"Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela". (Paulo Coelho).

– Não! – Alec estava alterado, pelo jeito ele não iria concordar com a ideia de Jasper.

– Alec – o chamei.

Seus olhos rubros vieram em minha direção, segurei sua mão coloquei sobre meu peito para que pudesse sentir meu coração pulsando e então percebi que sua fisionomia mudou.

– É apenas para ele me carregar – expliquei.

– Não pode ser outro? – ele revirou os olhos.

– Alec – o chamei.

– Está bem – concordou.

Lá estava Jacob parado fitando nos dois juntos, Alec me abraçou dando-me um beijo demorado e com isso não pude deixar de sorrir. Caminhei até Jacob desajeitada devido ao meu ferimento em minha perna, podia sentir os olhos de Alec sobre minhas costas e de Jacob na minha frente.

– Oi – sua voz saiu nervosa.

– Olá – sorri de lado.

Seus braços passaram por mim. Fiquei em seu colo forte e estava envergonha por isso, fitei Alec pelo canto dos olhos e pude ver sua cara de ódio e não pude deixar de me sentir mal. Respirei fundo e pensei em coisas positivas.

– Anda logo. – A voz de Alec saiu com raiva.

– Ai vai um pouco de fedor de lobo.

No inicio Jacob correu alguns metros e tive de me segurar em seu ombro com medo de cair, logo ele parou e começou a caminhar tranquilamente. Era estranho estar tão próxima dele e longe de Alec e mesmo depois daquela confusão e me sentia mal por manter esse contato “próximo”.

– Obrigada – sussurrei.

– Por? – seus olhos fitaram os meus.

– Por me salvar. E por ajudar.

– Não foi nada – sorriu fraco. - Não precisa ficar brava comigo – Ele continuou.

– Não estou brava com você. – fui sincera.

– Eu não tive um Imprinting por você – fiquei em silêncio sentindo aquela vontade de sair correndo em direção á Alec. Por que estávamos tendo aquela conversa? Eu jurei que nunca mais iria querer saber de qualquer assunto relacionado a outro lobisomem durante minha breve vida como humana-doente.

– Como você pode ter certeza? – fiquei fitando o nada.

– Por eu que já vi isso antes. É diferente. – ele fez uma pausa. – O impirinting é algo incondicional... É um amor.

– É bom saber isso. – revirei os olhos.

– Porém temos uma ligação – sorriu de lado mostrando seus dentes brancos. O empurrei e me soltei do seu colo caindo sentada de bunda.

– Eu não tenho ligação nenhuma como você! – levantei-me com dificuldade.

– Você não entende mesmo – Jacob alterou sua voz.

– Não! – respondi. Coloquei a mão minha boca tampando a mesma só que era tarde, esse momento Alec já deve ter ouvido minha voz alterada e Jacob parecia nervoso podia ver seus músculos se contraindo e sua respiração pesada.

– Então me deixa explicar – colocou suas mãos em meus braços.

– Explica! – Minha paciência já estava acabando.

– Eu sou seu protetor! – fiquei paralisada.

– O meu... O que? – pisquei varias vezes vendo seu rosto.

– Alguns lobos nascem com o gene. – foi quando Alec empurrou Jacob contra uma árvore o mesmo deu um salto transformando-se em um lobo gigante.

– Você está bem? Ele fez algo? – estava em choque. Alec me balançava de um lado para o outro.

Enquanto Alec tentava me despertar do meu transe Jacob se aproximava para tentar atacar ele. Foi tudo muito rápido em questão de segundos eu estava jogada no chão e Jacob sobre Alec tentando morder sua cabeça. Corri com muita dificuldade para afastá-los. E Jacob como impulso me empurrou com sua enorme pata direita e senti suas unhas rasgando minha pele – coloquei minha mão sobre o ferimento o sangue escorria sobre meu corpo lavando-me toda, minha visão ficou turva e meu corpo mole, senti uma enorme fraqueza e não conseguia me segurar... Cai sobre o chão duro. As lagrimas já lavavam meu rosto e o desespero tomava conta.

