Confissões De Uma Seriadora Ainda Em Crise escrita por Confissões de uma seriadora


Capítulo 3
Capítulo 3 - O estranho mundo de Kevin




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–Era uma vez, um lindo e moreno bebê, que era o rei do berçário...

– Dá para encurtar a história e ir direto ao ponto principal? - interrompi.

– Escuta, Alice, você precisa saber da história inteira para saber quem sou eu e que é Mr. Magu.

– Mas...

– Nada de mas. Você quer ou não quer saber quem sou eu e qual é a minha história?

– Quero!

– Então, deixe-me continuar. Onde eu estava? Ah, lembrei. O bebê mais charmoso do berçário se chamava Kevin Henrique Barden...

– Blá, blá, blá.

– Você está estragando a história. Quer saber? Não vou contar. Você que se vire se for morta por Mr. Magu. Eu sobrevivi.

– Desculpa, mas é que me irrita esse tipo de história e eu tenho pouco tempo. Continue. Prometo não te interromper mais.

– Não.

– Eu já pedi desculpas, ok?

– Não é isso. Como eu posso confiar em você? E se você for uma feiticeira.

– Acredite, se eu fosse uma bruxa já teria te transformado em um sapo.

– Então você confessa que conhece feiticeiras.

– Não. Eu não conheço, foi uma maneira de ... deixa pra lá. Você pode continuar a história? Porque eu tenho pressa.

– Está bem. Eu continuo. Mas já aviso, que se acontecer alguma coisa comigo, saberei que é porque você trabalha para o Ms. Magu.

– Que seja.

– Voltando... Kevin Henrique Barden era uma criança linda, esperta e viciada em TV, graças a seus avós que enchiam o menino com presentes e muita TV. Todos os dias, o pequeno Kevin assistia TV enquanto comia, bebia e até dormia. A primeira palavra do pequeno Kevin foi: TV. Sim, os pais dele estranharam isso, mas sabiam que era porque o filho amava e ficava quieto quando assistia seus programas. Quando Kevin começou a ir a escola, ele vivia isolado porque ninguém o compreendia tanto como os programas que passavam na TV. Foi assim, que ele encontrou sua série favorita: Família Dinossauro.

– Espere, eu me lembro desse seriado. Minha mãe sempre assistia comigo quando íamos visitar minha bisavó no asilo.

– Pois bem, continuando... Eu tinha 5 anos. Você sabe que Kevin sou eu, né?

– Lógico.

– Então, quando eu tinha 5 anos, fiquei triste porque minha avó havia sido atropelada e, por isso, tive que ficar muitas horas no hospital sem acesso a TV. Comecei a chorar muito, porque essas horas viraram dias, que viraram semanas e meses. Minha avó acabou falecendo e meus pais não ligavam mais a TV porque isso lembrava ela e eles ficavam tristes.

– Entendo.

– E num belo dia, enquanto estava brincando no jardim da minha casa, um homem apareceu me dizendo que poderia me ajudar com essa tristeza que eu tinha. Foi assim que eu conheci Mr. Magu. Eu disse que só poderia ser feliz se...

– Se o que?

– Se eu pudesse viver no meu seriado favorito: Família Dinossauro.

– Hahahaha. Não creio nisso. Você queria viver lá. Hahahahaha.

– Qual é a graça? Eu tinha 5 anos e não 30 anos...

– Ei, eu não tenho 30 anos.

– Que seja. Eu era criança. Não um adulto.

– Nem vou levar para o lado ofensivo.

– Continuando, eu tinha 5 anos e ele me prometeu que eu poderia ser feliz. E eu pedi e desejei viver no seriado. Infelizmente, o seriado havia sido cancelado e eu nem sabia disso. Então vim parar aqui: no mundo das séries e estou preso há mais de 20 anos.

– Nossa! Eu não sabia disso.

– Agora sabe. O Mr. Magu é um homem mau. Ele sabia que o seriado tinha sido cancelado e nunca me falou. Me deixou preso aqui. Sabe a tortura que é viver nesse mundo?

– Não.

– Então pare de tentar encontrá-lo. Vá embora.

– Mas não posso.

– Claro que pode. É só você tentar ir.

– Ele sequestrou meu noivo e eu preciso salvá-lo.

– Deixe seu noivo aqui e corra antes que você morra nesse mundo.

– Você não entende. Se eu não encontrar a Mary Margareth dentro de algumas horas, nunca mais irei ver a minha cidade, nem meu noivo. Não posso ser uma donzela em perigo. Tenho que ser a minha própria heroína e vencer o Mr. Magu.

– Mas aqui em Lost você não encontrará as respostas que precisa.

– Eu só quero fazer o certo. Agora que você me contou sobre a sua história, eu..

– Precisa contar a sua?! Entendo.

– Não. Preciso achar a Mary Margareth. Você vai me ajudar?

– Desculpa, mas a Mary...

– Por favor. Eu ouvi a sua história. Só me ajude a chegar perto de Sawyer, Jack, Kate.

