More Than This escrita por Ana Clara


Capítulo 22
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

(narrado por Caleb)



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Coloquei o carro em ponto morto, em frente à minha casa. O silêncio pairava sobre nós e se estendia por minutos. Minha mandíbula doía devido aos socos. Meri procurou algo em sua bolsa e improvisou uma compressa de algodão. Com bastante cuidado, deslizou-a pela lateral do meu rosto, segurando meu queixo com a outra mão. Abaixei-a e a olhei devagar.

– America, eu estou apaixonado por você. – sussurrei.

Ela não respondeu. Mas me puxou pela camisa até que nossos lábios se encostassem. [Não é preciso dizer que eu fui até a lua e voltei]. E de repente esqueci-me do hematoma na bochecha direita, da mandíbula dolorida e das mãos dormentes.

Agarrei-a pela cintura e fiz com que se aproximasse. Meu Deus, eu a estava beijando. Ela estava me beijando. Nós estávamos nos beijando.

Suas mãos faziam um tour pelo meu cabelo, acariciando-o conforme o ritmo do beijo (ou dos beijos? Não sei dizer) aumentava. As minhas se ocuparam em segurá-la pelas costas e cintura, pressionando-a contra meu corpo, mas com cuidado. Como se ela fosse uma boneca de porcelana. Como se eu temesse que ela desaparecesse a qualquer momento.

Nossas respirações começavam a ficar afobadas. Ela não parava de me beijar e, meu santo Deus, eu não parava de beijá-la também. Meus dedos subiram até seu pescoço e nuca, e pude senti-la se arrepiando. Afaguei seus cabelos devagar e apoiei minha mão em sua perna. Meus dedos subiram até a parte de trás da coxa e a boca desceu até seu pescoço.

– Eu esperei tanto por isso. – sussurrei, entre beijos e mordidas na orelha. Ela apoiou a mão direita no vidro do carro, já embaçado por nossas respirações. O batom dela tinha gosto de morango e eu não me cansava de borrar ele.

America mordeu meu lábio devagar, acho que com medo que eu me machucasse. Sorri de leve, e meu rosto mergulhou em seu pescoço novamente. Seu perfume era melhor que qualquer entorpecente, e tinha mais efeito também. Comecei a beijá-la mais rápido, ansiando que todo o tempo perdido fosse recuperado. America apoiou a mão com mais força, até que fomos interrompidos por uma batida forte na janela. Abaixei o vidro, assustado, quando percebi que era um policial.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou, com tom incisivo e contundente. Sua expressão transbordava autoridade.

– Somos só dois jovens apaixonados, senhor. – respondi, protegendo-a do vento frio que assolava o carro.

– Sejam dois jovens apaixonados em outro lugar. – deu o decreto final e se afastou, resmungando algo sobre a inconveniência de adolescentes.

Acabamos rindo.

– Acho melhor entrarmos. – disse para Meri, que permanecia no meu colo.

– É uma boa ideia. – concordou.

Dei a ela meu terno e saímos do carro em direção à porta da frente. Demorei um ou dois minutos para encontrar a chave certa e então, entramos.

Tateei o interruptor na parede e a luz foi acesa. A sala de estar se iluminou: a mesa de centro de mármore rodeada pelo conjunto de sofás de camurça. A tevê de tela plana pairava sobre a lareira, que jazia intocada havia meses. As paredes, revestidas por tinta cinza e preta, tinham texturas das mais variadas. Do lado direito, a escada ornamentada de madeira, que levava aos quartos do segundo andar.

– Vocês reformaram o piso. – Meri observou, olhando em volta. Não frequentava a casa dos meus pais há tempos.

– Eles a deixaram pra mim e se mudaram pra São Francisco. – expliquei, mas querendo mudar de assunto logo. Ou melhor, não falar nada.

Puxei-a pelo cotovelo devagar e a abracei enquanto voltava a beijá-la. Novos impulsos elétricos percorreram meu corpo. Fomos recuando para trás até que ela tropeçou com o salto no tapete e caímos enrolados no sofá.

Meri riu (aquela gargalhada que não dá para escutar sem rir também).

– Não levo jeito com essas coisas.

– E que tal a gente tirar isso? – sugeri, me referindo aos sapatos. Ajudei-a a desabotoá-los e meu olhar parou sobre suas pernas. America ficou envergonhada com a minha demora, mas não me importei. Fiquei um tempão ali, só passando os dedos sobre sua pele de seda, um pouco arranhada, deslizando-os pelas coxas, joelhos e calcanhares, até que ela fez um som baixinho, abafado, como o ronronar de um gato. Engatinhei para cima novamente, comecei a beijar-lhe o pescoço, arrastando os lábios entre sua clavícula e a ponta da orelha. America inclinou a cabeça para cima e para trás e seus dedos massageavam meu cabelo, me estimulando a continuar.

