Depois que a Abigail saiu com o tal do Troy, corri tomar um banho e me arrumar para poder sair com o Jared também ( http://www.polyvore.com/apmp/set?id=34972370 ), deixei meu cabelo solto e corri até a sala, Jared já estava me esperando enquanto assistia televisão.

–Jared? – coloquei a mão em seu ombro. Ele se levantou no mesmo segundo segurando em minha mão, se virou e me olhou nos olhos. Jared vestia uma camisa social branca com as mangas dobradas até o cotovelo, e uma calça jeans escura, além de um par de tênis vans preto.

–Você está linda. – sorriu beijando a costa da minha mão.

–Para, vamos logo.

–Como quiser. - ele sorriu.

–Para onde vamos?

–Para o meu ponto de fuga. – estendeu a mão para que eu a segurasse, coloquei minha mão contra a sua, saímos pela varanda, Jared trancou a porta, pegou uma luminária e saímos andando pela praia.

–Pode me dizer o que tem no lugar? – perguntei.

–Água.

–Ah jura? Bem estranho já que aqui é uma praia né?! - fui irônica.

–Chegando perto vou te vendar, quero fazer surpresa... – mordeu o lábio inferior.

–Odeio esse seu mistério!

–Dá pra parar de reclamar?

–Sou uma garota grávida, estou com os nervos a flor da pele. – esbravejei.

–Calma, já estamos chegando e você poderá acalmar seus nervos... - enquanto caminhávamos pela areia eu conseguia ouvir o barulho das ondas quebrando e sentia a água em meus pés, eu sentia o vento bater a minha face calmamente, e via aquela imensidão de água, Jared segurava firme minha mão, parecia até que tinha um certo medo em me perder.

Naquele momento poderia dizer com toda certeza que aquele garoto havia me salvado, ele salvou a minha vida e a do meu filho no momento em que disse que assumiria a paternidade que é do Miguel - que nunca saberia disso.

–Nunca vi alguém para detestar surpresas! – bufou.

–Eu gosto de surpresas, só odeio o mistério...

–É ele que faz ser uma surpresa sabia?

–Seu boboca!

–Eu tomo de toda forma. – fez bico.

–Coitado! – dei um tapa em seu ombro.

–Ok, já está na hora de te vendar... – virou-se para mim parando.

–Tá né? Não tenho escolha. – revirei os olhos.

Jared tirou um pedaço de pano preto de dentro do bolso da camisa branca que vestia, e deu a volta por mim parando atrás do meu corpo, colocou a venda de frente para meu rosto, fechei os olhos. Cuidadosamente senti a venda tocar minha pele, Jared puxou apertando-a um pouco, depois a amarrou.

–Prontinho. – pegou minha mão e ordenou que eu o seguisse.

–Siga-me. – apertou minha mão.

–Ok. – sussurrei. Andamos um pouco mais e depois subimos uma espécie de degraus, quando paramos de subir, Jared me puxou, demos mais alguns passos e paramos.

–Chegamos! – disse com entusiasmo na voz.

–Então tira logo essa venda! – reclamei. Senti sua mão quente tocar minha cabeça retirando calmamente a venda, ao abrir os olhos, tive a visão mais linda de toda a minha vida, estávamos em um farol, parecido com aqueles que vemos em quadros.

Era linda aquela luz que girava o tempo todo ilumindo o mar e a praia. Os sons dos animais marinhos podia muito bem ser ouvidos naquele silêncio calmante. Me debrucei no parapeito e fiquei observando a paisagem desnumbrada com tanta beleza. Jared parou ao meu lado suspirando e ficou observando aquela pequena visão do céu comigo.

–Gostou? – perguntou.

–É um pedaço do céu, só pode... – suspirei com os olhos brilhantes inundados de uma alegria sem descrição.

–Sempre que tenho algum problema venho aqui para pensar... Largo tudo e venho até aqui...

–Imagino o porque... – fechei os olhos ao sentir uma delicada brisa tocar meu rosto.

– Agora sei onde te encontrar caso você suma... – o mirei com o olhar.

–Segredo nosso.

–Completamente. – assenti.

–Quero que nosso filho sinta a alegria que eu estou sentindo ao estar ao seu lado nesse lugar.

–Isso é recíproco, pode apostar que ele está sentindo. – assenti, ele sorriu bobo se aproximando e me abraçando com ternura.

Depois de algumas boas horas ali observando aquela magnífica paisagem, voltamos para casa, quando chegamos Abigail já estava lá por milagre.

