Amoureux de mon meilleur ami escrita por Arisusagi


Capítulo 7
Fête


Notas iniciais do capítulo

Fête(fra): Festa
Die Party ist sehr schon!(Ale): Essa festa está ótima!
Pardon, mais je ne parle pas allemande(fra): Desculpe, mas eu não falo alemão.
Deixei esse capítulo programado aqui no Nyah desde o dia 22.



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– Eu gosto de você. - levantei o olhar, encarando as íris vermelhas.

Joguei água no rosto, arrumando minha franja em frente ao espelho. Era uma forma tão simples de falar aquilo. É o que dizem, menos é mais.

– Anda logo, Ted! Até eu já estou pronta! - Teto bateu na porta do banheiro.

Suspirei, fechando os três botões da minha camisa que ainda estavam abertos.

– Pronto. – saí do banheiro, e notei que ela estava encostada no batente da porta do quarto. Teto trajava um vestido branco e sandálias de salto prateadas.

– Se arrumou direitinho, hein? Calma, sua gravata está torta. - falou, ajeitando-a em torno do meu pescoço - Já sabe o que vai falar?

– Sim, eu sei. Me deixe em paz!

– Não se estressa! Vem, a mamãe está nos esperando lá embaixo.

Fomos de carro até o local da festa, um grande salão não muito longe de casa. Chegando lá, fomos recebidos pela Nana.

– Boa noite! - ela veio nos cumprimentar. Usava um vestido verde claro e sapatos de salto brancos.

– Feliz aniversário! - disse minha irmã, abraçando-a.

– Obrigada! - ela me abraçou em seguida - Espero que gostem da festa!

– Pode deixar! - ri, abraçando-a.

Vi Rook no fundo do salão. Vestia uma camisa social vermelha, gravata e calças pretas, e parecia conversar com outras pessoas. Ele estava lindo.

– Olá, Nana! - espera, eu conheço essa voz de algum lugar, pensei, e virei-me para ter certeza. Sim, era ela. Ruko estava lá, cumprimentando Nana, com um vestido preto bem decotado e sapatos de salto que a deixavam bem mais alta do que já era. Merda, ela ia estragar tudo.

– E aí, cara! - Rook chegou passando o braço pelo meu pescoço.

– O-oi! E aí?

Ruko passou por nós, e percebi que ele ameaçou dizer algo, mas desistiu ao receber um olhar frio da morena. Nossa colega seguiu seu caminho sem dizer nada.

– Eu sabia que ela ia fazer isso. - riu, coçando a cabeça.

– Isso o quê?

– Me ignorar. Ela sempre faz esse tipo de coisa com quem se declara pra ela. Enfim. Vem cá, vamos conversar com o pessoal.

Fomos até um grande sofá, aparentemente um open bar, que estava encostado perto de um balcão. Lá estava Nagone Mako, uma menina morena de olhos pretos, que conheci no acampamento de verão da quarta série. Ela estava de mãos dadas com uma menina loira de olhos azuis. Uma terceira menina que também estava sentada lá se levantou imediatamente, assim que viu Rook. Supus que eles se já se conheciam.

– Mako! Há quanto tempo! - disse, percebendo que ela havia se levantado para me cumprimentar. Achei que ela não se lembrava de mim.

– É mesmo, Ted! Aliás, essa aqui é a minha namorada, Amane Luna. - a loira acenou timidamente.

Sentamo-nos no sofá. Rook estava conversando animadamente com a outra garota, sua colega de sala nas aulas de alemão. Ela se chamava Hakaine Maiko, e tinha longos cabelos rosa claro e olhos azuis. Os dois estavam próximos demais para o meu gosto.

Após cerca de meia hora, Nana se dirigiu para o meio do salão e anunciou que a pista de dança e o open bar estavam abertos. Rook me arrastou para o meio das pessoas que dançavam ao som de música eletrônica. Eu achava aquilo um pouco incômodo, mas queria aproveitar para ficar próximo dele.

Sentia um frio na barriga toda vez que pensava sobre a declaração. Antes ela parecia algo distante, que demoraria a ocorrer, mas agora estava tão próximo. Repeti mentalmente tudo o que ia dizer diversas vezes, imaginando todo tipo de resposta possível.

Teto chegou perto de nós discretamente. Ela estava dançando com algumas amigas e, vez ou outra, esbarrava em mim fazendo com que eu me aproximasse de Rook. Acho que entendo suas intenções, senhorita Kasane.

