POV Heath:

Observo ela subir as escadas e escuto ela bater a porta, meus olhos ardem e deixo as lágrimas caírem.

—Calma Heath, ela só precisa de um tempo -Diz Melanie com uma frieza em sua voz.

—Me desculpe por magoar sua filha, mais de uma coisa que eu sei e quero deixar bem clara é que eu a amo e nunca quis magoar ela -Digo e caminho pra porta abro e saio sem rumo aparente.

Eu não quero ir pra casa, meu peito começa a doer como se algo tivesse quebrado dentro de mim e as lágrimas agora descem como uma cachoeira pelo meu rosto.

—Oi, Heath tá chorando por que ?

Me viro e encontro a irmã da Katerina e de repente meu sangue ferve e uma onda poderosa de ódio domina meu corpo e eu vou pra cima dela com minha mão em seu pescoço e a prenso na parede de madeira da casa mais próxima.

—Quem é você ? -Digo e bato a cabeça dela na parede bem de leve.

—Eu sou a Abigail, irmã da Kat você não se lembra de mim Heath ? -Pergunta ela perversa, e as memórias invadem minha mente.

—Eu fiquei com você no verão -Eu digo quase sem voz e ela sorri e balança a cabeça.

—Exato -Diz ela e passa a mão pelo meu rosto eu a pego e jogo pra longe de mim.

—Por que você fez isso ?

—Porque ela mereceu! -Exclama ela pra mim como um cobra.

—E por que ela mereceu ? -Pergunto batendo a cabeça dela de novo na parede.

—Pergunta pra ela -Diz ela risonha e bato a cabeça dela com um pouco mais forte na parede e me aproximo dela.

—Olha aqui, você nunca mais chega perto de mim ou da Kat se não eu juro por Deus que te mato! -Digo e a largo caminhado pro bar mais próximo e no caminho ligo pro Marshall.

—Oi, Marshall ?

—Fala cara.

—Quer tomar uma cerveja comigo ?

—Claro cara! Aonde ?

—Aqui no bar perto da minha casa.

—Tá, te encontro lá. -Diz ele e desliga e eu entro no bar e peço uma cerveja e linguiças fritas e uma rodela de limão.

A dor no meu peito não diminui em nem um momento, e dou goles grandes e rápidos na cerveja e todos os momentos felizes que nós passamos, volta em minha cabeça como um filme infernal, uma tortura que só me machuca mais.

—Oi cara, fiquei sabendo de você da briga de você e a Kat, isso não é novidade nenhuma mais essa foi diferente, porque ?

Meus olhos queimam e de repente algo molhado passa pelo meu rosto e passo a mão e limpo a lágrima e engulo seco.

—Por nada cara -Digo pedindo uma cerveja pro Marshall, nós bebemos e petiscamos as linguiças com limão.

—Cara -Suspiro e conto do nosso namoro ele fica chocado. –Mais se você conta pra alguém eu vou saber -Digo sério e ele promete não contar nada.

—Então, tu tá ferrado cara -Diz ele e vira tua cerveja pedindo a próxima.

—Eu sei, mas isso não é o pior de tudo -Digo e abaixo a cabeça e ele franze a testa. –Cara, ela nunca vai me perdoar, nunca -Digo e outra lágrima atravessa meu rosto.

*

Acordo com batidas na porta, abro os olhos e levanto a cabeça que dói ao simples movimento, percebo que onde estava meu rosto está molhado, me levanto e meus músculos doem mais luto e consigo ficar em pé e abro a porta do banheiro e saio.

—Heath cai fora, eu não quero falar contigo droga! -Digo me deitando na cama.

—Ahm, Kat ? Sou eu, Delsing.

Penso um pouco se devo ou não abrir a porta, mas ao no meu peito diz que eu preciso dividir essa dor com alguém então eu me levanto e a destranco a porta e indo pra cama em seguida e me cobrindo até a cabeça.

