Memórias conturbadas escrita por Gustavo Soares


Capítulo 6
Ruína


Notas iniciais do capítulo

Agora o próximo só semana que vem. Sei que a Bruna odeia essa música (e acho que muita gente também não gosta desse tipo de musica), mas ela serve para ilustrar o capítulo de hoje. Segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=yhOKhJaM1QE



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Meu namoro com Tainara estava ótimo. Conversávamos apenas pelo facebook, mas eram conversas bobas e engraçadas. Ela me divertia muito. Todo fim de semana nós nos víamos na praça da cidade (é a única coisa que se tem para fazer no fim de semana nessa cidade). Tomávamos sorvete, sentávamos nos bancos, trocávamos juras de amor (apesar do pouco tempo de namoro). Beijavamos muito, e a amiga dela era a vela das velas. Como os pais dela não sabiam do namoro, Tainara so podia sair de casa se fosse acompanhada da amiga Jéssica. As duas eram inseparáveis. E a amiga não gostava de mim, por ciúmes é claro. Combinamos de eu ir na casa dela no próximo dia, falar com os pais. Bem, fui lá e tremi igual vara verde.

Domingo, cerca de cinco horas da tarde, eu apareço por lá. Fui de bicicleta. Sentei-me no sofá ao lado dela, o pai dela se sentou no outro sofá e me encarou com uma cara de "o que você está fazendo aqui rapaz?". Eu sorri de leve e ele começou a rir, e rir muito. Ele me disse:

– Não pensei que esse dia chegaria.

– Pois é...chegou. Vim pedir sua filha em namoro. Conheci ela há pouco tempo, mas não gosto de fazer as coisas escondido e logo quis vir aqui esclarecer tudo.

– Certo... e?

– Bem, eu tenho 17 anos e estudo no IFTM. Não tenho tempo para nada, porque estudo em tempo integral, mas nos fins de semana eu gostaria de ver sua filha.

– Então vocês só vão namorar nos fins de semana? Gostei da ideia.

– Então estamos combinados?

– Sim estamos!

Neste mesmo dia ainda jantei na casa dela e joguei videogame com o irmão dela.

Sempre que eu ia na casa deles, tanto o pai quanto a mãe dela me perguntava sobre os estudos. Eu respondia sempre de forma positiva e eles me viam como boa influência para a filha e o filho deles. Isso me ajudou bastante. O fato de eu jogar xadrez tembém me fez ganhar um pouco de moral com os pais dela, tudo estava caminhando perfeitamente. Eu consegui até converncer Tainara de ir na igreja (fomos eu, ela, sogro e sogra), coisa que os pais dela há tempos não conseguiam fazer.

Tudo corria bem até o dia em que o pai dela me fez uma pergunta:

– Gustavo, você não gostaria de se tornar Demolay?

– É... eu ando muito ocupado ultimamente, acho que por enquanto recusarei o convite.

– Mas você conseguirá conciliar acredito eu.

– Eu preciso me focar no vestibular, futuramente quem sabe?

– Ok, a decisão é sua.

E depois daí meu namoro virou ruína. A semana depois desse ocorrido foi totalemente diferente das semanas anteriores. Eu já sabia que o namoro ia terminar e fui até a casa dela uma última vez, para acertar as contas. Chegando lá nos sentamos no mesmo sofá do dia em que fui lá pela primeira vez. Ela começou a falar:

– Gustavo, não dá mais.

– Eu percebi, não sei o que aconteceu, por mim ainda continuávamos juntos.

– Melhor não.

– Alguém lhe influenciou a tomar esta decisão? - Ela hesitou e demorou a responder.

– Não, tomei essa decisão sozinha.

– Saiba que minha amizade estará sempre a sua disposição, ok?

– Tudo bem!

Me despedi dela e logo fui para casa. Como havia ido de ônibus, resolvi voltar a pé para pensar um pouco. Estava nítido que ela havia mentido, o pai ou a amiga, ou talvez os dois fizeram a cabeça dela. Isso já não era importante para mim. Não importa o que aconteceu antes, eu estou só e com ela não quero mais ficar...
Isso foi em pleno primeiro de abril, mas não era uma mentira. A cada passo que eu dava em direção à minha casa , meu coração congelava mais. Sentindo a brisa do anoitecer continuei seguindo em frente, agora livre de compromissos e livre de qualquer amor. Nem pensar em Jasmine conseguia fazer com que eu sentisse algo. Um vazio tomou conta de mim e a única coisa que eu precisava era tempo e paz.

Mas tudo tem um lado bom: expulsei Jasmine dos meu sentimentos e me livrei de entrar em uma seita que eu desconheço(eu nunca quis entrar para a Maçonaria, mas entraria por Tainara caso o namoro vingasse). Apesar dos pontos positivos, uma dor enorme ainda me assombrava.


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Notas finais do capítulo

Agradecimento especial para a leitora Garota dos Cadarços Brancos pelos comentários. Isso é que me da gosto de escrever, saber que alguem está gostando do meu trabalho.