Acordo com o despertador, tateio a mesinha de cabeceira e dou um tapa nele, levanto e grogue de sono pego minha toalha e vou pro banheiro, faço minhas higienes matinais e quando termino vou pro guarda roupa, quando escolho me visto ( http://www.polyvore.com/cgi/set?id=133391997&.locale=pt-br ) e pego minha bolsa e saio do meu quarto.

Vou a geladeira ignorando Zaine e pego uma maçã dou um beijo na bochecha da dona Melanie, que chegou de hoje de sua viajem, e saio pela porta e adivinha com quem dou de cara ? Quem disse Heath Trevisan acertou na mosca, vou te dar uma garrafa de vodka.

—Oi -Digo sorrindo pra ele que me pega pela cintura e me gira, tento ao máximo não gritar, quando ele me põe no chão dou um tapinha leve em seu ombro, ele sorri e coloca a mão no meu rosto tirando delicadamente os cabelos dali e se aproximando fitando meus olhos com os seus esmeralda e me deixando despreocupada, leve.

Estamos a um dedinho do outro quando alguém abre a porta e adivinha é a Zaine.

—Sai daqui moleque! Tá doido é ?! -Exclamo fingindo estar irritada e empurro o Heath.

—Que isso garota, você é louca, é ? -Devolve ele fingindo limpar a boca.

—É você que tava tentando me beijar, idiota! -Digo e ele levanta a sobrancelha.

—Eu, Tentando beijar, você -Diz ele e ri com escarnio.

—É se conforme que eu nunca vou beijar essa... -Faço uma pausa tentando pensar em algo.

—Essa sua boca cheia de vermes -Digo e sorrio maldosa, pois é essa não é minha melhor tirada eu sei.

Alguém, me espanque, por favor.

Ele coloca a mão no peito e fingi uma cara de espanto.

—Chocado -Diz ele abrindo a boca um pouquinho, olhamos pra Zaine que pigarreou tirando nós de nossa performasse.

—Que é ? -Perguntamos juntos Zaine olha pra nós assustada.

—Eu estou indo por que eu tenho mais o que fazer do que assistir vocês dois brigando, fui -Diz ela e sai andando, eu suspiro e encosto a cabeça no ombro da Heath ele encosta a cabeça na minha.

—Caramba, por pouco -Digo risonha.

—Realmente, esse namoro tá muito radical -Diz ele zuando com a minha cara, dou um tapa no ombro dele e vamos pra escola.

*

Estamos na hora do intervalo, eu acabei de chegar no refeitório junto com Heath, eu pego uma bandeja e pego um sanduíche, um pedaço de torta, um suco de morango e uma pizza, o Heath ri e olho pro seu prato tem só um sanduba e um suco natural de uva reviro os olhos e sinto sua respiração no meu pescoço, eu simplesmente congelo.

—Ao contrário de você eu sou saudável -Diz ele com sua voz rouca e morde de leve meu lobolo passando a linguá bem devagar em seguida.

Eu arrepio e caminho rapidamente pra nossa mesa e escuto Heath gargalhar lá de trás, me sento e começo a atacar a comida primeiro a pizza por que pizza é a melhor comida, depois de macarronada claro, ele se senta e sorri pra mim eu arrepio e escuto uma voz que eu conheço muito bem.

—Oi Kat -Diz e olho pra trás encarando os olhos azuis da menina irritante.

Meu corpo gela, o se torna escasso por um momento e tudo gira em câmera lenta, dando tempo de lamentar a minha vida e de eu existir.

—Oi Irmã -Digo pra ela, com a voz firme e o silêncio se instala na mesa.

—IRMÃ!!??? -Grita todos menos Zaine e começa a falação, eu ignoro e olho pra figura que é a copia da barbie na minha frente.

—O que você veio fazer aqui, estragar a minha vida igual na última vez ? Lamento mais você não é bem vinda -Digo e a figura loira de olhos azuis sorri como se eu não tivesse falado nada e se sentada na mesa e me seguro pra não dar um murro na cara dela.

