Potter você é a minha escolha escrita por Lily Potter


Capítulo 21
Capítulo 21 - Por um acaso


Notas iniciais do capítulo

OLAAAÁ!
Eu tenho a leve impressão de que eu prometi postar esse capítulo há um mês atrás... Já ouviram falar de bloqueio de escritor? Deve ter sido isso, porque eu não fiz nada essas férias e ainda assim não consegui focar na história. Aliás!!! Dia 14 se não me engano fez um ano que estou aqui!! E eu só tenho a agradecer a vocês! Pensei em postar como uma espécie de presente por vocês acompanharem, mas adivinhem!!! Nada de ideias, de novo! Maaas, graças ao Anjo, eu consegui! Passei os últimos dois dias estabelecendo várias coisas e agora consegui finalizar esse capítulo. Espero que gostem, ele ficou meio longo (assim como essa nota inicial .-.), mas de qualquer forma:
BOA LEITURA!!



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Kate encarava aquilo tudo com uma expressão de plena curiosidade, uma curiosidade sedenta por saber o que aqueles dois escondiam. Será que ninguém percebe o que está rolando aqui?, pensou Kate, olhando para cada um dos outros. Sirius sabia, com toda certeza sabia, caso contrário não sorriria daquela forma maliciosa e doentia que claramente dizia que estava se contendo para não rir ou fazer algum comentário pessoal inoportuno.

– Como assim? Tem mais coisa além de você-sabe-quem? - Replicou Pedro de repente, antes que a garota pudesse sequer pronunciar uma vogal. Por que com ele perguntando soa a inocência e comigo não?

– O quê? - Começou Tiago, desconcertado, voltando o olhar para o amigo.

– Ela disse que deixou de acreditar em muita coisa. Isso tem a ver com... com você-sabe-quem? - Disse novamente, voltando-se para Lily.

– Ah... Não, ahm... Nada demais, Pedro. - Disse, e tentou sorrir para aliviar o fato de que sabia que estava tão corada quanto o possível.

– Deixe-a em paz, Pedro. - Comentou Sirius de súbito. - Devem ser coisas pessoais, certo?

– É.

– Ah! Foi por isso que te encontramos no corredor ontem, não? Você foi ao Corujal, certo? - Indagou na maior simplicidade, apontando a esmo um garfo para ela. Sentindo Tiago engasgar ao seu lado.

– Caramba, Pontas! Vai devagar ai. - Disse Pedro, erguendo uma das mãos novamente para bater nas costas do amigo.

– Não... Não... - Disse entre uma tossida e outra. - Estou bem... Obrigado. - Encheu seu copo novamente, evitando com todas as suas forças dar uma cotovelada em Sirius.

– Não... Eu... Eu estava na biblioteca...

– Não sei o que vocês tanto amam naquele lugar. Me lembra mofo, não me perguntem por quê. - Concluiu, movendo os ombros em um ato de quem não sabia, enquanto sorria de uma maneira quase imperceptível.

**

– Admito que estou surpresa. Quem diria Kate Roosevelter vindo de boa vontade à biblioteca! - Brincava Lily, enquanto procurava por uma versão antiga de seu livro de astronomia. - Que bicho te mordeu?

– A questão não é que bicho me mordeu. - Disse, o sorriso que brincava em seus lábios se alargou ainda mais quando notou sobre si o olhar de Anne.

– Adoro quando você deixa de dizer algo que eu obviamente deveria saber. - Murmurou a ruiva ainda virada para a estante, seus dedos passando suavemente pelas lombadas dos livros ali expostos, cada um mais velho que o outro.

– Ah qual é. Vai nos dizer o por quê de “deixei de acreditar em muitas coisas” ou não? - Disse, puxando uma cadeira e sentando-se, olhando de maneira inquiridora para a amiga que se virou lentamente, trazendo consigo um livro aberto, expondo suas páginas manchadas e sua letra cursiva e bem delineada.

– Por que todo mundo ficou tão interessado em saber? Não posso rever minhas crenças? Tenho que mantê-las por acaso? - Disse, arqueando as sobrancelhas.

– Não é questão de rever suas crenças, sabe que não. - Murmurou Anne.

– É questão do que então? - Exauriu-se.

– Por favor, Lily. Qual a única “crença” sua que nós temos lutado tanto para “desmoralizar”? - Replicou Kate, olhando fixamente para a outra.

– Sei aonde querem chegar com isso. E a resposta continua sendo a mesma.

– E a resposta seria...?

– Você sabe que não, Kate. - No que a outra suspirou e se levantou, dizendo:

– É, eu sei.

– Aonde você vai? - Ouviu Anne dizer.

