Feelings locked escrita por Mayu


Capítulo 3
Uma garota curiosa demais


Notas iniciais do capítulo

Oiie, mais um capítulo sendo postado.
Boa leitura! :3



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Capítulo 3:

u m a g a r o t a u m p o u c o c u r i o s a d e m a i s.

Como se decifra o amor? Como saber que é ele quem está batendo à porta? Como evitá-lo? Como não sofrer com sua chegada? Como saber essas respostas? Aonde posso encontrá-las?

Bem, de qualquer forma, não me importa mais. Talvez já seja tarde para tentar voltar atrás. A questão é que eu abri a porta para este sentimento e de mim ele então se apossou. As borboletas são a prova de que ele reside dentro de mim. Sei que sim.

Após minha caminhada sem destino pelas ruas de Magnólia, acabei parando embaixo de uma palmeira. Observar o mar sempre foi reconfortante e calmante. Apreciar um dia nublado, na praia, costuma ser um lazer para mim.

A imensidão do mar e do céu muito se assemelha. Ambos não possuem fim, eu presumo.

Antigamente quando pensava em me apaixonar por alguém, desejava que essa paixão, esse amor, fosse como o céu e o mar, infinitos, sem fim, com apenas um começo...

O amor mais lindo é aquele que vive não até a morte, mas sim até depois dela, em outras encarnações...

Um vislumbre de um homem belo, surgiu em minha mente, fazendo-me sorri de modo dolorido. Uma bela imagem, pena que a pessoa está longe de meu alcance...

Mesmo estando distante, ainda sim, não consigo me privar das lembranças que me invadem constantemente.

Eu, que não acreditava em destino, acabei nutrindo uma certa crença por ele, visto que não há possibilidade de tudo acontecer por acaso.

Se tem uma coisa a qual acredito, essa coisa é que tudo tem um porque e, as respostas talvez possam nunca ser descobertas, mas elas são respondidas de modo que muitas vezes você nem percebe.

A única coisa que me pergunto é o porquê de justamente eu ter sido a escolhida para ter um destino como este.

Ainda me recordo com clareza nossa primeira conversa a sós. Foi bizarra e me deixou pasmada com o fim que tivera, mas de alguma forma, fora bastante significativa e desencadeara o início de uma trama que eu jamais diria ser capaz de me acontecer...

................................. Flashback ..................................

Folga, eu finalmente havia conseguido me livrar tanto de Natsu e Happy, quanto de Erza, Gray e o restante da guilda.

Após várias missões sem um descanso sequer, Makarov nos proibira de pegar mais alguma missão, caso não tivéssemos um descanso físico e mental digno. Disse que só voltaríamos a pegar as missões no quadro dali três dias, enquanto isso, queria que aproveitássemos para descansar.

É claro que Natsu fez o maior escândalo e muito a contragosto, ou melhor, por forças – literalmente – maiores, tivera que acatar as ordens do mestre, querendo ele ou não.

Natsu sendo sempre Natsu, levara Happy consigo para algum lugar onde pudesse treinar e se fortalecer ainda mais para poder encontrar o quanto antes Igneel.

Erza também fora outra que não gostara muito da ordem, porém, diferentemente de Natsu e de forma bem mais civilizada, tentara entrar em um acordo com o mestre, porém este não dera o braço a torcer e a enviara para descansar em um resort com tudo pago, prometendo-lhe muitos bolos de morango. Os olhos da ruiva brilharam e de forma repentina mudara de ideia, dizendo que realmente precisava descansar.

Gray não dera a mínima, no momento em que Makarov informara que deveríamos descansar, ele dera meia volta e sumira para sabe-se lá Deus onde. Juvia não estava por perto, o que garantiu que o moreno pudesse ter um tempo só para ele, sem maiores perturbações.

Já eu, bem, é claro que comemorei, estava realmente necessitada de alguns dias para mim. Sendo a “molenga reclamona” do grupo, descanso “remunerado” era como ir ao céu.

Não deu outra, corri para o apartamento, me preparei com tudo o que tinha direito para na manhã seguinte voltar a colocar minha criatividade em primeiro plano e continuar a narração de minha estória.

...

Na manhã seguinte, acordei radiante, fiz tudo o que tinha para fazer e logo em seguida corri para o único lugar aonde sabia que não seria, de forma alguma, perturbada por nenhum membro da Fairy Tail. Veja bem, eu os amo do fundo de meu coração, mas em alguns momentos, precisamos ficar a sós com nós mesmos...

Após ter pegado um trem que me levaria para a cidade vizinha, caminhei por alguns minutos até me encontrar no lugar que desejava: a pacifica e pouco frequentada praia do reino de Fiore.

Ao chegar, fiz a primeira coisa que estava tão habituada a fazer sempre que vinha para cá: observei todo o local, verificando se não havia ninguém que conhecesse que poderia me atrapalhar.

