"Aventuras de uma semideusa" escrita por Rafaela Chase Pichelli


Capítulo 5
Capítulo 5: Ganho mais do que uma bandeira




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Todos os campistas, em fila, foram para a floresta e Quíron dividiu os grupos: Grupo Azul: Hermes, Poseidon, Atena, Hades e Apolo. Grupo Vermelho: Ares, Afrodite, Dioniso, Hefesto e Deméter. Todos usavam armaduras, incluindo eu. Estava ajeitando a minha quando Percy e o tal ciclope vieram na minha direção.

–E aí? Preparada? Perguntou Percy e se virou para o ciclope- Tyson, esta é Mary.

–Oi Mary!! Exclamou o ciclope e me deu um mega abraço- Você é bonita!

–Obrigada. Ai -disse com uma voz meio fraca- você é meio fortinho, né?

–Meio? Esse grandão quase me matou um dia me abraçando-disse Percy, dando um tapinha nas costas de Tyson.

–Grupo Azul! Venham todos aqui- disse Annabeth atrás de nós.

Todos fizeram um círculo e Annabeth citava as posições de cada um. Ela piscou para Percy e me disse:

–Mary, fique defendendo o riacho, está bem?

–Hã... Tá bom-disse indiferente.

E então, assumimos as posições e Quíron disse:

–Heróis! Vocês conhecem as regras. O riacho é o limite. A floresta inteira está valendo. Todos os itens mágicos são permitidos. A bandeira deve ser ostentada de modo destacado e não deve ter mais de dois guardas. Os prisioneiros podem ser desarmados, mas não podem ser amarrados ou amordaçados. Não é permitido matar nem aleijar- ele olhou para Clarisse e continuou- Servirei como juiz e médico. Comecem!

E então, a luta começou. Todos, em suas posições começaram a lutar. Bom, nem todos porque estava no riacho como uma tonta. Acho que por isso que Annabeth piscou para Percy: outro plano em que me excluiriam da batalha para me proteger.

Olhei adiante e vi uma explosão. Arregalei os olhos e vi Connor e Travis com bombinhas nas mãos, rindo. Um garoto gritou:

–Ei, isso não vale!

Bom, ao que tudo parecia, o Grupo Azul estava ganhando, chegando perto da bandeira vermelha. Fiquei muito irritada, porque estávamos ganhando. Legal. Mas eu não fiz nada a não ser ficar em pé perto do lago como uma imbecil. Cara, aquilo me deixou muito mal.

O chalé de Hermes, com seus truques, o chalé de Apolo com seus arcos e flechas, o chalé de Atena atacando com espadas, Percy e Tyson com Atena. Tudo parecia tão bem, exceto por uma coisa: alguns de nossos guerreiros foram atacados por algo elétrico, deixando-os gravemente feridos. Um campista do chalé de Atena gritou:

–Soldados feridos!

Então, alguns filhos de Apolo foram dar os primeiros socorros, deixando uma parte da floresta livre para os inimigos irem. "Ótimo-pensei-esta é a minha chance!"

Clarisse corria para a área livre, para pegar a bandeira. Estava com uma lança enorme, que soltava faíscas elétricas da ponta. Quando me viu, ficou tão nervosa que saiu em disparada ao meu encontro pra me torturar um pouco. O suficiente para liberar o caminho e pegar a bandeira. Ela gritou:

–Menina maldita! Vou te fritar com essa lança!!

–Não se eu te cortar todinha com a minha espada-disse eu com muita raiva. Aquela garota já havia me irritado demais.

E então, nossas armas se encontraram: a lança elétrica de Clarisse e a minha espada de diamante negro. Clarisse tinha tanto ódio nos olhos que era possível me dissolver, só me olhando.

Ela era uma ótima lutadora. Defendia cada golpe meu e me xingava de várias coisas diferentes (não seria legal citá-las). Então, vacilei. Ela usou sua lança e me deu um choque e eu cai no chão. Clarisse debochou de mim, dizendo:

–Perdedora!

E então, foi andando para pegar a bandeira e eu a derrubei no chão, dando-lhe uma rasteira. Disse com a voz firme:

–Você fica aqui.

E continuamos a lutar. Defendi vários golpes de sua lança e ao mesmo tempo, tomei vários choques, que arranhavam o meu corpo. Sangrava muito. Estava ficando fraca quando senti uma aura mortal, depressiva, mas poderosa tomar conta de mim. Senti raiva, ódio e poder juntos da minha alma e quando percebi, Clarisse baixou a lança e se ajoelhou, como se eu fosse uma deusa. E então, disse, com desdém.

–Então não quer mais lutar? Puxa! Achei que você fosse filha de Ares...

–Não é isso, garota- retrucou Clarisse, com um pouco de medo- olhe acima de sua cabeça.

Antes de olhar, percebi que todos os campistas que batalhavam, inclusive Percy, que estava com a bandeira inimiga sem perceber se ajoelhou. Olhei acima de minha cabeça e vi uma névoa negra formando um crânio humano, uma caveira. Olhei sem entender.

–Hã, gente? O que foi?

Clarisse me deu um soco e disse:

–Garota burra! É o seu pai olimpiano! Ele se revelou a você!

Quíron se levantou devagar e disse:

–Mary, você é filha de Hades, deus da morte.

Ouvi cochichos, e vi olhares perversos me olhando como se ser filha de Hades fosse um erro, algum engano, ou algo pior.

–Por que estão-engoli um soluço e comecei a chorar- me olhando assim?

E então, sai correndo pela floresta, e fiquei na praia. As estrelas estavam lindas naquela noite e o som do mar me acalmava. Sentei na areia e comecei a chorar muito. Senti uma mão no meu ombro e uma voz me dizia:

–Eu sei o que sente.


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