- Eii Hinata!!

Mas que merda. Ela correu em direção contrária ao portão do colégio, não vai dar tempo de chegar na hora. Ahh que se dane, não to afim de ir pro colégio mesmo. A louca parou de correr, e ainda me olha como se eu fosse pular nela a qualquer momento.

- Que história é essa de flor? Você enlouqueceu?

- É-é que eu... é que sabe.. eu...

- Meu Deus Hinata, fale feito gente.

- É que...a flor é... meu primo disse... – ela parecia um pouco confusa - você quer se aproveitar de mim?

Mas que raio de pergunta é essa?

- É claro que não. Depois de tudo que a gente passou, pensei que você me considerasse, pelo menos, seu amigo.

- Eu considero. Mas é que você é um garoto, e meu primo disse....

- Hinata , olha pra mim. – ela me olhou, um pouco insegura – eu nunca te tocaria... você é...

- Tão repugnante que você nem sequer quer tocar? – ela falou, já com os olhos marejados. Meu Deus, o que está acontecendo com essa garota?

- Não, não é isso. Eu apenas te respeito – é muito estranho falar isso para uma garota, e o mais estranho é que eu sei que é verdade.

Ela me olhou um pouco desconfiada, e logo virou o rosto, pensativa.

- O que fazemos agora? – a olhei, confuso – sobre o colégio – ela muda de assunto numa velocidade - não vão nos deixar entrar atrasados.

- Vamos dar umas voltas pela cidade.

- Eu não vou cabular aula.

- Não seja chata Hinata. E não vamos cabular, vamos apenas... ir para outro lugar. Não vão nos deixar entrar de qualquer jeito, como você disse.

Ela me olhou confusa, mas logo fez que sim com a cabeça.

- Vamos para onde?

Estamos andando pelo centro da cidade. O Uchiha não conhece muitos lugares pelo que percebi. Eu não gosto muito de conversar, mas ele não abre a boca, eu só sei que ele está vivo porque continua a andar... se bem que ele pode ser um morto-vivo, ele é tão branco! Um morto-vivo muito lindo por sinal.

Acho que o Uchiha está certo, estou enlouquecendo.

Ainda estou morrendo de vergonha com aquele lance, o que me deu de ficar falando sobre minha flor para o Uchiha. Ele não quer nem me tocar, quem dera me agarrar. O Neji é muito exagerado.

- Hinata – parou, e apontou para dentro de uma loja – aquele não é seu pai com seu primo?

Olhei para onde ele estava apontando, realmente era eles. Merda.

- O que eles estão fazendo aqui? Ei o que você está fazendo? Pare de me puxar garota.

- Fique quieto Uchiha – falei, enquanto o puxava para dentro de uma loja qualquer. Se meu pai me vir ele me mata. Cabular aula, na opinião dele, é algo pior do que ser presa... é, meu pai é estranho.

- Por que me arrastou para essa loja?

- Você não é muito inteligente né Uchiha? Meu pai me mata se souber que cabulei aula.

- Sei. E o que será que ele vai fazer se nos ver dentro de um sex shop?

Sex shop? Que sex shop?

Olhei em volta, mas que droga de lugar em que eu fui parar. Eii o que é isso? Parece um p...

- Hinata, pare de apontar pra esse vibrador.

Abaixei a mão com o rosto pegando fogo.

- Desejam alguma coisa? – perguntou uma mulher, olhando para o Uchiha como se quisesse comê-lo. Vaca.

- N-não, obrigada – falei, puxando o Sasuke para fora da loja. Mas quando olhei para o lado, vi meu primo parado – parecendo impaciente – quase em frente á porta da loja. Arrastei o Uchiha rapidamente para dentro novamente.

- O que a gente faz agora? E, pare de ficar me puxando o tempo todo, isso irrita.

- Não sei... vamos esperar eles irem embora.

- Mas – a mulher veio do nada, e se enfiou no meio de nós dois, que estávamos lado a lado – vocês não podem ficar, se não comprarem algo.

