Era sábado de manhã, e Annie me ligou dizendo que iria ir ao cinema, no final da tarde com Finnick, Clove e Johanna, e perguntou se eu não queria ir junto, aceitei na hora, porque já estava cansada de pensar tanto em Peeta, e ficar com dor de cabeça por causa DELE. Precisava esfriar a cabeça, e não havia jeito melhor, do que sair com meus amigos.

Como o cinema era só no final da tarde, e estava um dia lindo lá fora; pelo menos nos termos de beleza dos seres humanos, pois estava MUITO sol e calor, e eu odeio isso, prefiro mil vezes o frio; eu fui correr.

Pus uma calça de ginástica e uma blusa para corrida azul, eu sinceramente amo azul e sempre amei os olhos de Peeta, aquele pequeno céu, que..... CHEGA!! Katniss Everdeen, PARE de pensar em Peeta Mellark!!! Vá correr e pensar em coisas boas, e que te deixem feliz.

– Onde você vai Katniss?

– Vou andar minha patinha. Eu já volto tá!?

– Tudo bem. Tchau!

Minha irmã, mesmo com 13 anos de idade, sempre foi apegada á mim. Acho que quando meu pai morreu, eu fui o único refúgio dela, pois minha mãe estava tão triste, que morou por alguns meses na casa de sua irmã, e deixou eu e Prim na casa de sua amiga, que odiava a gente. Depois de 6 meses, ela voltou e disse que iríamos nos mudar para Los Angeles, porque Glendale(NA: é uma cidade próxima de Los Angeles mesmo,kk) trazia muitas lembranças do meu pai. Quando voltou ela estava BEM melhor, nem parecia que ela estava quase entrando em depressão porque seu marido havia morrido, para falar a verdade, nem parecia que ele havia morrido, ela estava outra pessoa; e eu gostei disso, pois não aguentava mais ver minha mãe triste daquele jeito. Fiquei muito triste por ter que mudar para outra cidade, isso não atingiu muito a minha irmã, pois ela não tinha muitos amigos, ela nunca teve, e ela só tinha 9 anos, nem entendia direito qual era o significado de mudar para OUTRA CIDADE, e eu tinha meus amigos e minha vida, e de uma hora para outra minha mãe decide se mudar para uma cidade popular e movimentada, como Los Angeles. Foi um pouco difícil aquela época para todas nós.

Me desviando de meus pensamentos, pego uma garrafa de água na geladeira, e faço um rabo de cavalo. Só agora que percebi que minha mãe ainda estava dormindo, sábado e domingo são os únicos dias que ela tem de folga, como praticamente todo mundo. Ela trabalha na livraria da cidade, o bom era que toda vez que sobrava um livro “com defeito” que alguns clientes falam que estão, ela pegava, com permissão, para mim, a maioria dos meus livros são “com defeito”, e na maioria das vezes era porque tinha um arranhão na capa ou alguma palavra estava escrita errada, como por exemplo “mãe” ao em vez de “mão” que seria o certo.

Quando sai de casa, tranquei a porta e corri em uma velocidade que eu não cansaria tão rápido assim. Corri por uns 40 minutos, e então, quando estava passando na frente de uma academia, entrei e pedi para encher minha garrafa( NA: coisa de gente folgada.... kkkk), o bebedouro era só em cima, dentro da academia. Então subi as escadas e encontrei o bebedouro, andei até ele e comecei a encher; até que olhei para um dos lados, e vi uma coisa que não era de se jogar fora, eu admito, Peeta levantando uns sei lá quantos quilos de peso, com uma blusa sem mangas mostrando todos seus nítidos músculos suados. Quando vi isso, gelei, não sabia se ele tinha me visto ou não, mas nem esperei minha garrafa encher inteira e sai dali. Ainda estava um pouco corada, SEMPRE quando o vejo eu fico assim, mas que droga!!

Cheguei em casa e já passara da hora do almoço, e minha mãe disse que meu prato estava no micro-ondas, eu só precisava esquentar, fiz isso e comi, estava morrendo de fome. Depois fui tomar um banho merecido e revigorante.

Durante a tarde só li e escutei música. Nada mais. Quando fui ver já eram 17:30, e o cinema eram às 18:00, eu me apressei a me arrumar. Coloquei uma calça jeans azul, levemente rasgada, uma blusa azul escura , com um All Star preto, que era um pouco mais novo que o que eu vou para o colégio e uma touca, deixando sobrando atrás com meu original cabelo solto. ( http://www.polyvore.com/katniss_no_cinema/set?id=112357301 )

Cheguei lá, e a fila estava enorme, nem sabia como conseguiria assistir aquele filme, já eram 17:56!! Procurei Annie, Clove, Johanna ou Finnick, mas não encontrei ninguém.

