Amor fotografado - Primeira Temporada escrita por The Drama Queen


Capítulo 17
Capítulo 16 - Estamos namorando e... Você tá morto pra mim!


Notas iniciais do capítulo

Oi. Então, como vocês devem ter percebido, o último capítulo que eu postei deu problema. Os travessões não estavam aparecendo, não sei porquê. Eu tentei colocar os travessões editando o capítulo, mas falava que a ação era inválida, então, eu tive que apagar o capítulo e agora to postando de novo. Ah, Quero agradecer a Sammy K que me avisou sobre o problema e tem comentado em todos os capítulos. Brigadão, amor. Então, é isso. Pra quem ainda não leu, boa leitura.



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A última aula não demorou a acabar. Voltei pra casa temendo que Tyler estivesse lá. Eu não estou mas com tanta raiva dele. Não como eu estava antes, mas não estava muito afim de olhar pra cara dele. Pelo menos não hoje. Continuo o caminho de casa. Will tinha se oferecido para me acompanhar, mas eu precisava ficar um pouco sozinha. E ainda tinha que falar com o Gustavo sobre o meu namoro com o Tyler. E ainda tinha o problema do Tyler, que não é exatamente um problema, mas... Ah, dane-se. Paro em frente ao portão da minha casa. E se o Tyler estiver lá dentro? Hesito por um momento, mas acabo entrando. Abro a porta bem devagar tentando não fazer barulho. Sem sucesso. Gustavo estava jogado no sofá, como sempre e não pareceu perceber minha presença. Tento subir as escadas sem que ele me veja.

– Você daria uma péssima ninja. – Ele diz. E tem toda razão. Desço os poucos degraus que subi bufando. – Tá tudo bem? – Pergunta sem desviar o olhar da TV. Viciado...

– Uhum... – Por mais que eu queira, não posso adiar por mais tempo a conversa que prometi a Tyler que teria com ele. Suspiro. – Posso falar com você? – Ele olha pra mim pela primeira vez.

– Claro. Senta aqui. – Disse batendo num espaço ao lado dele no sofá. Me sentei. Como se conta pro seu irmão mais velho que surta por qualquer coisa, que você está namorando o melhor amigo dele? – Qual é o problema?

– Na verdade, não é bem um problema. Quer dizer. Depende do seu ponto de vista.

– Hum... – Ele murmura. Meu coração parece que vai sair pela boca. Sabe quando seu coração bate tão forte que você consegue ouvir os batimentos? Pois é. É assim que eu estou. Ele não tira os olhos de mim nem por um segundo.

– Então... Bem... Lembra de ontem, quando eu e o Tyler saímos e tal? – Ele assentiu. – Então, no fim da tarde a gente foi na praia fazer um piquenique e tal. Depois assistimos o pôr-do-sol sentados na areia e tal. Ai, ficou de noite e tal. As estrelas estavam bem bonitas e tal. A lua tava cheia...

– Jennifer, aconteceu alguma coisa lá? Quer dizer, ele se aproveitou de você? – Gustavo perguntou com uma voz incrivelmente calma.

– Não, não. Não foi nada disso.

– Então, o que foi? Por que você tá tão nervosa?

– E-Eu não to nervosa.

– Ah, não? Quando você tá nervosa fica repetindo as palavras o tempo todo “e tal”. – Disse a última parte imitando (ou tentando imitar) minha voz. – Fala logo o que aconteceu. – Respirei fundo.

– Tá. É que. O Tyler... Ele... Ele... – Fala sério! Isso não pode ser tão difícil! – Ele me pediu em namoro. – Digo tudo de uma vez. Tenho medo de ter dito rápido demais e tenha que repetir.

Gustavo não está mais me encarando. Ele encara um ponto fixo entre a TV e a janela. Perece estar processando o que eu disse. Sinto como se ele pudesse explodir a qualquer momento. O silêncio está me deixando nervosa, mas falar com ele agora e interromper o silêncio não é a melhor opção. Sei lá o que ele pode fazer, uma vez que ele deu um ataque daquele hoje de manhã.

