Lista De Motivos Para Te Odiar escrita por Lola


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

A história não ia tomar esse rumo, sério! Mas eu pensei direito e... PUF! Quando eu vi já tinha escrito. Espero que vocês gostem...



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A festa na casa de Marcelo está tento tudo que eu não gosto: música alta e ruim, adolescente bêbado, muita gente em um lugar só e outras coisas que festas sempre têm. Por outro lado, eu estou com John e por isso posso até ignorar o funk que toca no último volume e posso fingir que não tem pessoas pisando no meu pé, porque a companhia dele vale a pena. Não paramos de nos beijar desde que chegamos. Mas ele me trata diferente das outras meninas com quem ele ficava, isso é visível. Com elas era só pegação, já comigo ele é carinhoso. Pergunta o tempo todo se estou bem e, entre um beijo e outro sorri de forma que suas covinhas aparecem. Fazendo com que eu me apaixone cada vez mais, se isso é possível. A sensação de estar com ele é libertadora. Não tem outra palavra que eu possa escrever isso. Todo sentimento que eu reprimi há anos para não me machucar, eu estou deixando livre.
– Você quer uma bebida? – ele pergunta, faço que sim com a cabeça, e ele saí em direção ao bar improvisado que tem na sala. Assim que John sai, Gus se aproxima. Na mesma hora fico tensa, com medo que ele tente fazer algo que eu não queria. Ele me cumprimenta e vem me abraçar, mas eu me afasto e estendo a mão para ele, em vez de aperta-la, ele leva-a aos lábios e deposita um leve beijo em suas costas. Fico vermelha e puxo minha mão dele. Ele me olha de cima a baixo e crava os olhos nas minhas pernas nuas, na mesma hora me arrependo por não ter escolhido um vestido mais longo. Ele tenta puxar assunto e vai chegando mais perto, eu vou me afastando até que esbarro na parede.
– Izzy, você tá fugindo de mim. O que aconteceu?
– Eu não tô fugindo de você – minto.
John chega com nossas bebidas e eu respiro aliviada. Ele vem até mim e me abraça de forma protetora.
– Algum problema? – ele pergunta.
– Nenhum – eu respondo.
– Certeza? – ele pergunta, olhando fixamente para Gustavo. Este por sua vez, o encara de volta e fala provocando:
– Sabe, eu estava pensando em como Izzy beija bem. Dá vontade de não parar nunca. Quando ela morde nosso lábio inferior, então... – ele faz uma cara sonhadora como se estivesse lembrando. Sinto os músculos de John se contraírem. Resolvo interferir antes que eles se matem.
– John, vamos para casa – seguro a mão dele e vamos saindo, mas Gustavo me puxa e me beija. Nos lábios. Não movo um centímetro da minha boca. O único movimento que faço é com a mão. Empurro-o para longe. E antes que eu possa fazer algo para detê-lo, John dá um soco em Gustavo, que por sua vez revida e os dois começam a brigar.
– Parem com isso! – grito e os dois obedecem. Puxo John para longe e Gus grita me chamando e pedindo desculpas. Viro-me para ele:
– Nunca mais fale comigo!
E vamos para casa.
(...)
Chegamos a casa e John vai direto para o quarto dele. Vou para o meu também, no caminho ele não trocou uma palavra comigo. Eu até tentei falar com ele, mas ele resolveu me ignorar então também o ignorei. Eu não tenho culpa de nada e não vou ficar me humilhando, muito pelo contrário. Ligo para Mi, sabendo que ela está com Lari. Mais cedo no jogo elas me chamaram para ir a um barzinho aqui perto, recusei já que ia a essa festa com John. Apesar de preferir mil vezes um barzinho porque é mais calmo e agradável. Ela atende no primeiro toque, com uma voz animada. Escuto um jazz tocando ao fundo.
– Você ainda tá naquele barzinho?
– Sim! O que aconteceu com a festa?
– Estou indo pra aí, depois te conto.
Desligo, pego uma bolsa maior do que a que estou usando e coloco as chaves da minha casa e um pijama. Não pretendo dormir aqui hoje. Tento falar com John, bato na porta do quarto, mas ele não atende então paciência. Troco de roupa. Coloco um vestido mais simples e folgado e calço uma sapatilha.