–Amiga preciso te contar uma coisa... – Abigail me puxou para o quarto.

–O quê? – perguntei.

–O Troy trabalha como barman em uma boate aqui... E ele está querendo ter algo sério comigo...

–Mas e daí Abigail? – perguntei.

–Quero ver se ele é fiel...

–Como? – perguntei.

–Simples, nós vamos até a boate disfarçadas e ficamos observando ele...

–Mas nós somos menores de idade. – relembrei.

–Hei eu sempre te ajudo, quantas vezes fiz algo fora da lei por você hein? – piscou rapidamente os olhos.

–Na verdade... – revirei os olhos, afinal não havia sido nenhuma.

–Nem termine. – bufou.

– Por favor, vai Lizzie, prometo não contar pra ninguém do seu namoro secreto com o Jared?

–Que namoro o que? – gaguejei.

–Diz que sim logo!

–Ok, ok.

–Amanhã vou te emprestar uma roupa que te deixe com cara de mais adulta. – Abigail começou a me analisar.

–Ta né? E tenho escolha? – revirei os olhos.

–Na verdade não! – ela riu.

Depois de conversarmos um pouco desci e fui para a cozinha, Jared estava sentado em uma banqueta com os braços apoiados no balcão com os olhos mirando o nada.

–Tudo bem? – perguntei sentando frente a ele.

–Aham...

–Você parece distante... – comentei.

–Não é nada. Você está com fome? – perguntou mudando de assunto.

–Um pouco... – tentei disfarçar, porém minha barriga me traiu roncando alto. – Opa! – Jared gargalhou e saiu do banco.

–Vou pedir uma pizza. – foi em direção ao telefone.

–Pede uma grande que agora como por dois. – passei por ele. Jared me olhou de canto de olho enquanto falava ao telefone e revirou os olhos.

–Eu ouvi pizza? – Abigail desceu sorridente.

–Jared está pedindo uma pizza! – bati palmas sentando no sofá.

Ficamos assistindo filme e conseguimos comer uma pizza de mussarela inteira. Comi pela minha pessoa e por mais umas duas. Tomei um banho e fui dormir, não há som melhor do que o quebrar das ondas para embalar os sonhos. No outro dia fizemos uma caminhada na praia, com a Abigail sã. E brincamos na água. Ao entardecer assistimos o pôr do sol.

Ao voltarmos para casa tomei um banho, e deixei a Abigail me vestir quase que como uma prostituta. Coloquei uma roupa toda azul ( http://www.polyvore.com/apmp/set?id=34920956 ).

–Como fiquei? – perguntei descendo as escadas.

–Parecendo um teletubie azul! – Jared sorriu.

–Jared! – gritei brava.

–Brincadeira, ta linda! – passou a mão pela minha cintura me puxou para perto e me beijou.

–Vamos logo! – Abigail me puxou. Jared nos levou até lá. Por já ter feito dezoito anos ele pode entrar na boate, enquanto eu e a Abigail fomos confundidas com duas dançarinas.

–Hei vocês duas! – um homem de preto gritou da porta lateral. – Estão atrasadas!

–Atrasadas? – nos perguntamos confusas.

–As meninas já estão entrando, só faltam vocês! Venham! – veio até nós e nos puxou para dentro da boate.

–Abigail!

–Estamos dentro, isso é o que importa. - ela sussurrou.

Uma mulher veio com dois cabides de roupas e dois pares de botas nos fazendo colocá-los. ( http://www.polyvore.com/cgi/set?id=34562874&.locale=pt-br ) Minha roupa era azul e a da Abigail rosa.

–Eu não vou vestir isso. – falei para Abigail.

–Por mim vai! – fez bico.

–Ta! – bufei.

Colocamos as roupas e entramos na boate, tivemos que subir em uns círculos com postes de ferro no meio, achei um palco bem estranho, estava acostumada com alguns diferentes.

–E agora nossas meninas vão dançar para vocês! – uma mulher anunciou e uma música começou.

Era uma música agitada e com uma batida propícia a uma dança sensual. Fiquei olhando as outras garotas e tentei imitá-las, era meio difícil, então inventei minha própria dança, quer dizer, comecei a dançar macarena. Ouvi Jared gritar da multidão.

–Vai lá Lizzie!

–Abigail vou te matar! – gritei, mas achei que ela não tinha ouvido, ficou o tempo todo olhando um garoto que estava fazendo drinks atrás de um balcão. Uns homens começaram a passar a mão na minha bota.