– Realmente não sei, mas sei que esse lugar não me faz querer ficar aqui mais do que dez minutos. - Disse saindo da sessão em que se encontravam.

– Vem, Anne. Depois a gente volta. - Disse largando o livro sobre a mesa e pegando a mochila e alguns pergaminhos.

– Mas... Oshi. - Murmurou, se levantando.

– Não estou a fim de ficar aqui.

– Oshi!! - Repetiu, surpresa demais com tudo aquilo.

**

– POTTER! ACORDA PARA A VIDA! - Ouviu Jonnatan gritar em algum ponto mais abaixo.

O Pomo, forçou-se a se concentrar. Encontre-o.

– CARA KATE! - Ouviu Sirius gritar para um vulto sozinho caminhando entre as arquibancadas. Não era como se pudesse esperar que Lily fosse vir assisti-lo durante o treino, ela odiava aquelas coisas.

E então voltou sua atenção para o que já devia ter capturado: uma bolinha dourada e alada. Próxima à base de uma das balizas, sobrevoando calmamente, quase como se estivesse desafiando-o a pegá-la. E então ele se inclinou sobre a vassoura e ganhou velocidade, cada vez mais em direção ao chão. Até que ela decidiu se mover, forçando-o a dar uma volta em torno da baliza mais próxima e subir atrás dela.

– Quem diria Lílian Evans vindo de boa vontade para vir a um treino de quadribol! - Disse, dando ênfase a cada palavra anteriormente dita pela outra. - Que bicho te mordeu? - Completou ironicamente.

– Quem dera fosse só isso... - Murmurou enquanto observava o treino se desenvolver no campo.

– Ahm?

– É mais complicado do que parece ser. - Concluiu sentando-se em tempo de encontrar o que procurava: um borrão vermelho contornando uma das balizas. -E ainda assim eu sinto que não era pra ser tão complicado assim.

– Kate, por favor, - começou antes que a morena pudesse dizer alguma coisa - não comece com isso de novo, porque eu não vou ser capaz de terminar. - Verdes e cinzas, uma olhava fixamente para a outra, em um silêncio de uma relutante concordância.

Não podia negar, mas aquilo tudo chegava a ser cômico. Lily tinha fugido tanto de Tiago e agora viera assistir um treino que ele nem sabia que ela tinha ciência de que sequer aconteceria.

– Pontas seu filho da mãe. - Murmurou, com um sorriso brincando em seus lábios, enquanto observava uma cabeleira ruiva nas arquibancadas mais abaixo. - Veja o que o amor faz com as pessoas, Merlinzito. - Voltou o olhar para o campo a procura do amigo bem em tempo de rebater um balaço que vinha na direção de um de seus companheiros de equipe. - Toma essa seu dragão frouxo! - Rugiu para o balaço, arremessando-o para o outro lado do campo em tempo de ver um borrão vermelho passar ao seu lado, murmurando um nítido “yuuhu cachorrinho!”.

– Dá próxima vez, eu miro em você! - Gritou para o outro que perseguia avidamente o pomo, subindo e descendo como se estivesse em uma montanha-russa.

Kate ria baixinho de uma Lily que parecia prestes a enfartar a cada vez que via algo que considerava perigoso demais acontecer no campo.

– Me odeio por ser monitora e não poder fazer nada contra você por rir de mim em um momento com este. - Murmurou com a voz firme o suficiente para que as outras ouvissem.

– Eles sabem o que fazer. Caso contrário não estariam ali, certo? - Disse Anne, sorrindo ao ouvir um grito e ver que Tiago erguia a mão direita de onde era possível ver somente um brilho dourado das asas do pomo. - Viu.

**

– Não pensei que vocês fossem vir. - Disse Tiago, enquanto saiam do campo.

– Eu não pensei que ela fosse vir. - Replicou Sirius, meneando com a cabeça para Lily. - Kate e Anne já fazem parte do nosso fã clube.

– Faço? Nem sabia que existia. - Brincou Anne.

– Faço das suas palavras as minhas, Anne.

– Ingratas, isso sim. - Dizia Sirius.

– Só não denominem a Lily líder desse fã clube inexistente de vocês. Ela vai impor regras de segurança para o uso de vassouras. - Brincou Kate.

– Tudo isso é medo? - Perguntou Sirius. - Alguma vez você subiu em uma vassoura?

– Sim.

– Aquelas primeiras aulas de voo não valem. - Disse Tiago, sorrindo para a garota que fez uma careta.

– Então, não.

– Isso não pode ser verdade! - Afirmou Sirius.

– Qual é! Eu não devo ser a única aqui. - Concluiu olhando para as amigas que confirmaram que ela era. - Bom, se compararmos com todo mundo da escola, bem, eu não devo ser.

