As minhas sete ex-melhores amigas. escrita por Rodrigo Lemes


Capítulo 10
Parte II - A primeira namorada, a primeira vez, o último talvez.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, desculpa por não ter postado há seis dias. Andei com um bloqueio criativo, mas a fanfic já retornará a ativa, aguardem! rs



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Assim que abri meus olhos sorrateiramente, despertando de um sono não tão profundo, vi uma visão embaçada de meu pai. Esfreguei meus olhos remelados para enxerga-lo melhor, e assim que fui sentar na cama, ele me olhou fixamente. Os olhos acinzentados estavam profundamente encarados em minha visão, me regulando. Eu já conhecia aquele olhar, e certamente ele não representaria uma coisa boa.

“Dante Collins, eu não quero que você diga nada, e só responda as minhas perguntas. O que um maço de cigarros está fazendo na sua calça jeans?” Perguntou-me papai, passando a mão em seus cabelos de nervosismo.

“Você já sabe a resposta, pai. Porque está perguntando?” Respondi, ironicamente. Não posso deixar de me sentir mal por decepcioná-lo, mas ele também fumava, então não poderia vir dando sermões.

“Eu achei que você não fosse tão idiota há ponto de fazer isso. Sabe que vai ficar de castigo, né? Não me entenda mal, mas ultimamente eu fiz tudo por você Dante, e não recebi nada em troca.”

“Ah, tá, que merda de castigo. Pai, você precisa me deixar viver, e foi agora que eu descobri o que era o mundo. Que eu saí da minha vidinha pífia e superprotegida, da qual a maior emoção era correr atrás de um ônibus. O senhor sabe disso. E também não é uma pessoa a qual se espelhar, sendo tão viciado quanto eu.”

A essa altura, meu tom de voz estava brevemente alterado e esbravejante.

“Eu te entendo, Dante. Eu sei o que é ser adolescente e viver, mas a sua vida não será esse mar de rosas para sempre. E, por favor, não altere o tom de voz comigo! Eu sou se pai!”

“Nossa, jura mesmo que você é meu pai? Pensei que fosse a minha mãe, mas é, esqueci que ela tá morta num caixão. Que merda de vida!” Esbravejei, levantando-me da cama e botando uma bermuda jeans e uma camisa preta. Enchi minha mochila com várias roupas que eu gostava de usar, peguei meu dinheiro que estava guardado (o que não era muito), e saí rumo à porta. Estava chateado demais, sendo tomado pelo impulso de vivência.

“Aonde você vai?” Perguntou-me papai, assim que me viu saindo pela porta.

“Um dia você saberá.” Respondi, sendo curto e grosso, batendo o portão na cara dele.

Dessa vez, ele não me impediu de seguir meu destino.

***

Não havia outro lugar para eu ir sem ser a casa de Noelle, e embora eu não achasse que ficaria muitos dias por lá, depender dos outros não era uma coisa boa. Bati duas vezes na porta de madeira, e quando já ia efetuando o terceiro toque, ela enfim me entendeu. Vestia uma camisa larga e preta do Guns ‘N’ Roses que lhe cobria até as coxas, e aparentemente estava só de calcinha. O cabelo preto e cacheado estava bem bagunçado, e ela possuía uma cara de sono recém acordada, o que a deixaria ainda mais sexy.

“Hum... E aí, Noelle. Será que eu posso entrar?” Perguntei à garota com olhos cor de oceano, que aparentemente não estava muito surpresa com minha presença.

“Ah, já até imagino o que aconteceu. Pode entrar sim, mas antes preciso vestir uma roupa de verdade, estou horrível assim.” Comentou ela, acanhada com a aparência desleixada.

“Que nada! Você fica até mais sexy assim, e tal. Se você se arrumar ficarei decepcionado.”

“Sério mesmo?” A essa altura, ela já estava com um sorrisinho malicioso na boca.

“É sim.” Confirmei, retribuindo o sorriso com a mesma malícia.

Durante todo o resto da manhã, fiquei jogando conversa a fora com Noelle, e ela me deixou permanecer em sua casa até que sua mãe retornasse de viagem. Depois de comermos torradinhas com presunto e queijo, ela deu um gole no café, e logo tornou a falar um assunto importante.

“E aquele negócio de reconquistar as ex-melhores amigas, com a Alice e tal, foi por água a baixo?”

“Foi sim. Quer dizer, eu não vejo mais graça nisso! Não é algo que me perturba, ficar ansioso para ter uma namorada, ou uma transa. Prefiro deixar as coisas rolarem naturalmente.”

“Hum, eu entendo Dante. Também penso da mesma forma que você. Mas agora me responda uma pergunta, mas seja sincero, ok? Você gostava da Alice, bem no fundo, né? Isso se ainda não gostar dela.”

Noelle havia me encurralado em suas próprias palavras, no qual eu teria que responder com completa sinceridade. Não tinha como simplesmente ignorar a pergunta, ou tentar fugir dela. Passei a mão em meus cabelos cacheados, espetando-os para traz, até ter pensar numa resposta sincera.

“No começo, sim. Eu achava que poderia mudar ela, e que Alice acabaria gostando de mim, coisa do tipo. Mas, no fundo, era tudo uma ilusão escrota. Não havia como nós ficarmos juntos, não havia como!”

“Ah, sim. Já esperava essa resposta. Mas, você já conseguiu esquecer ela completamente?” Perguntou-me Noelle, remexendo os cabelos cacheados que lhe caiam até o seio.

“Não muito. Ainda estou um pouco chateado.” Respondi, abaixando a cabeça. Deixei pequenas lágrimas salgadas escorrerem de meus olhos, mas logo retornei a postura. Noelle mordeu os lábios em tom sedutor, e logo retornou a falar.