– Onde você tava garota!!?- Johanna chegou atrás de mim, com uma cara de espanto.

– Eu me arrumei um pouquinho atrasada.- Disse, com um sorriso mais falso que o

caráter da Glimmeranha.

– Sorte sua a Annie saber que você iria se atrasar e comprou o ingresso, vamos logo, já está nos trailers!!- Vi Annie e Clove nos esperando na entrada da sala do filme, Annie com dois ingressos na mão.....OPS!! Disseram que Finn estava guardando lugar para gente e Madge não conseguiu vir pois estava na casa de seu pai( os pai dela são separados, e praticamente todo final de semana ela vai para casa de seu pai), entramos no cinema e Finn havia mesmo guardado lugares para nós, mas com direito de Annie ficar ao seu lado. Ficamos exatamente nessa posição: Finnick/Annie/eu/Johanna/Clove. Já era de se esperar que Finn e Annie ficassem de mãos dadas e se beijassem um pouco, mas eles ficaram cheio de mimimi e eu não aguentava mais ficar do lado deles segurando vela, sempre que tentava falar com Annie, ela prestava atenção em mim por dois segundos e voltava sua atenção ao seu “namorado”; na verdade, eles só convidaram eu, Johanna e Clove porque eles ainda não podem sair sozinhos, porque eles se amavam, se declararam, se beijaram e os pais de Annie não deram a permissão dela namorar ainda, então, eles estão esperando ela completar 18 anos. Eu sinceramente acho isso fofo, porque, se fosse qualquer cara por ai, ele acharia isso uma baboseira e nunca mais falaria com ela, dizendo “ A fila anda”, mas não, mesmo eles se declarando quando tinham 14 anos de idade, Finnick ainda concordou em esperar 4 anos por ela. ♥

Quando o filme acabou, nós saímos do cinema, e fomos nos despedir.

– Tchau gente- Johanna disse entrando em seu carro- Até amanhã!!- Fiquei meio em dúvida do por quê “ Até amanhã”, mas ignorei, às vezes as pessoas estão tão acostumadas a dizer que dizem sem querer.

– Tchau!! Até amanhã!- Essa foi Clove com a mesma mania de Johanna de dizer “até amanhã” quando o suposto “amanhã” é domingo.

– Tchau Kat!!- Finnick disse, me dando um abraço de amigo.- Tchau Annie- Ele disse, olhando para ela, completamente apaixonado, tirando um pouco de cabelo de seu rosto e dando um pequeno beijo em sua boca. Não pude deixar de pensar em quando Peeta fazia isso comigo, senti meu coração palpitar um pouquinho.- Até amanhã- Finn disse para nós duas, entrando em seu carro e indo, rumo a sua casa.

– Porque todo mundo falou “ Até amanhã”, se amanhã é domingo!!???- Disse, me virando para ver Annie totalmente corada, provavelmente pelo que Finn tinha acabado de fazer com ela. Mas depois de algum tempo ela foi voltando ao normal.

– Katniss, amanhã é o casamento do pai do Finnick, e todas nós vamos!! Você esqueceu??!!- É claro que tinha esquecido, mas não podia dizer isso, ela ficaria brava comigo.

– É CLARO que eu não esqueci, eu só estava brincando!! Você achava mesmo que eu iria esquecer, Annie, sabe com quem você está falando!!?? Com a Katniss Everdeen, baby, ela NUNCA esquece de nada, ela...

– Katniss..

– É eu esqueci, desculpa- Disse, cabisbaixa. E incrivelmente, ela riu um pouco. Obrigada Finnick, por deixar Annie com bom humor, porque se eu dissesse isso a ela antes do filme, ela teria me torturado, me maltratado, me matado e ainda me venderia para hienas me comerem.

– Katniss, sorte sua por eu estar de bom humor, senão eu te mataria e te venderia para canibais, ou hienas, seria uma boa ideia.- Rimos um pouco.

– Tchau Katniss, o casamento vai começar às 11:00 da manhã, esteja lá às 10:30, o Finn pediu para nós chegarmos mais cedo.

– Correção, o Finnick pediu para VOCÊ chegar mais cedo, então, consequentemente eu terei de chegar mais cedo também, porque vocês não podem ficar em um lugar sozinhos. Mas eu também não sirvo de nada, eu deixo vocês fazerem o que não podem!! É, eu acho que não consigo ter outro papel, eu tenho que ser “ A VELA” mesmo!!!- Nós rimos, e fomos embora.

