Feelings locked escrita por Mayu


Capítulo 2
Era uma vez...


Notas iniciais do capítulo

Oiie! Passando para postar o capítulo dois.
Boa leitura! *---*
Mayu.



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E r a - u m a - v e z...

O que significa a palavra platônico?

Para mim significa dor, tristeza, vazio, solidão... Significa acima de tudo sofrimento...

Gostar de alguém e nem sequer sentir que esse alguém te nota é terrível...

Distraído, cego ou o que? .

Vivo me perguntando o que acontece. Não que eu seja a pessoa mais descarada do mundo. Não é como se eu deixasse transparecer que tenho um tombo por ele, mas dizem que quando se está apaixonado fica tão visível...

Me pergunto se é mesmo verdade o que dizem. Ou isso é uma verdadeira mentira, ou então eu sou muito, mas muito discreta.

Às vezes, gostaria de ser como a Juvia, que não tem medo de revelar seu amor por Gray, mesmo que este não lhe dê bola, ainda sim ela não desiste, persiste e vai atrás, ela luta – de um jeito bastante estranho, mas luta -.

Diferentemente da senhorita das chuvas, sou covarde o suficiente para sentir calada e quase não demonstrar nada.

Receio...

O nome do meu medo é receio.

Tenho receio de levar um fora e não ser correspondida.

Um não dito olho por olho, seria como ter uma boa parte de meu mundo desmoronando em câmera lenta conforme as memórias da recusa, da rejeição, me atingissem.

Uma verdadeira tola amedrontada. É isso o que sou e, será isso que continuarei sendo, caso não mude...

— Hey, Lucy, há algo de errado consigo? Está se sentindo mal? — A voz de Mira me despertou de meus pensamentos.

Encarei-a com a melhor expressão de “estou cem por cento ótima”, forçando o melhor sorriso que podia e conseguia lhe transmitir.

— Me sentindo mal? De forma alguma! Melhor impossível! Por que a pergunta? — Não era necessário perguntar para saber. Eu mesma há algum tempo vinha me estranhando. Sem contar que tinha determinada noção de que meu sorriso faceiro devia estar bastante assustador para comprovar exatamente o contrário do que eu verbalizava.

É... o que os sentimentos não fazem com as pessoas. Esses sim possuem o dom de transformar-nos em um estalar de dedos...

— Luxi ultimamente está estranha... Mas a Luxi já é estranha, então isso quer dizer que ela está bem mais estranha do que já é. Sinistro... — Não fora Mirajane quem respondera, mas sim um certo gato azulado irritante que adorava dar uma de intrometido e meter o pentelho onde não é chamado.

Não que eu estivesse totalmente estranha, só estava mais distante, perdida em meus pensamentos, querendo um tempo para poder raciocinar e encaixar os pingos nos “is” de forma que tudo voltasse a ser como antes, de modo com que a antiga Lucy retornasse a ativa.

— Você sempre foi estranho e nem por isso vivo dizendo isso, gatinho intrometido. Vem cá para eu puxar esses seu bigode e te ensinar a não se meter na conversa dos outros. — Direcionei meu melhor olhar assassino para Happy, que com medo saíra voando em direção a sabe-se lá Deus quem, dizendo que eu era uma estranha e toda aquela ladainha de sempre, fazendo aquela sua rotineira manha com aquela voz dengosa e irritante.

Sorri em meio a uma revirada de olhos.

Happy era uma das poucas pessoas, ou melhor, felinos, quer dizer, animais, ah tanto faz. Ele era um dos únicos seres vivos da Terra que conseguia manter o meu lado Lucy antiga de ser... Mas, se levasse em consideração que ele só sabia me importunar e levar minha paciência para dar uma volta, bem, qualquer um, nesta situação, conseguiria ter a Lucy histérica de volta.

— Isso tem cheiro de “eu preciso de ajuda”. — Cana, que como sempre estava agarrada ao seu barril de cerveja e bem próxima de nós, provavelmente resolvera aguçar a audição e prestar atenção na conversa alheia, acabando assim por manifestar-se, para não ser indelicada e dizer intrometer-se.

— Lucy, você sabe que independente do problema que a estiver afligindo, não hesite, apenas me procure, caso queira desabafar, obter conselhos ou simplesmente jogar conversa fora. Sou toda ouvidos. — Mira afagou minha mão, a mesma que continha a marca indicando que eu fazia parte de uma guilda, de uma família amorosa e companheira.