– O que você respondeu? – Ah, é. Eu esqueci de dizer que eu disse “sim”. Mas na verdade verdadeira, eu não disse nada. Eu beijei o Tyler. Só que, se eu disser isso... Já sabe, néh...

– Sim? – Disse, mais sugerindo do que respondendo. Ele ainda está encarando o nada. Quase posso ouvir a contagem regressiva da bomba.

– Você está feliz? – Essa pergunta me surpreende, tipo, muito. Se eu estou feliz? É claro que sim! Tyler foi uma das melhores coisas que já me aconteceram. Mesmo sendo meio idiota às vezes.

– Muito. – Digo. Ele suspira antes de voltar os olhos para mim novamente.

– Então, tá. – Deu de ombros.

– Só isso? “Então tá”? você não vai dar nenhum ataque, nem gritar, nem nada do tipo? – Você deve estar pensando: “Você tá louca, garota? Seu irmão aceitou seu namoro numa boa e você tá tentando fazê-lo gritar com você?”

– Não. – Disse soltando um risinho fraco

Eu não podia estar mais surpresa. O Gustavo recebendo esse tipo de notícia sem sair matando todo mundo que vê pela frente? Parece coisa de outro mundo. Mas eu fico feliz. Foi mais fácil do que eu pensei. Quer dizer, sobreviver a reação dele foi fácil. Agora contar... Enfim, já passou. Afundei totalmente no sofá. Só agora percebi o quanto estou cansada.

– Deita aqui. – Sugeriu Gustavo indicando o seu colo. Sorri e deitei minha cabeça ali.

Ele começou a acariciar meu cabelo. Meu ponto fraco. Meus olhos começam a pesar e meus pensamentos a devagar e eu sabia que iria dormir. Então, eu me lembrei das perguntas que Mary me fez e eu não soube responder. Despertei na hora.

–Gustavo. – Chamei com uma voz baixa, rouca e falha.

– Oi. – Ele respondeu.

– Você tá namorando? – Ele riu.

– Não. Por que? – Perguntou ainda rindo.

– É que tem uma amiga minha afim de você. – O que? Eu não acredito que disse isso. Se a Mary ficar sabendo disso, ela me mata.

– Hein? – Ele parecia um pouco confuso.

– Ah... Anh... Nada.

– Ah, não. Agora você vai falar. – Droga! Bufei.

– Marienne Davis. Lembra dela?

– Uhum... Irmã do Will, néh? – Assenti.

– Qual é a sua cor favorita? – Perguntei do nada. Eu parecia uma bêbada. É isso que acontece quando eu converso com sono.

– Que?

– Qual é a sua cor favorita? – Repeti.

– Ah, azul. A Mary até que não é de se jogar fora. Quantos anos ela tem?

– Gustavo! – Gritei. – Não fale dela como se fosse um objeto! – O repreendi.

– Oh, desculpa.

– 17 anos. Tá no último ano do Ensino Médio. Morena, popular, metida, sabe de todas as fofocas da escola, ama sapatos, irritante às vezes, mas é legal. Vou convidá-la pra dormir aqui em casa amanhã, tá? Ai vocês se conhecem direito e... – Bocejo. – e vocês se apaixonam e se casam... – Minha voz começou a sumir. – e fim.

...

Acordo deitada na minha cama. Gustavo deve ter me colocado aqui depois que eu dormi na sala. Meu pai costumava fazer isso quando eu era pequena. Meus olhos começam a arder e eu sinto uma lágrima começar a se formar no canto o meu olho.

– Não. – Digo pra mim mesma. – Você não vai chorar por causa dele. Eu te proíbo!

– Falando sozinha, princesa? – Levo um susto.

– Mas que droga, Tyler! – Ele riu. – Eu não to afim de discutir com você agora. Então, se você puder se retirar do meu quarto... – Digo pra ele tomada por uma raiva, mas de mim do que dele.