– REBECCA – Alec correu em minha direção. E senti sua mão em minha cabeça.

–Ta doendo muito – as lagrimas não param de descer.

Fitei o ferimento em meu braço e vi que eram três cortes profundos, tinha muito sangue e Alec estava desesperado. Jacob tinha retornado a sua forma humana e agora estava ao meu lado e também estava sem reação. Escutei o celular de Alec tocando o mesmo atendeu.

– Alice? Sim... Não... Ok. Estamos esperando - Então Alec desligou o celular.

– O que a anã de jardim queria? – Jake perguntou.

– Nada, que te interesse cachorro. – Alec foi grosso.

–Parem vocês dois – pedi.

Os dois ficaram em silêncio e nesse instante já podia sentir minha cabeça rodando novamente.

– Becca... – Jacob me chamou. – Fique acordada... Não durma.

– Rebecca – Alec me abraçou. – Amor volta pra mim.

Meu corpo estava fraco, era impossível poder respondê-los e minha mente estava apagando aos poucos.

– Me perdoa... – Jake sussurrou. – Era para eu ser seu protetor.

Acordei dentro de um quarto. Esse quarto não era o do hospital ele parecia de uma clinica e era diferente. Fitei os lados percebi que era a biblioteca dos Cullen que agora parecia uma semi-intensiva. Alec estava sentado ao meu lado e passei a mão em seu rosto que estava machucado.

– Você se machucou. – comentei.

– Estou bem, estávamos apenas brincando. – sorriu de lado. Tentando fazer graça.

– Rebecca – Bella se levantou.

– O que aconteceu? – perguntei fitando Dr. Carlisle.

– Você teve uma carga muito grande de estresse e acabou desmaiando. Seus ferimentos foram profundos, porém nada que não possa se recuperar. Seus sinais vitais estão bons e sua saturação normal. – respirei fundo.

Fitei o ferimento em meu braço e estava com uma cara feia. O meu braço estava inchando, dolorido, vermelho e saindo um pouco de sangue. Minha vontade era de chorar eu sempre acabava estragando tudo.

– Jacob não me machucou – falei para Alec. – Ele estava me explicando apenas.

– Eu ouvi você gritar – se defendeu.

– Eu sei... Mais eu estava bem. Não precisavam brigar entre si.

– Agora vai brigar comigo? – Alec se levantou.

– Não. Não... Você não esta entendendo. – fitei seu rosto pálido.

– Me deixa sozinha com ela? – Bella pediu.

Alec nada disse apenas saiu do quarto. Bella me abraçou e respirou pesado.

– Tem que tomar cuidado Becca.

– Eu sei – comentei triste.

Podia sentir as pesadas lagrimas se formando em meus olhos, a vontade de chorar era enorme e eu não tinha como conseguir segura-las. Abracei Bella com força.

– O que aconteceu? – Bella limpou as lagrimas do meu rosto.

– Jacob estava me explicando o que era essa ligação, me apavorei e fiquei nervosa. Alec veio e começou a brigar com Jacob. – Fiz uma pausa tentando me acalmar estava muito nervosa. – Tentei separar os dois e Jacob se querer me atacou. – mostrei meu braço para Bella que ficou furiosa.

– Aquele lobo... Como ele pode fazer isso com você? – parecia que a qualquer momento ela iria bater em Jacob.

Foi quando a porta da semi-intensiva (biblioteca) e Jacob entrou no quarto. Seu rosto não estava nem um pouco alegre. Ele estava usando uma bermuda jeans e uma camiseta preta como de costume.

– O que faz aqui? – Bella foi grossa.

– Vim conversar com a Rebecca – ele respondeu baixo.

– Você não é bem-vindo aqui – foi quando “cortei” Bella.

– Pare Bella. – pedi. – Chega de confusões por hoje.

Então Bella saiu do quarto fechando a porta com força. Podia jurar que se ela fosse uma vampira ela teria entrado em uma “briga” com Jacob agora mesmo. Fitei Jacob e percebi que ele não estava bem com a situação – Ele estava envergonhado e arrependido pelo ocorrido.

