Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 34
Viciada em abraços.




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– Acho que eu nunca vou sair dessa cama vestido. – Disse David rindo, seu corpo nu ainda deitado, coberto com um fino lençol branco.

Ele me encarava sorrindo, enquanto eu continuava deitada ao seu lado.

– Precisamos botar nossas roupas. – Falei levantando-me e vestindo minha roupa.

– Por que temos que nos esconder tanto? – Choramingou ele. – Quando iremos poder ficar deitados assim por um tempão?

Eu ri, na verdade, não tinha o que dizer.

– Estou falando sério. – David levantou-se, totalmente despido, o que sem querer me fez olhar. – Que foi? Até parece que você nunca me viu assim...

– Nada não. – Olhei para o chão, corada.

Ele caminhou até mim, acariciou meus cabelos e sorriu.

– Eu amo você. – Seus lábios tão próximos dos meus sussurraram, o que me fez estremecer. – Não importa o que esteja acontecendo, parece que todos estes obstáculos me fazem te querer mais...

– Mas...

– Mas você não deve se preocupar. – David ergueu meu queixo e eu encarei aqueles lindos olhos, que pareciam um pedacinho do céu. – Com nada. Vamos dar um jeito em tudo isso.

Então seus lábios úmidos foram para os meus e seu beijo foi doce, suas mãos continuavam paradas em meu cabelo, acariciando.

– Não sabia o quanto era bom transar com alguém que você está apaixonado. – David murmurou, como se fosse para si mesmo, o que me fez rir.

– Você é tão romântico. – Abri os olhos e me deparei com ele sorrindo, olhando para mim.

– E você é tão linda. – Depositou vários selinhos em meus lábios.

Em seguida, procurou suas roupas e as vestiu. Piscou para mim antes de desaparecer pela porta.

Foi nesse exato momento que eu tive que admitir para mim mesma de como eu estava com saudades dele. Sim, eu estava. Aquela sua tatuagem do pedacinho do universo em seu peito, que ia até seu braço. Aqueles lábios carnudos, com um sorriso tão lindo, todas as vezes em que olhava para mim. E até aquela coruja tatuada em seu pescoço. O piercing no septo – vulgo: piercing de touro –, que eu odiava, por sinal, agora... Até isso me faz gostar mais dele. Estes olhos azuis, que parece que capturaram um pouco do céu em um pote e injetaram dentro de suas órbitas.

Eu tinha que admitir, realmente gostava do garoto estranho. Do modo mais esquisito nos apaixonados, porém, o que mais se quer de alguém que tem um piercing de touro? E uma garota que sempre foi invisível?

De alguma maneira, eu estava feliz. Sentia-me feliz, mesmo com tantas coisas acontecendo. Todavia, a felicidade se vem de pequenas coisas, não é mesmo?

Eu tinha David.

Meu pai estava feliz.

Estou prestes a me formar.

Isto de depender de Lola, Jean e outros... Não poderia acabar com minha vida! Lola poderia me odiar para sempre ou me perdoar, porém, eu teria que dar um tempo á ela, coisa que estou fazendo. E Jean... Eu ainda não sei o que fazer com ele. Porém, eu também estive errada neste meio tempo, talvez eu devesse conversar com ele. Além do mais, Jean sempre foi minha paixão, deveria esclarecer á ele, que não temos mais nada e que não sou mais apaixonada. Tudo bem ele sentir-se culpado, pois é o que realmente tem que acontecer, mas eu também estou me sentindo culpada. Eu menti. Não só para ele, mas para todo mundo.

Até para meu pai. Que está preste a se casar...

– Querida, comprei chocolate... – Papai apareceu na porta do meu quarto. – Nossa, que bagunça você fez, está tudo bem?

Gelei. Estava deitada na cama e os lençóis estavam todos desforrados, travesseiros no chão.

– Ah, sim, está. – Pigarrei. – Eu peguei no sono.

Levantei-me e fui com meu pai até a sala, onde David estava sentado no sofá, assistindo alguma coisa na tevê e comendo pipoca.

– Olá, Cher! – Jenny sorriu. – Trouxemos chocolate para você!

Peguei o chocolate que Jenny estendia para mim e agradeci. Sentei ao lado de David e roubei algumas pipocas. Em seguida, papai e Jenny sentaram ao nosso lado. Houve uma pequena discursão sobre o filme que estava passando, que eu não tive o menor interesse em prestar atenção.

Fui até à cozinha e peguei um pouco de refrigerante, fiquei alguns minutos, sentada na bancada, olhando para o nada. E então Jenny apareceu, com um sorriso meio tímido, aproximou-se e encostou do outro lado da bancada, me encarando.

– Cher... – Disse ela.

– Sim?

– Sei que nunca teve uma mãe presente e como não quer falar sobre isso. – Jenny colocou uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha. – Eu não sei nada sobre isso, porque sempre tive minha mãe, enquanto ela estava viva...

– Sinto muito... – Murmurei.

– Eu já superei. – Ela sorriu. – Assim como você. Enfim... – Pigarreou ela, como se não soubesse por onde começar. – Eu não quero substituir o local de ninguém, se você não quiser. Mas podemos ser amigas? Sabe, eu não gosto de ser madrasta, na verdade, nunca fui. – Jennyffer riu.

– Está tudo bem. – Sorri para ela. – Podemos sim ser amigas.

– Sério? – Jenny bateu palmas empolgadas, o que me fez lembrar-se de Lola.

Então, Jenny me abraçou. Seu cheiro feminino foi tão agradável.

Tenho que confessar: Talvez eu esteja viciada em abraços.

A tristeza me fez gostar de abraços, algo que nunca fora agradável para mim.


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