Acordei atrasada, totalmente atrasada!! Me arrumei, colocando uma calça jeans preta e uma blusa do Nirvana, em meu cabelo, fiz uma rabo de cavalo desleixado; Ah!! E não se pode esquecer do meu velho All Star preto e sujo.

Desci as escadas correndo, e na cozinha minha mãe havia feito panquecas e estava me esperando para comer o café da manhã, pela sua cara.

– Desculpa mãe! Estou atrasada!! Não é minha culpa que uma certa pessoa fez um tipo de greve, desde que entrei na puberdade, e fez eu andar daqui até a escola!!- Falei pegando uma maçã, e mordendo-a.

– Tudo bem filha! Só não esqueça de comer lá!! Tchau!!

– Tchau mãe!!

Fui correndo para o colégio, nem prestei atenção no caminho, mas quando percebi, já estava dentro dele, e o sinal acabara de tocar. Em frente da sala do Cinna, havia uma Madge preocupada, olhando para todos os lados, como se estivesse procurando alguma coisa; quando me viu, mudou sua expressão para aliviada.

– Onde você estava??!!

– Eu acordei atrasada!

– De novo!! Bem que a Johanna te avisou ontem.- Deu uma pequena risada, e continuou- Sorte sua o Cinna ainda não ter chego! Vem, vamos entrar antes eu isso aconteça!- Concordei, e entrei na sala. Quando entramos, percebi que havia somente dois lugares, um do lado de Finnick, e outro do lado de...... Peeta. Madge, provavelmente percebeu isso.

– Tudo bem, eu sento do lado de Peeta.

– Não! Não precisa!! Eu consigo, uma hora ou outra terei de fazer isso.

– Tem certeza?

– Tenho!- Disse, e andei até o lado dele. Olhei para um lado, Finnick, Johanna, Annie e Clove estavam falando com Madge, surpresos. E do outro lado, havia Peeta, que pareceu nem perceber a minha presença.

Depois da aula, Annie veio perguntar como foi, respondi que tinha sido normal. Apesar da Annie ser a pessoa em quem eu mais confio no Mundo, não contei que não tinha sido exatamente, normal; Porque, Peeta ficava me olhando, com um olhar de tristeza e o mesmo de ontem, tentando me conhecer novamente. Tah!! Isso pode parecer idiota, ridículo ou inútil, mas para uma pessoa que não recebe olhares assim há uns 3 anos, sim, é uma novidade, principalmente vindo de Peeta.

Clove, Madge, Johanna e Finnick, vieram perguntando com o olhar a mesma coisa que Annie, e fiz que não com a cabeça, e eles ficaram com uma expressão triste.

– Eu não entendo!! Vocês querem que eu fale o que???!! Que, só porque ele sentou do meu lado, ele se apaixonou por mim DE NOVO!!!??- Disse esperando uma resposta, pois realmente não sabia o porquê.

– Não é isso Kat, é só que.... a gente não consegue ver mais você triste sempre que o vê.

– Madge tem razão! A gente te ama, mas.... você mudou desde aquela briga.- Annie disse, concordando com Madge. E, consequentemente, todos concordaram com ela.

– Desculpe.- Foi a única coisa que consegui fazer. Todos me olharam, com tristeza e me abraçaram, e finalmente, eu consegui sorrir hoje.

– Já que hoje é sexta...- Finnick começou.

– Ah não Finnick!! Suas ideias NUNCA dão certo!!

– Mas essa vai dar certo!!

– E qual seria a sua ideia- continuou Clove.

– Que tal a gente ir tomar sorvete!!??- Todos olharam para ele com um olhar que dizia “ Sério!!? Mesmo, não tá no clima pra isso neh!!?”- A gente!! Vamo lá!! É para alegrar a Katniss, vocês sabem que ela ama sorvete!! Por favooooorrrr!!!!- Ele fez um biquinho.

– Éhh!! Gente, é para me alegrar!!- Disse, indo do lado do finnick, e imitando seu gesto. Fiz isso, por um lado, porque eu tenho um pouco de dó de Finnick, pois nunca NINGUÉM concorda com ele, e por outro lado, porque eu realmente AMO sorvete.

– Ta bom, Já que é para alegrar a Kat, eu aceito!!- Johanna disse, com um sorriso no rosto.

