As minhas sete ex-melhores amigas. escrita por Rodrigo Lemes


Capítulo 12
Parte II - Deveríamos viver a vida intensamente ao lado de quem amamos.




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Depois de quase uma semana de internação, hoje seria o dia que meu pai receberia alta do hospital. Despedi-me de JP depois de mais um dia chato na escola, e assim que ia chegando ao ponto de ônibus, encontrei Alice tragando um cigarro por lá. Ela parecia me esperar, e vestia a minha camisa do Duende Verde, sob a qual não fez questão de me devolver.

Assim que ela percebeu minha presença, correu até mim, dando-me um beijo na bochecha. Provavelmente ela estaria me esperando por ali, e parecia animada com tudo isso, já que não nós víamos pessoalmente desde o dia em que ela me beijou. Conversamos algumas vezes por telefone e mensagens eletrônicas, e Alice não havia tocado no assunto novamente.

“E aí Dante Collins.” Cumprimentou-me a menina ruiva.

“E aí Alice.” Retribui.

“Eu tô com um pouco de dor de cabeça, será que pode me ajudar?” A voz de Alice estava mole e sua pele soada, o que me fez crer que ela realmente estava passando mal.

“Bom, vamos ir para o hospital então? Eu posso até te fazer companhia lá, já que vou ver meu pai receber alta.”

“Não, tá louco?! Eu tô assim que porque ingeri os analgésicos errados, quase me suicidei sem querer. Se você me mandar pro Hospital, eles vão falar das substâncias que eu ingeri pro meu irmão, daí eu fico de castigo sem fazer sexo por um mês.”

“Imagino como deve ser ruim para Alice Ivanov ficar sem nenhuma transa por uns trinta dias, uma coisa realmente deprimente.”

“Pois é. E então, vamos para onde?”

“Bom, você pode ir pra minha casa. Eu tenho alguns remédios pra dor de cabeça, daí ficamos lá conversando até você se sentir melhor e ir pra casa. Pode ser?”

“Por mim tudo bem, Dante Collins.”

Nosso ônibus demorou um bom tempo para passar, já que a condição dos transportes públicos brasileiros costuma ser deplorável. Durante a maior parte do tempo ficamos conversando sobre coisas não muito importantes, e sobre como aquela teoria de relacionamentos era completamente louca (embora funcionasse).

Nosso papo estava indo bem, até que um homem velho e gordo pendurou-se por nosso lado no ônibus, pedindo um lugar para sentar.

“Aí suas crianças idiotas, deixem-me sentar no banco de idosos.” Gritou o velho, num tom arrogante. Eu não era o tipo de pessoa que se dava bem em discussões sociais, mas tentei manter a calma e a postura.

“Bom, a menina do meu lado não está se sentindo bem, e nós estamos indo para casa. Será que o senhor poderia ficar só um pouco em pé, já que ela não se encontra numa situação de saúde boa?” De certo modo, Alice realmente estava passando mal, sua pele se encontrava febril e sua voz suava mole. Ela não havia feito questão de se intrometer na discussão.

“Bom, eu não quero saber, seus idiotas. Eu acabei de chegar do trabalho e preciso descansar, tenho diabetes e ficar em pé só iria piorar a minha saúde.” Respondeu o homem, apontando o dedo pra minha cara. Naquele momento, não aturei desaforo.

“Mas há outros lugares para você sentar nessa merda, seu idiota! Olha só quantos lugares vazios no fundo, ou você é do tipo de pessoa que só serve pra perturbar os outros? Não é porque você é um velho adoentado de merda que os seus problemas são maiores que os das outras pessoas.”

A essa altura, o velho já havia levantado seu punho esquerdo para me nocautear, até que um jovem negro e alto que transvestia terno conseguiu acalmá-lo. A voz mansa do rapaz soava bem, e depois dele controlar o estado psicológico daquele senhor, agarrei-me as mãos de Alice e desci no ponto mais próximo possível. Não pude deixar de agradecer ao rapaz negro pela ajuda.

“Tá se sentindo bem?” Perguntei à Alice, percebendo que ela girava de tontura.

“Não muito...” Respondeu-me a garota ruiva, com uma voz mole e sem vida.

“Tá bom. Sobe aqui no meu colo que eu lhe carrego até lá em casa, e já deixo você deitada na cama medicada.”

Alice encostou o bumbum em meus braços, enquanto nossos peitos se tocavam e sua mão se passava pela minha nuca.

“Você é meu herói.” Comentou ela.

“Eu faço o máximo que posso.”

Assim que chegamos à minha casa, depositei alguns remédios para dor de cabeça e enjoo na boca de Alice, até que ela expressou uma reação de melhora. A deitei em minha cama para que ela descanse, mas antes de dormir, a menina ruiva sussurrou as seguintes palavras em meu ouvido.

“Não me abandona... Por favor.”

“Eu prometo que não”, respondi, logo após dar-lhe um beijo na testa sardenta.

***

Durante todo o tempo em que Alice permaneceu adormecida, o que durou por volta de umas três horas, eu fiquei jogando videogame e comendo um macarrão instantâneo que havia preparado para nosso almoço. Eu estava com meus fones de ouvido ouvindo a canção ‘The Queen is Dead’ do The Smiths, quando ouvi sua voz falar ao fundo.

“Que merda de música você tá ouvindo?” Perguntou-me Alice, em tom irônico. Ela esfregou lentamente os olhos assim que acabou de acordar.