Chego ao bar depois de quinze minutos caminhando. Entro as meninas na mesa que nós costumamos sentar. Elas me vêm e acenam para mim. Sento e começamos a conversar, mal percebo o tempo passar e já tinha até esquecido do que aconteceu hoje até Lari me perguntar. Solto um longo suspiro e bebo um gole do meu suco de morango antes de responder.
– Gustavo me beijou a força e ele e John brigaram, agora John está me ignorando – falo dando de ombros. Mi me encara com uma expressão analítica.
– E como você se sente em relação a isso? – rio com a pergunta dela, geralmente eu pergunto isso a elas quando elas me contam uma coisa e eu não sei como reagir.
– John está sendo um idiota. A culpa não foi minha. Não vou ficar chorando pelos cantos por isso.
As duas respiram aliviadas e sorriem.
– Ufa! Achei que tivesse perdido minha amiga! – Lari fala.
– Como assim? – pergunto.
– É que nós estávamos com medo de você ter mudado. Você é sempre muito prática. O menino não gosta de você ou te magoou? Próximo! Mas agora que está toda apaixonadinha, ficamos com medo que você se tornasse mais... Digamos: sensível. – Mi explica.
– Ai bem que não! Não quero perder minha amiga teimosa, encrenqueira e metida a feminista – Lari completa e eu rio.
– Izzy, você lembra quando estávamos conversando sobre namoro a distância durante um intercâmbio e você falou que desistir de fazer intercâmbio por causa de menino era burrice e que primeiro vinha seus sonhos depois os garotos? – Mi pergunta, respondo que sim sem saber aonde ela quer chegar. – Seu sonho continua sendo ser uma artista bem sucedida? – mais uma vez, minha resposta é afirmativa e na mesma hora sinto saudades do meu estúdio de artes. – Então, o que você diria se meu pai conhecesse um cara que é diretor de uma escola de artes e eu meio que tivesse falado de você para ele, mostrado alguns de seus desenhos e entrado no site da escola para mostrar suas notas?
– Você o que? – pergunto incrédula. Antes que eu brigue com ela, ela completa:
– Eu consegui uma bolsa para você em uma escola de artes!
Grito de felicidade e dou um abraço nela. E só depois de eu me empolgar toda é que ela fala que a escola é em outro estado e que eu vou precisar convencer minha mãe, mas que se for preciso ela pede para a mãe dela falar com a minha.
Passamos o jantar todo falando da escola, ela não tem aulas só para artistas, tem para cozinheiros, fotógrafos, modelos e coisas do gênero, pergunto a ela se tem para atletas e ela fala que infelizmente não. Sabendo porque eu quis saber.
– Espere! Você não está pensando eu recusar por causa de John, né?! – ela pergunta incrédula.
– Claro que não! – retruco e é verdade sempre tive um lema: primeiro meus sonhos depois meninos. Depois de meia hora, cansamos e eu as chamo para dormir lá em casa.
– Pensei que sua mãe tivesse te dito que só era para você ficar na casa dos Lawrence! – Lari fala e eu reviro os olhos.
– E disse, mas eu estou com saudades da minha cama.
– Tá, eu finjo que acredito que isso não tem nada a ver com a briga entre você e John!
(...)
Acordo com o barulho da campainha tocando. Saio da cama. Minha cama. Foi tão bom dormir nela. Atravesso o quarto com cuidado para não pisar no colchão onde as meninas dormem feitas duas pedras. Ficamos acordadas até tarde ontem anoite falando merda. Acho engraçado que os meninos acham que nas nossas festas de pijama nós vestimos camisolas sensuais e ficamos nos maquiando, pintando as unhas e outras “coisas de meninas” quando na verdade ficamos falando muita, muita, muita merda e olhando fotos de modelos da Calvin Klein e outros caras gostosos. (Tomara que John não leia isso).
Abro a porta e me deparo com um enorme buquê de rosas cor-de-rosa. Meus olhos se enchem de lágrimas ao ler o bilhete: Desculpa por ontem, Belle. Eu te amo. Uma lágrima de felicidade escorre pelo meu rosto. De repente lembro-me da proposta de Mi e outra lágrima escorre pelo meu rosto, dessa vez é de saudades antecipadas.


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Notas finais do capítulo

Antes de me matarem, lembre: defunto não atualiza a fanfic jabcduisi!



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