Depois que Jean me deixou em casa e meu pai foi trabalhar, David chegou. No momento que eu parei para pensar, poderia ser tarde demais.

Estávamos seminus na minha cama, eu sentada em seu colo, enquanto ele beijava meu pescoço.

– David. – Disse, ele apenas fez um ruído, sem parar de trilhar seus típicos beijos... E normalmente, eu não deixaria pará-lo por circunstancia alguma! – David... É sério... Pre...

E ele continuava, percorrendo sua mão pelo meu corpo, me enlouquecendo, como sempre fazia.

– Precisamos conversar. – Conclui ofegante.

Ele parou, franziu o cenho ao olhar para mim.

– Prossiga.

– Eu e você... – Pigarrei... Eu já tinha visto esta cena em algum lugar.

– Nós? – Ele corrigiu e pediu para que eu continuasse, com o olhar.

– Não podemos continuar a nos encontrar. – Suspirei. – É errado.

– E daí? – David cruzou os braços.

Eu continuava sentada em seu colo, de frente para ele, enquanto me olhava confuso.

– E daí que você tem Lola... Eu tenho Jean.

– Eu tenho a você, e você tem a mim. – Riu. – Eu e Lola nem temos algo sério.

– Ainda. – Sorri, meio sem graça. – Lola está caidinha por você.

– E Jean te pediu em namoro. – Ele concluiu. – Já era de se imaginar...

– Gosto dele, David... – Suspirei. – E não quero magoá-los. Mesmo sendo tentador...

– O pecado é tentador, não é? – David soltou uma risada rouca. – Dewes, você não pode me chutar... Você está sendo a cafajeste. – Riu desconfortável, suas mãos foram a minha cintura.

– Não estou te chutando. – Dei de ombros. – Nunca tivemos uma relação. Sempre foi apenas...

– Sexo. – Concluiu ele.

– Exatamente. – Ri. – Nem nos gostávamos antes disso.

– Errado. – Negou com a cabeça. – Sempre gostei de você... Mas você está certa, Cher. Não podemos continuar assim. – Suspirou. – Estamos atrapalhando um a vida do outro.

– Não foi o que eu quis dizer, mas tudo bem. – Fiz uma careta. – David, vamos continuar nos “odiando”. – Fiz aspas com dos dedos.

– Mas sem sexo, David. – Fez uma imitação fajuta da minha voz.

– Ta, mas amanhã nós começamos este acordo. – Riu, envolvendo meus braços em seu pescoço.

– Você vai sentir falta e vai voltar correndo para mim. – David mordeu o lábio e depois riu.

– Ou será que você vai voltar correndo? – Dei-lhe um beijo no canto da boca.

– Sou melhor que o Jean na cama, aposto. – Deu de ombros.

– Não sei, nunca transamos. – Ri.

– Não brinca! – Disse. – Jean te pediu em namoro... Sem nem ter transado com você?

– Suponho que sim. – Dei de ombros.

– Babaca. – Brincou. – Eu cheguei primeiro. – David chegou próximo ao bastante para um beijo, depois se afastou, apertando minhas coxas e me encaixando mais. Colando meu corpo no seu.

– Cala essa boca. – Ri.

– Cale você. – Mordeu o lábio, me puxando pelo cabelo para um beijo intenso... Que resultou, obviamente, na nossa despedida.

Este teria que ser a última vez que David estaria ali. E teria que ser a última vez que faríamos sexo. Já estávamos longe demais, e pôr um fim nisto, por um momento me deixou aliviada... Por outro, particularmente, gostava de transar com ele, era um modo de me distrair e sair da rotina. Com algo perigoso... Como se eu estivesse quebrando várias regras. Acho que realmente, eu estava quebrando regras.