No capítulo anterior:

— Hormônios de grávida. - soltei caminhando junto a eles.

— Hormônios de quê, senhorita Evans?
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Pov. Lily
Puta merda. Desculpe-me pelo palavrão, mas sério qual o problema dessas pessoas? Se estão querendo me matar, ao menos avisem. Meu coração sedentário não aguenta essas momentos apreensivos dignos de um misterioso caso do Poirot.

Já me virei com uma careta derrotada para a voz que havia me chamado. Uma voz rouca que passa uma sabedoria de no mínimo 70 anos. Sério. Não adivinharam ainda? Okay Okay. Tem uma barbinha de respeito. Também conhecido como DIRETOR Dumbledore. Oh, eu estava fudi... eu quis dizer ferrada. Pelas barbas de Merlin, podem ter crianças lendo isso. (N/A: Vale lembrar que você contou da sua transa com o James para chegarmos a esse ponto, sim?) (N/Lily: Ei sua autora enxerida para começo de conversa eu pulei o nheco nheco, Okay?)
(N/A: relaxa, ninguém aqui faltou a aula de biologia... ainda lembramos muito bem como se faz um bebê) Cansei dessa palhaçada! Não falo mais diretamente com você... só falo com os meus leitores a partir de agora!

Enfim, voltando ao que realmente interessa aqui. Sim, o diretor ouviu a conversa. Sim, eu permanecia estática não fazendo a mínima ideia do que era cabível responder naquele momento. Será que fazer voto de silêncio era considerado falta de educação?

— Então senhorita... estou esperando.- falou casualmente Dumbledore, me encarando com aqueles olhos simpáticos que parecem saber exatamente o que você esconde. Esse homem é um perigo. Não no sentido sensual da palavra. Um verdadeiro PERIGO. Nada lhe passa despercebido. É assustador.

—Eu.. na verdade, eu.. o que eu quero dizer é que eu... olha diretor, eu...

—Caramba, sua língua tá presa? - soltou um Black segurando uma risada. Minha vontade era socá-lo. Senti a fervura subindo pro meu rosto, fazendo tudo queimar. ( N/ A: também pode acontecer quando você está apresentando um trabalho de física, mas é só um detalhe..) Ser uma ruiva extremamente branca é uma merda.

—Ela tá grávida. De mim. Ela tá grávida de mim. Quer dizer... não de mim! Eu estou aqui. Minha mãe que engravidou de mim. O bebê é meu.-falou finalmente (N/A: com aquela enroladinha , porque não seria meu pequeno James se não tivesse uma enrolada básica) James. Não tão nervoso quanto eu, mas definitivamente mais sério que o Sirius. Ele estava rindo. Rindo. Que tipo de amigo ri nesse caso? Babaca.

Senti James procurar minha mão e entrelacei meus dedos aos dele. Estávamos nisso juntos, afinal. Vi um pequeno sorriso se abrir na boca do Dumbledore.

—Certo. Acredito que os senhores estejam atrasados para o café?! Senhor Potter e Senhorita Evans após o almoço na minha sala.

Ambos assentimos com a cabeça e quando vi o diretor seguindo no corredor um suspiro sôfrego escapou dos meus lábios. Era um alívio mesmo que não soubesse o que seria feito de mim.

— Lily sua cara estava hilária. - gargalhou Sirius. Já estava indo em sua direção para enfiar a minha varinha onde o sol não alcança, quando Jay me segurou pela cintura.

—Você não me escapa, Black. EU VOU TE MATAR! - esperneei irritada. Sirius arregalou os grandes olhos cinzas e foi andando, não sem antes soltar um " Pontas, toma conta da sua ruiva! Menina esquentada... não pode nem fazer uma brincadeirinha"

Quando ele já tinha sumido pelo corredor, James virou seu rosto em direção ao meu. Seus dedos se desentrelaçaram dos meus e foram percorrendo um caminho do meu pescoço até chegarem ao meu rosto, fazendo meus olhos se encontrarem aos castanhos esverdeados.

— Lily, nós estamos nisso juntos, okay? Não importa que não seja como um casal. Eu estou com você! Eu fiz esse bebê junto contigo. Então ele é um pedacinho meu e seu. Eu só quero que você entenda que não está sozinha nisso. Nunca. Tá bom?

