Sinal escrita por Universo das Garotas


Capítulo 15
15º Capítulo




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15º Capítulo – Fred

Minha semana foi estupidamente horrível. Não consegui comer direito, trabalhei mal, dormi pouco e não saí de casa nenhuma vez a não ser para Global Time. Eu tinha uma viagem dali um mês para a Alemanha, para tratar de negócios e finanças, mas minha cabeça não se permitia pensar em outra coisa que não fosse Beatriz.

Não acreditei quando ela saiu da minha casa. Percorri vários quarteirões do meu bairro a sua procura mas não a encontrei. Parecia que a terra tinha aberto um buraco e engolido a criatura. Mas depois de me acalmar, sentei em meu quarto e procurei nas filmagens das câmeras de segurança a saída de Beatriz. Ela tinha saído pela porta da frente sem que ninguém percebesse, levando sua bolsa e indo em direção à rua principal. Ela só pode ter ligado para alguém busca-la. No meu bairro não havia linha de táxi ou outro meio de transporte público. Mais tarde vi imagens dela no velório do seu pai. Ela estava arrasada. Tinha o semblante de quem chorou por horas ou talvez dias.

E aí percebi que eu precisava vê-la, não importando a que custo e nem mesmo se ela queria. Iria mover meus passos para dobra-la a sair novamente comigo. Tive a ideia de buscar seu carro no estacionamento do seu trabalho e deixa-lo na sua casa.

Pesquisei sua história o suficiente para saber que aquele carro foi projeto de vida do seu pai, pelo menos enquanto era engenheiro da montadora nacional. Projeto esse que tinha tudo para dar certo. Um carro com todos os acessórios e benefícios de carros importados a um preço muito mais acessível. O custo benefício dele beirava a excelência. Não fosse a preferência brasileira por carros importados ele teria sido um sucesso. Consequentemente, o estoque encalhou deixando arrasado o Sr. Figueiroa que pediu demissão, montou sua própria empresa no ramo de tecidos e se tornou um dos homens mais ricos do Brasil.

Beatriz tinha um imenso patrimônio a seus pés e no entanto, vivia apenas de seu trabalho. Por isso ela tinha joias e algumas roupas caras. Até um sapato de marca francesa (que por teimosia se desgastaram ao desconsiderar uma sugestão minha). Provavelmente eram da época em que ainda vivia com seu pai. Ela provavelmente não se desfez dos presentes por lembra-la seu pai mas resolveu não conviver com ele depois do escândalo que foi envolvido.

Isso me deixou mais atraído por ela. Não que eu já não fosse o suficiente mas a onda de mistérios que impregnava aquela mulher, a sua ousadia, sua forma de encarar a vida me deixavam completamente à sua mercê.

Eu queria dar a ela tudo que eu podia, que homem não iria querer banhar uma querida mulher de ouro? Só que isso provavelmente só iria contraria-la. Ela iria recuar. Eu precisava adotar outra estratégia.

Contratei uma loja de flores para enviar um buquê de rosas, de várias cores, uma vez a cada hora do dia, no seu escritório. Claro que pedi que enviasse depois das 10hs da manhã. Liguei e combinei tudo com a Sra. Recepcionista do prédio onde Beatriz trabalhava. Ela mesma iria liberar a entrega de todos os buquês sem comunicar previamente a Beatriz. Assim, ela não poderia recusá-los. Fiz isso durante uma semana.

Foi a semana mais longa de toda a minha vida.

Na sexta-feira, após confirmar que os oito buquês diários haviam sido entregues religiosamente a Beatriz, fui para seu trabalho com um imenso buquê nas mãos. Estacionei, segui pelo saguão do prédio, passei pela Sra. Recepcionista que me olhou escandalizada, sorrindo de orelha a orelha e segui para a sala de Beatriz.

Estava de terno, suando frio, mas mantive a postura rígida de quem sabe o que está fazendo. Quando ela abriu a porta sua boca se contorceu e disse:

– O que você está fazendo aqui? – ela olhou-me e pude perceber que estava zangada mas se segurando para não rir. Atrás dela estavam espalhados pelos menos uns 20 buquês. Provavelmente ela não levou nenhum para casa ou por vergonha ou por raiva mesmo. Eles contrastavam com a frieza das paredes e cores do seu escritório. Sem dúvida valeram o preço pago porque eram todos de muitas flores e verdadeiramente bonitos.

– Bem, ligaram da Floricultura e parece que tiveram um problema com o entregador e eu trouxe o último buquê, pelo menos o último deste dia... – ela empalideceu com meu comentário. Estava brincando com ela porque só contratei a entrega de uma semana. Mas vendo a cara dela quase me arrependi de não ter contratado de um mês.

– Você não está pensando em enviar mais buquês! Eu juro que se chegar mais algum ramo de flor que seja eu vou enfia-los todos...

– Não quero nem saber! Só vim fazer uma entrega. Já estou de saída – disse isso, levantando minhas mãos para o céu em sinal de rendição. Saí em direção ao elevador, depois de colocar na mãos de Beatriz o imenso buquê, quando ela me chamou dizendo:

– Frederico! Aff, não sei bem porque eu estou fazendo isso mas entre aqui. Não precisa fazer drama!

Fui rapidamente para dento da sala dela antes que ela mudasse de ideia. Tudo que fiz durante a semana foi para ter uma chance assim. Sentei na mesma cadeira da mesa de reunião como da primeira vez que estive ali e esperei que ela colocasse o buquê em algum lugar do seu escritório. Ela pareceu perceber e colocou-o dentro da lata de lixo próxima, bem de frente para mim. Quando eu fiz menção de dizer alguma coisa enquanto indicava com o dedo o pobre buquê ela levantou o dedo e fez sinal de silêncio. Pegou uma xícara de café e sentou na minha frente:

– Então Frederico, qual propósito disso? – disse apontando as diversas flores.