—Pode entrar -Digo e minha voz sai meio abafada por causa do cobertor, escuto a porta se abrindo num rangido e passos, ele se senta na beirada da cama.

—Como você está ? -Pergunta Delsing reviro os olhos.

—Pergunta idiota Delsing, como tu acha que eu to ? -Respondo irritada e ele revira os olhos.

Me jogo na cama e me enfio de baixo do cobertor.

—Se você for um mensageiro do Heath manda ele tomar naquele lugar -Digo me embolando mais no pano.

—Não, eu não to aqui por causa do Heath, todos ficamos preocupados com você depois que você sumiu da escola -Diz ele e eu dou de ombros como se ele pudesse me ver.

—Vocês juram que eu ia ficar olhando pra cara do Heath depois daquilo !?

A raiva volta mais logo é a calmada.

—Pra onde você foi ?

Delsing pergunta e sinto uma preocupação visível em sua voz.

—Não é dá sua conta.

Escuto ele suspirar.

—Tá bom, já chega! -Diz ele irritado e sinto o cobertor ser tirado com violência de cima de mim e a luz do sol entra direto nos meus olhos e isso me lembra aquela vez que eu fiquei na casa do Trevisan e as lágrimas teimam escapa, levanto a cabeça e olho pra ele que arregala os olhos quando me vê.

—Kat, você tá horrível. -Diz Delsing segurando a risada e eu continuo séria por que não teve graça nenhuma.

—Se eu quisesse o óbvio tinha falado com o espelho. -Digo fria e ele aponta pro despertador e corro pro banheiro.

Cara eu não acredito que eu dormir de ontem a tarde até hoje de manhã no banheiro, Ugrr.

Tomo um banho rápido e pego a primeira roupa no meu guarda roupa me troco dentro do banheiro claro ( http://www.polyvore.com/cgi/set?id=135077756&.locale=pt-br ) saio e Delsing vem atrás de mim apareço na cozinha e Zaine, Mamãe e Marshall, que eu não faço ideia do que tá fazendo aqui, olham pra mim como se eu tivesse dito que o pimpolho é azul e o resto é torto.

Ficamos algum tempo ali se encarando de boas, até que eles voam em cima de mim igual a um bando de animais e fazendo perguntas do tipo ''você tá bem ?''... e só.

Parece que é a única coisa que eles tem no vocabulário deles, eu saio de fininho da rodinha que eles fizeram ao meu redor e coloco o Delsing no meu lugar, pego uma panela e uma colher de metal e subo em cima da bancada de mármore que tem no meio da cozinha e bato com toda força que eu tenho e eles se viram pra mim eu arrumo me cabelo e sorrio falsamente pra eles.

—Ótimo, deixa eu explicar uma coisinha eu to bem, ótima na verdade então se mais alguém me perguntar isso hoje eu vou fazer da sua vida um inferno e vocês sabem que eu sou ótima nisso então vou dizer mais uma vez, eu to ótima não se preocupem comigo e blá, blá ,blá -Desço da bancada deixo a colher e a panela em cima dela e vou andando até a porta.

—Então valeu pela preocupação estou ótima obrigado e vou nessa -Digo e abro a porta e saio.

O vento frio da manhã bate no meu rosto eu me encolho dentro da minha blusa e me arrependi de não ter colocado uma jaqueta por cima, apesar de o inverno tá acabando ainda tá frio pra caramba, ando e tento não pensar no Heath, o que não é fácil depois que você estabelece uma conexão com a pessoa e depois você se apaixona por ela, lindo não ? E ai você briga com ela por ela ser uma vadia e ai você não consegue olhar pra cara dela, isso pessoas é a vida.

Chego na frente do colégio com nenhuma coragem pra entrar, e isso não é a primeira vez que acontece e vocês sabem.

Mais eu respiro fundo e ando, entro, subo as escadas dando um olhar assassino pra qualquer um que olha pra mim e vou pra sala sem olhar pra ninguém, sem dar vistoria na sala pra saber se ele está aqui.

