Amoureux de mon meilleur ami escrita por Arisusagi


Capítulo 8
Solitude


Notas iniciais do capítulo

Solitude(fra): Solidão
Acho que vou deixar todos os agradecimentos para o último capítulo, que está quase chegando.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/458936/chapter/8

Acordei em minha cama, desnorteado, vestindo apenas uma cueca. Não me lembrava de como chegara ali nem de ter tirado as roupas. O gosto de álcool predominava em minha boca, me deixando enjoado e fazendo com que eu corresse para o banheiro o mais rápido que pude. Nunca havia vomitado tanto assim em toda a minha vida. Fiquei jogado no chão do banheiro, ao lado da privada, repensando minhas escolhas de vida e tentando ignorar a dor de cabeça violenta que estava sentindo.

Voltei para cama com muito esforço, depois de lavar minha boca. Logo que deitei, minha mãe entrou no quarto fazendo o maior estardalhaço. Meu pai entrou logo atrás, sem dizer nada.

– O que tinha na cabeça, moleque?!

– Mãe, eu…

– Enchendo a cara daquele jeito? Você é menor de idade! Não pode beber! Podíamos ser multados! Você tem ideia do que o álcool faz com o seu corpo?! - pelo amor de todos os deuses, não grita.

– Mas… - minha cabeça latejava a cada palavra gritada.

– Vai virar um alcoólatra se continuar desse jeito! - de que jeito, mãe?– Vai ficar duas semanas sem sair de casa! E pode me entregar esse seu celular!

Entreguei o aparelho sem dizer uma palavra. Sabia que não adiantava discutir com ela nessas situações.

– Eu não quero saber de ninguém nessa casa bebendo antes de fazer dezoito! E eu sei que você está me ouvindo, Teto! - terminou, saindo do quarto e batendo a porta atrás de si.

Meu pai - que não havia dito uma palavra até aquele momento - apenas me olhou e inclinou a cabeça para o lado, como se dissesse ‘você ouviu o que ela disse’, e saiu.

Deitei a cabeça no travesseiro, fechando os olhos. Esse castigo até que veio a calhar, não iria sair de casa nem se me pagassem. Só queria ficar sozinho por um tempo, talvez assim me esquecesse de Rook e de tudo o que vi na noite passada.

Sentia-me nauseado. Prometi a mim mesmo que evitaria o álcool pelo resto de minha vida.

– Posso entrar? - era Teto do outro lado da porta.

– Vem.

Ela entrou timidamente, segurando uma bandeja com analgésicos, um pedaço de bolo e um copo de suco.

– Aqui, o papai pediu para te dar isso. - ela colocou a bandeja no criado mudo enquanto eu me sentava.

– Obrigado. - peguei o comprimido e o copo de suco - O que aconteceu? Só me lembro de ter de abraçado.

– Você apagou. Aí eu liguei pra mamãe e ela veio buscar a gente. Desculpa!

– Não foi sua culpa. – peguei o pedaço de bolo - Eu que fui idiota em achar que podia beber.

– E o Rook?

– Tinha até me esquecido dele. Sei lá, acho que já entendi qual foi a resposta.

– Mas você não sabe se ele queria mesmo aquilo! Aquela menina pode ter agarrado ele!

– Não, Rook não recusaria uma garota como a Maiko. Até porque, ele não tem nenhum um motivo para querer alguma coisa comigo. Tem um monte de meninas beijando o chão que ele pisa e… - lágrimas inundaram meus olhos. Coloquei o prato vazio sobre o criado mudo e me deitei, abraçando meu travesseiro.

Eu estava tentando não ficar triste por causa daquilo, mas não conseguia. Eu queria chorar, queria que aquela dor em meu peito acabasse, queria apagar aquela cena da minha memória.

– Quer que eu fale com ele? - Teto perguntou, passando a mão em meus ombros.

– Não precisa. Ele está visitando o pai, deixe-o em paz.

– Não fique triste. Vocês vão continuar sendo amigos, certo?

– Eu espero. - cocei os olhos, na tentativa de acabar com as lágrimas.

