Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 6
Dia da festa. Encontros calorosos.




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Pela primeira vez na vida, eu estava em frente ao espelho, encarando-me. E pela primeira vez, eu estava me arrumando e me sentindo bonita. Usava um vestido de alça preto, ele era colado até minha cintura, quando chegava nela era todo rodado. Meus cabelos estavam encaracolados e eu não usava batom, mas meus olhos estavam bem delineados, realçando meus olhos azuis.

Esta noite tem tudo para ser perfeita, exceto: David. Se ele começasse a me seguir novamente, eu juro que dou-lhe uns tapas, ou não me chamo Cherry Dewes.

– Nossa... – Lola suspirou ao me observar. – Você está tão linda...

– Obrigada, L. – Sorri ao calçar meu salto alto vermelho, na verdade, da Lola.

– Como eu estou? – Ela havia deixado seu all star e suas calças jeans de lado por um momento, usava uma saia preta colada e uma blusa azul royal um pouco por dentro da saia na frente, e toda folgadinha. Usava um salto também azul, sendo que mais escuro. Na maquiagem apenas seus lábios vermelho, novamente deixando amostra todas suas sardas.

– Como sempre linda. – Ri. – E lá fora?

– Tudo perfeito! – Lola deu pulinhos de empolgação. – Ai, eu não acredito que estamos fazendo uma festa.

E agora eu estava ficando um pouco nervosa, por motivos de: Hoje eu beijaria Jean?! E agora eu estava surtando.

– Lola, o que eu faço? – Virei para ela insegura.

– Em relação a quê? – Ela perguntou meio distraída.

– Se liga! Em relação a Jean... – Fiquei irritada com toda essa sua distração.

– Ah, relaxa, C, ele está na sua! – Lola sorriu e me abraçou.

1, 2, 3... Vamos lá, Cher, você não é tão medrosa assim. Repeti isso mentalmente inúmeras vezes ao descer as escadas, já havia gente lá. Algumas escravas e uns nerds que devem ter sido chamados para serem caçoados pelos garotos do time de futebol, como sempre. Acenei para algumas pessoas e sorri para outras, eu estava nervosa, e acho que dava para perceber. Mas eu sentia que estava chamando atenção, de algum modo, todos olhavam para mim de um modo estranho... Parecia como as pessoas olhavam para Lola. Como se eu estivesse linda, e eu me sentia assim. E não era algo ruim... Era bom.

Passei um longo tempo conversando com Érika sobre uma loja de roupas que abriu duas quadras da minha casa. Não era lá meu assunto preferido, mas serviu para me distrair um pouco, até que... Jean entrou. Meu estômago deu aquele frio e o coração sambou em meu peito. Perdi a concentração de tudo e comecei a encará-lo descaradamente, até ele perceber. Então Jean sorriu e começou a caminhar em minha direção.

– Uau... – Ele sorriu. – Você está...

– Exagerada? – Mordi o lábio.

– Não... Linda. – Aproximou-se e beijou o meu rosto. – E cheirosa.

– Obrigada. – Sorri sem graça, ignorando os calafrios. – Você também está bonito... – Dei de ombros. Jean estava com uma camisa social preta, com as mangas arregaçadas, usava uma calça jeans e tênis. Seu cabelo bagunçado como sempre, e aquele sorriso sapeca.

– Quer uma bebida? – Ele perguntou.

– Sim.

– Vou buscar. – Jean piscou ao seguir para a mesa de drinks.

E então David apareceu. Mas que merda esse garoto tem comigo? Foi a primeira coisa que ele avistou quando entrou, veio em minha direção com um sorriso malicioso nos lábios.

– Olá, querida amiga. – Disse com uma certa ironia em sua voz.

– Vê se não enche, David. – Rolei os olhos e virei para ver se Jean estava voltando.

– Só estou cumprimentando minha colega de turma, não posso? – Ele falou com a maior inocência que conseguia fingir.

– Tem várias colegas aqui, que adorariam ser cumprimentadas por você. – Dei de ombros, e era uma verdade. – Eu não quero, então procura outra.

– Você me irrita, por isso gosto de você. – David ainda sorria, e então piscou para mim.

– Ta, mas eu não gosto de você, tchau. – Falei seca.

Jean apareceu, me deu meu copo e ficou nos observando.

– Vocês se conhecem? – Ele perguntou.

– Colegas da aula de química. – David deu de ombros. – E aí, cara. – Apertou a mão de Jean. – Não sabia que vocês eram próximos também... – Ele olhou para mim, seus olhos demonstravam a malícia que ele estava pensando.