– Calma, amor. Eu vim pedir desculpa. – Ele entrou no quarto. Eu preferi não dizer nada. Quero ver até onde ele vai. – Hoje de manhã eu me irritei com você por besteira. Eu devia entender que não deu tempo de você contar. Me desculpa? – Parou na minha frente.

Eu estava sentada na cama. Abri espaço e ele sentou do meu lado. Eu me inclinei e o beijei. Dessa vez ele não desviou. Ele passou a mão em volta da minha cintura e me puxou me fazendo sentar em seu colo. Nos beijávamos mais intensamente agora. Minha mão estava em sua nuca o puxando para mais perto e sua mão deslizava pelas minhas costas.

– Jennifer, eu...Oh, desculpe. Foi mal. E-Eu não sabia. – Me soltei de Tyler rapidamente. Pulei do seu colo e me sentei ao seu lado na cama para dar de cara com Will. Estávamos ofegantes. Will nos olhava assustado.

–T-Tudo bem. Anh... O que você queria? – Perguntei meio sem graça.

–É que você esqueceu seu livro debaixo da mesa na escola. – Era o Cidades de Papel que Tyler havia me dado ontem. Eu pretendia começar a ler hoje na aula, só que acho que esqueci que o tinha levado. – O Gustavo atendeu a porta e disse que eu podia subir. Eu não sabia mesmo. Foi mal. Tá aqui. – Disse colocando o livro em cima da mesinha perto da porta. – Tchau. – Saiu e fechou a porta. Pude perceber que havia um pouco de... decepção em sua voz.

Olhei para Tyler. Ele está vermelho. E pode ter certeza, não é de vergonha.

– Tyler. Você tá bem? – Ele pigarreou, respirou fundo e me olhou.

– Tá tudo sim.

– Ok. – Disse meio desconfiada. – Vamos descer? – Ele assentiu. Já não me olhava mais nesse momento. – Vai na frente. Vou tomar um banho. É rápido, tá bem? – Assentiu novamente.

Ele se levantou da cama e saiu do quarto. Pude perceber que estava fazendo um esforço enorme pra não explodir, o que eu achava fofo e ao mesmo tempo aterrorizador. Tyler podia ser carinhoso, cuidadoso, atencioso e tudo mais, mas quando ele quer machucar... Ele faz um estrago. Me lembro bem do dia em que eu fui ao parque com Holly, Will, Mary, o primo deles e alguns amigos. Silas me agarrou a força e Tyler apareceu na hora. Devo dizer que, depois desse dia, Silas não deu nem as caras por aqui. Acho que nem eu daria depois da surra que ele levou.

Peguei um short de pano azul e uma blusa branca. Tomei um banho rápido e refrescante com água gelada. Me vesti e desci.

Gustavo estava sentado no sofá e Tyler estava ao seu lado. Pensei em perguntar por Will, mas decidi que não era uma boa ideia, por que, néh... Me sentei entre os dois no sofá. Eles estavam em silêncio. A TV estava ligada. Eles assistiam a um filme de ação. Me virei para Gustavo.

– Você não faz nada da vida? Só fica ai o dia todo vendo TV? – Perguntei.

– Uhum... – Respondeu sem desgrudar os olhos da tela.

– Você tem vida social? Eu sei que não sou a melhor pessoa pra falar desse assunto, mas...

– Uhum... – Ele disse de novo. Então, eu percebi que ele não estava prestando nenhuma atenção em nada que eu estava dizendo.

Olhei para Tyler. Ele estava completamente vidrado na televisão, assim como Gustavo. Eles estavam começando a me assustar. Assisti um pedaço do filme. Era até bom, mas não tanto a ponto de deixar seres humanos nesse estado, mesmo sendo descerebrados igual esses dois. Fiquei um tempo ali, até que me entediei. Não é possível que alguém consiga assistir isso o dia inteiro. Levantei do sofá e puxei a tomada da TV.

– Ei! – Protestaram juntos.

– O que deu em vocês? – Perguntei.

– O que deu na gente? O que deu em você? – Rebateu Gustavo.

