Paramos de nos beijar e sorrimos um para o outro. Este foi de longe o melhor beijo da minha vida. Nossos corpos se encaixam perfeitamente, parece que minha boca foi feita para beija-lo e a dele para beijar-me.

– Vem comigo – ele segura minha mão delicadamente e me guia para fora do restaurante. Chegamos à praia e deitamos na areia. Aconchego-me em seus braços e ele beija o topo da minha cabeça. No céu, a Lua-cheia brilha amarelada, tirando a atenção das estrelas. Tudo que eu quero é congelar esse momento, para que ele se torne eterno. Quero guardar essa sensação boa que estou sentindo em um potinho para quando eu precisar ficar feliz.

– Não sei como sobrevivi tanto tempo sem esse beijo – John admite.

Inclino-me sobre ele e dou-lhe um leve selinho.

– Nem eu.

Voltamos ao restaurante para pagar a conta e depois vamos caminhar pela praia. Tiro meu salto e o seguro. A areia está fria, caminhamos à beira do mar de modo que às vezes, a onda quente vem e molha nossos pés. Chuto um pouco de água em John.

– Você vai ver! – ele tenta fazer uma voz ameaçadora. Começo a correr e ele vem atrás de mim. Corro o mais rápido que posso, todavia ele me alcança. Ele me pega pela cintura, me levanta e começa a me girar.

– Eu tô tonta, pare! – digo rindo.

– Quem mandou me molhar?

Ele me põe delicadamente no chão e assim que ele me solta, o mundo começa a rodar, ele me segura e cola nossos corpos e sussurra:

– Eu te amo.

– Eu também me amo.

Ele revira os olhos de uma maneira fofa.

– O que foi? Achou que eu fosse dizer que te amo? Eu não bebi tanto assim, ok?

Falo rindo.

– Ok – ele responde.

– Ok.

– Ok.

E ele me beija suavemente.

– Talvez eu te ame um pouquinho.

– Só?

– Ok, ok. Eu te amo muito.

(...)

Voltamos para casa no dia seguinte. Não paramos de nos beijar desde o dia anterior e é exatamente isso que estamos fazendo agora no sofá dele. O beijo dele é como uma droga, uma vez que você prova, não tem como parar. Deito por cima dele e ele passa a mão por baixo da minha blusa, alisando toda a extensão das minhas costas. Cada toque dele me traz arrepios. Não pararíamos tão cedo se o telefone dele não começasse a tocar.

– Droga – ele sussurra. Saio de cima dele e ele vai atender. Ele volta cinco minutos depois e diz que vai ter treino para o campeonato e não pode faltar. Fico um pouco triste, porém ele diz que esse treino é aberto ao público e que eu posso ir. Topo na hora. Vou para o quarto e me arrumo. Coloco um blusão com a estampa do Mickey e uma calça preta de malha. Calço um tênis e prendo o cabelo em um rabo alto. Passo um gloss e desço.

(...)

Chegamos ao estádio onde eles treinam em pouco tempo, as arquibancadas estão lotadas. No caminho, liguei para Milena e Larissa, convidando-as para vir. Elas disseram que já estavam aqui, parece que os treinos abertos ao público são famosos e todo mundo vem, perguntei porque elas nunca me convidaram e elas retrucaram dizendo que sempre me chamavam mas eu nunca ia por isso pararam de chamar. Foi ai que eu lembre que elas realmente me chamavam e eu sempre arranjava uma desculpa pois sabia que encontraria John.

Assim que John chega, o time todo vem até ele. Um cara chamado Marcelo, fica me secando e John percebe.

– Fique longe dela se você tem amor aos seus dentes.

Ele fala brincando, mas no fundo eu sei que é verdade. Aliás, eu quero dizer isso para as líderes de torcida que estão olhando para John de maneira predatória.

– Vocês estão juntos?

Escuto uma voz familiar, viro-me e encontro uma pessoa que eu não esperava encontrar tão cedo.

– Gus!

Vou até ele e dou-lhe um abraço. Vejo de relance John contrair o maxilar e rapidamente o solto.

– Sim, nós estamos.

John responde por mim. Ele fica fofinho com ciúmes! Dou-lhe um beijo demorado para provar para ele de quem eu realmente gosto.

– Não precisa ter ciúmes, ok? Eu gosto de você. Só de você.

– Chega de namorinho, John. Foco no jogo. Vá se alongar.

O treinador aparece, John se despede de mim e eu vou para a arquibancada. Procuro as meninas e encontro as duas loucas acenando freneticamente para mim no último “degrau” da arquibancada. Vou até elas com cuidado para não pisar em ninguém. Mal chego e elas já vêm com uma avalanche de perguntas sobre mim e John. Respondo cada uma delas com calma e quando acabo o jogo já começou.

Descubro que a rivalidade entre John e Gustavo vai muito além do fato de Gus ter me beijado. Milena me conta que John ocupa a posição que antes era de Gus. Eles estão jogando em times contrários, logo nos primeiros minutos, Gus empurra John quando ele está prestes a fazer um gol. John bate a falta e marca um gol. A torcida toda vai à loucura, inclusive eu. Grito tanto que fico rouca.

O jogo praticamente é entre John e Gustavo. Acho que o juiz já desistiu de marcar falta com eles. Noventa minutos e muitos empurrões depois, o jogo termina empatado. Dois gols de John, dois gols de Gustavo. Saio correndo por entre as pessoas e piso nas mãos de algumas meninas propositalmente. Nada pessoal, amores, só parem de secar John. Okay? Okay.

Encontro ele e me jogo em seus braços. Ele me segura e me roda, depois me beija. Mesmo sem ver, consigo sentir o olhar invejoso da maioria das meninas do estádio.

– Parabéns!

– Mas eu não ganhei.

– Mas fez dois gols! Isso é muito bom!

Depois eu completo falando um pouco mais baixo:

– E eu precisava de uma desculpa para te beijar e mostrar as essa filhas da puta que estão te secando que você tem dona.

Ele ri, mas seu riso morre quando Gus se aproxima.

– Izzy! Eu também fiz dois gols, não acha que eu mereço um beijo também?

– Acho! Hey, Cathy! Gus tá querendo um beijo seu!

Falo para uma menina muito estranha que é fã do time de futebol. Ela é bonita só que um pouco... Eufórica. Ela não espera eu falar duas vezes, pula nele e lhe dá um baita beijo.

– Hey, John! – Marcelo vem cumprimentar John.

– Oi, cara!

– Vai ter uma festa na minha casa, quer ir? Pode levar Isabelle também!

– Ok!