More Than This escrita por Ana Clara


Capítulo 28
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

(narrado por America)



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Eu e Candance trocamos telefone.

Uma teia de ideias começou a se tecer dentro da minha cabeça e gastei muito tempo arquitetando mentalmente um plano, não de vingança, mas de justiça. Passei três dias inteiros revirando sites e protocolos policiais, lendo sobre crimes virtuais e investigações criminais. Inspecionei, de cabo a rabo, o site em que os veteranos postavam aquelas maldades e gastei um dia inteiro anotando todos os nomes e contatos de cada uma das meninas. Investigando redes sociais e fazendo telefonemas, descobri o email de quase todas, e passei para o próximo e delicado estágio: escrever um texto contando a verdade e falando sobre o que eu estava planejando.

Depois de muitas tentativas frustradas, lá pelas oito da noite, finalmente, consegui.

Caras universitárias,

Segue em anexo o site cujos proprietários são os tão amáveis veteranos que proporcionaram a vocês uma noite maravilhosa. Ou talvez não. Vocês desconheciam esse detalhe, certo?

Meu nome é America Sullivan, tenho dezoito anos e sofri o mesmo golpe. Consegui descobrir esse link depois de um bom tempo e decidi contar a verdade a todas vocês. É claro que, nesse momento, vocês podem estar se corroendo de raiva e mágoas, mas não se aflijam. Peço que mantenham em segredo até domingo que vem, dia 23, e também peço que compareçam à reunião que marco, neste mesmo dia, no endereço abaixo. Caso o tão famoso colar ainda esteja na posse de vocês, tragam-no. Chega de omissão e repressão. Darei mais detalhes do que planejo.

Encarecidamente, Meri.

Li-o em voz alta para Candance, pelo telefone, ao passo que ela respondeu:

– Ficou muito bom. Mas não acho que elas vão querer manter em segredo até domingo. E por que você só marcou para daqui a duas semanas?

– É que – comecei, num dilema entre enviar e deletar o email – eu considerei o tempo de que elas vão precisar pra se recompor.

– É uma bomba e tanto.

– Exatamente.

– Então, vai haver mesmo essa reunião?

– É claro. – respondi – tenho quase tudo planejado. Só faltam mais alguns ajustes.

– Tudo bem. – concordou do outro lado da linha. – pode contar comigo. E obrigada por tudo.

– Eu que agradeço, Candy.

– Preciso ir agora, as provas se iniciam.

– E que os jogos comecem! – respondi. Depois, nos despedimos e desliguei o telefone.

Atônita e distraída, resolvi tomar um banho para colocar os pensamentos no lugar. Deixei que a água quente escorresse por meu cabelo e corpo enquanto a mente vagava para longe. Até que um estrondo na sala me arrancou de meus devaneios. Com o coração a mil, desliguei o chuveiro e me enrolei numa toalha às pressas. Saí do banheiro ainda molhada, temendo o que teria acontecido e quem estaria no meu apartamento.

Dou, então, de cara com Caleb. E um vaso quebrado no chão.

– Tentei entrar pela janela, mas não deu muito certo, como você pode ver – disse ele, se curvando para catar a bagunça. Seu cabelo estava molhado, os braços, expostos pela regata. E seu sempre sorriso – Foi mal.

– Você me deu um susto. – reclamei, as mãos agarradas à toalha.

– Cheguei numa hora ruim?

– Imagina.

– Senti cheiro de sarcasmo. Ei, tem alguma pá de lixo por aí?

Eu gargalhei, vendo-o desajeitado com um monte de terra espalhada.

– Eu limpo isso depois. Pode deixar aí.

Caleb obedeceu prontamente e se levantou, aproximando-se.

– Comprei tulipas pra você. E esqueci no carro ontem, então elas morreram...

– Você é sempre tão romântico. – ironizei, dando meia volta e indo até o quarto.

– Aonde você vai?

– Trocar de roupa.

– Mas por quê? Você fica linda de toalha.

– Ha há.

– Tô falando sério! – ele gritou, rindo, antes que eu batesse a porta.

Vesti uma camiseta e short jeans antes de pentear os cabelos. Caleb entrou no quarto depois de bater.

– Acho que eu nunca tinha entrado aqui. – comentou, olhando em volta. – é bem legal.

– Aham. – concordei, sentando-me na cama. – e o que o traz aqui?

Ele olhou pra mim, com olhos cor de avelã tão profundos que me derreti.

– Queria ver você.

– Eis me aqui. – falei.

– Mas não queria só ver você.

– Mais o que? – perguntei, o tom de voz diminuindo à medida que ele se aproximava.

Caleb sorriu antes de seus lábios se encostarem nos meus. Seu hálito tinha um gosto forte.

– Andou bebendo café? – interrompi, rindo, porque sabia que ele detestava.

– Não consegui dormir ontem.

– E por quê? – perguntei, quando sua boca migrou para meu pescoço.

– Excesso de vontade de você.

Sua mão direita deslizou pelos meus cabelos enquanto a esquerda descia pela lateral do meu corpo.

– Meri. – chamou, ao meu ouvido. – posso fazer uma pergunta?

– Outra pergunta, você quis dizer.

– Por que é – começou, ignorando minha brincadeira – que você insiste em colocar roupa se sabe que eu vou sempre tirá-la?

– Acho que por teimosia. – respondi, passando as unhas por sua nuca. Caleb se inclinou pra frente, me forçando de leve para baixo até que se deitasse por cima de mim. Seus lábios traçaram uma linha do pescoço à clavícula, demorada, causando arrepios pela minha pele. Seu quadril me pressionava contra a cama, os dedos fortes me segurando pelos ombros, me deixando com falta de ar. Fechei os olhos quando ele começou a me beijar no pescoço, com uma calma que eu desconhecia, deixando marcas na minha pele. Desceu novamente à clavícula e depois, gradativamente pra baixo. Sua boca se encontrou novamente com a minha e meus dedos acariciaram seu cabelo, macio e molhado.

Então um forte vento empurrou a janela semiaberta, que jogou um dos vasos, postos em cima do criado, no chão. O barulho me assustou e eu levantei sobressaltada.

– Dessa vez eu juro que não fui eu. – brincou Caleb, rindo e me levando junto. Levantei-me para fechar a janela e meu notebook apitou. – Ah, não. – ele murmurou, cobrindo a cabeça com um travesseiro. – se você olhar isso, eu vou embora.

Ri, voltando para a cama e lhe fazendo carinho.

– É importante, amor.

– É minha impressão ou você me chamou de amor? – perguntou, chegando por trás, me abraçando pela cintura e pousando a cabeça em meu ombro direito, enquanto eu ligava a tela do computador.

Uma das meninas tinha respondido o email. E marcado presença.

– O que é isso?

– Um email, oras.

– Certo. – ele respondeu. – de quem?

– De um menina.

– Disso eu também sei – afirmou, rindo.

– Te conto depois.

– Depois por que? Porque você não conta agora?

– Porque agora você vai estar ocupado. – falei, puxando-o pelo braço para mais perto de mim.

O sorriso que ele me lançou me fez perceber que o assunto já tinha sido totalmente esquecido. E mergulhou novamente nos meus lábios, num mar de desejo e saudade.


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Notas finais do capítulo

Mais um saído do forno para vocês (: galera que ainda acompanha as postagens dos capítulos, se não gostarem de algum detalhe e/ou quiserem dar sugestões, sou toda ouvidos! Podem postar/mandar reviews/mensagens privadas, que estarei de braços abertos para receber o que vocês têm a dizer (; beijos, beijos



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