Naquela manhã, no reino de Arendelle, em algum lugar na internet...

"Ari! Ari! Acorda!" Chamou a pequena Jacklyn.

Para os que não as conhecessem, Jacklyn poderia ser tomada por irmã de Elsa, proque assim como a rainha, a pequena tinha os mesmos cabelo loiro-platinado, longo e preso em uma trança e os mesmos olhos azuis, uma figura que emanava em si um certo poder. Ela usava um longo, mas simples e leve vestido azul-gelo, de mangas longas, e mesmo naquele frio estava descalça, como se não se importasse. E ela usava uma gargantilha prateada, com uma pequena pedra azul-transparente.

A verdade era que, assim como Elsa, Jacklyn tinha nascido com poderes sobre a neve e o gelo, daí o nome, Jacklyn Frost, como em Jack Frost, o lendário espírito do inverno.

A garota, Arianne, simplesmente soltou um resmungo inteligível e escondeu a cabeça debaixo do travesseiro.

Arianne, por outro lado, tinha cabelos ruivos, um pouco mais curtos mas presos igual ao da irmã mais nova e olhos azul-safira. Apesar de ainda adormecida, estava levemente agasalhada em uma jaqueta de inverno, preta, com gola branca de pele e calças de moletom, também pretas, além de meias, impecavelmente brancas e as luvas pretas. Ela trazia um medalhão dourado com uma pedra azul ao redor do pescoço e um único brinco com uma pedra verde em forma de folha em sua orelha direita. Brinco com o qual os outros estranhavam vê-la conversando às vezes.

Do lado de fora estava esperando o irmão das duas. Mais velho que Jacklyn mas mais novo que Clarion, Erick tinha cabelos loiros, mais escuros que os de Jacklyn, curtos e olhos castanhos. Assim como Clarion, ele estava bem agasalhado, mas mesmo assim parecia com frio. Ele nunca se acostumara com a temperatura que fazia ali o inverno. Ele usava também um bracelete prateado com uma pedra negra.

"Vamos Ari, acorda!" Jacklyn, chamou novamente sua irmã.

"Me deixa dormir, Jackie." A mais velha pediu.

"Mas está nevando! E já está tarde. Pretende passar a manhã inteira dormindo?"

"É uma boa ideia." Arianne murmurou.

"Anda, vamos brincar!"

"Vá embora, Jacklyn."

Silêncio. Arianne sorriu consigo mesma e tentou voltar a dormir, mas não demorou muito para a luz do sol começar a atrapalhar. Quem tinha aberto as cortinas?

"Jackie eu já disse..."

"Bom dia Bela Adormecida!" Uma voz cantarolou, mas não era Jacklyn.

"Anna! Por que abriu as cortinas?"

"O dia está muito bonito e nós estamos indo patinar."

"Ótimo. Divirtam-se." Arianne resmungou.

"Vamos, vai ser divertido!" A mais velha chamou.

"Pode até ser. Mas, se já se esqueceu, hoje é meu dia de não sair desse quarto por nada."

"Ora, todo ano é a mesma coisa. O que tem hoje que você não pode sair pra se divertir com suas irmãs?"

"Se não se lembra, hoje faz quatro anos que vim parar aqui."

"E isso não foi uma coisa boa?" Anna perguntou animada.

Eles eram quatro naquele castelo. Elsa, a rainha; Anna, a princesa; e seus três irmãos adotivos, Arianne, Erick e Jacklyn. Os três mais novos haviam aparecido ali três anos atrás. Clarion disse não saber nada de onde vinham ou como chegaram ali mas, todo ano, naquela mesma época, ela passava o dia trancada no quarto, se recusando a dizer o porque. Os outros bem que tentavam convencê-la, mas era impossível.

Mas naquele ano, Anna e Jacklyn estavam dispostas a qualquer coisa para tirar Arianne de lá.

"Não!" A ruiva gritou. "Quer dizer... Adorei conhecer vocês e tudo, mas não sabe quanto perdi que me trouxe até aqui."

"Como podemos saber se você não conta?" Perguntou Elsa, entrando no quarto e sentando-se na cama ao lado da irmã.

"Sinto muito meninas, não posso." Arianne murmurou, saltando da cama e correndo para fora."

Elsa suspirou, então olhou para a irmã.

"Pelo menos ela saiu." Comentou Anna.

Apesar de ter apenas dez anos, Arianne parecia já ter passado por tanta coisa como uma menina mais velha. Ela chegara ali com o irmão mais novo e a irmã ainda bebe, dizendo ter vindo de um jogo de Pokémon, ela com seu jovem Growlithe e Erick com um Jolteon.

A menina se recusara a explicar mais sobre a fuga deles, mas ela estava ferida, então as duas imaginaram que talvez ela tivesse passado por algo tão traumático que não quisesse falar sobre isso.

Mas agora havia algo de suspeito no ar.

Pela primeira vez nos últimos três anos, Arianne concordou em sair com o irmão e as irmãs, mas pelo dia todo ela não pareceu estar se divertindo muito. Os quatro percebiam isso, e até mesmo Jacklyn, que só tinha quatro anos, sentia pena da irmã.

Lá pelo fim da tarde, eles tinham resolvido fazer um piquenique, foi quando a pequena Celebi, que volta e meia vinha visitar o trio, apareceu.