Eu não quero encontrar ele.

Não quero saber que ele está aqui comigo. Sabe porque ? Por que depois de tanto tempo me importando, eu não me importo mais, não quero me importar mais.

Pego meus livros e tento prestar atenção na aula por que eu sinto olhar dele queimando na minha pele.

*

Passo por todas as primeiras aulas sem olhar pra ele, o que foi um luta admito, to indo pro refeitório chego pego a bandeja e começo a colocar um pedaço de pizza, um suco, uma maçã e um bolinho de chocolate e ando até a mesa chego á uns três passos de distância paro, gelo e me lembro que o Heath senta nessa mesma mesa e eu não to preparada para olhar pra ele ainda, não por que eu to tentando evitar pessoas por que elas vão fazer perguntas... Tá! isso também mais, sei lá eu preciso de um tempo pra mim olhar pra ele normalmente depois do que ele fez.

A raiva dessa vez vem com tudo me lembro da cena em câmera lenta dela indo pra cima dele e ele respondendo o beijo e todos da mesa olham pra mim inclusive ele, com aquela cara pidona dele, Ugrr.

Abro as mãos e solto a bandeja, ela cai em câmera lenta espirrando suco no meu sapato e calça mais eu não me importo e como a diva que eu sou, saio andando normalmente sem nenhuma expressão pelas mesas de alunos me olhando tipo ''Olha a Katerina aprontou de novo, como ela gosta de chamar a atenção '' .

Ando até estar no muro da escola sem olhar pra ninguém no trajeto.

Chego e me preparo pra pular o muro mais antes olho pros lados pra ver se ninguém me seguiu, não vejo ninguém então eu subo no muro com mochila e tudo e salto.

Sinto o vento bater no meu cabelo e a estrada reta vazia, caminho até chegar na floresta e ando umas boas horas pela terra limpa e molhada por causa da neve derretida, até chegar na cachoeira agora a água descongelou e cai livremente fazendo um barulho gostoso que a calma qualquer um.

As rochas ao redor estão com vestígios de alguns musgos nas beiradas, o lago está descongelado e sai fumaça de dentro dele, coloco a mão na água tremulante e tenho uma surpresa.

Ela está quentinha!

Não resisto tiro a mochila das costas e a jogo em qualquer lugar, tiro a roupa e entro na água quentinha me escoro na beirada e fecho os olhos.

Aqui é meu porto seguro, nada nem ninguém vai me fazer perguntas nem me machucar aqui, me sinto um pouco mais segura nesse lugar, minha mente clareia e esse lugar transmiti calma com o barulho da cachoeira, dos pássaros, das folhas balançando é simplesmente incrível como se fosse o paraíso e uma parte do meu pai também acho que é isso que me acalma mais, sentir a presença dele aqui comigo me deixa aliviada como se eu não tivesse completamente sozinha assim quanto eu penso.

Relaxo na água, mergulhando e mesmo sem querer Heath me vem na cabeça.

Parece uma maldição e toda vez que eu me lembro uma dor vem acompanhada e essa dor que vem é por que eu quero estar com ele, quero sentir seus beijos por que sinto falta deles, seus braços me apertando num abraço por que sinto falta do seu calor, eu me odeio por isso.

O que fica mais difícil de esquecer ele, tudo o que eu olho me lembra dele uma cama, neve, o refeitório da escola, tudo.

Respiro e relaxo na água, sinto o vento frio batendo no meu rosto, a água quentinha esquentando meu corpo e sinto o quanto isso é relaxante, o quanto a calma minha pulsação e me faz esquecer quase todos os problemas.

Escuto passos e olho pra traz procurando o individuo e pego meu canivete na minha meia e abro ele.

—Aparece ou eu vou te caçar e te rasgar todinho -Digo olhando pros lados procurando algum sinal de vida e sai uma figura do meio das árvores.

XXX