– Vou tentar convencer a mamãe a diminuir seu castigo, está bem?

Resmunguei em resposta. Achava que conversar com a minha mãe não iria dar em nada, ela raramente desistia de algo.

Passei o resto do dia dormindo, não sonhei com nada. Acho que estava triste demais para me lembrar de qualquer coisa. Nos poucos momentos em que fiquei acordado, chorei agarrado ao meu travesseiro. Era um saco, a única coisa que estava em minha mente era ele, e eu me sentia idiota.

Estava arrependido de ter me apaixonado, de ter contado para ele e de ter a esperança de ser correspondido. Eu sabia que ele só se interessava por meninas, por que achei que o sentimento seria recíproco? Eu sou um estúpido. Ele está certo e eu estou errado, é assim que as coisas funcionam. O normal é que garotos se apaixonem por garotas, não é?

– Mas quem tem tanta autoridade assim para mandar no amor dos outros? - disse Teto quando me trouxe o jantar.

– É… - peguei o prato de macarrão de suas mãos.

– Você não está errado, nem o Rook está certo. São seus sentimentos, você não pode se culpar por isso!

Ela tinha razão. Pode não parecer, mas Teto é ótima em me consolar.

– Quer assistir algum filme? - ela me entregou um guardanapo e se sentou na ponta da cama.

– Acho que vou assistir Doctor Who. Não se preocupe comigo, vou ficar bem.

– Então tá. - Teto saiu do quarto levando a bandeja e o pacote de guardanapos que havia trazido.

Comi metade do macarrão e deixei prato na minha escrivaninha. Ainda estava me sentindo enjoado e não queria vomitar novamente.

Passei a noite em claro assistindo à série de ficção científica. Aquilo me distraiu o suficiente para eu me esquecer de tudo que estava acontecendo. Saí do quarto apenas uma vez para pegar comida.

– Ted, você quer ir à piscina? - minha irmã perguntou do outro lado da porta.

– Não. - eu não fazia ideia de que horas eram, mas não estava com vontade de sair da cama.

Ouvi um muxoxo seguido de passos descendo as escadas. Aparentemente, Teto também estava proibida de sair de casa, já que minha mãe queria-a me vigiando.

A princípio, ficar em casa durante essas duas semanas me parecera uma boa ideia. Não teria que me arrumar para sair e poderia passar o dia inteiro na frente da televisão. Mesmo assim, Rook não saía da minha cabeça. Continuava a me imaginar junto dele, o tocando, o beijando. Não fazia ideia de como lidaria com esses pensamentos naquelas semanas.

X

– Então, Ted, quer sair? - Teto perguntou, cruzando as pernas sobre o sofá-cama. Era uma tarde de segunda-feira, e ela estava tentando me tirar de casa desde o dia anterior.

As duas semanas se passaram como o esperado: assisti todas as temporadas de Doctor Who, só saí do quarto para comer e troquei o dia pela noite na maioria das vezes.

– Estou bem aqui, assistindo TV. - me sentei, desligando o aparelho.

Na tarde do dia anterior, minha mãe havia entrado no quarto se desculpando por ter gritado comigo. Prometi que nunca mais beberia e ela me devolvera o celular. Como esperado, havia quatro mensagens não lidas - duas de Nana, uma de Poiyo e outra de Ron, e todos perguntavam se eu estava bem. Confesso, fiquei um pouco decepcionado por não ver o nome de Rook na caixa de mensagens.

– Você não sai do quarto há duas semanas!

– Eu sei o que estou fazendo!

Ela bufou e saiu. Não estava com vontade de parecer apresentável, muito menos de sair de casa. Fixei meu olhar no teto do quarto enquanto pensamentos aleatórios inundavam minha mente, e fiquei assim até adormecer.

Acordei de súbito com meu celular tocando. Atendi-o desajeitadamente, sem nem olhar para a tela.

– Ted? - chamou uma voz familiar do outro lado da linha.

Não, não pode ser…

– Rook?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Altas emoções, fala ai.
Quero ver todo mundo comentando.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amoureux de mon meilleur ami" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.