Are you mine? escrita por Becca Malfoy


Capítulo 4
Nada é impossível.


Notas iniciais do capítulo

Olá, capítulo novinho aqui ;) espero que gostem. Eu, particularmente, amo esse capítulo... É aí que tudo começa. Não vou falar mais nada, porque eu falo demais! hehe
Boa leitura.



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"We found love in a hopeless place" We found love, Rihanna.

P.O.V – Draco Malfoy.

Acordei e, de acordo com a luz que saía através das cortinas, vi que era manhã. Sentia dor em cada centímetro do meu corpo, em especial no abdômen, que, além da dor, tinha um peso extra. Não exatamente desagradável, aliás. Abri os olhos e vi a cabeça de Luna Lovegood ali, com os braços ao redor do meu corpo. Dei mais uma olhada em meus braços e pernas, e vi cicatrizes iguais as que eu tive quando Potter me atacou no banheiro do 2º andar, no 6º ano.

As lembranças do dia anterior vieram à tona e pude sentir meu rosto esquentar, à essa altura estava absurdamente vermelho. Que bando de filhos da puta! Só porque o merda do meu pai errou a vida inteira, não quer dizer que toda a família mereça sofrer também. Até porque, eu e a minha mãe éramos os únicos que prestávamos residentes nesta casa. Hoje sou só eu, e, definitivamente, não mereço.

Respirei fundo, tentando controlar minha ira, sem obter resultados. Apenas gerou uma forte dor nas costelas. Ai.

Mas no fundo, eu já sabia há um bom tempo. Eu errei, minha mãe errou. As palavras que Dumbledore disse antes de morrer ficaram gravadas em minha memória: Eu tinha escolha. Podia salvar o nome da minha família, podia ser uma pessoa boa. Mas eu simplesmente não conseguia mudar. Era como se metade de mim quisesse viver como fui educado para ser: arrogante, preconceituoso, ignorante, prepotente. E a outra, exatamente o contrário, representava o meu lado bom. Eu podia sim ser generoso, confiável e praticar o bem. Ou quase isso.

Essa bipolaridade realmente é de matar.

No momento a parte "ruim" estava com mais força, logo, eu precisava extravasar o ódio e descontar alguém. “Certas coisas realmente iriam demorar a mudar”, reclamou minha consciência.

– Desencosta de mim, sua traidora de sangue nojenta! – Assim que as palavras saíram da minha boca, me arrependi. Luna levantou assustada, confusa e sem nenhum vestígio de sorriso no rosto. – Você já me ajudou o suficiente, já pode sair daqui sua imunda. Anda! Sabe muito bem onde é a porta!

"Cala a boca, Draco. Você não quer dizer isso. Você gosta dela, acorda." Dizia a parte boa.

"Expulsa essa garota, mande-a pro inferno. Não toque nela, pois sujará suas mãos. Mande a empregada dar um jeito nesse lixo ambulante" Era a parte ruim.

Estava cada vez mais difícil.

E, pra piorar, ela me encarava, e fez exatamente o contrário do que eu supus: me abraçou. Simplesmente isso. Prendi a respiração enquanto ela colou seu corpo no meu e me puxou pra perto, levando sua mão até minha nuca e encaixando minha cabeça na curva de seu pescoço. Relutei um pouco e pensei em empurrá-la, mas não tinha forças. Eu queria seu abraço, seu contato. "Dane-se a parte ruim", pensei.

Aliás, para ser honesto, eu estava querendo isso há muito tempo. As lágrimas percorreram minha face contra minha vontade, e nelas estavam todo o ódio e humilhação que tinha dentro de mim. Luna sussurrava palavras de consolo, acarinhando meu cabelo.

– Eu te entendo, Draco. Tá tudo bem agora. Isso vai acabar. A raiva não é resposta pra tudo.

Ficamos assim por segundos, ou horas - era difícil ter noção do tempo perto dela - até que ela me soltou. Já estava recomposto e ela voltara a sorrir, o que me fez sorrir também. O que estava acontecendo comigo? Era bem mais fácil dar um fim nessa palhaçada toda, leva-la a força para a porta e esquecer toda ajuda que ela me deu ontem. Mas pela primeira vez na vida, eu não quis o caminho fácil. Eu quis o que me fazia feliz.

– Vem. – ela levantou me dando a mão. Guiou-me até um armário próximo a escada, onde parou por um segundo, confusa. – Não sei se são seus zonzóbulos que me afetaram, mas eu jurava que o banheiro era por aqui. - Eu não consegui segurar o riso.

– Não, Luna. O banheiro é do outro lado. – Ela sorriu, me encarando mais um pouco.

– Adoro quando você me chama de Luna, não de Lovegood, ou traidora do sangue. Mostra o seu verdadeiro eu, não a máscara que você tem que manter, sabe. – Confesso que fiquei sem reação diante a honestidade dela, que me levava para o banheiro como se não tivesse dito nada demais. É chato ter que admitir, mas... Essa garota é encantadora.

– Eu tenho que ir pra casa, Draco. Meu pai... Ele precisa de mim. – suspirou encostada na porta do banheiro, enquanto eu entrava na banheira de roupa e tudo. – Depois que os Comensais o levaram, bem... Ele ainda não está recuperado. – A última frase saiu como um sussurro.

Eu realmente não queria deixa-la ir, mas era necessário. Juntando toda minha vontade de ser um homem diferente e a leve (apenas leve) atração que eu sinto por ela, chamei-a para a borda da banheira e dei-lhe um longo abraço molhado. Ela pareceu espantada, e riu.

– Olha só, parece que temos um progresso aqui. – brincou, não se importando de estar com a roupa empapada. Eu ri e surgiu uma ideia nova em minha cabeça. Ela era a pessoa perfeita para me acompanhar.

– Amanhã eu gostaria de sair. Reparar os erros que cometi ao longo dos anos. Você vem comigo... Luna? - Perguntei, quando na verdade queria dizer “eu preciso de você lá”. Ela demorou um tempo para responder, ainda com os braços ao redor do meu pescoço. Soltou-me e sorriu.

– É claro. Parece que os zonzóbulos finalmente abandonaram sua cabeça. – eu ri novamente, ela também. – Até amanhã, Draco.

– Até amanhã, Luna. – E passei o dia deitado por causa das dores, mas logo vi que eram superficiais. Por dentro eu estava radiante, novinho em folha. Mal podia esperar pelo dia seguinte.

Na minha cabeça, já estava me preparando para a reação das pessoas em relação ao que eu queria fazer amanhã. Iria surpreender a muitos, irritar a vários e com certeza chocar a todos. Mas qualquer reação negativa, humilhação ou xingamento dirigido a mim, não me assustava. Sério. Agora eu só tinha duas metas a serem cumpridas: Redimir-me e ser um homem melhor.

Porém, uma terceira meta rodeava os cantos profundos da minha cabeça. Uma meta que se referia a uma tal pessoa. Aparentemente, tentar me forçar a acreditar que esse alguém era só um ombro amigo, era perda de tempo. Esse alguém que tem me ajudado a ver meus lados positivos, esse alguém que foi a única pessoa capaz de me dar amparo após o incidente com meus pais. Esse alguém se importava comigo. Esse alguém conseguiu tornar o impossível ser possível: Fez-me amar não apenas ao próximo, como a mim mesmo.

Esse alguém tinha o segundo sorriso mais lindo do mundo. O meu, é claro, era o primeiro.


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Notas finais do capítulo

Reviews, por favor! Quero opiniões. (:
Beijos!



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