Narrador P.O.V's

– Mas papai!– a jovem garota fez uma birra inútil– Eu não quero ser noiva de... de...

– Um vampiro.– o senhor já de idade revirou os olhos e a filha bufou– Mas você vai ser.

– Por que eu? Por que a Aya não vai?

– Eu conversei com o chefe da família, mandei duas fotos e você foi considerada mais bela que Aya.– a jovem brava olhou de relance para a irmã que estava dormindo no sofá. Seus cabelos brancos extremamente curtos, acima da nuca e repicados, estavam grudando na testa e essa estava com a boca entre-aberta.– Akemi... você acha que eu gostaria de estar lhe mandando para lá?

– Sim!– a garota balançou a cabeça.– Você passou a me odiar desde de que a mamãe morreu!– saiu correndo, subiu as escadas e entrou em seu quarto, exausta.

Suspirou tristemente e olhou o seu quarto que estava todo arrumado.

Sua cama coberta com um lençol de seda branco, com pequenos círculos de veludo cor de vinho.

– Eu não aguento mais isso!– Akemi se jogou em sua cama, colocou o travesseiro no rosto, e o apertou dando um grito surdo. Essa era a forma de ela descontar sua dor e raiva do pai.

Depois de um tempo deitada, Akemi se levantou e começou a arrumar as suas malas. Ele a queria fora? Então ele a teria fora.Para sempre.

Alguém bateu na porta e Akemi falou um "entre", indiferente. Era o seu pai.

– Já está pronta?– perguntou formalmente.

– Estou.– a garota suspirou, pegou sua mala e saiu do quarto sem esperar nada.

O pai guiou-a até o carro que a esperava do lado de fora. Era Aya quem a levaria. Akemi sorriu, apesar das brigas, amou ter ela como a última pessoa que veria antes de ficar presa naquela mansão.

– Tá parecendo uma tapada aí olhando para o nada.– Aya tirou Akemi de seus devaneios e sorriu.– Quer ajuda?

– Não. Eu consigo.– Akemi fez força e depois de tanto tentar conseguiu, finalmente, colocar a mala no banco de trás do carro. Entrou no mesmo e a irmã partiu.

A viagem foi em completo. Depois de cerca de minutos chegaram a mansão, que era afastada da civilização e entre a floresta. A irmã parou na frente do enorme portão e Akemi desceu, tirou sua mala e seguiu para a irmã.

– Vai ficar bem?– perguntou, preocupada com a caçula.

– Na medida do possível.– as duas riram.

– Já vou!– Aya entrou no carro e deu partida, deixando Akemi olhando para o nada. Ela sabia que nenhuma das duas queria falar um "adeus" e nem um "até logo", mesmo sabendo que nunca mais se veriam.

Logo começou a chover. Akemi suspirou, pegou sua mala e foi dando pequenos passos em direção ao hall de entrada. Não estava com pressa.

Mas antes de entrar parou na frente de uma roseira, ela amava flores. Estas eram vermelhas como sangue, estavam totalmente abertas.

Akemi pegou uma flor pelo seu cabo, mas logo se machucou com um espinho e pequenos cortes se abriram em sua mão, começando a sangrar.

Suspirou e largou a flor, indo para a porta da frente.

Toda molhada, bateu na porta, uma, duas, três vezes. Minutos depois a porta é aberta e, hesitante, Akemi adentra na mansão. A primeira coisa que faz é observar o local.

Tinha uma escada grande e larga bem à sua frente, era coberta por um tapete felpudo de vermelho. As paredes eram brancas, com alguns mesclados de amarelo opaco.

– Quem é você?– ouviu uma voz rouca falar ao seu ouvido e arregalou os olhos, assustada. Se virou lentamente para trás e encontrou um jovem com aproximadamente a sua idade, pela aparência, pelo menos.

Tinha cabelos ruivos curtos e repicados, totalmente bagunçados. Olhos verdes cor de verde sálvia. Um sorriso sapeca brincava em seu rosto, enquanto olhava para Akemi.

– Você é muito bela sabia?– lambeu a pescoço pálido de Akemi.

– Não faça isso!– exclamou a garota e se afastou do ruivo, mais desesperada.– Quem é você?

– Eu fiz essa pergunta primeiro.– o ruivo se aproximou lentamente de Akemi, e a mesma dava passos rápidos para trás. Mas logo sentiu um baque contra a parede. Olhou para os lados afim de buscar uma saída rápida antes que o ruivo a encurrala-se. À direita era apenas um corredor escuro, e à esquerda era a escada.

