"Aventuras de uma semideusa" escrita por Rafaela Chase Pichelli


Capítulo 4
Capítulo 4: Ganho uma nova inimiga e novos amigos




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Imagine uma garota montada em um centauro por um acampamento cheio de semideuses. Assim eu estava. Quíron me mostrou cada detalhe daquele lugar: os chalés, que formavam um círculo. Um para cada deus. O lago, onde ficavam as náiades, a floresta, com dríades, a Casa Grande, o refeitório...

Quando o centauro me mostrou todo o acampamento, me deixou na frente de um chalé: O chalé de Hermes, deus dos ladrões e dos mensageiros.

–Hã... Eu não sei quem é o meu pai olimpiano ainda, hã, senhor- disse a Quíron.

–Entendo, criança, mas você deve ficar aqui por enquanto. Depois do jantar, faremos a Captura da Bandeira, e talvez no final você saiba o seu pai olimpiano, está bem? Adeus.

Ele saiu galopando e me deixou lá, em frente ao chalé. Entrei e havia uns cinquenta campistas me olhando, tipo: " mais uma pessoa pra torturar". Nem fiquei com medo deles. Entrei, coloquei minhas coisas em uma cama, e sentei nela.

Estava arrumando minhas coisas quando uma menina de cabelos loiros lisos, alta e forte disse, como se estivesse me esperando pra me matar:

–Então, você é a nova campista? Soube que lutou com um monstro ontem, e perdeu- apontou para a minha cicatriz na boca e começou a rir maleficamente.

–Isso não é da sua conta-respondi e a fitei- me deixe em paz.

–Calma, novata! Teremos um batizo de "boas-vindas" para você! Venha!- Disse a garota com um olhar queimante. De acordo com o que estudei no colégio, essa garota podia ser filha de Ares, deus da guerra.

Ela me levou ao banheiro e os outros campistas riam. Fui entender o que ela iria me fazer quando chegamos à privada. A menina me disse:

–Bem vinda ao Acampamento Meio-Sangue! hahaha

Ela virou minha cabeça perto da privada, quando algo sinistro aconteceu: eu me virei bruscamente e gritei "Não!!" e ela foi jogada contra a parede. Eu cheguei perto dela e estava inconsciente. Olhei ao lado e vi sua alma. Como separei a alma do corpo dela? Depois, a alma desta voltou. E quando a garota acordou, eu perguntei:

–Desculpe! Eu não queria...

–Garota idiota! Vá embora!

Saí correndo para a minha cama. Todos me olhavam. Não sei, mas achei aquilo divertido. Podia fazer aquilo com qualquer um. Logo depois, todos se afastaram. Somente um garoto ficou em pé, me encarando. Ele era ruivo, de olhos azuis. Fiquei enfurecida por me encarar tanto.

–E então? Vai ficar me olhando o dia todo?

–Acho que sim- respondeu o menino. Ele não parecia querer me fazer mal algum-Meu nome é Connor Stoll, filho de Hermes. Achei incrível a travessura que aprontou com Clarisse. Digno de Hermes. Qual é o seu nome?

–Meu nome é Mary Smith.

–Nome bonito. Não só o nome, hehe...

–Ei, você tá me cantando?

–Estou. Você realmente é bonita, e poderosa.

–Bom, obrigada pelo elogio, mas isso me constrange.

–Tudo bem.Parei com os elogios. Venha. Este chalé é muito cheio e abafado. Vamos ir pra fora.

–Está bem. Eu aceito.

Saímos do chalé e ficamos à beira do laguinho. Connor era legal, simpático. Nunca conheci alguém assim.

–E então, Connor, -comecei- Quíron me contou sobre uma tal "Captura da Bandeira". Você sabe o que é?

–Ah, sim.É um jogo que fazemos depois do jantar, sempre quando há novos campistas. São dois grupos que tentam pegar a bandeira um do outro. O grupo que pegar a bandeira primeiro, vence. E seu pai olimpiano pode se revelar depois do jogo. Aconteceu com Percy.

–Interessante.

Começou a escurecer. Todos os campistas estavam saindo de seus chalés, em fila para jantar. Os campistas do nosso chalé também começaram a sair, e veio ao encontro de Connor, um garoto igual a ele, que disse:

–Vamos maninho. A Captura da Bandeira vai ter muitas travessuras hoje e -ele fez uma pausa, olhando pra mim- olá! Você deve ser a nova campista! Prazer! Sou Travis Stoll, irmão gemio de Connor.

–Olá. Sou Mary Smith- disse educadamente, e logo olhei pra Connor, e eu quase tive um ataque de risos: Connor parecia estar com ciúmes!

–Vamos? Temos que ir- disse Connor, me puxando para a fila e eu corei.

E então, fomos jantar na mesa de Hermes. Coloquei em meu prato um cachorro-quente, um taco e salsichas no palito, todos acompanhados de uma lata de suco de morango. Observei os campistas, um por um queimando na fogueira metade de sua comida.

–Por que estão queimando a comida? Peguntei sem entender nada.

–Nós pegamos o melhor do nosso prato e oferecemos aos deuses, em específico, nossos pais-disse Connor.

–Entendi- Fui à fogueira, queimei meu cachorro-quente e falei- Ó pai, seja lá quem você for, aceite meu cachor... Hã, digo, minha oferenda!

Sentei e comi o resto da comida. Percy estava em sua mesa, com um ciclope. Ambos acenaram pra mim e eu acenei de volta, e sorri. Sei lá, mas será divertido ficar aqui. Ainda tem aquela garota, Clarisse para me atormentar, mas eu posso com ela. Quer dizer, ela não vai estragar o melhor momento da minha vida, o único momento que tenho liberdade e amizades.

Pensando naquilo tudo, vi Quíron tocando uma concha, e eu sabia o que aquilo queria dizer: O início da Captura da Bandeira.


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