– Agora só falta a Annie, a Clove e a Madge- Finnick disse, olhando-as, com seu biquinho.

– Ta bom!!!- Elas disseram em uníssono.

– EEEBBAAAAA!!!- ele disse, dando saltinhos de alegria- Viu Kat!! Como todo Mundo te ama!!??

– É o que parece!!- Falei dando risada. Fomos até a sorveteria e tomamos BASTANTE sorvete. O Finnick pediu um Mega- Sunday, aquele negócio devia ter uns 30 cm, e, como obviamente ele não conseguiu comer sozinho, nós tivemos que ajudar, depois de comer o nosso próprio sorvete, ou seja, nós comemos mais do que deveríamos. Depois, cada um foi para sua respectiva casa, com seu respectivo carro, e eu, como não posso usar meu carro para ir ao colégio, e nós fomos direto de lá para a sorveteria, Annie me ofereceu uma carona. No caminho, nós fomos conversando sobre coisas aleatórias, até que chegamos no assunto “Peeta”, e ela percebeu que fiquei um pouco desconfortável com esse assunto.

– Kat, fala sério, você sente falta dele. Só não tem coragem de admitir, por duas possíveis explicações, porque é orgulhosa demais, ou...

– Ou.....?

– Ou você tem medo dele usar isso contra você e falar tudo aquilo de novo.- Não falei nada por um tempo, e ela percebeu que não queria mesmo falar disso, mas um dia eu teria que ter essa conversa com ela, e porquê não hoje, acho que já esperei demais.

– Prefiro a primeira opção, mas acho que a certa é a segunda.

– Kat, você realmente pensa que você é tudo aquilo que ele falou?- Assenti, e ela me olhou com tristeza- Você não é NADA daquilo, ele que é um idiota por, depois de passar por tudo o que vocês passaram, e ainda tem a coragem e a cara de pau de falar tudo aquilo.- A esse ponto eu já estava chorando, ela parou o carro na frente de minha casa, me abraçou de lado, e continuou- Sabe de uma coisa, você precisa seguir em frente. Você olha demais para o retrovisor, por isso que não consegue apertar o acelerador. Aposto que você consegue qualquer homem por ai, você é legal, bonita, engraçada, gostosa!!- Rimos disso- O Peeta é burro de deixar uma mulher como você escapar dele, e mais burro ainda de não ver que depois de 3 anos, ela ainda está presa nele. Eu sei que você consegue.

– Brigada. Eu te amo sua louca!!- Rimos, e nos despedimos. Quando entrei em casa, falei um pouco com minha mãe, assisti um pouco de TV com minha irmãzinha, Prim. Então fui ao meu quarto, e olhei pela janela, pensando no que Annie dissera, ela tinha razão, precisava seguir em frente. Mas eu não sabia como, eu realmente estava presa ao Peeta, e eu odiava isso.

Fiquei olhando pela janela por um tempo, pois isso me acalmava, ficar olhando as estrelas e tentando descobrir as constelações, mas quando olhei para baixo, eu o vi; eu esqueci de mencionar que da minha janela, dava para ver o quarto do Peeta; quando o vi, primeiramente, ele estava sem camisa, depois ele pôs uma blusa largada azul, que dava a entender que era seu pijama. Ai, ele percebeu que estava olhando para ele, e surpreendentemente, ele sorriu; e pelo o que estava sentindo, eu estava corada, mesmo depois de tudo o que ele fez comigo, ainda ficava corada quando o via. Acho que ele percebeu que estava chorando, era só um pouco nem sei o porquê, mas estava e ele percebeu, então ele pegou um bloco de escrever, escrever alguma coisa, e me mostrou : “Você está bem?” Eu peguei o meu bloco, que era igual ao dele, pois quando ainda nos falávamos, era assim que nos comunicávamos, ás vezes; e respondi : “Vida=Problemas, não se preocupe” Eu não queria dizer que era por causa dele, isso seria ridículo; ele me respondeu : “ Odeio te ver chorar.” Então eu respondi : “ Não deveria, você já me fez chorar muito” Ele ficou triste e olhou para baixo, então sai de seu campo de visão, e desabei em minha cama. Afinal, o que ele queria comigo?