More Than This escrita por Ana Clara


Capítulo 20
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

(narrado por America)



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– Homens. – murmurei, voltando para dentro.

Dirigi-me até a ponta direita da boate. Encostada na parede havia uma mesa de vidro com suporte ornamentado de metal. Taças com diversas bebidas estavam espalhadas, e peguei uma de coloração rosada. Provei. Meu rosto se contorceu numa careta de repulsa. Troquei por um copo de água.

Olhei em volta e observei todos aqueles estudantes mais velhos dançando e se divertindo juntos. Desejei estar em casa, lendo romances e ouvindo música estrangeira, onde eu poderia desfrutar da minha solidão, hm, sozinha. Percebi que não tinha absolutamente nenhum amigo naquela merda.

Andei até a mesa mais próxima, e vi que Megan estava naquela direção. Dei meia volta e marchei na direção oposta, torcendo para que ela não tivesse me visto. Mas me alcançou em poucos segundos, me puxando pelo cotovelo.

– America! – exclamo, sorrindo o mais amigavelmente possível – há quanto tempo não a vejo!

– Ér. – murmurei. – não to a fim de conversar. – cortei, puxando meu braço.

Sua expressão se entristeceu.

– Eu fiquei sabendo o que Evan... E Soraya fizeram com você. – confessou. – eu nunca concordei. Juro! - levantou a mão, séria. – Não acho justo o que eles fazem. Eu briguei com ela, tanto que não ando mais com aquele grupo.

Ponderei por um momento. Realmente, não as vi juntas naquela noite, nem mesmo vi Soraya. Pensei se era possível que ela não fizesse parte daquela trama maligna, mas ainda assim fiquei desconfiada.

– Além do mais, eu queria compensar você. – continuou. – Vem, quero te mostrar uma coisa.

– Não precisa. – rebati, inquieta. – e eu estou esperando uma pessoa.

– Mas não vai demorar mais que cinco minutos! – insistiu. – veeem, vai valer a pena. – e me puxou para fora

Fomos contornando a boate e descendo as escadas do fundo, e eu olhava para todos os lados cautelosamente. Megan, em seu vestidinho violeta brilhante, não parava de falar sobre a briga que teve com Soraya.

–... Então, quando ela me irritou demais. – prosseguiu. – eu comecei a gritar e a chamei de vaca hipócrita. – ela riu histericamente, se lembrando. – ela chamou o mordomo pra mim, obviamente.

Atravessamos um jardim e paramos diante de uma salinha apertada, tipo um depósito ou armazém. Eu parei de andar instantaneamente e olhei para ela.

– O que é isso? – perguntei, não entendendo o motivo daquilo tudo.

– Não está vendo? – ela perguntou, arqueando as costas até a porta de entrada, que estava aberta.

– Vendo o que? – me inclinei também, procurando com os olhos alguma coisa interessante. O ambiente estava completamente escurecido. – Não há nada aqui.

– Tem razão. – ela me empurrou com uma força sobre-humana e fechou a porta atrás de mim, rindo. Pude ver sua silhueta, por trás da vidraça, se virando e indo embora.

Caí num aglomerado de cordas e equipamentos amontoados, e minhas pernas se arranharam. Levantei com dificuldade, me equilibrando sobre os sapatos e tentei abrir a porta, que estava emperrada. Bati com força e pedi ajuda, mas ninguém me ouviu. Chequei as janelas. Trancadas. Tateei a parede como pude, procurando por um interruptor, mas não consegui achar.

Então, alguma coisa me puxou para trás com força. Alguém, quero dizer. Fui imobilizada pela cintura, e as mãos presas nas costas. Gritei até todo o ar se esvair de meus pulmões. Até minha boca ser tapada.

Lábios gélidos e tomados pelo cheiro de álcool se encostaram à minha orelha esquerda.

– Sentiu saudade de mim, loirinha?


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Notas finais do capítulo

e agora, o que será que vem por aí?