Eu calada estava, permaneci. Ou então, mandaria David catar coquinhos, e isso não seria educado de se falar na frente de Jean.

– Sim... – Jean riu. – E Lola, safado? – Deu um soco de leve no ombro de David.

– Ah, é verdade. Onde ela está? – Ele olhou para os lados, procurando-a. – Vou lá, procura-la... Divirtam-se! – David bateu de leve nas costas de Jean e piscou para mim discretamente.

– Ele é muito legal. – Jean comentou quando ele saiu.

– Sério? Nunca conversei bem com ele. – Disse. E nem tenho interesse, essa é a verdade.

– Nossa, isso ta ficando lotado. – Jean falou. Percebi que estava realmente cheio, com todos aqueles conhecidos e algumas pessoas que eu nunca vi na vida.

– Pois é... Onde será que se meteu, Lola? – Mudei o assunto rapidamente, antes que ele me chamasse para um local reservado. Eu não estava realmente pronta psicologicamente para isso.

– Deve está com o David... – Jean sorriu, enquanto falava isso em meu ouvido. – Ele me parece bem interessado nela.

Beberiquei aquela bebida transparente, e engasguei um pouco, quando ela queimou em toda a minha boca, Jean riu.

– O que é isso? – Fiz careta ao observá-lo rir.

– Vodka. – Deu de ombros. – Você não bebe?

– Não. – Ri ao chegar próximo ao bastante dele para falar. – Na verdade, nunca provei... Até agora.

– Ah, então você deve ter achado o gosto horrível. – Ele mordeu o lábio. – Vem cá, deixa eu te mostrar algo.

Jean me puxou até uma mesa, e pediu para que eu sentasse. Depois seguiu até a mesa de drinks sozinho. Se ele estivesse com a ideia de me embebedar, estaria muito enganado, porque eu acho que não sou tão fraca assim.

– Pronto. – Ele trouxe outro copo e colocou em cima da mesa, depois sentou ao meu lado e colocou um pouco da vodka no outro copo, e me deu. – Eu coloquei fraco.

– Devo ficar preocupada? – Encarei o copo.

– Não... – Ele riu. – É apenas refrigerante com vodka. – Deu de ombros.

Dei um gole pequeno. O gosto era de refrigerante, realmente, mas lá no fundo havia aquele mesmo gosto que eu havia bebido pouco tempo atrás.

– Melhorou... – Sorri. – Você não quer me embebedar... Quer? – Mordi o lábio.

– Claro que não. – Riu. – Mas se você não quiser mais, tudo bem...

– Não é muito a minha área... – Admiti. – Mas não é tão ruim assim.

– Que bom. – Sorriu. – Aqui está muito barulho, quer ir lá para fora? – Jean apontou para a porta de vidro que dava para a parte da piscina.

– Pode ser... – Dei de ombros, me levantei junto a ele e seguimos até uma mesa do lado de fora.

– Me conte mais sobre você. – Ele mordeu o lábio, ao me encarar, colocou o cotovelo sobre a mesa e descansou sua cabeça em sua mão, seus olhos fixos em mim, me deixou nervosa, devo admitir.

– O que você quer saber sobre mim? – Pigarreei, incomodada, então Jean desviou o olhar.

– Como você conheceu Lola? – Perguntou.

– Ah... – Sorri ao lembrar. – Tínhamos nove anos, e éramos vizinhas. Certo dia, o cachorro dela fugiu para o meu quintal, até hoje não sei como... Ela o procurava desesperadamente, e me pegou no flagra, brincando com ele. – Ri.

– Nossa, que meigo. – Ele mordeu o lábio, isso era tão sexy. – Então, não se separaram mais?

– Exato. – Sorri. – E você? Conte-me mais sobre você.

– Eu sou do time de futebol. – Coçou a nuca e riu. – Mas isso você sabe, eu acho.

– Sei... – Eu na verdade, acho que sabia muita coisa sobre ele, mais do que Jean pudesse imaginar.

– Não tenho namorada. – Sorriu ao me encarar, o que eu achei um pouco ousado, de sua parte.

– Ei, garanhão! – Berrou Rafael, um dos veteranos que estava no vínculo de Jean e dos outros, já alterado. – Vem aqui.

– Volto já. – Ele piscou para mim ao levantar-se, caminhou até o rapaz e o encarou, enquanto ele falava algo baixo.


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