“ Say my name, say my name
If no one is around you, say “Baby, I love you”
—The Neighbourhood
No capítulo anterior:

—Puta merda! Você era virgem? - berrei

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—Bem, essa é uma forma de definir...

Okay. Eu estava surpresa. Me julguem. Eu sei que é um preconceito essa imagem que eu tinha de James, mas os clichês entram na nossa mente de uma forma bem persuasiva. Então, o que exatamente eu poderia esperar do atleta bonitão super disputado? Uau, isso só me fez parecer mais idiota.

Não sejam como eu, não rotulem as pessoas! Logo eu, que sempre me considerei tão mente aberta... Todos podemos errar, não é mesmo?

—Chocada? Você parece estar em uma disputa acirrada aí, hein? - disse o moreno com um sorriso sacana me distraindo momentaneamente da minha batalha interna. Eu tenho muitas dessas, então acho que não faz mal adiá-la um pouquinho.

—Eu... eu sinto muito?! Eu só... acho que eu não esperava por essa. - respondi envergonhada.

—Tá achando que só você podia ser virgem, ruiva?

Oh sim, ele estava tirando uma com a minha cara. Divertido. Eu meio que mereceria mesmo.

—Você não parecia virgem? - sim, eu questionei. Vergonhoso. Nunca senti meu rosto queimar tanto como nesse momento.

—Você está mesmo me perguntando isso? - ele perguntou incrédulo. Eu também não estava lá tão satisfeita, não precisava menosprezar. -Enfim, você ainda vai ficar tacando na minha cara quantas possíveis garotas eu supostamente engravidei ou a gente vai discutir o verdadeiro problema aqui?

Eu não estou orgulhosa em admitir isso, porém o James estava se saindo muito mais maduro do que eu esperava. Quem eu estou querendo enganar? James estava se saindo muito mais maduro que eu! Eu quase briguei com ele por possíveis filhos que ele poderia ter tido! O que estava acontecendo comigo?

Sim, isso vai piorar. Eu comecei a chorar. Sabe o que é pior? Eu sempre adorei me gabar por ser uma pessoa que raramente chora. Cólicas? Lily não chorava. TPM? Lily era mais forte que isso. Filmes fofinhos de cachorros? Lily não... mentira, a Lily chorava copiosamente mesmo. Mas enfim... eu me considerava uma pessoa durona, sabe? Bem, até ficar grávida, claro.

Eu gostaria de falar que eu ao menos esperei chegar no meu quarto para abrir o berreiro. No entanto, não foi exatamente assim que aconteceu. Eu comecei a chorar naquele exato momento. E, não. Não foram lágrimas descendo belamente pela minha face. Eu soluçava tanto que o meu corpo começou a tremer. James me olhou espantado, acredito que se arrependendo no mesmo segundo por ter perdido a virgindade com a ruiva histérica. Sou dramática mesmo. Se falar alguma coisa até desmaio.

Mesmo assustado, seus braços logo me rodeavam em um abraço apertado. Era bom abraça-lo. Era quente e seguro. Encaixei meu rosto no seu pescoço e senti seu cheiro amadeirado. Tão bom. Nem um pouco enjoativo, diferente da maioria dos perfumes.

—Ruiva, você quer que a gente conte juntos? - ele sussurrou delicado no meu ouvido. - Você está com medo, não é? Por isso ficou fugindo do assunto daquela forma.

Sim. A afirmação estava mais que correta. 10 pontos para a Grifinória. Dei mais uma fungada no pescoço dele. Por que tão cheiroso?

—Sim. Eu quero que você esteja comigo. -balbuciei. Em resposta, ele deixou um pequeno selar no meu pescoço.

Seus braços começaram a afrouxar na minha cintura, mas ao invés de deixa-lo ir só o apertei mais no meu corpo.

—Não! - resmunguei o mais suave que consegui. -Não me deixe ir.

Ele me apertou suavemente.

—Nunca.

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Terça-feira 8:30

—Ai, estou tão animada para descobrir o sexo do meu ou da minha afilhada!- comentou uma Lene saltitante penteando seu cabelo.

Ainda bem que a Kelsey quase não ficava no quarto. Ela era sempre a última a chegar e a primeira a ir embora. Isso facilitava bastante a minha vida e o meu segredo, que logo não seria mais um segredo. Falando nisso, eu tinha que ver Remus a história do feitiço para esconder a barriga. E será que eu estou muito esquecida, mas como ele soube? Dessa vez, eu não contei nada.

Ah, sim. Hoje era finalmente o dia da consulta. Eu estava animada? Um pouco. Assustada? Bastante. Continuei ajeitando a minha blusa, evitando a pior parte. A saia.

—Dumbledore falou para eu ir após as aulas. Você quer ir comigo,Lene? - convidei educada. Marlene, por outro lado, me encarou como se eu tivesse sérias doenças mentais. Pareci que eu estava em um hospício, não em uma escola.

