O amor é como as rosas,
cada pétala uma ilusão,
cada espinho uma realidade.  
 
Acordei assustado, o chão frio me recebendo afetuosamente, e uma Annie lindamente adorável vestindo um pijama de corujinhas, a cara amassada e um sorriso debochado no belo rosto me dando bom dia.
   O que a Annabeth esta fazendo aqui? Me perguntei, um pouco confuso com a presença da minha namorada.
   Demorou um pouco para lembrar da noite passada, a Annie vindo aqui no meio da noite, dizendo que depois de tanto tempo dormindo juntos ela já não consegue ficar longe.
   Suspirei feliz, a guerra acabou,Gaia foi derrotada,os gregos e romanos estavam unidos, meus amigos estavam bem,e minha Annie estava comigo.
   Acordei com Annabeth estendendo os braços, sorri malicioso e a puxei, a deixando cair encima de mim.
   -Bom dia sabidinha
   -Bom dia Cabeça-de-Alga
A beijei ansioso,desesperado, como se fosse o último beijo em um momento de paz juntos.
   Eu já estava pronto para me separar dela contrariado, como vinha acontecendo ultimamente, mas Annabeth me supreendeu aprofundando o beijo, suas mãos no meu peito foi o incentivo para eu tirar a blusa dela.
   -An-Annie _suspirei beijando seu pescoço,minha voz vengohosamente afetada
   -P-percy
   O estrondo da porta me tirou do transe em que estava, e vi a loucura que ia cometer,Annie merecia bem mais que um chão frio
   -Percy?Annie?
   Petrifiquei no lugar, pelas barbas de Poseidon, porque Tyson não poderia esperar algumas horas para vir me atrapalhar?
   -Sai Tyson _susurrei ofegante
   -Mas Perc...
   -SAI TYSON _gritei sem pensar e foi tarde demais quando notei meu erro.
Meu irmão me olhou magoado, seus olhos marejados e saiu correndo
   -Droga!
   Levantei depressa, o sentimento de culpa me corroendo por dentro. Ajudei a Sabidinha que me olhava corada e sem jeito .
   -Acho melhor voce ir atrás do Tyson, eu tenho que voltar pro chalé antes que meus irmãos percebam que não estou lá - ela não olhou em meus olhos em nenhum momento e de repente o chão se tornou  bastante interessante.
   -Er..e-eu vou procurá-lo - dei um selinho nela, e sair correndo, antes que eu mudasse de ideia, pegando minha blusa no chão.

   O acampamento estava uma bagunça,os filhos de Atena e Hefesto reconstruindo os chalés destruídos,os filhos de Afrodite redecorando o acampamento e muitos outros campistas atarefados corriam de um lado para o outro num ritmo frenético.
   Avistei Grover e sua namorada Júniper,liderando as ninfas e driades, fazendo flores e árvores crescerem por onde passavam. Vi todos os meus amigos, menos Tyson.
   Caminhei pelos campos de morangos, no topo da colina, ouvir um som inesquecível. Aquela só poderia ser a Hidra. Droga! Não teriamos um segundo de paz?
   Corri na direção do monstro,eu sei idiota, mas não seria eu se não fosse.Uma garota fugia da Hidra, já estava perto do acampamento quando o monstro a alcançou, ela desmaiou depois de ser arranhada.    Eu sabia o quanto doía aquele veneno em contato com a pele e já estava para virar panqueca de semideus quando desintegrei a minha velha amiga Hidra.
   Reparei na garota a minha frente,o tom de cabelo de um loiro, quase branco, alta, mas o que acelerou meu coração foi um sinal em seu pulso.
Uma tatuagem de pavão. O símbolo de Hera,a deusa bovina.
   A peguei no colo,sem tentar pensar muito,corri colina abaixo, com talvez, a maior
prova de que nem Zeus estava livre dos chifres.
   Todas pararam para olhar, mas não entendir o porquê. A todo instante chegavam novos campistas.
   Dei de cara com uma Annabeth furiosa me encarando, desviei dela sem pensar ,e posso jurar que a respiração de todos parou,não dei atenção,levei a garota a enfermaria, o veneno podia matá-la se não fosse cuidado agora.
   Só depois que o choque do que eu fiz me bateu.
   Estou perdido.Fato
Resolvi olhar a situação da garota que eu deixei na casa grande. Apenas uma desculpa para adiar a minha inevitável conversa com Annabeth.
   Quíron estava ao lado da menina, que se encontrava deitada numa maca. Sua respiração parecia normal, mas a expressão de preocupação no rosto do centauro me amedrontou.
   - Tudo bem com ela, Quíron? - perguntei, apenas entrando sem me anunciar.
   - Sim - respondeu ele com o rosto desanuviando um pouco. - O problema é a marca no pulso dela.
   - Eu percebi - comentei me aproximando do leito em que a desconhecida se encontrava e segurando o braço para poder analisar melhor o pavão desenhado na pele clara. - Será possível...?
   - Hera nunca faria algo assim. Ela é a deusa dos casamentos!
   - Mas fez - uma terceira voz preenchera o ambiente. Um par de olhos escuros me encaravam com certa acidez e eu me assustei por ver a menina me encarando - Eu sou a filha bastarda da deusa dos casamentos, Quíron. E eu estou aqui para pedir humildemente para que me protejam da ira do marido de minha mãe.

   Quíron ficou conversando com a desconhecida quando eu me lembrei da minha tarefa: encontrar Tyson.
   Infelizmente o ciclope era muito sensível, e qualquer decibel a mais que o normal na voz de quem conversava com ele, o coitado se desesperava.
   Eu estava de frente para o mar, sentindo a brisa fresca da manhã soprar em meu rosto. Por mais que eu adorasse essa sensação, eu pressentia algo ruim, como se alguma coisa estivesse fora do lugar.
   Cansado pelos devaneios que povoavam a minha mente, eu me lancei em busca do meu irmão. E eu iria encontrá-lo.

   No fim, Tyson estava encolhido no meio dos campos de morangos. Foi só ver as ninfas tentando tirá-lo de lá a ponta pés que eu o localizei.
   Foi mais difícil fazê-lo aceitar minhas desculpas, mas foi só insistir um pouco e ele cedeu.
   Já estava quase na hora do almoço quando meu estômago roncou lembrando-me que eu ainda não havia comido nada.
   Corri para o refeitório.
   As pessoas de lá me encaravam, como se eu estivesse nu e com uma melancia na cabeça.
   Com os olhos, localizei Annabeth que estava sentada junto das pessoas do seu chalé. Ao me ver, ela se levantou e andou até mim, mas pela sua expressão algo muito ruim iria acontecer.
Porque desgraça de semideus nunca é pouca