Passei a mão pela lateral de seu corpo, devagar, até encontrar o zíper de vestido, escorregando-o até a cintura e percebi o quanto Meri ficou nervosa. Parei tudo e a olhei nos olhos. Tão azuis e intensos que eu queria me afogar neles.

– Meri. – chamei, a voz saindo rouca. – você quer subir comigo?

Ela não respondeu, mas senti seu coração se acelerando.

– A gente vai devagarzinho. – murmurei, mergulhando em seu cabelo. Ela suspirou alto e me abraçou. – Eu não vou te machucar. É só dizer “pare” e eu paro, ok? Só vou fazer o que você deixar e o que você quiser que eu faça. – me levantei e puxei-a comigo. Andamos até a ponta da escada e eu apaguei as luzes. Entrelacei meus dedos nos dela enquanto subíamos os degraus. Quando paramos em frente ao quarto, eu voltei a beijá-la. Tentei girar a maçaneta de olhos fechados, mas acabei tendo que abri-los e America riu.

Levei-a para a cama enquanto abaixava as persianas e fechava as janelas. Ela se encolheu, com frio.

– Lençóis gelados. – comentou, deitando-se. Tirei os sapatos e a abracei por cima.

– A gente esquenta eles. – respondi, beijando seus lábios de novo. Me esforcei para ir com calma, por tudo que Meri passou com o desgraçado do Evan, para mostrá-la que não havia motivo para se preocupar.

Ela desviou os lábios para o meu pescoço e começou a beijá-lo devagar. Passei meu braço direito por debaixo de suas costas e a apertei contra mim, como se nós pudéssemos nos fundir em um só. Depois, se ocupou em desabotoar minha camisa, que se embolou. Precisei ajudá-la a tirar, e rimos de novo.

– Eu, definitivamente, não sou boa com essas coisas. – ela repetiu, e fechou os olhos quando eu deslizei as mangas de seu vestido para fora. Uns trinta segundos depois, America estava apenas de sutiã e calcinha. Tentei não olhar seu corpo por muito tempo, mas não consegui.

– Você é tão linda – sussurrei, beijando sua barriga. Meri apoiou suas mãos no colchão.

Subi os lábios em câmera lenta até o espaço entre seus seios. Pressionei meu quadril contra suas pernas, e ela respirou alto. Abaixei a alça do sutiã e beijei seu ombro. Enlacei suas costas com as mãos e desprendi o fecho. America suspirou. Tirei-o devagar e deixei que caísse no chão. As bochechas de Meri ficaram vermelhas e não pude deixar de sorrir. Ela cobriu o rosto com as mãos.

– Não precisa ter vergonha. – cochichei ao pé do ouvido. – eles são incríveis, sabia?

Retornei para seu rosto, alternando entre orelha, bochecha e lábios. Meri entrelaçou suas pernas nas minhas e eu a pressionei contra o colchão macio. Passei os dedos por seu cabelo e ela deslizou as unhas pelas minhas costas, arrepiando cada centímetro do meu corpo e apertando meu abdômen contra ela. Meri continuou escorregando os dedos para baixo e eu afundei em seu pescoço, respirando com dificuldade o cheiro de macadâmia e flores silvestres que ela exalava.

– Talvez a gente devesse parar por aqui. – ela sussurrou ofegante. Puxei o cobertor dobrado na ponta da cama e joguei sobre nós, e ficamos ali, emaranhados naquele “quase”, imersos em vontade.

Afaguei seus fios macios com a mão esquerda, enquanto apoiei minha cabeça no antebraço. Com a direita, comecei a acariciar sua cintura com pequenos movimentos circulares, enquanto recuperava o fôlego. Fiquei exausto como se tivéssemos ido até o final.

– Desculpa, Meri. – falei baixinho, e ela se virou de lado para olhar pra mim.

– Pelo que? – perguntou, esticando o lençol até a altura dos seios.

– Por te deixar sozinha hoje. Por não estar lá quando você precisou de mim. – respondi, colocando uma mecha de cabelos loiros atrás da orelha. Beijei sua boca devagar. Meri suspirou e passou sua perna por cima da minha.

– Você tomou uns socos por mim. – ela respondeu, arrastando o dedo pela minha bochecha machucada, com cuidado. – e Evan não chegou a fazer nada comigo. Eu tenho é que te agradecer.

Corri as mãos por suas costas, puxando-a para mais perto de mim. Meus dedos repousaram na ponta de seu quadril, ela fechou os olhos e sorriu de leve.

– Se ele colocar os dedos em você de novo. – eu a apertei e ela riu. – vou matá-lo.

– E você pode, por acaso? – ela arqueou as sobrancelhas em tom de provocação.

Eu sorri de lado, fechando os olhos quando ela mordeu minha orelha.

– Só eu.


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Notas finais do capítulo

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