– Rebecca... Desculpe-me – pediu.

– Jake... Esta tudo bem. – sorri fraca.

– Não. – ele andava de um lado para o outro e isso me deixava angustiada.

– Posso pedir uma coisa? – ele me fitou.

– Pode.

– Para de andar de um lado para o outro, isso me deixa nervosa – então ele sorriu.

Jacob puxou a cadeira e sentou-se ao meu lado. Arrumei-me na cama para podermos conversar direito.

– Não queria ter te ferido, fui tudo um acidente e você saiu assim por culpa minha. – Jacob disse.

– Esta tudo bem, está bem de verdade. – sorri.

– Nem terminei de explicar sobre... – não deixei terminar.

– A historia de ser meu “protetor”.

– É que alguns lobos nascem com gene. – fez uma pausa. – Alguns têm a febre, outros imprinting e poucos essa ligação.

– E... Como é isso? – perguntei.

– A febre é quando um chupador de sangue chega à cidade, então vem uma febre e é nesse momento que se transformamos. – Mesmo estando aqui conversando com Jacob eu não conseguia parar de pensar em Alec. – O imprinting é um amor incondicional... Seremos aquilo que ela quiser.

– Tudo bem. Essa parte eu já sei. – queria acabar logo com esse assunto.

– A ligação é raro, nunca vi em toda minha vida e de primeiro achei que fosse Imprinting só que não. Era algo diferente então fui conversar com meu pai Billy e ele disse que isso aconteceu apenas uma vez. – Estava prestando atenção. – Foi com meu avô Ephaim Black... Ele teve Imprinting por minha avó e depois uma Ligação pela sobrinha dele. E não como você pensa me sinto obrigado a ter de cuidar de você... Fazer tudo para ver bem.

– Não quero que se sinta obrigado a cuidar de mim – fui ríspida.

– Não! Não é isso... Proteger-te me faz feliz entende? – ele se levantou.

– Jacob... Não precisa fazer isso. Eu tenho Alec e ele me protege.

– É eu vi isso hoje. Por causa Dele acabei ferindo você. – fechou sua mão em punhos.

– Chega Jacob! Eu não quero mais falar sobre isso. – respirei fundo. – Se te faz bem... Ótimo! Mais por favor, prometa para mim que não vai arrumar confusão com o Alec?

– Esta bem. – ele revirou os olhos. – Tenho algo para você – ele colocou a mão dentro do bolso e retirou um saquinho. Sentou-se ao meu lado e abriu. De dentro do saquinho ele tirou uma pulseirinha com um lobo.

– Não posso aceitar. – olhei no fundo dos seus olhos negros.

– Por favor? É como se fosse um pedido de desculpa – me senti mal.

– Está bem.

Jacob colocou a pulseira em meu pulso e vi o lobinho de madeira ficar pendurado e achei uma graça.

– É pra lembrar que sempre pode contar comigo.

– Jacob... – comecei porem fui interrompida.

– Eu quero apenas ser seu amigo. Nada mais.

Depois da nossa conversa Jacob foi embora e passei o resto do dia dentro desse quarto, tentei ligar varias vezes para Alec, porém ele não me atendia. Já estava preocupada ele nunca tinha feito isso em tanto tempo, escutei a porta do quarto sendo aberta e vi que era Alice com uma bandeja em suas mãos.

– Hora da janta – entrou saltitante.

– Alice... Não quero comer, estou sem fome.

– Mais você nem almoçou. Vai passar mal. – ela colocou a bandeja sobre uma mesinha.

– Quero o Alec. Ele sumiu faz horas que não tenho notícia dele. – minha vontade de chorar era enorme.

– Onde estão todos? - Alice olhou para os lados, parecia nervosa e isso era estranho nunca tinha visto ela nervosa.

– Eles foram caçar para ficarem fortes amanha – explicou.

– Não esta mentindo? – olhei no fundo dos seus olhos.

– Não. – respondeu. – Agora venha. Vamos jantar.

– Ok.