Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 33
Não há nada de errado.




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Aquele silêncio constrangedor tomava aquela mesa de almoço, o que me deixava pior ainda. Eu lutava com todas as minhas forças para meus olhos não encontrarem David, ou não iria manter o foco.

Papai pigarreou.

– Como foi a aula? – Perguntou ele.

– F-Foi.. – Gaguejei.

– Boa! – David completou.

– Boa? – Jennyffer olhou para David ao seu lado, ele estava na minha frente, estava sendo uma missão impossível não olhar para ele. – Você sempre diz que é chata.

– Mas hoje foi agradável. – Ele riu, meu pai também.

– Cher sempre se dá bem no colégio, poderia ajuda-lo, David, com suas dificuldades. - Papai disse ao acariciar meus cabelos.

– Sim, claro, poderíamos marcar para estudar. – David sorriu me encarando, sorri e encarei minha sobremesa.

– O que você quer cursar, Cher?

– Cher quer fazer Yale. – Meu pai sorriu orgulhoso.

– Medicina. – Disse a Jennyffer.

– Uau! – Ela abriu um sorriso, surpresa.

– Cher é a aluna preferida do Pierre. – David comentou para sua mãe.

– Sou nada. – Corei.

– É sim, ele sempre fala em como eu deveria me espelhar em você e tudo mais. – Disse ele, me fazendo ficar que nem um tomate. – Aposto que vai fazer sua carta de recomendação!

– Não sabia que vocês conversavam sobre a Cher. – Jenny olhou para David, que imediatamente descabreou.

Ele pigarreou.

– Este mousse de chocolate está uma delícia! – Falei rapidamente, para mudar o assunto.

– Não sabia que você gostava de chocolate, sei fazer uma sobremesa incrível com chocolate! – Jennyffer sorriu ao olhar para mim, parecia até que o assunto havia surgido neste exato momento.

Quando o almoço finalmente acabou, estávamos todos calados andando pelo estacionamento, à procura do carro, meu pai abraçado com Jenny. Eu e David lado a lado, me controlei ao máximo para não olhar para o lado. Eu não estava pronta para isso de família. Eu não poderia ser de sua família. Não era justo!

Talvez eu realmente gostasse dele, porém, o que seria de nós? Não poderíamos namorar, principalmente morando na mesma casa. Meu pai não iria gostar da ideia. Nem Jennyffer. E Lola? Ela nunca iria me perdoar, se eu namorasse o David.

Havia esquecido isto. Eu não tenho mais Lola para conversar, para ser minha amiga. Isso realmente dói. Pensei que poderia ser mais fácil, mas quanto mais penso, mais está sendo difícil suportar.

Tudo o que eu queria agora era descansar, na minha cama, sem mais nenhum aborrecimento. A pior parte já havia passado e agora eu só estava indo para casa!

– Ei, por que não vamos lá para casa? – Papai perguntou para Jenny. – Tenho alguns filmes legais, passaremos um tempo como família...

– Querido, acho que eles ainda não estão preparados para isso. – Sussurrou Jenny, porém, eu escutei e David também.

– O que tem demais em um filme? – Sussurrou ele de volta.

– Quando vamos contar a eles? – Sussurrou ela, o que me fez olhar aflita para David, que por incrível que pareça estava com o mesmo olhar para mim.

– Encontrei o carro! – Meu pai apontou com a mão desocupada para o carro, já que a outra mão estava de mãos dadas com Jenny. – Vamos contar quando chegarmos, ok? – Ele sussurrou, abraçando-a.

– Ok... – Ela sorriu, deu-lhe um selinho.

David foi diretamente para o carro, sua expressão era confusa.

O percurso todinho, fomos calados, nos entreolhamos algumas vezes.

O que será que eles queriam contar?

Eu agora estou esperando de tudo, não sei mais o que poderia acontecer.

Quando finalmente cheguei em casa, sentei-me no sofá e David me acompanhou. Jenny estava encostada na parede, nos encarando e meu pai ficou em nossa frente.

– O que quer nos contar? – Perguntei impaciente.

– Ah... – Papai pigarreou, em seguida olhou para Jenny, que fez um gesto do tipo “vai”.

– Papai... – Persistir.

– Nós vamos nos casar! – Jenny disse, depois suspirou, como se estivesse aliviada.

– O QUE?! – Eu e David gritamos em coro, levantei-me rapidamente, meu corpo todo formigava.

– O que? Não gostaram? – Meu pai agora parecia confuso. – P-pensei que vocês fossem amigos... E que você gostasse da Jenny, Cher...

