A Nova Vida escrita por Lua Potter


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a outra leitora, Kathia Chase Puckett, que também favoritou a história! Obrigada!



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Giovanni me ajudou a levar todas as minhas malas para o meu quarto, que era bem ao lado do dele. As paredes eram brancas, e havia uma grande cama de dossel no centro. O quarto era bem espaçoso.

– Pronto, Mariana - disse Giovanni ao colocar a última mala perto da cama - Suas malas já estão aqui.

– Obrigada - respondi - E pode me chamar apenas de Mari.

– Ahn, ok, Mari - Ele sorriu - Por quanto tempo você e seus pais ficarão aqui?

– Acho que até meu pai conseguir alugar uma casa por aqui.

– Ah, entendi. Sabe, eu adorei quando meu pai disse que vocês viriam para cá. Eu fico sozinho aqui o dia inteiro. Agora pelo menos terei companhia!

Quando Giovanni concluiu a frase, me lembrei de uma coisa: não me lembrava de ter conhecido a sua mãe.

– Giovanni - disse, antes que pudesse me conter - E a sua mãe?

– Ah, aquela mulher - ele respondeu, ríspido - Ela abandonou o meu pai e a mim quando eu era bem pequeno, e nunca mais nos deu notícias.

– Ah, sinto muito! - naquele momento eu me senti extremamente culpada por ter feito aquela pergunta - Me desculpe por ter perguntado, mas desde que éramos pequenos eu não me lembrava de ter conhecido a sua mãe.

– Não, Mari, não tem problema. Sabe, eu acho que eu te devo um pedido de desculpas. Sempre fui uma peste com você. Me perdoe. - Giovanni estava ficando bem vermelho.

– Ah, imagina, Giovanni, não foi nada! Nós éramos apenas crianças, podemos recomeçar agora!

Giovanni sorriu e se aproximou de mim, no exato momento que ouvi Edson gritar:

– Giovanni! Mariana! O jantar está pronto!

O jantar estava delicioso. Frango com batatas e risoto, uma delícia! E havia sido o seu Edson quem havia feito.

Conversamos sobre tudo naquele jantar. De como era a nossa vida em São Paulo, e de como ficamos felizes em mudar de lá (meus pais deixaram de fora a parte em que eu quase me afoguei nas minhas próprias lágrimas). Falamos também que eu precisaria de uma nova escola, e o seu Edson disse que eu poderia estudar na mesma escola que o Giovanni. Ele me olhou animado, e nós trocamos olhares durante todo o jantar.

Após comer a sobremesa (bolo com sorvete, uhuuuuul), eu subi para tomar um bom banho. Então fui para o meu quarto e vesti minha roupa de dormir.

Assim que deitei na cama, peguei meu celular. Lucas havia me deixado uma mensagem no WhatsApp.

"Oi Mari... Como você está? Já chegou em Limeira? Me responde, por favor!"

Achei melhor responder, afinal, ele era o meu melhor amigo.

"Oi Lucas... Estou bem, sim, e já cheguei aqui há algumas horas."

Alguns instantes depois, obtive a resposta.

" Ok! Mari, eu te amo muito!"

"Eu sei, Lucas. Eu também te amo, e faz muito tempo."

"Se eu fosse menos idiota poderíamos ter ficado juntos antes :( mas a gente ainda vai ficar junto."

"De novo essa história, Lucas? É melhor você me esquecer. A gente nunca mais vai se ver."

"Vamos sim, Mari. Você vai ver."

Não respondi mais. Ao invés disso, me lembrei de Larissa e Marcela. Elas não haviam me mandado um SMS sequer. Entrei no nosso grupo no WhatsApp e mandei um "Oiiiiiiiii". Não obtive resposta.

Peguei meu notebook e entrei no meu Facebook. Nenhuma notificação. Então fiquei olhando fotos do Lucas, fotos minhas com o Lucas, com a Lari, com a Marcela, e estava prestes a chorar quando alguém bateu na porta.

– Pode entrar! - disse alto.

Giovanni abriu a porta.

– Mari, a gente pode conversar? - ele disse.

– Claro - respondi, fechando o notebook.

Ele fechou a porta do meu quarto e sentou na ponta da minha cama.

– Mari, percebi que você estava um pouco distante no jantar. Você não ficou feliz em vir para cá, ficou?

– Olha, Giovanni, não é que eu não tenha ficado feliz, mas é que eu tinha uma vida em São Paulo. Veja - abri novamente o meu notebook e mostrei para Giovanni uma foto minha com Lucas, Lari e Marcela.

– Nossa, vocês pareciam bem felizes - disse Giovanni.

– Sim, nós éramos - respondi.

– Sabe, eu também tenho amigos - ele me mostrou uma foto em seu celular dele com duas garotas e um garoto - A Patrícia, a Luíza e o André.

– Vocês também parecem felizes.

– E somos muito felizes! - Giovanni sorriu - Mas os seus amigos ainda falam com você?

– O Lucas sim, mas as meninas, Larissa e Marcela, não deram mais sinal de vida. Deixei uma mensagem para elas no nosso grupo do WhatsApp, mas elas não responderam.

– Você tem WhatsApp, Mari? - Giovanni perguntou entusiasmado.

– Sim!

– Me passa o seu número então!

Assim, trocamos nossos números de celulares e ficamos conversando até tarde da noite. Quando Giovanni foi dormir, também resolvi apagar as luzes. A última imagem que me veio na cabeça antes de eu cair no sonos foram os lindos olhos azuis dele.


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