Sendo a garota frágil que sou, não pude deixar de me emocionar e consequentemente sentir meus olhos marejar. Forcei um bocejo para disfarçar o marejo nos olhos e então sorri para ambas mulheres acolhedoras que aparentavam, assim como via-se que estavam bastante dispostas a me ceder um ombro amigo.

— Não há com o que se preocupar, meninas, são apenas alguns pensamentos que logo, logo entrarão nos eixos e pararão de me importunar. Tudo será resolvido, não se preocupem. — Respondi sem qualquer resquício de convicção. — De qualquer forma, muito obrigada. Caso mude de ideia, não hesitarei em correr para você Mira e para você também Cana. — Sorri.

— É isso aí, garota! Qualquer coisa te cedo um barril de cerveja e nós afogamos as magoas com uma boa embriaguez. Às vezes, a insanidade e o entorpecimento é a solução para o esquecimento. — Cana respondeu, mostrando-me seu barril repleto de álcool, como se estivesse perguntando se eu estava servida.

Meneei a cabeça, negando.

— Veja o meu lado, Lucy, eu bebo para esquecer que a vida é uma merda e que o amor é uma bosta, mas de tanto beber, acabei ficando imune ao álcool e como consequência, continuo achando que a vida é uma merda e que o amor é uma bosta, só que dessa vez ao quadrado. — E como se fosse um ritual, Cana virou o gargalo em sua boca, tomando umas goladas bastante generosas de sua bebida.

Sorri amarelo para minha amiga alcoólatra.

Com o passar do tempo, aprendi que não se deve ir na onda de Cana quando ela já está mais para lá do que para cá, mas também aprendi que mesmo ela estando em estado nada sóbrio, muitas coisas ditas realmente fazem um grande sentido...

— Se você realmente mudar de ideia, Lucy, não se sinta envergonhada e nem hesite em me procurar. Guardar e carregar todo um peso em suas próprias costas não é saudável. Estarei aqui, para ajudar-te a carregar esse peso. Não se esforce demais. Se vir que não vai aguentar mais, grite por mim que aparecerei em um instante. — Fora a vez de Mira me consolar e incentivar a desabafar.

Não era que eu não quisesse desabafar, apenas não sabia como e nem por onde começar. Ainda estava perdida com tudo o que recentemente ocorreu e eu acabei percebendo...

— Sim, pode deixar, farei isso. — Respondi, abraçando Mira de forma meio desengonçada, visto que havia uma mesa nos distanciando.

Distância... Essa palavra parecia cercar tudo a todo momento.

Qual o significado de distância?

Para mim, distância significa algo cruel, sem escrúpulos, maldosa e sem sentimentos, totalmente frígida. Sem coração e nem compaixão...

— Estou de volta! — O anúncio eufórico e retumbante fizera-me acordar de minhas divagações e me desvencilhar do abraço de Mira, apenas para olhar na direção de quem acabara de chegar.

De fato, não havia necessidade para que eu me virasse e o encarasse. Sabia muito bem quem era, sem ter de olhar. A voz já revelara o dono da euforia.

Natsu...

Após três dias fora, ele finalmente havia retornado da missão que havia feito junto de Lisanna.

Sorri. Era bom ver este rosto, me trazia paz e sossego, bem como um sentimento de segurança...

A guilda que até então mantivera-se de certa forma, calma, ou melhor, pacifica, entrou em erupção com a chegada do rosado. De repente as coisas e pessoas começaram a voar para tudo quanto é lado. Um auê intenso deu o ar de sua graça na guilda Fairy Tail.

De fininho, com um sorriso fácil, fácil de ser desmanchado, sai da guilda e comecei a caminhar sem rumo para Deus sabe lá onde. A única coisa que sabia era que o vento que em minha face batia, refrescava-me o suficiente para me fazer continuar a caminhar e pensar.

Não sabia como poderia contar aos outros o que estava sentindo e por quem estava sentindo tudo isso. Seria estranho e talvez até fizesse muitos ficarem chocados, surpresos e possivelmente faria alguns virarem o rosto para mim.

Distante... distância...

De alguma forma, essas palavras estavam entrelaçadas comigo de modo que nem mesmo as mais fortes das rezas, conseguiriam tirá-las de meu caminho.

Fora bem distante que eu o encontrei e fora a distância que nos enviara cada um para um lado...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! *-*
Nos vemos em breve!
Não deixem de comentar... :3
Mayu. *-*



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