–Hei moço, para! – falei brava.

–A gatinha não quer se divertir? – perguntou me puxando para baixo.

–Me solta! – comecei a dar socos nele, ele me abraçou forte e começou a caminhar pela multidão que parecia nem se importar, já que a luz era o que mais faltava ali. Talvez nem estivessem me enxergando.

–Me solta moço eu estou grávida! – gritei dando-lhe um soco no braço.

–Então pelo jeito você gosta de brincar.

–Cala a boca seu idiota! – dei um tapa na cara dele.

–Isso, bate que eu gosto! – segurou forme minha munheca.

–Você está me machucando! – gritei com as lágrimas começando a inundar meus olhos.

–Sua vadiazinha. – ele quebrou o queixo me colocando no chão, mas continuou segurando meu braço caminhou por uma saída de incêndio, que dava direto para um beco sem saída e com apenas um poste de luz, sendo esta uma luz bastante falha e muito fraca.

–Já que você gosta de brincar vou te ensinar um joguinho... – começou a passar a mão pelas minhas costas.

–Me solta seu porco nojento. – tentei me afugentar dele, mas ele me segurou pela cintura.

–Solta ela! – ouvi uma voz enfurecida vinda por trás do homem.

–E quem vai me fazer soltar? – o homem virou-se, e eu me encolhi em um canto entre algumas latas de lixo e caixas de papelão.

Logo reconheci a voz, era do Jared, e quando eu o olhei ele não parecia nem um pouco estar bem.

–Seu vagabundo! – Jared voou em cima do homem dando-lhe um soco no rosto e alguns golpes de algum tipo de luta no abdômen. O homem logo caiu no chão. Jared jogou o celular na minha direção.

–Liga para a polícia! – gritou enquanto ficava segurando o homem o deixando sem movimentos nesse mesmo tempo eu tentava ligar para pedir socorro.

–911?

–Está acontecendo algo terrível aqui moça, eu quase fui violentada, socorro. – comecei a chorar desesperada.

–Onde você está querida?

–Em um beco ao lado da boate Nightmare.

–Já estou mandando uma viatura. Procure ficar calma.

Em um momento de distração do Jared, o homem conseguiu se soltar e o socou na face. Jared cambaleou, corri e dei um chute no meio das pernas do homem, aquilo foi suficiente para que o Jared conseguisse imobilizar aquele ser novamente.

Duas viaturas da polícia chegaram e fecharam o beco, policiais armados desceram da viatura.

–Coloquem as mãos na cabeça.

Jared saiu de cima do homem que ainda estava no chão e colocou as mãos na cabeça, me abracei a ele.

–E aquele ali! – apontei para o homem que se levantava olhando enfurecido para o nosso lado.

–Você está preso! – os policiais vieram e o algemaram.

–Meus parabéns garoto, salvou a vida dela. – um policial parabenizou o Jared.

–Muito obrigada! – o abracei ainda em lágrimas. Jared apenas me aninhou em seus braços e beijou o topo da minha cabeça.

Os policiais colocaram aquele animal dentro da viatura enquanto o Jared ficou o tempo todo me abraçando. Um policial nos ofereceu carona, mas recusamos, Abigail ainda estava dentro da boate, Jared me segurou firme na minha mão e nós caminhamos até lá dentro, Abigail ainda estava dançando, Jared a puxou pelo pé.

–Vamos embora! – gritou.

–Mas está cedo ainda. – reclamou.

–Aconteceu algo terrível, vamos embora agora! – tornou a gritar com sua voz grossa, e seriamente ainda nervosa.

–Vamos logo Abigail! – gritei irritada.

–Ta bom! – ela desceu e nós saímos pela mesmo porta na qual fui arrancada a força da boate.

–Mas como você é chato não Jared... – Abigail foi reclamando até o carro.

–Você tem noção de que sua melhor amiga quase foi estuprada? – Jared perguntou visivelmente irritado.

–O que? – ela ficou incrédula.

–Um homem me tirou a força da boate, e se não fosse o Jared, a essa hora não sei nem se eu estaria viva.

–Eu sinto muito amiga. – ela me abraçou.

–Tudo bem... – abaixei a cabeça.

Entramos no carro, e logo chegamos na casa de praia. Dei boa noite para a Abigail e fui para o meu quarto, Jared me seguiu.

–Você está bem? – parou encostado no batente da porta e cruzou os braços.

–Com muito medo...- dei um meio sorriso, notavelmente forçado.