—Bom minha querida irmã, eu mudei, eu vim aqui pra... -Eu a interrompo.

—Roubar minha felicidade ? Se você depender disso vai morrer de fome -Digo sorrio falso e volto a comer, sinto o olhar de Heath queimar na minha pele mais me seguro pra não olhar e por baixo da mesa piso no seu pé e parece que ele entendeu a mensagem e olha pra Zaine.

—Oi Heath, tudo bem ? Quanto tempo né ? -Diz ela se levantando da mesa e indo em direção do Heath, e ela senta no colo dele e o beija e ele retorna o beijo.

Naquele instante o mundo parou só para mim escutar meu coração quebrando novamente.

Ela rebolava no colo dele, passeando as mãos por seu rosto, ele correspondia, suas mão estavam paradas, mais sua boca se mexia com fervura na dela.

O ar acabou, parecia que eu tinha levado um murro no estomago, não conseguia respirar e tinha um bolo na minha garganta.

Eu sabia que aquilo era exatamente o que ela queria, me destruir, acabar comigo, de novo. 

Ela sempre acertava nas minhas feridas.

Eu sabia que não podia demonstrar, nem deixar ela me afetar, mas aquilo era impossível de se deixar passar.

Ele estava retornando o beijo dela, ele não tentou impedir, ele não a empurrou, ele não fez nada, só retribuiu.

E antes que eu faça uma besteira eu sorrio e reviro os olhos, como se aquilo não significasse nada pra mim.

Ela termina o beijo e olha pra mim, eu a olho e rio na cara dela que devolve.

Me levanto e pego minha bolsa.

—Sério ? Essa é a forma que você escolheu pra me atingir ? -Balanço a cabeça em descontentamento.

—Tente melhor da próxima vez.

Antes de me virar eu olho pra Heath que tem um olhar chocado e assustado no rosto, escuto ele gritar meu nome mais eu ignoro e me concentro em esconder minhas lagrimas que querem cair a qualquer momento.

Vou pro jardim do colégio e me preparo pra pular o muro porque eu não vou ficar aqui olhando pra cara do Heath e da minha irmã postiça, pois é calma que eu vou explicar.

Antes do meu pai conhecer minha mãe ele teve outro casamento e teve a Barbie, depois da morte do papai ela surtou e como ela já tinha maior idade ela foi pra Nova Iorque, fim da historia.

Eu jogo minha mochila pelo muro, me atraco nele e pulo pego minha mochila e corro pra floresta que está á minha frente, atravesso a avenida e corro até estar dentro da floresta branca por causa da neve.

O vento gelado bate me meu rosto e tem uma hora que eu não sinto mais meu nariz, minha visão começa a ficar borrada e percebo que estou chorando mais isso não me para, meu corpo doendo por causa do frio não me para, minha visão embaçada não me para, algo dentro de mim começa a doer, mas isso não me para e continuo até chegar no meu lugar favorito deste que meu pai morreu eu largo a mochila no chão e olho pro lugar.

A cachoeira, que tem no máximo vinte metros, tá congelada em duas camadas de aguá uma em baixo no fim da cachoeira e uma no começo, a água parecem espinhos apontados pro chão que emite um brilho quando o sol toca nelas parecido com um diamante, as pedras cinzentas estão congeladas nas beiradas o lago está completamente congelado e só agora eu me toquei que a nevasca parou e a neve cai normalmente.

Eu desabo no chão branco, não me importando que está muito frio e úmido, a dor no meu peito é grande demais pra esperar, é parecida com que eu sentir na morte do meu pai mais essa é um pouco diferente por que é recheada de raiva, então eu choro de raiva de mim mesma por ser tão burra de achar que o Heath tinha mudado, por acreditar nele, achar que ele sentia algo por mim.

Eu estava furiosa, pela primeira vez na vida algo da certo e ela estragou isso também.

Ela nunca me deixa em paz, sempre destrói meu pouquinho de felicidade.

Eu grito, mais não pra alguém me ouvir, eu estou muito longe do centro urbano pra alguém ouvir, eu grito pra ver se alivia a dor no meu peito.

