Annielisy Primores P.O.V's

– Annielisy! – ouvi o grito de minha tia de dentro da casa.

– Que é? – bufei com raiva, eu queria observar a lua, que estava linda. Uma lua cheia toda iluminada, em um céu cheio de estrelas.

– Vem aqui agora! – gritou de volta sem responder a minha pergunta. Bufei novamente e entrei em casa. – Nossa, você está toda suja! Parece um porco. – ela falou nem um pouco indelicada e eu a olhei de esguelha, com raiva.

– Como é que é?

– Não importa. – ela fez um gesto de desdém com a mão e prosseguiu: – O que importa é que você irá para a casa dos Sakamaki agora, pegue as suas malas, seu tio te levará.

– Mas eu não ia amanhã? – perguntei confusa dando pequenos passos em direção à escada.

– Ia, mas decidimos que você irá hoje, e pare de reclamar e ande logo.

Terminei de subir as escadas e entrei no meu quarto, exausta. Peguei as minhas malas que se encontravam em frente à cama. Apenas troquei de roupa, colocando uma saia preta, meia calça também preta, sapatilha branca e uma blusa de manga comprida cor de grama.

Desci cabisbaixa. Meu tio e a minha tia me esperavam do lado de fora, os dois com uma expressão feliz por estrem se livrando de mim.

– Por que a demora, pirralha? – meu tio pergunta, arrebitando ainda mais o nariz de vassoura de tão grande que é.

– Não lhe interessa, narigudo. – ele deu de ombros, estavam acostumados com esses apelidos. Entrei no carro, minha mala estava leve, então foi fácil colocá-la rapidamente.

Meu tio deu partida com o carro e começou a correr loucamente, e em questão de minutos estávamos no portão da mansão.

Suspirei e saí do carro, desci a mala, meu tio apenas disse um "até nunca mais, pirralha" e partiu de volta para a sua casa.

Olhei para o portão e arqueei uma sobrancelha. Uma garota estava brigando com outro, este, maior que ela.

Ela tinha cabelos brancos que caiam como uma cachoeira por suas costas, indo até o começo das coxas. Vestia uma saia azul e uma regata branca, estava descalça. Percebi que seus olhos eram vermelhos, mas não acho que ela era uma vampira. Mas tinha certeza que o garoto era, já que sempre que tinha uma brecha, lambia o pescoço da garota, que gritava e dava mais birra.

Decidi ouvir um pouco mais da discussão dos dois.

– Nunca mais me faça visitas enquanto eu durmo à tarde! – reclamava a garota, apontando para o garoto com ar acusador.

– Ah, cale a boca. Eu estou me controlando para não beber o seu sangue agora. Ele está me deixando louco! – o garoto irritou-se, pegou os dois braços da garota, impedindo-a de movê-los, aproximou mais e mais, mas quando iam se beijar, a garota se abaixou, se desvencilhou de seus braços e correu para dentro da mansão. O garoto riu e foi atrás dela.

– Sabe que é feito ouvir a conversa dos outros, Bitch-chan? – ouço uma voz atrás de mim. Me viro rapidamente assustada e vejo um garoto com um sorriso maliciosonos lábios.

– Eu não estava ouvindo a discussão deles! – tentei defender-me – Eu estava chegando e sem querer ouvi a conversa!

– Não tem importância. – ele balançou a cabeça. – Você deve ser a segunda noiva. Siga-me.

Saiu andando em direção ao hall de entrada, apenas o segui. Subimos as escadas para o segundo andar.

Lá, a garota que eu vi agora à pouco, entrava em seu quarto e batia a porta com violência, assustei-me.

– Ela só está aqui à algumas horas e já descobrimos que é meio pavio curto. – o garoto pareceu ler os meus pensamentos. – Aqui o seu quarto, bitch-chan.

– O meu nome é Annielisy! Não bitch-chan! – me irritei.

– Não interessa, bitch-chan. – ele falou e depois desapareceu. Bufei e entrei no quarto, logo escancarei a boca.

Tinha uma cama de casal, de madeira, mas com pequenos ornamentos no que pensei serem de ouro. Era coberta por um lençol branco e lilás. Tinha um pequeno armário e uma escrivaninha ao lado esquerdo da cama.

Abri minhas malas e comecei a guardar as roupas dentro do armário, até que sou interrompida com a porta sendo aberta. Olho para a mesma e aquela garota estava com uma expressão indecifrável no rosto.

– Oi... – não sabia o que falar, estava tímida.

– Oi, qual o seu nome? – ela perguntou, simpática dando um sorriso. Pois é, as aparências enganam.

– Annielisy, mas me chame de Annie. – sorrimos.

– Me chamo Akemi e não tenho apelidos. – começamos a gargalhar, mas algo solta um muxoxo na porta e olhamos para a mesma. E aquele garoto que a Akemi estava brigando uns minutos atrás olhava-nos de cima para baixo.

– Quem te deu a permissão de deixar a Sua Santidade sozinho no quarto? – perguntou arqueando as sobrancelhas.

– Não preciso da sua permissão. – Akemi respondeu, curta e grossa.

– Olha aqui... – ele começou a repreende-la.

– Olha aqui o caramba, Ayato-kun! Vai chupar o sangue de alguém por aí! – ela falou com raiva e o ignorou. Ele saiu com fumaça saindo pelas orelhas, literalmente.

– Nossa, como você tem a coragem de enfrentar um vampiro? – perguntei e ela deu de ombros.

– Só tenho coragem de enfrentar o Ayato-kun mesmo, ele é muito grudento e insisti em dizer que sou dele, só porque foi o primeiro a me ver. – revirou os olhos vermelhos.

Terminei de arrumar as minhas coisas com a ajuda de Akemi. Ela era uma pessoa legal e eu acho que seríamos amigas.

– Vamos descer? Já vão servir o jantar. – ela perguntou e eu apenas assenti. Descemos e no meio do caminho, ouço um grito fino de Akemi e olho para trás.

Aquele tal de Ayato à agarrou com uma mão pela cintura e com a outra em seus cabelos. Virou um pouco o seu rosto, deixando o seu pescoço à mostra. Arqueou um pouco a cabeça para trás e logo depois mordeu o pescoço de Akemi, esta tentou se soltar, mas ele não deixava e ela já choramingava.

Depois de um tempo ele a soltou e ele cambaleou até mim, cobrindo a marca com a mão. Olhou assustada para o Ayato e este, normalmente, respondeu:

– Eu tinha que puni-la por isso hoje. – deu um sorriso sádico, pisquei os olhos e ele havia desaparecido.