A Nova Vida escrita por Lua Potter


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a leitora Umapotterhead, que favoritou a história! Muito obrigada!



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Chorei o dia inteiro. E a noite também. Quando cheguei em casa, nem quis almoçar, simplesmente me tranquei no quarto. Minha mãe não parava de bater na porta, querendo saber como eu estava, mas eu não abri. Dizia a ela que estava tudo bem, mas ela sabia que era mentira. Como eu não abri a porta em nenhuma das vezes que ela bateu, ela desistiu.

Aquele fora o pior dia da minha vida. Não pelo fato de descobrir que o Lucas me amava, essa fora a melhor parte, mas pelo fato de que a gente não poderia ficar junto. Sempre que eu me lembrava disso, chorava muito, cada vez mais. Lucas havia me mandando um monte de mensagens via SMS, que normalmente diziam: "Mari, eu te amo", "Nós ainda vamos ser muuuuuuuito felizes juntos!", "Eu vou te encontrar, aonde você estiver", "Mari, me responde, por favor!".

Mas eu não respondi nenhuma daquelas mensagens. Se eu não respondesse, ele iria desistir de mim, e iria ser melhor para nós dois se fosse assim. Ele demorou tanto tempo para me amar, mas creio que não demorará tanto tempo assim para me esquecer.

Finalmente, caí no sono. Quer dizer, mais ou menos. Eu acordava praticamente toda hora, e quando acordava, começava a chorar novamente, mas sempre conseguia dormir de novo. Até que uma hora eu acordei e não dormi mais. Peguei o celular para ver as horas. Eram 3:00 da manhã, e não tinha nenhuma mensagem não lida.

Então me lembrei de que iríamos partir ás 8:00 da manhã e eu ainda não havia feito as malas. Então levantei sossegadamente e começei a arrumar minhas coisas. Coloquei minhas roupas de qualquer jeito na mala, e depois arrumei todos os meus acessórios e apetrechos em outra mala menor.

Quando terminei, eram 5:30 da manhã. Logo meus pais iriam levantar para se preparar para a viagem que não teria volta. Resolvi ir tomar um banho, pois eu deveria estar um caco.

Me olhei no pequeno espelho do banheiro. Realmente, minha cara estava toda melada, e meu cabelo estava horrível. Rapidamente entrei no banho.

– Bom dia família - disse para meus pais, que estavam tomando café.

– Bom dia, Mari! - minha mãe me abraçou - Como você está?

– Ótima - menti e forcei um sorriso.

– Parece que a Marizinha caiu da cama! - disse meu pai - Vejo pelos seus cabelos molhados que até já tomou banho.

– Sim, pai - respondi, pegando um iogurte na geladeira - Acordei bem cedo para fazer minhas malas.

Quando tomei o primeiro gole do meu iogurte, pude perceber que realmente estava com fome.

Após todos nós termos tomado café da manhã, começamos a colocar nossas malas no carro. Eram 8:00 horas quando partimos. Peguei me celular, conectei o fone de ouvido e selecionei a playlist mais depressiva que consegui. Não chorei mais. Eu iria começar uma nova vida, e era melhor começar sem choro.

Após seis horas de viagem, chegamos ao nosso destino. Limeira era quente, muito quente, assim como qualquer cidade do interior. E eu odiava calor. A casa do tal Edson parecia grande, pelo menos por fora. Era uma casa branca, com um enorme jardim.

Edson era um sujeito alto e magricela, meio careca, que veio abrir os portões para meu pai entrar com o carro. Após estacionar lá dentro, todos nós descemos do carro para cumprimentar o Edson.

– Muito prazer, Mariana! - ele me disse.

– Igualmente! - respondi.

Entramos na casa. A sala era grande e bonita. Tinha um garoto acomodado no sofá. O garoto também era bonito. Tinha a pele branca, cabelo escuro liso e olhos azuis.

Então me lembrei. Aquele garoto só poderia ser Giovanni, o filho do nosso anfitrião. Quando eu era pequena, nós brincávamos juntos ás vezes, e ele era muito chato. Lembro-me de uma vez que ele me empurrou de propósito, e eu caí em cima da lama do nosso quintal. Sujou todo o meu vestido novo.

Giovanni se levantou e cumprimentou primeiro os meus pais, e depois a mim.

– Olá, Mariana - ele beijou a minha mão - Lembra-se de mim?

– Sim - respondi - Seu nome é...

– Giovanni - ele me interrompeu - Estou ao seu dispor.


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