“Uma música do The Smiths. Eu até te dei um CD deles semana retrasada, se lembra?”

“Ah, eu lembro. Eu até gostei de algumas faixas do álbum, e o resto achei uma porcaria. Enfim, acho que eu tô bem.”

“Bom, pelos palavrões que você anda falando, você deve estar bem mesmo.”

“Estou sim. Tem alguma coisa pra eu comer? Minha fome tá me matando!”

“Tem sim. Vamos lá para a cozinha.”

Alice sentou-se na mesa da cozinha, enquanto eu terminava de servir seu prato de comida. Abri uma garrafa de refrigerante diet, botando em dois copos de vidros para nós tomarmos, até me sentar novamente na mesa para fazer companhia a ela. Depois de devorar a comida rapidamente, a garota ruiva tomou todo o refrigerante num só gole. Encarou-me por longos instantes com seus intensos olhos cor de mel, até retornar a falar.

“Lembra daquele dia em que eu te beijei e disse que gostava de você?” Perguntou-me Alice, passando sua mão esquerda por entre seus cabelos avermelhados.

“Não teria como esquecer, né.” Respondi.

“Você gostou do meu beijo, Dante Collins?”

“É claro que sim...” A essa altura eu já estava envermelhado de vergonha.

“Ah, fico feliz que tenha gostado. Você realmente sabe que eu amo você, não é cara? Tipo, eu amo muito mesmo. Eu não me importo se você não vai querer ficar comigo, ou qualquer coisa do tipo cara, mas de qualquer forma: eu te amo. E esse sentimento não será apagado tão facilmente.” A expressão de Alice estava rígida e sensata, logo ela não poderia estar mentindo.

“Sim, eu sei Alice. Mas você sabe que... Não podemos ficar juntos! Agora que eu namoro a Noelle, isso tudo seria uma espécie de ilusão. Eu não quero machucar ela, você sabe disso. Sei que me ama, e eu também te amo, e espero que um dia possamos ficar juntos. Que eu possa cuidar de você, de seus problemas, te abraçar todas as noites. Dormir com você no sentindo mais inocente da palavra, é claro. Mas esse momento não é agora. E para que precisamos ter pressa?”

“Porque eu posso morrer amanhã. Você pode pegar um câncer terminal, e simplesmente desaparecer do universo. Precisamos viver a vida intensamente Dante Collins, e você sabe disso! Tome como exemplo os meus pais, que morreram novos e cheios de sonhos não realizados. E eu não quero morrer sabendo que não fiquei ao lado do amor da minha vida.”

Eu não tive tempo para pensar numa resposta, pois nesse exato momento Alice está no meu colo me beijando. Não suportei aquela ideia de que eu talvez estivesse traindo Noelle, que eu estava me tornando o tipo de cara babaca que sempre odiei. Mas aquela garota ruiva era um vulcão, enquanto o resto das pessoas não passava de uma fogueira. Ela tirou seus jeans e calcinha atirando-os ao chão, ficando totalmente nua encima de meu pênis excitado. Pousou minhas mãos por de baixo da camisa do Duende Verde, onde pude sentir os seios. Alice pegou suas mãos e abriu o zíper de minha calça, tirando meu pênis da cueca e sentando-se em cima dele.

“Eu não posso fazer isso... É traição!” Sussurrei, a voz soando calma e macia por conta do prazer sexual que percorria meu corpo.

“Cala a boca e começa a me foder gostoso, seu viadinho!” Arfou Alice, depois de dar um beijo em meu pescoço que me deixou completamente arrepiado.

Aquela menina ruiva era muito boa com esses lances sexuais, enquanto eu só era uma palerma que traia a sua namorada. Eu sei que amo Alice, mas isso está fugindo do controle, pois eu não a forcei a transar comigo. O lado bom de tudo é que caso eu vire mendigo, ou coisa do tipo no futuro, posso ganhar dinheiro como ator pornô.

“Você faz bem gostosinho...” Comentou Alice.

“Tá... Mas vamos parar, pelo amor de deus, não estamos usando nem preservativo! Fora que eu estou traindo a minha namorada.”

“Ah, foda-se a sua namorada, foda-se os preservativos. E você nem gozou ainda, então eu não vou parar.”

Eu queria lutar contra o instinto sexual masculino. Sinceramente, eu queria, mas não consigo e não posso parar! Se fosse outra menina menos sexy que ela, talvez eu conseguisse resistir. Mas era Alice, o sonho de consumo de todo garoto adolescente, uma das garotas mais gostosas da cidade. E nada daquilo faria sentido nesse momento, nada mesmo.

Estávamos quase atingindo o orgasmo quando ouvi o som da porta bater. Uma voz feminina falava ao fundo, e como não obtinha respostas sem serem os gemidos sexuais, ela abriu a porta dirigindo-se até a cozinha. A voz feminina era de Noelle, e agora ela não vê nada mais do que uma garota nua encima de seu namorado praticando sexo.

Não posso deixar de lhe dizer que certamente estou me sentindo o maior bosta do mundo nesse instante.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, tudo bem?
Bom, primeiramente gostaria de agradecer aos leitores por estarem acompanhando a fanfic, estou muito feliz de ter conquistado um público.

Sobre a questão do sexo, sei que muitas vezes acabo por exagerar nesse sentido, mas é uma coisa que faz parte do enredo da história. Logo, toda cena sexual tem uma importância extrema para o desfecho de tudo. Só estou avisando para que algumas pessoas não reclamem depois, rs.



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