Pov Adélia

Hoje fazem três dias que eu virei um peixe.

Vou confessar pra vocês, isso já está me assustando, poxa, eu só tenho dezesseis anos, só vim para essa cidade visitar a minha prima, Nanda, cheguei aqui como uma adolescente normal, e vou ir em bora com um rabo de peixe de mais de um metro.

Mas eu não posso mais ficar com meus pais, não depois do que eu fiz essa manhã.

Eu sei que tenho muitos poderes, e estou orgulhosa de ter descoberto todos de forma segura, bom,quasetodas.

Eu estava passeando pela praia, quando um enorme cachorro começou a correr atrás de mim, e eu tenhomuitomedo de cachorro, e naquela hora eu fiquei com tanto medo, que estiquei os braços em forma protetora a minha frente e fechei os olhos bem forte, senti uma energia estranha se liberar das minhas mãos, abri os olhos e onde estava o cachorro a dois segundos, só restava uma poça de água e uma coleira vermelha, um garotinho chegou, e pegou a coleira e começou a chorar, sai correndo dali, ao chegar em casa, peguei um prato e fiz um sanduíche, e ele rapidamente virou água quando estique minha mão pra pega-lo.

Depois disso, passei a andar com um par de luvas de couro preto, descobri que isso me faz não transformar tudo em água.

Mas resolvi não arriscar, eu não ficaria feliz se transformasse minha mãe em água, por isso, estou escrevendo um bilhete, com a minha mochila já nas costas com tudo que vou precisar.

Escrevi isso:

Querida família,

Eu sei que provavelmente vocês estão desesperados atrás de mim, mas eu quero que saibam que eu vou ficar bem, e não venham atrás de mim, por favor.

Amo muito vocês,

Adélia

Coloquei em cima da mesa de centro na sala, onde mamãe encontraria pela manhã, e saí pela porta.

Fui direto para a estação de trem, e entrei em um que estava partindo, encontrei um assento vazio e me sentei, uns minutos depois adormeci.

-XXX-

Acordei quando senti água em minha blusa.

-Desculpe, eu... é... me desculpe- disse um homem, não prestei atenção nele, só corri para um banheirinho que tinha no trem, assim que feche a porta a cauda apareceu, e não pude conter um gritinho, quando caí de cara no chão.

Alguém bateu na porta.

-Você está bem?- reconheci a voz do cara que derramou água em mim.

-Estou! Vai em bora!- eu disse, tentando me virar, mas acredite, quando se esta em um micro banheiro com uma cauda gigante, isso não é a coisa mais fácil de se fazer.

-Olha, eu não quero ofender mais esses barulhos não indicam que está tudo bem!- ele disse.

-Olha, acredite no que quiser! Só... não abra essa porta!- eu disse.

-Se você não me falar o que é, eu vou ter que entrar!- ele disse.

-Não! Olha, eu estou ótima tá legal?! Só vai em bora daqui!- eu disse, finalmente conseguindo me virar, foi quando a porta se abriu e o cara e entrou, deixando a porta aberta, rapidamente peguei na barra de sua calça o puxando pra dentro, então com a cauda fechei a porta.

-QUE MERDA É ESSA?!- ele gritou.

-Cala essa boca! Olha não desmaie tudo bem?- eu disse usando meus poderes para secar meu corpo, ele arregalou ainda mais os olhos quando minhas pernas voltaram, juntamente com minhas roupas.

-Mas o que? Espera um minuto- ele disse, saindo de lá com um telefone, recolhi algumas coisas que haviam caído da mochila e saí, ele pegou meu braço e me levou pra fora do trem que já tinha parado.

-Onde vamos?- perguntei, opa será que é um ciêntista?

-Você vai ver- ele disse parando na frente de um carro- entra aí.

-E por que é que eu entraria?- eu disse cruzando os braços.

-Olha, eu realmente não queria fazer isso, Romanoff- ele disse.

Então eu senti uma pancada na cabeça e tudo ficou escuro.