– Ainda assim é inadmissível. - Conclui Sirius, forçando ainda mais o sotaque na voz. - Caro Potter, sabe o que temos aqui? - Voltou-se para o amigo.

– Um caso ultrajante que deve ser resolvido, caro Black.

– Exatamente. - Disse, dando meia volta e então começaram a andar de volta para o campo e, então, parou para olhar para os companheiros. - Vamos, minhas caras. - Conclui no que uma olhou para a outra.

– Se por algum acaso você acha que eu vou subir nesse treco, se enganou. - Disse Lily quando chegaram ao campo.

– Não podemos te obrigar? - Disse Sirius.

– Não, não podem.

– Então, já que estamos aqui, que tal uma corrida? - Disse Tiago voltando-se para o amigo.

– E nós fazemos o que? Esperamos aqui em pé? - Indagou Kate.

– Bem... A palavra “arquibancadas” te diz alguma coisa? - Brincou Sirius sob o olha fulminante da garota.

– No três. - Disse Tiago enquanto ambos montavam suas vassouras. - Um... Dois... TRÊS! - E ambos deram largada enquanto as três garotas se dirigiam mais uma vez para as arquibancadas. E então Tiago parou lá no alto, aproveitando que estariam fora do alcance de visão delas.

– Você realmente não está planejando apostar corrida está? - Disse Sirius, olhando-o de esguelha.

– Mas é claro que não.

– Sabe... - Começou Sirius depois de alguns instantes. - Ela tem que arranjar novas desculpas, porque a de “Fui à biblioteca” não cola mais. Acha que foi ela quem lançou o feitiço?

– Estive pensando sobre isso também. Acha que se eu perguntar sobre peixinhos ela me responde?

– Peixinhos? - Indagou, surpreendido pelo rumo da conversa.

– É. Foi no que ela... No que o bicho-papão se transformou.

– Ah, sim... Não sei.

– Acha que seria suicídio fazê-la subir na vassoura a mais de cinco metros do chão?

– Qualquer dia desses, ela te mata, Pontas. Vai conseguir o que procura.

– Bom, tenho que tentar para saber. - Disse seguindo voo em direção ao ponto em que elas se sentaram.

– Não me diga que já se cansaram, porque subir as escadas para cá cansa e não vão querer que isso tenha sido em vão. - Murmurou Kate quando Tiago se aproximou mais do encosto da arquibancada e, então, quando chegou perto o suficiente desapareceu com um grito.

– Ai meu Deus! - Sirius ouviu o grito delas enquanto Tiago despencava levemente e voltava novamente para cima e puxava consigo uma Lily debruçada sobre o apoio.

– POTTER! - Gritou quando não sentiu mais o chão sob seus pés e se agarrou com todas as forças ao corpo do garoto que a puxava para cima da vassoura. - Você... Ai meu Deus... - A ouvia dizer entre uma vez e outra em que tentava equalizar a respiração.

– Segure-se firme. - Disse, sentindo o aperto em sua cintura ficar mais forte. - Não tanto, não ia ser legal eu perder o fôlego, certo?

Como?

– Não que isso vá acontecer, é só que... - E então riu. - Segure-se em mim.

– Hahahaha e não é que ele conseguiu? - Gritou Sirius mais ao longe.

–Quer ver uma coisa? - Indagou, virando o rosto sobre o ombro.

– Tenho escolha? - Ouviu-a dizer e então riu. - Qualquer dia você me mata! - Disse, sem conter um sorriso que cismou em surgir quando ela o ouviu rir daquela forma que faz com que os outros queiram rir também.

– Já me disseram que seria o contrário! - Brincou, lembrando-se do que Sirius lhe dissera momentos atrás e se inclinou sobre a vassoura, sentindo o aperto em sua cintura se intensificar.

**

– Acho que eles vão encontrar o caminho de volta rapidinho. - Disse Anne.

– Mas tem coisa ai, alguma coisa deu o empurrão necessário.

– Deixa isso quieto, Kate. Quando ela achar que deve nos contar algo ela sabe que vamos ouvir.

– A pressão é inimiga da audição - Ouviram Sirius dizer.

– Oi?

– Vocês vão ficar ai ou vamos voltar para o castelo? - Disse Anne que já tinha se levantado. - Vou congelar aqui daqui a pouco.

– Tem razão, uma poltrona do lado da lareira não seria nada mal... - Idealizou Sirius.

– Lily sabe como fazer chamas tão boas... - Murmurou Kate.

– Uuh, o Remo também! Ele deve estar estudando ou algo do tipo.

**

– Ai meu Deus! - Ouviu a garota murmurar baixinho atrás de si.