– E-eu... – Gaguejei, Jenny agora não tinha reação, estava quieta, com os braços cruzados. – Papai, podemos conversar?

– Tudo bem...

Levantamos e seguimos para a cozinha. Não sei como consegui andar até lá, minhas pernas não respondiam.

– Papai... – Comecei. – V-você não pode...

– Minha cereja. – Acariciou meus cabelos, depois segurou meu rosto com suas mãos e eu tive a obrigação de encarar aquele par de órbitas azuis. – Eu sei que você não tem um passado bom... Por sua mãe e tudo mais. Mas eu estou apaixonado, Cher. E você deve entender o que é isso de amor, não é? Você já não é uma criança. – Ele agora sorria. – Nunca vou deixa-la, você sabe, somos uma dupla. Uma família. Apenas eu e você. – Disse ele. – Mas eu amo Jennyffer e quero me casar com ela. Será que você poderia entender? Se não estiver preparada, eu posso...

– Não. Pai... – Respirei fundo. – Eu quero que você seja feliz, ok? Se é assim que você quer... Quem sou eu para discordar!

Tentei ao máximo sorrir.

Porém, quem eu estava enganando? Estava sendo tão egoísta todo esse tempo, pensando apenas em mim, que esqueci completamente de como papai estava se sentindo em relação a isso. Parecia cedo demais, porém, ele estava apaixonado. O que mais eu deveria fazer?

Dei boa tarde para Jenny, que agora estava só na sala. Sabe-se lá onde David estava. Fui diretamente para o meu quarto.

– Meu Deus. – Sentei encostada na porta, com os olhos fechados. – Isso não pode ser verdade.

– Sabe, nunca deitei nessa cama sem ser nu. – David comentou, quando abrir os olhos, ele estava deitado na minha cama, com as pernas cruzadas, olhando para mim.

– Nossos pais vão se casar e este é o único comentário que vem na sua mente? – Perguntei indignada.

– O que você quer que eu diga? – Virou seu corpo para mim, apoiando a cabeça em sua mão. – Oh meu Deus, não casem, eu transei com a minha meia-irmã!

– Não somos meios-irmãos. – Murmurei, me levantei do chão e me joguei na cama ao seu lado.

– Então, podemos transar. – Olhou para mim e deu um sorriso malicioso.

– Não estou no clima para isso, David. – Ri.

– Eu estou brincando, tenha calma. – Ele também riu.

– Tem alguém vindo... – Sussurrei, ouvindo alguém subir as escadas, empurrei David da cama, que caiu sentado no chão.

– Ai. – Resmungou ele.

E então a porta abriu-se.

– Ta tudo bem por aqui? – Papai analisou a situação.

– Sim. – David abriu um sorriso e encostou-se na cama.

– Eu e Jenny vamos ao supermercado fazer compras, querem algo? – Ele sorriu.

– Não. – Falamos em coro, então David me encarou e começou a rir.

– Ok... – Papai também riu. – Voltamos já.

E deixou a porta aberta. Ficamos em silêncio por alguns minutos, escutando a movimentação do andar debaixo.

Papai pegando as chaves em cima da mesa.

Jennyffer falando sobre algo de uma receita.

Passos.

Porta batendo.

Carro ligando.

David levantou-se. Seus olhos queimaram em mim por um momento e um sorriso familiar brotou em seus lábios. Ele deitou-se ao meu lado e ficou apenas me encarando por um momento.

– Agora deu vontade. – David sussurrou.

– Prometemos que não iríamos mais... – Murmurei.

– Ah, então ta. – Mordeu o lábio e uma de suas mãos foram para minha barriga, ele subiu um pouco a blusa e começou a acaricia-la.

– É... – Pigarreei.

– Sim? – Seus olhos sendo guiados por sua mão, que ia e voltava em minha barriga, levemente.

Seus dedos caminharam lentamente até meus seios, porém, passou direto, foram para o meu pescoço. David passou o dedão sobre minha jugular, depois segurou firme minha nuca.

– Que se dane. – Disse rapidamente, levantando-me e sentando na barriga de David, que sorriu maliciosamente.

Começamos a nos beijar ferozmente, suas mãos percorrendo meu corpo sem restrições.

Já era tarde demais para voltar atrás. Eu não conseguia mais ficar longe, não sentir atração. Se isso fosse errado, que se dane!

Qual o problema se eu estivesse apaixonada pelo garoto estranho?

Neste exato momento, nada parecia errado. Éramos apenas eu e David, no lugar onde tudo começou.


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