Foi nesse momento, enquanto fazia a inspeção de “terra livre” que meus olhos depararam-se com uma figura inusitada. Impossível foi fazer com que minha boca não se abrisse em um “O”.

Curiosidade. Fora este o sentimento que me abatera e me fizera esquecer momentaneamente o que havia ido fazer ali.

Com passos lentos e bem planejados, havia chegado como quem não quer nada. Como o tinha visto há uma boa distância, tinha que ter certeza de que era mesmo quem estava pensando ser.

Bem, de toda forma, seria impossível que passasse despercebido essa tão já conhecida figura. Não por ser tão bonito e atraente, mas por ter algo apenas seu. Aquele ar sinistro e gélido, além de quando distraído, exalar um ar bastante melancólico...

Ele estava sozinho e parecia divagar, sentado em uma pedra, com os pés esticados ao chão de areia de uma praia a qual eu costumava frequentar em meus dias de folga prolongada.

Gostava de ficar por ali por sentir que a inspiração para as estórias de meus livros, fluíam de forma mais completa e instigante e também, era um dos poucos lugares ao qual eu encontrava sossego pleno.

Fora a curiosidade que direcionara meus pés a caminharem para mais perto, em sua direção.

Não era comum vê-lo ali.

Sinceramente, me era bastante estranho e até mesmo bizarro e por conta dessa estranheza toda, fazia-me pensar que o mesmo não combinava com aquele tipo de lugar ou aquele clima tão vibrante. Era como observar um peixe fora d’água...

Quando enfim cheguei bem perto de si, ele erguera a cabeça e me fitara. Parecia que já havia notado minha presença, muito antes de eu estar há centímetros de si.

Estremecimento correu por todo meu corpo quando o fitei. Não era prazer, era temor. A vontade de retroceder foi grande, mas mantive-me firme onde estava. Seu rosto de expressões duras, era bastante intimidador, aliás, sempre fora.

Sorri fracamente, olhando para qualquer parte que não fosse seus olhos intensos e de certa forma aterradores.

Não era que estivesse com medo, apenas não conseguia manter meus olhos no seu por muito tempo. Era constrangedor e estranho, muito, muito estranho...

— Posso me sentar ao seu lado? — Indaguei. Fora a primeira coisa que havia passado por minha cabeça como pergunta. Não aguentaria ficar em silêncio por muito tempo.

Não era que quisesse me sentar ao seu lado, apenas havia deixado minhas pernas seguirem minha curiosidade.

A verdade era que a vontade que cobria meu corpo, era perguntar o que de fato ele fazia por ali, mas, bem, talvez fosse muita indelicadeza de minha parte, sem contar que nem tínhamos tamanha intimidade para eu me aproximar e indagar um “E aí, cara, dia bonito, né?! Me diga, o que faz aqui?” Com toda certeza não faria isso.

Como resposta a minha pergunta, ele dera apenas de ombros, como quem diz que não se importa. Isso me deixou um pouco brava, pois em minha interpretação, parecia que ele havia me igualado ao nada, informando que éramos a mesma coisa, mas então me lembrei que na maior parte do tempo ele se matem calado, de forma que relevei meus pensamentos precipitados...

— Se você não quiser que eu me sente aqui, basta dizer, okay? — Tentei soar o menos grosseira e chateada possível, afinal, ele não havia realmente insinuado que eu e nada éramos a mesma coisa, eu é quem havia chego a essa conclusão em minha interpretação.

— O lugar é público, você pode sentar no canto que desejar. — Dissera ele com seu tom de voz grave e suas ações frígidas, levantando-se em seguida, justamente quando eu estava preste a descansar minha bunda na pedra a qual ele estava sentado.

O olhei com uma cara bastante interrogativa. Mais uma vez ele dera de ombros e em seguida me dera as costas, caminhando para a saída da praia, ao que pude constatar.

Enquanto se afastava, não pude deixar de retrucar:

— Bastava dizer que eu deveria procurar outro lugar para sentar ou que não era bem-vinda...

Não obtive nenhuma resposta se não o barulho do vento soando em meus ouvidos.

Foi a conversa mais estranha que eu já tivera em toda minha vida e também, a mais rápida, bem como a que mais se encaixa a um monólogo...

................................. Flashback Off ..................................

Sorri com essa lembrança. Havia passado o dia inteiro me perguntando o que acontecia com aquele homem para sumir justo quando cheguei.

Meneei a cabeça. Não deveria ter me aproximado...

A verdade é que a curiosidade não matou o gato. A curiosidade faz com que as pessoas se percam em uma completa confusão, isso sim...

Minha curiosidade me levou até você e, sem perceber, um sentimento já havia sido plantado e começava a florescer. Eu, sinceramente, não sei o que fazer...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :3
Até mais!
Mayu.



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