– É lindo não? - Disse enquanto sobrevoavam a Floresta Proibida tendo uma visão completa de tudo ao redor: desde as copas praticamente infiltráveis da Floresta, aos raios de sol quase imperceptíveis por causa das nuvens que davam todo aquele ar gélido de inverno, ao castelo com seus contornos cobertos por camadas e mais camadas de neve.

Sentia o vento gelado atingir seu rosto como se o leve contato cortasse suas bochechas, deixando-as sensíveis e rosadas e seus cabelos voando para trás. Afrouxou o aperto na cintura de Tiago sem nem perceber.

– Dá uma sensação de liberdade não? - Disse o garoto e ela concordou com um murmúrio. - Agora minha “mania insuportável de bagunçar o cabelo como se eu tivesse acabado de descer de uma vassoura” é aceitável? - Brincou.

– Talvez. - Disse a garota. Ele sorriu e tomou coragem para fazer a próxima pergunta mesmo que soasse o mais estranho possível...

– Acho que devíamos voltar... - Disse a garota de repente.

– Ahm?

– Vai começar a esfriar mais...

– Ahm... Claro... Claro. - Talvez fosse melhor assim. - Hm... Se arriscaria a entrar pela janela?

– Como? - Disse a garota surpresa.

– Pela janela.

– Ah! Foi assim que você...

– Que deixei as flores no seu dormitório? - Indagou e sentiu-a concordar com um movimento de cabeça, lembrando-se nitidamente de cada dia em que deixara um lírio sobre a cabeceira dela. - Não é tão difícil quanto parece...

– Só uma leve queda de dezenas de metros, não? - Riu. - Me pergunto se você bateu com a cabeça muito forte quando era pequeno.

– Isso provavelmente aconteceu inúmeras vezes. - Disse, rindo também.

– Não ficamos visíveis demais agora que tudo parece ter sido coberto por neve?

– Para falar a verdade sim, mas vai valer a pena. Você vai ver.

– Para quê entrar por uma porta se posso voar por uma janela? - Disse Lily ironicamente.

– Não é só voar, mas voar com estilo. - Concluiu o garoto subindo cada vez mais em direção a torre, sentindo o aperto em sua cintura ser reforçado novamente.

– Por favor, me diz que você não esqueceu da gravidade, por favor... - Ouvia-a murmurar e então começou a reduzir a velocidade quando começaram a se aproximar à uma das janelas que ele sabia dar ao seu próprio dormitório: reconhecia a bagunça de longe.

– Se está é a do meu dormitório, mais adiante é a do seu... - Disse circundando a torre, sentindo o corpo da garota sobre o seu.

– Sabe... Quando eu era pequena e minha mãe lia contos de fadas para mim, eu sempre achei que montaria em um cavalo e não em uma vassoura.

– Qual a lógica de se montar em um cavalo? - Indagou o garoto, pensando em como os hábitos dos trouxas eram engraçados, mas de certa forma incoerentes.

– Necessidades, ué.

– Posso te fazer uma pergunta?

– Acabou de fazer. - Brincou a garota e percebeu que haviam chegado à janela de seu dormitório.

– Engraçadinha você hein? - Falou o garoto. - Se Isso faz da minha vassoura um cavalo, você é a princesa?

– Engraçadinho você hein? Se eu sou a princesa é bom que meu cavalheiro esteja certo de que a janela está aberta.

– Nunca pensei que te ouviria dizer isso. - Disse o garoto com um sorriso estampado no rosto.

– Eu também não, ai que horror. - Brincou a garota. Tiago abriu a janela e começou a entrar com ela no dormitório: - Não precisa, eu pulo.

– Acho que é melhor não arriscar.

– Tiago Potter não arriscando? “Nunca pensei que te ouviria dizer isso”. - Repetiu a garota, no que Tiago passou a mão pelos cabelos e fez uma careta.

– Desculpa.

– Pelo visto não é uma mania para fingir que você saiu da vassoura...

– Que bonitinhos! Romeu e Julieta enfim se deram bem! - Os dois se viraram de súbito e viram Kate deitada de bruços na cama assistindo o desenrolar daquilo tudo. - Podem continuar. Finjam que eu não estou aqui.

– Sempre delicada, não? - Brincou a ruiva enquanto desmontava da vassoura. - Para a sua infelicidade eu não cai da vassoura.

– Literalmente, néh? - Riu a outra.

– Eu... Ahm, vou indo então... - Disse olhando para Lily que voltou o olhar para ele e sorriu levemente. - Espero que você não tenha mais receio quanto a vassouras.

– Que Merlim te ouça. - Concluiu Kate enquanto o garoto saia voando pela janela.


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Notas finais do capítulo

Vamos fazer diferente dessa vez... Que tal vocês me mandarem nomes de músicas?
Espero que tenham gostado desse cap!!