– É. Liga essa TV, Jennifer. Estávamos fazendo uma coisa importante! – Completou Tyler.

– Tá bem. Fiquem ai com o filme de vocês. – Subi as escadas em direção ao meu quarto. Pude ouvir o barulho da TV sendo ligada novamente.

Troquei meu short por uma bermuda jeans, peguei minha bolsa preta, coloquei meu all star de sempre e desci novamente. Quando ia abrir a porta da sala, Tyler me interrompe.

– Onde você vai? – Ele pergunta ainda sentado no sofá.

– Sair. – Respondi mal-humorada.

– Pra onde? – Insistiu. Gustavo apenas observava.

– Não sei, Tyler. Que saco! – Respondi impaciente.

– Eu vou com você. – Ele disse.

– Você não estava fazendo uma coisa importante?

– Para de besteira, princesa. – Disse levantando com aquele sorriso no rosto.

– O que aconteceu com Gustavo? – Sussurrei assim que ele chegou perto de mim. Tyler deu de ombros.

– Quando eu cheguei aqui em baixo ele estava desligando o telefone. Se sentou no sofá, ligou a TV e ficou assim. Daí eu sentei do lado dele e acabei gostando do filme.

– Hum... – Murmurei. – Eu vou lá em cima pegar minha câmera e a gente vai pra praça, tá bem? – Ele assentiu. Dei um selinho nele e subi as escadas apressadamente.

Quem poderia ser naquele telefone pra deixá-lo assim? Eu nunca o vi assim antes. Sacudo a cabeça para afastar o pensamento. Chega de problemas, discussões ou qualquer coisa que possa me tirar do sério, só por hoje. Pego minha câmera que estava mofando em cima da mesa. Desço as escadas novamente. Tyler está me esperando em frente a porta.

– Ele deu sinal de vida? – Tyler balançou a cabeça negativamente. – Tudo bem, então. Vamos. – Disse e o telefone tocou. – Ah, fala sério! – Disse pra mim mesma enquanto ia em direção ao telefone. – Alô? – Atendi. Gustavo me olhava agora.

Alô. Anh... Jennifer? – Eu conheço essa voz...

– Sim.

Oi, filha. É o papai. – Isso só pode ser brincadeira.

– O que você quer? – Perguntei secamente.

Conversar. Eu já falei com Gustavo. Quero marcar um dia para almoçarmos fora. O que você acha?

– O que eu acho? Você só pode estar de brincadeira! – Gritei a última frase. – Você briga com a minha mãe, sai de casa sem dar uma droga de uma explicação e liga na maior cara de pau dizendo que quer conversar? Você sumiu por 3 meses. Não deu notícias em nenhum momento. E agora aparece do nada! Qual é o seu problema? – Olhei para Tyler por um momento. Ele me olhava assustado, como se eu fosse uma ameaça e pudesse atacá-lo a qualquer momento. Respirei fundo e soltei todo o ar pela boca de uma vez só.

Jennifer, mais respeito. Eu sou seu pai! – Me repreendeu com a voz baixa, porém dura.

– Meu pai? Você deixou de ser meu pai a partir do momento em que saiu por aquela porta. Aliás, você nunca foi um pai de verdade pra mim. Nunca estava em casa, nunca se preocupou com o que acontecia com a gente. E quer saber? Você tá morto pra mim! – Berrei e bati o telefone no gancho.

– Tá tudo bem? – Perguntou Tyler. Gustavo ainda me olhava. Ele não parecia assustado como Tyler, só um pouco surpreso.

– Não. Não tá tudo bem. – Disse saindo de casa.


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Notas finais do capítulo

Comentem a opinião de vocês. É muito importante.
Aviso: Minhas aulas vão começar amanhã (24/02), e vou estudar de tarde, o que vai complicar um pouquinho, já que estudando a tarde eu perco boa parte do dia. Isso significa menos tempo pra escrever. Mas eu vou fazer o possível pra não demorar muito a postar, ok?
Ah, preciso da ajuda de vocês pra criar um ship Gustavo+Mary. