A filha de Afrodite escrita por Cachos de Anjo


Capítulo 3
Capítulo 3: Não pode piorar.


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii gente!

Então, vi que tem duas pessoas acompanhando a fic, e, se não for pedir muito, queria que comentassem. Vocês estarão fazendo uma escritora feliz!



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Quando acordo, sei que há algo muito errado acontecendo. Olho para Emily, começando a duvidar que aquela é mesmo minha irmã. Ela não está usando espartilho, apenas uma simples regata branca, o que é estranho, já que desde que chegou ao acampamento ela nunca usou outra coisa a não ser espartilho. Ela também não está usando botas, e sim um all star de oncinha, seus cabelos, sempre presos em uma trança, estão agora em um simples rabo de cavalo, mas o mais estranho disso tudo é que seus olhos estão vermelhos, sinal de que andou chorando. Emily nunca chora. Que Hades fizeram com a minha irmã?


–Bom dia! Nossa jornada começa hoje, segundo Nico, estamos perto de um grupo de dracaenaes.–-----Ela diz sorrindo, mas sinto a cor esvair de meu rosto.

–Você e Nico conversaram?-----Minha voz sai num sussurro estrangulado, entregando a minha angústia.

–Ah sim, e ele te deixou um bilhete.-----Ela ainda sorri quando me entrega o bilhete, mas pelo seu tom, tenho quase certeza que já o leu, e isso é o bastante para me deixar apavorada.


Paloma,

Vou passar cinco dias no mundo inferior, e vou para o acampamento Júpiter, pedir ajuda aos romanos para depois combater o exército de monstros que pretende atacar o acampamento Meio-Sangue no dia primeiro de agosto, mesmo dia em que eles vão tentar acordar Gaia. Vou te encontrar no acampamento nesse mesmo dia, e espero que depois que vencermos a batalha você já tenha uma resposta sobre aquele assunto.

Nico.

P.S: Me desculpe por não me despedir de você, tive que partir rápido, Emily estava tentando me encurralar, ela desconfia de algo.


Ah claro,
penso, ai você vai lá e entrega o bilhete pra ela, seu idiota sem noção. Sinto que estou prestes a desmaiar, peço aos deuses que Emily não tenha lido esse bilhete, mas pela sua expressão, é claro que ela leu. Faço uma anotação mental para assim que eu reencontrar Nico, soque sua cara até ele parar de ser tão sem noção.


–Então, que assunto misterioso é esse?-----Emily pergunta, claramente desconfiada.

–Você leu o bilhete.-----Digo em tom acusatório, mesmo sabendo que ela tem uma resposta na ponta da língua.

–É claro que li! Sou sua irmã, tenho todo o direito de saber o que está acontecendo, já que você não quer me contar.

–Você não tem direito nenhum. Não sou uma criança de cinco anos que precise da sua proteção, sei me virar sozinha muito melhor que você, e quanto a ao “ assunto misterioso” como você chama, não é da sua conta, o que eu e Nico conversamos não tem nada a ver com você, isso eu te garanto, então eu não tenho que te falar nada.



Para minha surpresa, isso foi o bastante para Emily parar de falar e ficar com os olhos marejados. Fiquei desconcertada quando ela começou a chorar, nunca tinha visto ela desse jeito. Que raios está acontecendo?



–Me desculpe, eu...-----Tento falar, mas ela logo me interrompe

–Imagina, sou eu quem peço desculpas, a vida é sua, não tenho direito de me meter. Ah propósito, tem um lago aqui perto, vá tomar um banho, temos um longo dia pela frente.



Fico tentada a pegar minha faca e forçar essa garota que está se passando por minha irmã a me falar o que aconteceu com ela, mas logo descarto essa possibilidade, jogando a mochila nas costas e indo em direção ao lago.

Eu achava que meu dia não podia piorar.

E, como sempre, eu estava terrivelmente enganada.

Assim que cheguei ao lago, vi uma mulher sentada na grama, quer dizer, não era qualquer mulher, era apenas a mais bonita entre deuses e mortais, também conhecida como minha mãe, Afrodite.

Fiquei tentada a sair dali, sabendo que não conseguiria me conter e começaria a gritar com Afrodite, acusando-a de ter acabado com a minha vida, mas se ela estava ali, então algo estava realmente muito errado.

Me aproximei, sentando ao seu lado. Ficamos em silêncio por um tempo, até ela dizer:



–Você não é a única que está sofrendo.

–Como?

–Emily também não está nada bem.

–Mas ela...-----Ela não me deixa terminar.

–No ano em que você estava no acampamento, e ela estava perdida, ela conheceu um rapaz, Roman, que morreu enquanto lutava contra um ciclope, e hoje era o aniversário dele.



A naturalidade com que ela fala sobre isso, só serve para aumentar a minha raiva. Minha irmã e eu estamos sofrendo pelo mesmo motivo: namorados mortos em uma batalha. E, como se isso não fosse o suficiente, agora meu melhor amigo está apaixonado por mim, e eu estou tão perdida com tudo isso, que tenho vontade de me encolher e chorar.


–A culpa é sua.----- Eu espero que ela me amaldiçoe, mas tudo o que faz é rir.

–Você acha que tudo de mal que acontece a vocês é culpa minha?

–Você fez o meu melhor amigo se apaixonar por mim, mesmo sabendo que eu não vou conseguir esquecer Lee, mesmo sabendo que eu não vou me apaixonar por ele!

–Eu queria te dar uma nova chance.

–MEU MELHOR AMIGO? VOCÊ ME TIROU A ÚNICA PESSOA COM QUEM EU PODIA CONVERSAR!-----Explodo.

–Converse com sua irmã.

–É diferente!-----Encolho-me e começo a chorar.-----Emily nunca me ouviria.

–Você nunca tentou.



Quando me dou conta, estou sozinha de novo.

Agora sim não tem como piorar.


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