Alivia, só por um segundo e esse segundo é quando eu estou esvaziando meu pulmão no grito mais depois passa e a dor volta de novo bem em cima do meu coração como se nunca tivesse passado.

Eu choro tanto que perco as horas, agora não tinha mais volta, eu sei que em algum lugar na minha mente eu liguei o foda-se mais mesmo assim isso não diminui a dor, só deito no chão frio e me enrosco deixando as lágrimas caírem livremente banhando meu rosto e o deixando muito gelado.

Eu fico horas ali pensando o porque que eu abaixei a guarda, o motivo que eu fui tão otária assim.

Eu fiquei com minha guarda erguida, depois da última vez eu pensei ter aprendido, mero engano meu, mais eu não vou ficar chorando por causa de homem nenhum, eles não merecem isso.

Eu jurei que nunca mais ia deixar isso acontecer, mais eu quebrei essa promessa.

Mais essa foi a última vez.

*

Passo um tempo lá andando e explorando a cachoeira, pra ver se meu rosto melhora um pouco, porque nem morta eu vou aparecer lá com essa cara.

Descobri que tem uma caverna dentro dela, mais não dá pra entrar por causa do gelo, depois de verificar meu rosto no visor do meu celular eu pego minha mochila e vou pego o rumo da escola.

Eu caminho muito até chegar de novo nos fundos do colégio e pego o caminho pra casa e ando sem nenhum expressão no rosto e tento não sentir.

Quando chego encontro mamãe com o telefone da casa na mão, Zaine com o Peter no colo e roendo as unhas e a pessoa que eu realmente queria encontrar Heath, quando abro a porta todos olham pra mim, a primeira pessoa que vem em minha direção é Heath.

—Olha eu posso explicar, eu juro só, me deixa explicar -Diz ele gesticulando com as mãos e percebo que seus olhos estão vermelhos.

—Explicar o que Heath, que você é um canalha que curte brincar com os sentimento dos outros ? Isso é fato. Que você é um mentiroso ? Também não é novidade nenhuma. E que você é um galinha de quinta ? A escola inteira sabe.

—Eu era Katerina! eu mudei por você! -Diz ele chegando mais perto.

—Não vem com esse papinho de galanteador de novela não! Você pensa que eu sou o que Heath ? As puta que você pega por ai ? Se enganou príncipe, se você pensou que eu era besta e uma adolescente idiota procurando um romance pra viver!

—Mas foi ela que me beijou, que se jogou pra cima de mim! -Diz ele apontando pra porta atrás de mim e com as sobrancelhas franzidas.

—E você correspondeu Heath! Ou eu to ficando doida ? - Ele fica em silêncio.

—Foi o que eu pensei -Digo e me viro pronta pra subir as escadas quando ele me puxa pelo pulso.

—Por favor Kat deixa eu explicar -Diz ele com cara de cachorrinho pidão mais essa não funciona mais comigo.

—Então explica!- Exclamo e cruzo os braços esperando pela explicação dele.

—Ela se jogou em cima de mim e eu não sabia o que fazer.

—Ai você responde o beijo dela né ? -Digo franzindo as sobrancelhas e suavizando a minha voz, Heath relaxa a testa.

—Isso, amor -Diz ele pegando as minhas mãos eu me solto dele e bato palmas voltando pra minha expressão irônica.

—Ótima explicação, agora vai embora.

Me viro de novo pra escada e ele me puxa de volta e me beija só que esse beijo é desesperado, voraz e eu correspondo no começo depois empurro ele e dou um tapa bem estalado na cara dele que leva a mão ao lugar e me olha chocado.

—Parece que eu não fui clara, vaza da minha frente e não ouse a tocar em mim de novo, se não você vai parar no hospital.

Cuspo as palavras e dessa vez eu consigo subir as escadas e vou pro meu quarto batendo a porta com força e jogando a mochila com toda a minha força na parede, vou pro banheiro e me tranco lá.

Meu peito volta a doer e eu não posso evitar que as lágrimas caim então eu deito no chão e choro até apagar.

XXX