Ainda na sala do Julgamento.

Por que Lysandre quebrou a aliança? Por que tentou me matar? Eramos para ter seguido o acordo que acabasse com guerras... Cara, como eu fui ingenua.

Mas ainda não faz muito sentido, eu estava ao seu lado durante um bom tempo, ele podia facilmente ter me matado e depois matar Vicktor... Tem algo de errado nisso tudo e eu vou descobrir, claro que pessoalmente, com uma arma apontada para a cabeça dele.

–Imperatriz, qual estratégia pretende seguir?

–Quero primeiramente acabar com todos territórios deles, para que quando atacamos diretamente eles não tenham para onde fugir... Quero pegar o máximo de Splicers possível, assim teremos outra arma para usarmos. Não somos fores como Honlux, mas com toda certeza estamos em maior número, se conseguirmos fazer tudo direito será fácil aniquilarmos.

–Pretende ficar aqui em segurança ou lutar?

–Quero ficar aqui, tenho assuntos para resolver. Mas quando atacarmos Atlantis eu irei, quero pessoalmente acabar com Lysandre.

(...)

Uma semana depois, quarto de Katheryne.

Agarro com força o travesseiro em minha cama, eu ainda sinto muita falta dele, mas tenho que ser forte. Olho a adaga ao meu lado da cama, ela ainda está afiada e brilha muito apenas da idade que tem.
Sento na cama e penso em tudo que sei sobre o plano de Dimitry, tenho que tentar resolver esse mistério antes de enfrentar Lysandre. Mas é bem difícil quando, digamos...

Inteligência não é realmente meu ponto forte.

Bom, quais são todas as minhas informações e pistas? Pense Kathe.

1° A adaga.

2° Eu tinha a biblioteca, antes dos filhos da puta incendiarem e transformarem tudo em cinzas.

3° Sei que tinha algo a ver com minha mãe.

4° Sei que custou a vida de meu pai, e que alguém o matou.

5° Tem algo haver comigo.

6° Tem algo haver com o Lysandre e em sermos aliados.

7° E só.
Okay, isso não servia para praticamente nada. Tem algo que eu estou deixando passar, mas o que? Bom, tem o fato do que os Honluxs que atacaram estarem usando o mesmo uniforme dos que invadiram minha mansão e mataram Agatha... Parece idiotice, mas eles tinham alguma coisa diferente no olhar e na aparência.

(...)

Quarto do imperador Lysandre. 00h008 min.

Lysandre releu novamente o maldito papel, simplesmente não acreditava. Era um comunicado escrito pela própria rainha que declarava guerra total a Atlantis, sem diplomacia, sem dó, sem piedade.

Katheryne teria enlouquecido? Eles tinham um acordo! Fariam uma liança para que não houvesse guerras. Por que ela mudou de ideia, ele fez algo de errado? Será culpa dos ministros? Bom, se Eldarya realmente quer guerra, não podia ficar parado olhando, também iria atacar com todas as suas forças...

Kathe podia não ser muito inteligente, mas quando se tratava de planos, ataques e estratégias ela simplesmente virava uma completa genia, ele mesmo sentia inveja das coisas que ela planejava, como a morte de Vicktor.

Lysandre levantou-se e foi em direção ao seu escritório, teria que escrever uma carta em resposta. Sentou na cadeira confortável e lembrou-se do beijos que ela e Kathe trocavam todos os dias em que ela estava como sua hospede.

Suspirou tristemente quando lembrou das milhares de vantagens que a aliança teria, como a economia, também poderiam conseguir fazer novas pesquisas fazendo que criassem coisas novas que ajudariam a humanidade a evoluir, teriam salvado milhares de vida, teria se casado com ela... Seria um mentiroso se disse-se que só se casaria com Katheryne para fortalecer a aliança.