– Ah, isso eu posso tentar fazer. Por aqui. - respondeu me direcionando o caminho.

Nós caminhamos bastante. Não sabia se poderia confiar nele ou não, mas, no momento, Kevin era a minha única chance de achar Mary Margareth na ilha. A história dele poderia ser verdade, mas tinha algo nele que me irritava, além de ser os lindos cabelos sedosos. Tudo bem que ele tinha um belo sorriso, mas eu conhecia esse tipo de homens: bonitos, mas cretinos. Eu precisava dele para achar Mary e salvar Oliver. Então, decidi acreditar e confiar nele. E se ele aprontasse alguma coisa, ainda tinha a poção mágica que ganhei de uma das minhas amigas.

– Pronto. Ali na frente você vai encontrar Jack. Cuidado, não faça nada que possa me prejudicar.

– Ok.

Que retardado! Sim, Jack continuava lindo. Apesar de ser uma team Saweyr, não posso negar a beleza desse médico. Kate era uma sortuda. E isso acabou me deixando encucada com uma coisa: será que Kevin estava nessa ilha para espionar Kate tomando banho no mar?

– Ei, quem é você? - alguém gritou e eu senti a ponta de uma coisa gelada. Talvez uma arma?

– Desculpa...

– Ei, cara. Eu e minha prima estávamos num barco e ele afundou. Paramos aqui. - interrompeu Kevin.

– Ok. - falou o cara e eu me virei. Era uma arma.

– Oi. - falei. - Sou Alice...

– Kevin? - escutei uma voz conhecida. - O que você está fazendo aqui. - era Saweyr. - Deixa, August, esse é um velho amigo meu.

– Saweyr que bom que nos encontramos. Essa é minha prima, Alice. O nosso barco quebrou enquanto estávamos tentando, você sabe o que.

– Claro. Jack, olha quem está aqui!

– Kevin! Que saudades.

– Oi, desculpa, mas vocês se conhecem? - perguntei.

– Sim. Kevin é um grande amigo que nos salvou de uma emboscada. - respondeu Jack.

– Ah, Jack. Não fala assim que eu fico constrangido.

– Mas é verdade. Seu primo é um grande herói. - falou, Saweyr.

– Obrigado. - além de metido, era convencido.

– Ahan. - interrompi.

– Ah, claro. Saweyr e Jack, minha prima precisa de uma ajuda de vocês.

– Claro. Você quer brincar na cabana? - perguntou Saweyr.

– Saweyr! - indignou, Jack.

– O que foi Jack? Foi só uma perguntinha. Nada demais.

– Bom, eu sou uma péssima escoteira. O que eu realmente queria saber é se vocês conhecem a Mary Margareth?

– Claro! - responderam os dois.

– Ótimo! Tem como me levar até ela?

– Querida, por você, eu te levaria em qualquer lugar. Pena que Jack tem que ficar aqui ajudando.

– Ótimo.

E lá fomos nós: Saweyr, eu e Kevin. Aquele rapaz convencido pode até ter me salvado, mas ele não sabe nada sobre mim e nunca será melhor que meu Oliver Queen. Andamos um pouco e paramos num cemitério.

– Isso é um cemitério?

– Sim. Mary Margareth está enterrada ali. Nós improvisamos isso. - respondeu, Saweyr.

– Mas..

– Alice, você nem quis me ouvir.

– Você sabia disso, Kevin? - perguntei furiosa.

– Sim. E nada de dar um piti. Eu quis falar para você, mas você só queria ir e salvar seu noivo que nem quis saber o que eu ia falar.

– Vai ver foi porque escutar a sua história me deu sono!

– Ótimo! Agora coloque a culpa em mim.

– O que está acontecendo? - Sawery perguntou.

– Nada! - respondemos.

– Eu preciso ir embora. Obrigada Saweyr.

– É, amigo, nós precisamos ir embora.

– Nós? - perguntei.

– Sim. Você precisa de minha ajuda.

– Não. E não existe nós. Só existe eu.

– Olha, por mais que eu ame aqui, você não conhece esse mundo tanto como eu. E pare de ser orgulhosa. Você precisa de mim. Se não, vai cair nos lugares errados. Nesse mundo existem vários portais. Eu posso te ajudar.

– E você acha que eu preciso de sua ajuda? Ou quero?

– Claro que você precisa. Se não fosse por mim você teria morrido. Eles poderiam pensar que você era um dos outros.

– Seu bastardo metido.

– Me xingue do que quiser, mas você só irá salvar seu noivo se souber muito bem onde está indo. Pense em mim como uma guia de viagem.

– Eu não gosto de você.

– Não faz mal. Nem eu gosto de você. Para onde vamos?

– Que seja. Saiba que só deixarei que você vá comigo porque está aqui há muito tempo. É quase um velho.

– Hahaha. Péssima piada.

– A próxima Mary Margareth está em...

– OMG!

– Sim, Chuck, lá vamos nós.

– Dê a sua mão.

E lá fomos nós, atravessar mais um portal.

[CONTINUA]


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