“Eu posso fazer você esquecer ela.”

“Ah, sério? Vai me mandar pra terapia, ou coisa do tipo? É óbvio que nada disso funcionará, no fundo é tudo uma ilusão, e depois eu voltarei a ficar triste.”

“Não, seu besta.”

E então Noelle levantou de seu lugar naquela mesa rústica, ficando em pé ao meu lado. Olhei sentado para cima, e ela estava com a barriga encostada em minha cabeça, me encarando com seus intensos olhos azuis. Passou sua mão gélida pelo meu rosto, acariciando-o, e depois sentou-se encima de mim. Era tão excitante vê-la encima de mim, tão puro, tão doce.

Me fitou novamente, mordendo os lábios sedutores. Tirou toda a roupa de cima, ficando somente de calcinha. Segurou minhas mãos magras, as encostando em seus seios grandes e macios. E então ela começou a me beijar com as roupas, e depois sem as roupas, até que já havíamos feito tudo que não poderia envolver a parte de baixo. Levou-me ainda nua para seu quarto, até que ela ficasse completamente pelada encima de mim, encostada em meu peito.

“É maior do que eu pensava.” Comentou Noelle, referindo-se ao tamanho do meu pênis.

“Hum, sério?”

“Sim, sério, Dan. Você é muito bem dotado. Agora fala menos e aproveita mais!”

Desde então, Noelle encostou os seus dedos em meu pênis, fazendo movimentos de vai e volta. Certamente, ela estava me masturbando (eu já havia feito isso algumas vezes), e depois de pelo menos cinco minutos, eu havia tido meu primeiro orgasmo com uma pessoa que não fosse a minha mão. Pelo fim da tarde, eu só desejaria uma coisa: ficar deitado com Noelle pelo resto de minha vida. No sentido mais inocente da palavra, pois ela me fazia tão bem quanto o mel fazia as abelhas.

***

Passei o resto daquela tarde fria tentando ligar para meu pai da casa de Noelle. Hoje a oficina estaria fechada, o que faria com ele ficasse o dia inteiro em casa, e esse negócio dele não atender as minhas ligações estava deixando-me um pouco preocupado.

“Espera um pouco Dante, ele já vai atender. Deve ter saído para resolver alguma coisa, sei lá, não fica preocupado.” Comentou a garota de olhos claros, agarrando minha cintura e depositando seu rosto em minhas costas. Acho que agora estamos namorando (ou será que não seria esse o termo certo?).

“O que acha de irmos até minha casa? Só para conferir se ele está bem, e tudo mais?” Sugeri.

“Bom, por mim tanto faz.”

Vestimo-nos rapidamente com algumas roupas de frio, já que o sol já se punha e as noites invernais costumam ser quentes por aqui. Ajeitei minhas luvas rasgadas em meus dedos magros , dei a mão para Noelle, e então abrimos a porta de sua casa. Como o percurso não duraria mais do que três quadras, não tivemos muita pressa para andar. Durante o caminho, retornamos a conversar.

“Hum... A gente tá namorando, Noelle?” Perguntei a ela, um sorriso meio bobo saindo de meus lábios.

“É lógico que sim. Ou você já tá pensando em terminar comigo?” Comentou ela, soltando uma risada sarcástica.

“Não, não! Quer subir de cavalinho nas minhas costas, até o caminho de casa? Sei que sou fraco, mas você não é gorda, então posso te aguentar.”

“Isso não seria escravidão?”

“Não. Seria uma demonstração de amor, ou paixão. Os casais alegres fazem isso!”

“Mas não somos qualquer casal.”

“Ah, para de chatice e sobe logo.”

E então, Noelle apoiou-se em minhas costas magras, traçando seus braços em meu pescoço, enquanto eu segurava suas pernas. O céu já emitia pequenas garoas de suas nuvens, e nossos cabelos estavam molhados, assim como nossas roupas e sapatos. Mas não nós importávamos com isso, pois éramos um casal feliz, e uma das melhores sensações do mundo é você ficar na chuva e sentir o vento gélido e sensato tocar em seu rosto. É o tipo de momento que te faz sentir único e especial no universo.

Assim que chegamos à porta de meu apartamento, Noelle desceu de minhas costas.

“Gostou de cavalgar um pouquinho?” Perguntei, virando o rosto e sorrindo para ela.

Ela só assentiu com a cabeça.

Depositei a mão nos bolsos de minha calça jeans para ver se eu havia levado a chave, mas acho que na pressa e impulso psicológico esqueci-me de trazê-la.

“Que merda, eu esqueci a chave! Que merda!”

“Calma, Dan. Acho que a porta tá aberta.” Comentou Noelle, girando a maçaneta até que ela se abrisse.

Assim que botamos nossos pés lá dentro, senti um cheiro de cigarro e bebida muito forte, embora não houvesse nenhuma presença humana por ali. Corri diretamente para a cozinha, até encontrar duas garrafas de vodka esvaziadas ao lado de um cinzeiro cheio de guimbas sob a pia.

“Ele costuma beber e fumar tanto assim?” Perguntou-me Noelle.

“Não que eu me lembre.” Respondi.

A essa altura, senti o telefone tocar. Não pensei duas vezes, e com o coração saindo pela boca, corri com vários tropeços até a sala. Atendi ao telefone em poucos segundos, ainda com falta de ar. Do outro lado da linha era Alice, e ela parecia afobada e entristecida, como costumava ser.

“Dante Collins, tenho uma péssima notícia para você. Mas, por favor, não faça nenhuma besteira até eu chegar aí!”

Naquele exato momento, eu desejei ser surdo.


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Notas finais do capítulo

- Peço desculpas se a cena do sexo ficou escrota, tentei deixá-la o menos escrota possível, ou algo do tipo.



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