– Tornar seu dia melhor, despertar um sorriso em você e quem sabe lembra-la de mim? – não contive um sorriso ao dizer isso. Ela também não.

– Viu, pelo menos um sorriso...

Mas logo seu semblante tornou-se sério demais. Ela me olhou profundamente, e antes que pudesse uma lágrima deslocou de seus olhos.

– Oh Beatriz, seu sinto muito por tudo. Vi você na despedida de seu pai, queria estar com você e afastar aqueles oportunistas. Por favor, me deixe abraça-la – ela olhou para mim assustada quando fiz menção de abraça-la mas como eu recuei seus ombros relaxaram.

– Obrigada! Mas sinceramente tenho que admitir que estive triste por muitas coisas, além de meu pai.

– Eu sei que tenho parte na sua tristeza, Beatriz. Se eu pudesse voltar atrás teria feito tudo diferente mas não posso. Além disso, estou disposto em apostar em nós. Na verdade apostaria tudo que eu tenho nisso – ela esfregava as mãos no colo evitando olhar para mim...

– Eu não vou dizer o que eu queria Frederico, provavelmente envolveria não ter te conhecido e me apaixonad... – ela se calou horrorizada com que estava dizendo.

– Beatriz, vou abraça-la e vou fazer isso agora. – Não me contive e joguei meus braços em volta dela. Ela ficou paralisada mas logo relaxou. E eu precisei apenas sentir que seus braços davam a volta em mim para abaixar na direção dos seus lábios. Eu os toquei devagar, esperando que ela recuasse. Ela não recuou. Na verdade se pressionou mais forte contra meu corpo. Um imenso calor se formou entre nós e não seguramos. Em um minuto o beijo evoluiu para algo mais. Mãos em toda parte, nos seios, na curva do quadril, eu suspendi a sua saia e ela arrancou a minha camisa. Quando senti a pele dela sobre a minha perdi os sentidos e só percebi quando entrei com tudo em Beatriz. Sei que da última e primeira vez nós fizemos amor, com todo carinho desta palavra. Mas meu corpo ansiava tanto pelo dela, e Deus me jogue um raio, o dela também, que simplesmente perdemos completamente o pudor. De pé estávamos e a cada estocada, as costas dela batiam na estante de livros. Ela se agarrava nos meus cabelos, puxava os ao ponto de arranca-los pela raiz. Mas não importava, estar dentro de Beatriz era tudo que eu queria.

Segurei a junto a mim, ainda dentro dela e a coloquei gentilmente sobre a mesa. Seu cabelo, anteriormente preso, se desfez em várias camadas que se estenderam por toda a madeira. Era um contraste lindo, o negro dos seus fios sobre o branco do marfim. Jesus! Ela estava linda. Desfiz o elo do seu sutiã e aqueles dois volumes se liberaram diretamente para mim. Passei as mãos por todo seu corpo, reverenciando as suas formas, sentindo a textura da sua pele. Era macia e quente.

Ela puxou meus braços até que estivesse perto o suficiente para me beijar e enrolou sua língua pelos meus lábios. Beatriz estava quente como o inferno e queria mais de mim. Eu dei, fui mais fundo e não parei até que a ouvir gemer alto, enquanto eu me desfazia dentro dela.

Ficamos colados, esperando a nossa respiração estabilizar. A suspendi até a curvatura dos meus braços e dei um longo abraço. Coloquei toda a emoção que eu queria passar. Não disse nada. Beijei seus cabelos, coloquei as mãos em volta do seu rosto e dei um delicado beijo.

– Senti sua falta – eu disse timidamente.

Ela me olhou com ternura mas logo sua expressão suave se tornou séria:

– Frederico sabe que isso não pode realmente dar certo, conhece mais da minha história e apesar de tudo não sei nada de você além de comandar um grupo de empresas...

– Podemos realmente não falar do que nos difere? Você é uma advogada brilhante, eu atuo a frente de algumas empresas, somos diferentes mas ainda sim somos adultos o suficiente para separarmos as coisas. Não estamos nos casando ou coisa parecida! Quero passar mais tempo com você, de preferência nesta posição – enquanto eu ia dizendo isso ela corou de maneira adorável – mas não precisamos de termos para isso. Podemos só nos ver de vez em quando? Quando você quiser, pelo menos?

Ela saiu do meu lado, colocando as suas roupas, e com a mão no cabelo me olhou de maneira direta ao dizer:

– Não tenho certeza sobre isso. E você não escolheu um bom momento para isso. Claramente me sinto atraída por você – eu não resisti quando ela disse isso e fui logo agarrando a com os braços – mas ainda conservo senso suficiente para saber que você é um homem perigoso, Frederico.

– Beatriz, você provavelmente é a única do mundo que não precisa me temer. Antes de levantar qualquer coisa sobre você, eu arrancaria um braço meu.

– Não quis dizer nesse sentido, eu ...

– Sei exatamente o que quis dizer. E eu disse no sentido figurado. Jamais faria alguma coisa contra você. Qualquer coisa...

Após colocarmos a roupa saímos dali, para a casa da Beatriz. Eu chamei ela para minha casa, mas ela não aceitou. Quando me auto convidei para a casa dela, ela não resistiu, apenas sorriu como quem diz que eu não desistia. Eu não me importei, poderia passar de um cachorrinho para ela se isso significasse mais uma rodada de beijos e amassos com Beatriz.


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