—É óbvio que eu vou com você. Dããã - tão delicada que me comove. -Você achou mesmo (N/A: que eu não fosse rebolar minha bunda hoje? Zoeira hahaha) que eu fosse te deixar com o James e com o Black? Principalmente com o Black...

Ela continuaria falando algum tempo sobre o Sirius se eu não interrompesse de uma vez. Claro que eu estava arriscando a minha vida com essa decisão. Mas eu gosto de me arriscar de vez em quando. Um pouco de adrenalina na corrente sanguínea faz bem.

—Dorcas tá sumida, neh? Têm saído correndo essa semana... - é essa foi minha forma esplêndida de trocar de assunto. - Será que ela vai querer ir hoje?

Lene me encarou com uma careta assassina, mas logo pareceu pensar melhor e só deu de ombros. Okay chegou a hora. Saia, lá vamos nós.

Comecei bem, passou pelas pernas. Agora, é só fechar. Eu tentei. Eu puxava e puxava. Nem um milímetro pareceu se mexer. Mandei meu melhor olhar de cachorrinho abandonado para a Lene que bufou, mas veio me ajudar.

—Por que você não aumenta essa porcaria de uma vez? -ela questionou ainda tentando fechar.

—Ela tá cabendo. É só a gente tentar mais um pouco.

Eu recebi uma careta estranha da morena que mesmo assim continuou tentando. Amigas são para isso, no final das contas. Até que finalmente Lene conseguiu fechar o bendito zíper. Ela me mandou uma piscadinha e juntas caímos na gargalhada.

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Terça-feira 10:30

Tinha chegado a hora. Não. Não é o que você está pensando. Ainda não era para ir para a consulta, isso é só depois do almoço. O momento agora era diferente, mas tão assustador quanto. Uma aula surpresa de voo. Pois é. Surpresa do Ministério. Aparentemente, as aulas durante todo o primeiro ano não eram suficientes. Era um dos testes malucos do Ministério para tentar ‘ajudar’ os alunos. Inacreditável. Ah, a melhor parte? Seria Grifinória junto com Sonserina. Como se isso não pudesse ficar melhor...

Eu nunca caminhei tão calmamente para uma aula como hoje. Lene me encarava meio desesperada enquanto a gente andava para o campo, onde normalmente ocorrem os jogos de Quadribol.

—Lily, o que a gente vai fazer? Você não pode subir nessa vassoura! - reclamou a minha amiga desesperada.

—Calma, eu tenho um plano.- contei tranquila. Ela soltou um suspiro profundo e pareceu relaxar.

Só esperava que desse certo. Eu não sei porque, mas eu sentia que deveria ter ficado na monitoria junto com o Remus e com a Dorcas. Ensinar crianças deveria ser melhor que isso.

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Enquanto todos os alunos caminhavam tranquilos se posicionando ao lado de qualquer vassoura desocupada, eu fiz a minha melhor cara de sofrida. Me deem um Oscar.

—Professora...- falei de uma forma meio grunhindo de dor e junto ao carão não podia faltar a mão segurando a barriga. Isso definitivamente fez aquela mulher me olhar. - acho... acho que eu não estou me sentindo muito bem.

Sério só faltaram as lágrimas. Eu merecia uma salva de palmas. Ao invés disso, eu recebi uma careta da professora.

—Bela tentativa, Evans. Porém depois das suas 45 faltas no primeiro ano, você, infelizmente, ficou marcada na minha memória. Dessa vez, você não escapa. Pode ficar ali do lado do Black.

Eu juro que eu queria enjoar naquele exato momento só para vomitar nos pés daquela senhora. Sem alternativas fiquei ao lado do Black. Eu tinha meu plano B.

—O que você está fazendo aqui, Lily? - questionou um Six realmente preocupado. Dei um pequeno sorriso e sussurrei um “espera”.

Enquanto a maioria fez a vassoura subir rapidamente, tiveram alguns como eu que deixaram a vassoura do jeito que estava: quietinha no chão. No meu caso, eu nem tentei mesmo. Esse era o meu plano. Ela podia me fazer ficar na aula, mas não tinha como me obrigar a participar.

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Terça-feira 11:05

—Vocês só vão subir na vassoura quando a senhorita Evans conseguir fazer a dela subir. - falou com calma a professora.

Talvez isso não estivesse nos meus planos. O pior eram os olhares dos alunos para mim. Aparentemente, a proposta da professora de jogar Quadribol tinha agradado muita gente. Pensei em cruzar os braços e ficar assim, porém fiquei com medo de apanhar. Eu conseguia sentia os olhares de medo da Lene e do Sirius, mas continuei me fazendo de calma. Cadê o James nas horas que eu preciso dele?

Falei um “suba” com calma para a minha vassoura, não foi o suficiente nem para ela se mexer. Dei um sorriso sarcástico com isso.

—Bem,temos o dia todo, senhorita Evans.- destilou a pequena mulher magra.

—Anda logo com isso, Lily.- alguns grifinorios praticamente imploraram.