Sem conseguir responder nada continuei encarando aqueles lindos olhos. Eles me passavam tanta coisa: segurança, felicidade, angústia, adoração... amor. Foi quando eu entendi. James Potter me amava. Realmente me amava. Estava estampado nos olhos dele. Senti algumas lágrimas borrando a minha visão. Pelo menos alguém me amava.

**

Segunda-feira 13:00

— Sério Lily... Você não acha que já chega de costelinhas por hoje? Já é seu terceiro prato. Só de costelinhas! - falou uma Lene preocupada. Levantei meus olhos, com sorte, por um milésimo de segundo, do meu prato com uma costelinha em cada mão e parei de arrancar os pedaços como um animal selvagem só para encarar a minha amiga morena. Depois de refletir por alguns, poucos, vamos ser verdadeiros, segundos decidi que eu merecia mais comida só por aquela pergunta.

— A Lene tem razão ruiva. Se você ainda estiver com fome eu posso pegar salada para você. - disse James. Eu o encarei mortalmente.

— Você acabou de me oferecer salada? S-A-L-A-D-A?

— Talvez?!- seus olhos de pavor estavam me fazendo querer dar pulinhos. Era bom ele ter medo, muito medo.

— Tá me chamando de gorda, James Charlus Potter? ( N/ A: mesmo que ele tivesse Lily... qual o problema? É uma característica. Igual a ser magra) ( N/ Lily: é verdade. Acabei por fazer um questionamento ofensivo que parece diminuir os gordos. Mas não é nada disso gente. Só queria apavorar o James para ele deixar de me encher. Eu quero comer. Tô com fome)

— Como a gente veio parar nesse assunto? - sussurrou extremamente apavorado.

Antes que ele conseguisse responder qualquer outra coisa, Remus e Dorcas se sentaram na mesa lado a lado. Foi o suficiente para eu, Potter ( N/A: e... voltamos aos sobrenomes. Por que isso não me surpreende?) ( N/ Lily: ah cale a boca de uma vez por todas snif snif. ), Lene e Six nos viramos para eles. Todos esperando o que viria a seguir. Ficamos alguns minutos assim: os quatros encarando esperançosos o casal maravilha. Como ninguém falou nada era hora da ruiva interferir.

—Então... - comecei limpando a garganta. Todos me encararam. - vocês estão... juntos? - tentei

Rem e Dorcas começaram a rir. Riram com gosto. Até ficarem vermelhos. Mais vermelhos que o meu cabelo.

— Não. - falaram em uníssono.

— Onde vocês estavam então?- questionou Sirius com uma sobrancelha arqueada.

—Eu estava pesquisando uma poção para a barriga da Lily.- Remus disse na maior naturalidade.

— Eu estava bordando.

Eu realmente não sabia qual das duas respostas me fez ficar mais chocada. Quase certeza que era a da Dorcas. Desde de quando ela sabia bordar? Antes que eu conseguisse perguntar qualquer outra coisa, senti dedos segurando minha mão suavemente.

— Temos que ir. - falou James apontando para o Dumbledore que já saia do Salão Principal.

— Depois continuamos com... isso. - eu falei com uma cara de dúvida do que deveríamos continuar exatamente mas já fui andando junto do moreno sem conseguir pensar em coisa melhor para dizer.

**

Demos de cara com aquela estátua de gárgula. Assustador. Foi então que eu me dei conta, não perguntamos a senha. Merda.

—James... - chamei. Ele me encarou também parecendo perceber nosso impasse. Acho que era meio óbvio.

—Será que a gente grita o nome dele?

Foi o suficiente para eu começar a gargalhar. Eu realmente não sei o que está acontecendo comigo. Nem foi tão engraçado, mas eu ria de sair lágrimas pelos cantos dos olhos.

O moreno me encarava meio assustado. Nossas mãos ainda unidas e ele não parecia saber exatamente o que fazer.

—Lily? - e foi quando a gárgula começou a se mexer, revelando a escada que daria ao escritório do diretor. Nós encaramos e demos de ombros começando a subir.