Eu estava me sentindo relativamente bem, até aquela garota, Maiko, aparecer na pista de dança. A menina tentava agarrar meu “parceiro de dança” a todo custo, o que me deixou muito irritado - ainda mais porque eu não podia fazer nada para separá-los.

Não sei se foi intencional, mas assim que as investidas de Maiko se tornaram mais insistentes, Rook saiu da pista de dança, alegando estar com calor.

– Die Party ist sehr schon! - ele falou, se jogando no sofá.

– Pardon, mais je ne parle pas allemande. - respondi, era sempre o que eu lhe dizia quando ele falava coisas em alemão.

– Hon hon hon baguette croissant pra você também. - ele riu, passando a mão pelos cabelos - Ah, tenho uma coisa para te falar. Vou passar uns dias na casa nova do meu pai.

– Quando?

– Acho que vou amanhã.

– Ah, que ótimo! Espero que ele esteja bem.

– É, eu também.

Fiquei pensando se era o momento certo para dizer. Bom, estávamos sozinhos, não tinha ninguém por perto, parecia ser o ideal. Instantes depois, percebi que Poiyo e Ron estavam encostados em uma parede não muito longe de nós.

Assim que olhei para eles, Poiyo ergueu o polegar para mim e puxou Ron pelo braço, levando-o para a pista de dança.

– Rook, eu… - minhas mãos começaram a tremer. Era isso, eu estava me declarando, estava quase falando para ele, estava quase sabendo se seria correspondido e…

– Ooi, Rook. - um cara, aparentemente bêbado, se aproximou de nós - Há quanto tempo!

– Oi, Nitarou… Ei, você tá bem? - ele havia acabado de cair no chão, bem ao nosso lado. Era um rapaz não muito alto, e seus tinha cabelos pretos presos em um rabo de cavalo no topo da cabeça.

– Tô ótimo! Tem um open bar, você viu? - Nitarou se levantou, subindo no sofá e se sentando entre eu e Rook. Mas que beleza.

– É, mas eu não bebo…

– Não? Por que não? É tão bom ficar bêbado…

– Eu acho mais divertido ficar sóbrio e ver vocês fazendo merda.

– Olha só, esse drink deixou minha língua azul. - ele colocou a língua para fora, chegando mais perto de Rook.

– Parece que você pagou um boquete pra um Smurf. - respondeu, afastando-o. Acho que ele percebeu meu incômodo - Eu vou ali, tá bom?

– Tá bom. - resmungou em resposta, se deitando no sofá vazio.

E voltamos para a pista de dança. Estava me sentindo meio idiota por ter perdido aquela oportunidade. Depois de alguns minutos dançando o DJ parou a música para anunciar que era hora de cortar o bolo.

Reunimo-nos em volta da mesa decorada e cantamos parabéns, ignorando o fato de que grande parte das pessoas estava quase caindo de bêbadas. Aproveitei para comer um pouco, não havia comido nada desde o início da festa.

Fiquei mais uma meia hora atrás de Rook, que andava para cima e pra baixo com um prato nas mãos, comendo tudo o que tinha direito a e cumprimentando todo e qualquer conhecido que encontrava. Poxa, cara, para quieto um segundo, eu tenho coisas importantes para falar!

– Ah, olha! Tem um terraço ali! - finalmente ele havia percebido as malditas escadas no fundo do salão.

Subimos tropeçando em um casal que se beijava fervorosamente no meio da escada. Eu estava torcendo para que não houvesse ninguém lá.

– Está vazio! Que bom! - exclamou, tendo os cabelos bagunçados pela brisa suave.

– É… - pronto. É agora ou nunca.

Sentamo-nos em um banco. Rook largou o prato que continha o resto de seu pedaço bolo no chão, debaixo dele. O salão não era um lugar muito alto, mas tínhamos uma boa vista de parte da cidade. Minhas mãos voltaram a tremer e a suar. É isso, é agora.

– Rook, eu… - comecei, hesitando - Eu queria te falar uma coisa.

– Diga. - ele me encarou, acho que nem desconfiava do que eu iria dizer.

– Eu sei que você vai achar estranho e tudo mais… Mas… - parei, percebendo que sua expressão havia mudado - É que…

Não vou conseguir, estou nervoso demais. Respirei fundo, tentando me recompor.

– O que é?

– Eu gosto de você. É isso, eu sei que é estranho, mas você é muito mais que um amigo para mim.

Pronto. Estava feito.

O único som que ouvia era o da música eletrônica vinda lá de baixo. Passei a olhar para os meus pés, sentindo meu coração quase explodir e meu rosto queimar. Pensei se devia olhar para ele. Melhor não, melhor esperar que diga algo.

