço, e com a outra mão acariciou meu rosto:

– Não a quero como minha amiga. Deus, Bia! O que precisamos para mudar isso?

– Não há nada que faça mudar o que somos. Não quero discutir isso. O que aconteceu não vai se repetir, Frederico. Preciso parar de te ver – eu tentei parecer convincente.

Ele negou com a cabeça. Mas não disse mais nada. Foi andando em direção ao seu carro, saiu em velocidade enquanto eu permanecia plantada na frente do meu prédio.

Fiquei alguns minutos parada no mesmo lugar que Frederico me deixou, decidindo entre cair no choro ou simplesmente dar meia volta e subir. Quando decidi por essa última, uma pessoa do outro lado da rua meu chamou atenção.

Era um rapaz, entre 20 e 30 anos, moreno, alto. Suas feições não me eram muito estranhas mas eu não conseguia me lembrar aonde já tinha o visto. Ele tinha um sorriso nos lábios e olhava bem na minha direção. Instintivamente fiquei paralisada, com medo de ser alguém mal intencionado. Mas ele não se mexia. Mantinha uma posição relaxada e com as mãos dentro dos bolsos.

Recuei de costas na direção que pensava estar a portaria do meu prédio mas não desgrudei os olhos dele. Ele também não se moveu. Quando senti as grades tocarem minhas costas, me virei e abri rapidamente o portão com a chave. Quando estava dentro, arrisquei olhar para fora novamente.

Ele não estava mais lá.


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