Eu bati na porta com toda a educação que ainda me restava e ela instantaneamente se abriu, mostrando-nos a sala. Dumbledore nos encarava com um pequeno sorriso, sentado na sua cadeira e ao seu lado estava Minerva com um olhar severo.

Quase fiquei parada na porta, porém James acabou por me puxar para entrar com delicadeza.

Duas cadeiras repousavam em frente a mesa que Albus e McGonagall estavam. Jay puxou a cadeira para mim (N/A: meu bebê é cavalheiro, galera) e nos sentamos.

— O Diretor já me informou desse... Caso. - começou Minerva com uma voz menos severa do que esperava. - Não vou falar que não estou decepcionada, pois estou. Dos dois. Ambos alunos brilhantes, que poderiam esperar um pouco mais para conceber uma criança. No entanto, já aconteceu. Não há nada a fazer. Então temos que cuidar de tudo. Senhorita Evans está gravida de quanto tempo?

— Um pouco menos de dois meses.

—Certo. Como os senhores se formam no meio do ano, dará tempo perfeitamente para acabar o ano. Talvez a senhorita queira fazer as provas quando o bebê já estiver um pouco maior? Se sim, isso pode se ajeitar... - e ela continuaria falando interminavelmente, acredito eu. Não que eu não esteja feliz por tia Minnie estar sendo tão prestativa, mas era muita coisa para eu absorver.

—Hey hey, Minerva vai com calma. Olha a cara dele! Está os deixando confusos.- Dumbledore tomou a palavra. - Bem, não se perceberam mas a senha que eu coloquei para os dois era cada um falar o nome do outro e pela pouca demora para subirem acredito que seja normal agora, o que me mostra uma melhor convivência. Isso é incrivelmente ótimo! Todas as coisas que a Minerva estava falando são importantes. Sem dúvidas. Mas vamos levar com calma. Lily, a madame Ponfrey já está por dentro de tudo e amanhã será sua 'consulta' com ela para ver se tá tudo bem. Ah, e outra questão. Você e Senhor Potter dividirão um outro quarto por agora. Na verdade com o recesso de final do ano tão próximo. Talvez seja melhor eles se mudarem só após as férias. O que a senha acha, Minerva?

Tia Minnie assentiu com a cabeça, acho que um pouco escandalizada com o que o diretor falava agora.

— As férias estão próximas? - perguntei.

— Querida, vocês pegam o trem nessa sexta-feira.

Oh, merda. Estávamos na segunda.

— Estão liberados, senhores.

**

—Lil, o que foi? - o moreno me perguntou no corredor. Acho que fazia uns 5 minutos que andávamos e eu ainda não tinha tido nenhuma reação.

Continuei andando sem prestar atenção no que ele falava até ser puxada suavemente em direção ao seu corpo. Suas mãos grandes ( N/A: amo homem de mão grande. Sério!) seguravam a minha cintura. Continuei não olhando nos olhos dele, até uma de suas mãos se soltar da minha cintura e se postar no meu queixo levando-o para cima.

—Só to nervosa. - falei.- Meus pais vão comer meu fígado.

—Estaremos nisso jun...

—Está louco, James? Como poderemos estar nisso juntos? Eu tenho que contar para os meus pais e você para os seus!

— Ou podemos contar para ambos juntos. Marcar um jantar... Ou sei lá.

— Merda. Eles vão me matar. Eu tenho que fazer isso sozinha. - falei sentindo lágrimas descerem. Qual era o meu problema? Ou estava chorando ou estava comendo. Que inferno.

James secou as lágrimas com as pontas dos dedos.

— Podemos fazer do jeito que você quer, Lily. Se é isso que vai te fazer feliz. - ele disse magoado. Droga.

—Eu não sei lidar com isso, tá bom? Realmente não sei.

—Nenhum de nós sabe. Eu nunca fui pai também.

—Que você saiba, você quer dizer. - sim. Eu fui cruel.

—Nenhuma possibilidade.

— A camisinha pode ter furado. Ou o feitiço não fez efeito. - aparentemente eu estava amargura. E enciumada.

— Acho que não tem nenhuma forma de engravidar alguém com o celibato.

As palavras entraram na minha cabeça e deram um completo nó.

— Puta merda! Você era virgem? - berrei.