"Gaya!" Gritou uma animada Jacklyn, correndo para a pequena Pokémon e abraçando ela.

Mas Gaya voou para junto de Arianne.

"Boa tarde pequena flor." A menina lhe deu um sorriso fraco. "Foi ver minha pequena guerreira? Ela está bem?"

Era sempre assim quando Gaya vinha. Sempre conversas estranhas, aparentemente particulares entre a menina e a Pokémon. Por algum motivo Arianne conseguia entendê-la.

Gaya respondeu com um aceno afirmativo e uma exclamação animada.

"O que?!" A ruiva exclamou, um sorriso se formando em seu rosto. "Despertaram? Querem lutar? Vão precisar de mim se quiserem ganhar essa briga. Preciso voltar."

"Voltar pra onde?" Perguntou Anna, curiosa.

Arianne se levantou.

"Pessoal, tenho algumas confissões a fazer. Em primeiro lugar, meu nome verdadeiro é Clarion, não Arianne. Em segundo lugar, Jacklyn, Erick, sou tão irmã de vocês quanto nós três somos de Elsa e Anna. Fui adotada por seus pais quando era pequena. A verdade também, é que apesar de eu ter mudado meu código para manter essa aparência, já não tenho mais dez anos a muito tempo, na verdade fiz vinte e quatro semana passada. Também não somos de nenhum jogo do Pokémon. Passamos quase um ano por lá, mas na verdade somos de jogos de um Arcade a duas quadras daqui. E, por último, nós estamos indo embora. Alguém tem algo a dizer?"

"Por que vieram parar aqui?" Perguntou Kristoff.

"Longa história. Nosso Arcade foi dominado por um grupo de anti-vírus que disseram estar nos protegendo depois que um acidente quase fez com que fossemos descobertos. A verdade é que eles só queriam o controle para alguém, até hoje não sei quem. Eu e minha família tentamos fugir, mas só nos três conseguimos escapar."

"Então nosso pais estão vivos?" Perguntou Jacklyn, esperançosa.

"Sim, docinho. Nossos pais e irmãos... Ainda temos uma família lá, que nos ama, mas que não se lembra mais de nós por causa das pessoas más que nos obrigaram a vir pra cá."

"Com quem você vive conversando, e que Gaya vai visitar às vezes?" Erick perguntou.

"Minha filha, Lexa. Não posso realmente falar com ela, mas sei que ela me escuta. Era pra ela estar aqui com a gente, mas não conseguimos achá-la, nem ao meu irmão gêmeo na confusão."

"Por que resolveu voltar depois de tantos anos?" Elsa perguntou.

"Tentei voltar, foi quando descobri que as memórias de todos tinham sido apagadas. Eu precisava de uma forma de tirá-los de lá, e restaurar tudo. Mas a minha força está na família e Erick, Lexa e Jacklyn ainda eram muito pequenos. Mas agora, Gaya descobriu que os outros que restaram estão planejando uma revolução, preciso voltar e ajudá-los."

"Então você vai mesmo embora?" Olaf perguntou triste.

Clarion ajoelhou-se para encarar o boneco de neve nos olhos.

"Sinto muito, Olaf. Eu não queria ir. Vou sentir falta de vocês. De você principalmente. Mas sinto falta da minha família, e tem uma menininha lá que sente a minha falta. Preciso ir."

"Pelo menos vai voltar pra visitar a gente, não é?" Anna perguntou.

"Claro! Jamais esqueceria vocês e tudo o que fizeram por mim e meus irmãos. Além do mais, queria pedir um favor a vocês."

"O que você quiser." Elsa respondeu.

"Tomem conta de Erick e Jacklyn enquanto eu estiver fora. Venho buscá-los quando tudo estiver normal outra vez."

"O que?!" Exclamou Erick. "Vai nos deixar aqui?"

"Não posso arriscar perder vocês dois, e lá vai ser perigoso. Nunca me perdoaria se algo acontecesse a vocês."

"Mas queremos ajudar!" Jacklyn protestou.

"Não vamos conseguir segurá-los aqui se eles quiserem ir." Falou Elsa. "Por que vocês tem uma coise em comum, são todos determinados até a alma. Não vão parar por nada enquanto tiverem um objetivo em mente."

"Mas..." A ruiva começou a protestar.

"Você vai levá-los e isso é uma ordem." Elsa a cortou, séria.

Clarion não pode deixar de rir ao responder: "Sim senhora."

"Escute, Clar. Não pense que estou sendo chata, ou que não me importo com seus irmãos, mas você mesma disse, sua força está na família, e eles são sua família. E se tem algo que aprendi, é que quando alguém se dispõe a ajudar, mesmo que pareça que não podem fazer nada, muitas vezes podem ser sua maior força."

"Então, acho que é adeus, por enquanto. Melhor se despedirem, crianças, vamos levar um tempo sem voltar aqui."

"Tudo bem." Os dois pequenos responderam, Estavam prontos para ir, para conhece e salvar sua verdadeira família, e desde que voltassem a ver os amigos depois, tudo ficaria bem.

"Bem, parece que somos os três mosqueteiros, então." Ela anunciou.

"Um por todos, e todos por um!" Os três exclamaram juntos, animados. Uma nova aventura estava a caminho.