- E o que você sugere? – olhei para o Uchiha incrédula, impressão minha ou ele está olhando com cara de tarado para a garota? Não que eu me importe, é claro. Mas só porque ela é linda, loira, e está com um decote tão grande, que se ela se abaixar vai dar pra ver o umbigo, não é motivo pra ele olha-la como se estivesse com fome – e modéstia á parte, meus peitos são maiores que os dela.

- É, o que você sugere? – falei, agarrando o braço dele, de forma possessiva. E só para deixar claro, eu não estou com ciúmes... apenas estou... cuidando do meu namorado – um namorado falso – mas é meu, e pronto. Ele me olhou um pouco surpreendido.

- O que que foi? – falei com muita educação.

- N-n-ada – não sei sele gaguejou de susto, ou porque estou apertando demais o braço dele. Ah tanto faz.

- Bom, temos esse conjunto para a mulher – ela apontou pra mim, com desdém- é para apimentar a relação – e mostrou uma lingerie vermelha, mínima, com cinta-liga e tudo o mais. Corei até a alma. Como uma mulher consegue usar isso? É humanamente impossível. A não ser que você pegue aquela fita, e amarre na... gente, que horror.

- Vamos levar essa. – olhei embasbacada para o Uchiha, que estava com um sorriso divertido. Tive vontade de fazer ele engolir a lingerie.

- Tem certeza? – ela falou, com um olhar malicioso – Me desculpe falar, mas ela – apontou para mim, me olhando de cima á baixo – não parece ter um corpo muito bonito. E para usar essa lingerie, a mulher tem que ter uma silhueta perfeita. A não ser que você queira dar a lingerie para outra pessoa – ela falou, se insinuando.

Me joguei na frente dele, e já ia pegar nos cabelos dessa desgraçada, quando ele agarrou minha cintura, e falou olhando para ela:

- Não, a lingerie é para ela. E, desculpe falar, – ele disse, imitando a voz dela – mas tenho toda a certeza que ela pode usar essa lingerie, já que tem o corpo perfeito, e não precisa andar de forma vulgar – apontou para o enorme decote dela – para mostrar isso. Então, a senhorita pode concluir a nossa compra, por favor? – falou, já com o dinheiro em mãos.

A cara que ela fez foi impagável. Realmente o Uchiha sabe atuar.

- Obrigada – falei, quando ela foi em direção ao balcão, para pegar uma sacola.

- Não há de que. E – ele falou em meu ouvido – não precisa ficar com ciúme. Não vou te trair. – garoto convencido.

- Mas se você quiser, você pode – falei, mas tenho certeza de que se ele ficasse com outra, terminaria aquele namorico na hora. E isso não é ciúmes, repetia tentando me convencer.

- Eu sei – ele falou, já me puxando para fora da loja – mas eu não vou.

Olhamos para o lado, não havia sinal dos dois.

Saímos correndo para casa. De mãos dadas. E, cá pra nós, eu não me importo se ele for me agarrar. Só não dou minha flor para ele.

Cheguei em casa, como se nada tivesse acontecido. E descobri que meu pai havia ido com Neji comprar o uniforme e os materiais escolares.

- E como foi no cólégio? - o Neji perguntou, sei que estava se referindo ao Sasuke.

- O-o-correu tudo bem - falei, já com o rosto corado, nunca fui de mentir. Nem sei fazer isso direito. Fiquei calada o máximo de tempo possível durante o almoço.

Depois de alguns minutos, fingindo que estava prestando atenção ao que eles falavam, subi para para o quarto.

Enquanto estava no banho, relembrava o dia surpreendente que tive, sorri animada. Definitivamente vou cabular aula mais vezes.

- Hinata – ouvi Neji me chamar do meu quarto.

- Espere aí, já saio – gritei de volta.

Foi aí que me lembrei de algo. Saí do banheiro correndo - quase caio dentro do box - me enrolei na toalha, e fui em disparada ao quarto.

Quando cheguei lá, encontrei meu primo – chocado – segurando a lingerie vermelha.

- H-h-inata, o que é isso?

- ...

FERROU!