–Qual é seu mais novo próximo plano principezinho de Telmar? - Pedro falou com deboche no tom de voz, seus braços estavam cruzados e o mesmo estava furioso. Antes ele não estava muito preocupado com o sumiço de Loren, Pedro acreditava que ela acharia um caminho para voltar, mas se havia passado todo aquele tempo e ela não tinha voltado ou estava presa ou então, na pior das alternativas, morta.

–Me desculpem! - Caspian falou pela milésima vez, ele suspirou cansado. - Eu reconheço que foi puro egoísmo de minha parte pensar apenas em minha vingança. Por mais que eu esteja desejando o sangue de Miraz eu também desejo uma vitória digna aos narnianos. Sinto muito Edmundo pela sua perda, talvez se nos se tivéssemos se organizando melhor quando ao momento de recuar, Loren ainda estivesse viva. - Disse olhando para Edmundo que estava encostado na Mesa de Pedra.

–Uma pena que não podemos voltar no tempo. - Edmundo suspirou.

–Guardaremos esse diálogo triste para mais tarde. - Disse NCA.- Não temos tempo a perder, Miraz já sabe que estamos próximo de seu reino e provavelmente em breve irá descobrir a nossa localização. Teremos de agir rapidamente de maneira cautelosa. Qual a melhor ideia de vocês? - Disse o anãozinho para os reis que estavam pensativos.

– Acho que seria melhor irmos fazer uma visita á Miraz. - Disse Pedro. - Como não temos informações o suficiente para concluir o que aconteceu com Loren, podemos crer que alguem pode ter aprisionado ela no Castelo de Miraz.

–É bem provável. - Sara falou entrando na conversa, ela era uma estrategista muito boa de acordo com Caspian, que fora criado ao lado dela. - Porém existem muitos animais selvagens á solta, pode ter grandes chances de que ela foi devorada por um urso.

Edmundo engoliu em seco, não havia pensado nessa alternativa.

– Não seja tão rude com Ed! - Lúcia rebateu, todos olharam para ela. Parecia que finalmente haviam notado a pequena sentada na Mesa de Pedra. A discussão estava irritando muito a garota, toda vez que Pedro via Caspian dava um jeito de olhar o mesmo irritado ou trocar farpas, aquilo tinha que acabar. Quando os dois finalmente iam se dar bem como pessoas maduras? - Vocês estão se esquecendo que a guerra passada que vocês decidiram travar foi um completo fiasco? Parem de agir como adultos quando vocês não são!

–Eu sou adulto. - Resmungou o anão.

–Desculpe-nos Lu. - Pedro falou com um suspiro. Todos estavam muito tensos desde que haviam perdido contra Miraz quando haviam guerreado no castelo, ainda mais porque metade dos narnianos haviam morrido lá. - É que temos logo que bolar um plano, Miraz pode nos achar á qualquer momento.

– Eu sei disso. - Lúcia suspirou, agora finalmente poderia falar sua ideia para o irmão mais velho, ela pensava nisso desde quando Loren sumiu, sem Loren era como perder algo importante dentro dela. Ela praticamente sua melhor amiga e irmã mais velha, sim Susana também era sua irmã mais velha mas acontece que Loren tinha mais paciência com ela e carinho, Susana já nem tanto, a irmã preferia ficar sozinha com seus pensamentos do que com Lúcia. Loren fazia muita falta para ela, não somente para Edmundo. - Talvez Aslan pudesse nos ajudar! - Ela falou olhando para Pedro suplicante.

O loiro abaixou a cabeça mordendo o lábio pensativo, NCA riu zombeteiro, o silêncio se estabeleceu naquele lugar.

–Qual o problema? - Lúcia perguntou com a sua voz inocente aumentando uma oitava.

–Ah…- Pedro murmurou receoso. - Lú, acontece que não podemos ficar esperando por Aslan! Ele poderia ter nos ajudado todo esse tempo e não nos ajudou. Ou seja, nos estamos sozinhos nessa, Aslan não vira nos ajudar.

–E quem garante que ele existe? - NCA revirou os olhos, não era a primeira vez que ele retrucava uma conversa com Lúcia em relação á Aslan

–Se Loren estivesse aqui ela....- Lúcia começou á falar porém o anão a interrompeu.