A opção da esquerda era mais "confiável". Correu para lá, mas antes mesmo de começar a subir os degraus, sentiu braços lhe agarrando pela cintura e logo depois a empurrando para o chão.

Akemi caiu no chão e seus longos cabelos brancos caíram-lhe sobre o rosto.

O ruivo se agachou e, com uma mão, tirou a mecha de cabelo do rosto de Akemi. E passou a observa-lhe o corpo e o rosto.

A jovem garota possuía um corpo na medida certa. Seios medianos, cintura fina e coxas meio grossas.

Tira grandes olhos em uma cor vermelha, mas não era uma vampira, era apenas um mera humana.

Sua pele era pálida e se marcava facilmente.

– O que faz aqui?– o ruivo se deitou sobre o corpo de Akemi, enquanto a mesma se debatia, mas o jovem era mil vezes mais forte.

– Ayato, eu já lhe avisei! Leve as suas atividades para o quarto.– o ruivo, chamado Ayato, saiu de cima de Akemi bufando. E a jovem pode ver quem era a sua salvação. Outro garoto com os cabelos pretos rajados de cinza, olhos vermelhos mediados de púrpura e que usava óculos.– Quem é você?

Akemi se levantou e se arrumou devidamente.

– Me chamo Akemi Takono. Meu pai, Tékio Takono disse que eu era a nova noiva de um dos jovens que residem aqui.

– Ah, sim!– o de óculos falou e deu um sorriso macabro.– Siga-me.– Akemi assentiu e começou a seguir o homem, e Ayato lhe seguia de perto, às vezes lhe assediando e as vezes dando pequenos risinhos.

Logo chegaram numa sala, vazia. Akemi arqueou a sobrancelha e logo iria questionar o porquê de estar ali, mas não pode fazê-lo, pois um garoto ruivo de cabelos mais longos, acima dos ombros, olhos verdes cor de grama e com um chapéu preto com uma faixa vermelha na cabeça.

Ele deu um sorriso malicioso, segurou o queixo de Akemi e o virou lentamente para o lado, dando-lhe a visão perfeita de seu pescoço virgem.

– Alimento?– perguntou à Ayato e em seguida deu uma longa lambida em seu pescoço. A garota também se afastou dele e fez careta.

– Não.– Ayato respondeu sem delongas e se jogou na poltrona mais próxima.

– Então para quê ela serve?– o de chapéu questinou.

– Ela é uma das seis noivas que terão de ser escolhidas por nós.– Ayato revirou os olhos.

– Então ela é uma das novas bitch's-chan?

– Primeiro: eu nem queria estar aqui. Segundo: não sou "bitch-chan" nenhuma! E terceito: Por que não some?– Akemi se irritou.

– Bem que poderia desaparecer mesmo.– um garoto de cabelos brancos como a de Akemi apareceu perto da mesa de centro.

Seus cabelos brancos eram curtos e repicados e seus olhos vermelhos.

– Essa garota aí é a sua versão feminina, Subaru.– outro garoto deitado no sofá respondeu.

Ele tinha olhos azuis e cabelos louros rajados de platinado nas pontinhas.

– Cale a boca.– o garoto de cabelo branco se irritou e olhou para mim com expressão de ódio.– Quando você vai embora?

Abri a boca para responder, mas um garoto de cabelos roxos apareceu na sala segurando um urso de pelúcia, sem um olho.

– Ah, olá, garota.– ele falou gentil.

– Olá...

– Kanato.

– Olá, Kanato-kun.– ela falou sorrindo e ele retribuiu. O de óculos interrompeu.

– Tá, seu que já sabe o nome de alguns, mas irei repetir.– assenti.– Ayato-kun.– apontou para o garoto que a pouco havia tentado agarrar Akemi logo quando entrou.– Raito-kun.– era o garoto de chapéu.– Kanato-kun.– o garoto com o urso de pelúcia sorriu.– Subaru-kun.– se dirigiu para o garoto de cabelos brancos, que ainda guardava aquela expressão de raiva.– Shuu-kun.– dessa vez era o garoto deitado no sofá com fones de ouvido, o de olhos azuis.– E eu, Reiji.

– Tudo bem.– Akemi olhou para todos, um por um.

– Espero que aproveite a sua estádia aqui, Akemi-chan. Você não escapará de nós.– Reiji sorriu de forma doentia.

– Nem você e nenhuma das outras noivas.– Raito falou rindo.