Katheryne era uma mulher extremamente linda, forte, gentil e engraçada quando não esta tentando ter a pose de "durona", também era uma mestiça e sabia atirar como ninguém. Gostava muito dela, Kathe foi a primeira mulher que fez Lysandre cogitar em se casar. Gostava de suas musas, era agradavel estar com elas... Mas eram fúteis e apenas pensavam em sexo, ele tinha apenas doze anos quando elas o forçaram a perde a primeira vez, coisa que se arrepende até hoje.

Kathe era diferente, jamais tinha flertado com ele e quando a beijou pela primeira vez, recebeu um belo tapa depois. Quando se passou duas semanas e foram para cama, tinha visto algo que jamais pensara... O lado humano dela.

Começo do Flash Back.

Lysandre olhou para Katheryne nua ao seu lado em posição fetal com os olhos arregalados, descobriu que existia por baixo de toda aquelas roupas provocativas, olhar sexy e inatingível, tinha uma garota magoada por não ter ninguém que a amasse no mundo, triste por nunca ter tido amigos, nervosa por que nunca conseguir proteger aqueles que amava.

–Lysandre, eu não nasci para ser rainha! Eu não quero ser responsável por milhões de vidas! Eu queria poder mandar tudo ir a merda e fugir para bem longe, tentar finalmente ser feliz! Eu queria ter uma mãe ou um pai para me abraçar e dizer que vai ficar tudo bem, mas não tenho!-Katheryne o olhou nos olhos, tinha começado chorar e soluçar tanto que seu rosto estava vermelho - Eu vou ser uma péssima rainha, todos vão me odiar, por que porra eu existo? Por que nasci? Eu deveria morrer logo!

O rei se levantou e foi em sua direção, a abraçado fortemente. Em qualquer outra situação Kathe teria o empurrado, mas o agarrou como se sua vida dependesse disso. Começou a chorar ainda mais alto e ficou repetindo que queria estar morta e parar de sentir essas coisas.

–Kathe, você não é uma inútil, é a garota mais forte, bonita e corajosa que conheço. - Lysandre começou a passar a mãos sobre os cabelos dela em demostração de carinho. - Por que você deixou essa barreira entre você e o mundo? Você é uma humana Katheryne, também tem o direito de se sentir triste, feliz, zangada, sozinha... Não afaste quem se importa com você.

–Se eu não afastar, eles vão se machucar Lys. Porque todos nós, nascemos para morrer.

Antes que Lysandre pudesse perguntar o por que da frase melancólica, Katheryne já estava dormindo, em um sono tão profundo que a própria jamais lembrou-se do sonho que teve.

Termino do Flash Back.

Lysandre posou a caneta ao lado e dobrou cuidadosamente o papel. Foi em direção a gaiola da sua águia e colocou o papel em pequeno tubo que estava em seu pé, em seguida a deixou livre para voar ao palácio de Eldarya. Essa era uma águia de correio, a usava para trocar mensagens com Dimitry, e no momento era o único meio de falar com Katheryne.

(...)

Ouço um barulho vindo da sacada, levanto e foi com passos rápidos. Ouço a voz irritante de Castiel, meu guarda-costas pessoal falar na minha mente "Isso é perigoso".

Vejo uma água branca e cinza, parada me olhando. Chego perto e penso que ela vai voar assustada, mas ela permanece parada. Percebo que na sua garra há uma especie de recipiente com uma folha branca dentro. Pego-o com cuidado para não assutar a ave e leio.

"Quer mesmo começar uma guerra, Katheryne?"

Era um bilhete de Lysandre, aquela era uma Águia Mensageira. Sei que ela não vai embora até que eu escreva uma resposta e coloque no tubo.

Vou rapidamente até a mesa pequena perto da lareira e escrevo. Volto para a águia e coloco a folha, depois a velho indo embora tão rápido quanto veio. Eu escrevi:

"Vai para o inferno, assassino."

Volto para cama e quando percebo, estou dando um sorriso melancólico, e apenas alguns minutos depois, já estou chorando novamente.