–Mas não está. Loren está morta, ponto final.

Aquilo foi demais para a pequena, seus olhos começaram á lacrimejar. Aceitar que Loren havia morrido era impossível para ela, dentro de si ela ainda tinha uma chama acesa de esperança que ela estivesse viva. Levantou-se de imediato e saiu correndo para longe.

Edmundo retorceu o lábio furioso.

–Você poderia parar de retrucar com ela! - Disse irritado para NCA. - Ela não precisa que você jogue a verdade na cara dela, e nem na minha. - Disse irritado, se preparando para ir atrás da irmã.

– Ed! Quando você voltar nos iremos ter terminado o plano. - Disse Pedro, porém Edmundo apenas deu de ombros como se não se importasse mais com a guerra que estava se estabelecendo, por um momento ela apenas queria deixar o peso voar para longe de seus ombros.

–Faça o que acha que deve fazer, Pedro. - Disse de costas para ele, assim ele correu atrás de Lúcia.

Quando Eddie finalmente achou Lúcia ela estava encostada em uma árvore com a cabeça abaixada, lágrimas cintilantes escorriam pela sua face angelical. O moreno se aproximou da caçula afagando seus cabelos castanhos.

–Ei Lú, não leve NCA á sério, ele também esta muito tenso com a guerra que esta por vim. - Disse o garoto para a irmã.

Lúcia soluçou secando algumas lágrimas com a barra de seu vestido.

–Eu só queria que eles parassem de dizer que ela morreu. - Lúcia disse soluçando cada vez mais. - Sabe Ed, eu ainda tenho a esperança de que ela ainda esta perdida na floresta esperando que alguém a encontre.

Edmundo suspirou pesadamente entristecido, ele não queria chorar na frente da irmã mas sentiu um nó enorme em sua garganta.

–Eu também Lú, eu nunca imaginei que ela fosse me fazer tanta falta como me faz agora. - Ele disse com a voz embagada, seus cabelos negros caíam sobre seus olhos não permitindo que pudessem ver algumas lágrimas descer pelo seu rosto moreno. - Eu só queria acordar e perceber que eu continuava no Internato, tudo havia sido um sonho ruim e eu ainda teria ela ao meu lado. - Disse cabisbaixo, era a primeira vez que ele desejava não ter ido a Nárnia, por Loren ele poderia abrir mão do seu posto com rei, até de Nárnia. Ele só havia percebido agora.

Os lábios dele tremeram, ele realmente queria chorar. Mas em sua mente não podia se dar o luxo de demonstrar fraquezas, Loren gostaria que ele continuasse sorrindo certo?

–Eddie, eu acho que ela não morreu. - Lúcia falou e Edmundo sorriu triste para ela.

–Lú, eu tenho que ir agora. Eu apenas vim aqui para não deixar você triste e sozinha, Pedro e os demais estão me esperando. - Edmundo falou apressado se levantando,e Lúcia o seguiu.

–Eu vou com você. - Disse determinada á ir atrás do irmão até a Mesa de Pedra.

Assim que os dois chegaram á Mesa de Pedra arregalaram os olhos.

A Feiticeira Branca se encontrava congelada em uma parede enorme de gelo, sua pele estava branca como papel, seus olhos negros arregalados e os lábios avermelhados. O sorriso apareceu em sua boca assim que viu o moreno a olhando.

–Ah Edmundo, meu querido. Me dê, uma gota de seu sangue. - A feiticeira falava em um tom de voz completamente convincente atraindo Ed para perto dela. Ele parecia estar em transe, mas rapidamente saiu ao desviar seus pensamentos para Loren. Se dando conta do que acontecia ao ver Caspian e Pedro prestes a darem de seu próprio sangue a Feiticeira ele sacou sua espada e em um grito de desespero a Feiticeira disse:

–Eu sei onde Loren está!

Tarde demais, a espada de Edmundo quebrou a parede que desmoronava lentamente sobre seus pés.

– Não ouse pronunciar o nome dela, sua imunda. -Edmundo murmurou furioso.

Pedro se aproximou de Eddie, ele parecia ter se recuperado do transe em que estava.

– Acho melhor seguirmos o plano de Lúcia.