Por um descuido acabei falando um “suba “ forte demais, o que fez a vassoura parar exatamente na minha mão direita. Aplausos foram ouvidos por parte das duas casas. O que um jogo não faz com essas pessoas? Credo.

—Pronto. Posso me sentar agora?- perguntei. A professora me deu um sorriso venenoso em resposta.

—Na verdade, acho que uma volta pelo campo vai ser ótimo depois de tanto esforço.

Fechei meus olhos pensando o quão fundida eu estava. Merda. Eu não sei voar.

—Cheguei. - berrou um James ofegante se postando ao meu lado. Seu rosto estava adoravelmente amassado e suas bochechas começavam a ter um tom avermelhado, acredito que pela corrida. Tão lindo.- Perdi alguma coisa?

A professora ignorou o moreno e me encarou aguardando meus movimentos. Ah, eu iria proteger meu bebê.

—Eu não sei voar.- respondi cruzando meu braços em frente ao peito. - Não vou arriscar de me machucar só para um teste do Ministério. - respondi com convicção.

A maioria me encarou como se eu fosse maluca, mas recebi sorrisos da Lene e do Six e um olhar confuso do moreno de olhos castanhos esverdeados.

—Você está certa, senhorita. Mudei de ideia. Ao invés de ir sozinha, você vai jogar quadribol junto com alguém. Será Sonserina contra Grifinória. Acho melhor se agarrar bem.- o sorriso sarcástico dizia tudo.

Os olhares dos três arregalaram tanto que eu achava que fosse humanamente impossível.

—O que acontece se eu recusar? - questionei.

—Menos 200 pontos para a Grifinória.

Oh merda.

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Tínhamos decidido que eu iria ficar na vassoura com o Sirius, pelo simples motivo que James era um apanhador e Lene uma batedora. Artilheiro era a melhor opção. Não para o James, mas eu já estava cansada dos olhares dos alunos e deixar o apanhador deles lento, não parecia ser uma ótima forma de acabar com os olhares.

—Lily, se segura bem firme, okay? - pediu James dando um beijo na minha testa. Isso com certeza me fez ainda mais famosa.- Vai acabar logo. Prometo.

—Não vou te deixar cair, tá bom ruivinha?!

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O jogo até que estava indo bem, Sirius passava a goles assim que recebia e voava numa velocidade baixa para quelante jogo de Quadribol que se prese. Eu que não ia reclamar.

Antes que eu conseguisse piscar, James pegou o pomo de ouro. No entanto, instantes antes do apito soar declarando o jogo como encerrado, uma pancada forte acertou em cheio o cabo da vassoura de Sirius. Com o impacto acabei me soltando da camisa que eu segurava com tanta força e logo meu corpo estava caindo em direção ao gramado verdinho. Meus olhos se fecharam.

Até que sinto braços segurarem a minha cintura com força e estou no colo do James. Wow. Que pegada.

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Terça-feira 13:00

Para a minha surpresa a pessoa mais desesperada foi o próprio Sirius. Ele falou tantas vezes “me desculpa” que eu até perdi as contas. Lene me abraçou com força um pouco desesperada e James... bom, James não soltava a minha cintura de forma nenhuma. Não que eu estivesse reclamando. As borboletas no meu estômago estavam na própria festa, mas como eu disse não me importava. Desde que aquele braço ficasse exatamente onde estava.

Eu comia minha torta de frango de forma despreocupada, nem parecia que tinha quase morrido há pouco mais de uma hora. Sou uma pessoa relax, fazer o que?

Comi minha(s) sobremesa(s) com uma lerdeza memorável. A primeira parte do dia não tinha sido muito boa estava com verdadeiro medo dessa consulta.

—Vamos logo, Lily! Quero descobri o sexo do bebê! - sussurrou uma Lene eufórica. Nem parecia que a gravida era eu.

Desistindo de se lerda, terminei de comer e me levantei, sendo acompanhada por mais 3 seres. Sim, Sirius também iria. Afinal, ele seria o padrinho.

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—Estou nervosa, Jay. - sussurrei, agarrando a mão do moreno.

Madame Ponfrey já tinha realizado todos os exames relacionados a minha saúde como pressão, sangue e batimentos cardíacos. Já tinha feito uma lista de feitiços que eu deveria fazer semanalmente para me manter saudável. Agora, só faltava a saúde do bebê. Só o mais importante mesmo.

—Vou começar como fiz com a senhorita. Pelo coração, okay? Depois a gente vê o sexo.

Esperava que tudo estivesse bem com o meu amorzinho. Lene e Sirius também encaravam a minha barriga com expectativa. Madame Ponfrey pegou a varinha e fez algum feitiço mudo, fazendo um barulho de coração ressoar pelo ambiente. Lágrimas brotaram dos meus olhos, ele parecia bem, pelo pouco que sei sobre batimentos cardíacos. Fui encarar Madame esperando alguma reação positiva dela, mas só achei dúvida no seu rosto. Fiquei nervosa no mesmo segundo.

Foi quando percebi, não parecia um coração, eram dois.

—A senhorita está grávida de gêmeos. - confirmou Ponfrey.