No meio do caminho, eu passei em frente à uma sorveteria, eu geralmente a evitava, pois era lá onde eu me encontrava com Peeta, antes, de tudo aquilo. Mas estava com tanta saudades dos sorvetes de lá, eram tão gostosos e macios, e cremosos, e cheirosos, e....EU PRECISO DE SORVETE!! Afinal, quais seriam as probabilidades de encontrar Peeta em uma sorveteria, em pleno sábado à noite??!!

É, eu acho que estava com azar hoje, as mínimas probabilidades se tornaram as máximas. Encontrei ele na academia, que eu nem conhecia, eu só fui para encher minha querida e humilde garrafinha de água sem gás; e ainda o encontrei na sorveteria, que eu amava, e ele também.....é, eu sou um pouco burrinha às vezes, só às vezes.

Quando fui pegar meu sorvete, peguei o de sempre, Danoninho e Flocos, com cauda de chocolate quente (que endurecia), eu amo essa cauda, e um pouco de paçoca moída. Sentei em uma mesa, longe de qualquer tipo de problema, para tentar comer meu sorvete em paz e depois sair, como se nada tivesse acontecido.

Fui embora, e GRAÇAS ao QUERIDO MEU DEUS, ele não me viu, bom....assim espero.

Cheguei em casa e fui direto para a cama, estava quebradíssima.

Acordei às 9:30 da manhã, tempo o suficiente para me arrumar para o casamento. Comi café da manhã e fui tomar banho. Sequei meu cabelo e peguei uma mecha de cada lado e prendi uma na outra, em uma espécie de coque. Me vesti com um vestido que usei em minha formatura para passar para o colegial, rosa claro com umas pedrarias na parte de cima, coloquei um salto cor de pele com um laço em cima, um colar dourado com um pingente de coração, e uma bolsinha rosa claro, simples mas bonita. Quando estava quase na hora de eu sair, percebi que só estava com o colar de bijuteria, e aquilo era um casamento, então, abri minha gaveta dessas coisas e peguei o primeiro anel dourado que vi, e o pus. http://www.polyvore.com/katniss_casamento/set?id=112458472

Estava no carro, á caminho da igreja, e percebi que o anel que havia pego era o anel que Peeta me deu, quando estava no nono ano, tinha o símbolo do infinito, para representar “nosso” amor, que um dia já pensamos que poderia ser infinito. Como estava enganada.

Cheguei na igreja e vi Annie arrumando a gravata borboleta de Finnick, tentando o acalmá-lo.

– Oi!!

– Finalmente você conseguiu não chegar atrasada em algum lugar em sua vida!!- Finnick disse, impressionado, pois realmente, eu NUNCA chegava em lugares na hora certa.

– É claro que não iria chegar atrasada, é o casamento do seu pai!

– Aham!!- Annie disse, me fuzilando com o olhar que dizia “ Se não fosse por mim, você nem iria vir”

– Finnick, é a sua vez- Uma mulher desconhecida disse isso, devia ser a que organizava tudo no casamento. Finnick e Annie ficaram de mãos dadas, e entraram pelo tapete vermelho. Estava tocando uma música calma e tranquila, quase que me fez dormir.

Estava em pé, encostada na porta da igreja, e vendo a cerimonia dali mesmo, até que Clove, Johanna e Madge chegaram, então fomos sentar em cadeiras como pessoas normais. Passou a parte do “ Aceito”, e do “ Pode beijar a noiva”, e foi tudo muito fofo, como todos os casamentos.

Depois da cerimônia, iria ter uma festa em outro lugar, e eu fui neh?! Fazer o que??!

Na festa, eu só comi e conversei com as meninas, nada demais. Já não estava mais aguentando aquele salto, eu queria logo por meu All Star!!

Sai de lá, já eram umas 19:00, já imaginou, passar o dia inteiro em um lugar que você não faz nada além de comer??!! Mesmo assim, a comida estava boa, muito boa. Cheguei em casa e minha mãe queria falar comigo.

– Cadê a Prim?

– Ela foi dormir. Mas não é dela que quero falar, é um pouco mais complicado...

– Fala logo mãe!

– É que, amanhã a gente vai jantar na casa de Peeta.

– O QUE???!!! MÃE VOCÊ TÁ LOUCA??!!

– Filha, eu sei que você não fala com ele desde aquilo. Mas eu sou amiga da mãe dele, a gente vai lá, come e volta!

– Tá bom, eu acho que tolero. Mas NUNCA mais faça isso comigo!! Boa noite mãe.- Disse lhe dando um beijo na bochecha. Não podia culpa-la por isso, e ela sempre foi amiga da mãe de Peeta, raramente elas fazem essas coisas, de se encontrarem com as famílias, por causa de mim e de Peeta e nossa briga. E eu odeio a ver triste. Fui para cama, com esse pensamento, e então adormeci em um paraíso negro.