Rook se levantou de repente, ouvi seus passos descerem as escadas. E agora? O que isso significa? Eu devo ir atrás dele, ou talvez esperar um pouco? A ansiedade estava me matando, era melhor eu descer e tentar entender qual foi sua reação.

Desci as escadas de dois em dois degraus, quase tropecei nos dois indivíduos que ainda se agarravam no meio do caminho. Comecei a procurar por ele, não estava na pista de dança, nem perto da mesa de doces. Talvez estivesse ao lado daquele balcão.

Porra, ele estava lá, junto com aquela tal de Maiko. Na verdade, ela estava sentada no colo dele, e eles se beijavam tão intensamente quanto o casal no meio das escadas. Eu já estava esperando pela rejeição, mas não pensei que ela seria de forma não verbal. Aquilo foi muito doloroso, eu não havia imaginado aquela possibilidade.

Encostei-me junto ao balcão, bem longe deles, é claro. Merda, aquilo doía demais.

– O que foi? - perguntou a moça que preparava bebidas.

– Ah, nada demais. - respondi, passando a mão pelos cabelos.

– Tem certeza? Você não parece feliz.

– É, não estou muito feliz.

– Bom, se você não está feliz em uma festona dessas, é porque alguma coisa aconteceu. Deixe-me adivinhar, é algum problema amoroso? - ela se aproximou de mim. Tinha cabelos curtos e castanhos, e devia ter uns 20 anos de idade.

– É sim.

– Foi rejeitado?

– Mais ou menos isso…

– Eu sei o que pode te ajudar, espere um segundo. - ela pegou uma coqueteleira e jogou um punhado de gelo dentro dela.

Olhei rapidamente para o sofá pelo canto dos olhos, vi um vulto rosa se mexendo e decidi que era melhor não pensar naquilo.

– Aqui. - voltei minha atenção para o copo que estava em minha frente. Continha uma bebida cremosa amarelada, e na borda havia uma rodela de limão e um guarda-chuva de papel.

– Ah, obrigado. - puxei o copo mais para perto, colocando o canudo nos lábios e bebericando o drink.

– Espero que goste.

– Isso tem álcool?! - o gosto amargo havia impregnado minha boca e estava me deixando tonto.

– Claro. Nada melhor para curar um coração partido. - ela riu, enchendo um copo de plástico de vodca e engolindo todo o seu conteúdo em um gole.

Eu até que estava gostando dessa tontura que estava sentindo, e decidi dar uma chance às bebidas. Nunca gostei muito de álcool, o principal motivo era o sabor. Porém, nesse momento, tudo o que eu queria era me esquecer dessa dor que sentia em meu peito.

Bebi o copo inteiro, com certa relutância. Agora tudo ao meu redor girava, e era só impressão minha ou eu estava mais leve?

– Quer mais? - a moça, que se depois descobri se chamar Meiko, se aproximou de mim novamente. Ela estava um pouco bêbada, e percebi que ela tomava um pouco de vodca a cada bebida que servia.

– Pode ser.

E outro copo foi colocado na minha frente. Dessa vez, a bebida era esverdeada. Bebi com um pouco mais de facilidade, estava começando a me acostumar com o gosto do álcool e com a sensação de estar embriagado.

Acho que foi depois do quarto ou quinto copo que Teto apareceu.

– Ted?

– Oi, Teto! - acho que quase gritei, não sei, estava me sentindo ótimo.

– Você está bebendo? - ela parecia confusa. Senti que precisava abraçá-la.

– Só um pouquinho. – abracei-a, quase derrubando minha irmã no chão.

– Você falou com o Rook?

– Nem me fale naquele idiota! – seria isso que eu estou sentindo em minha cabeça dor?, pensei - Ele tá ali, se agarrando com aquela menina.

– Quanto você bebeu? - caramba, ela era muito pequena, quase não dava pra ouvir o que ela estava falando.

– Sei lá, uns cinco copos? Foi pouquinho. - senti como se estivesse prestes a adormecer - Não conta pra mamãe.

– Você bebeu muito. - percebi que Teto estava praticamente me mantendo em pé - Ted? Ted?!

E então tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

Altas emoções rolando nesse capítulo, quero ver vocês não comentarem.
Capítulo betado pela minha querida Kizie
Obs.: a parte do boquete pro Smurf foi baseada em uma conversa de dois colegas que eu ouvi aleatóriamente no meio da aula.



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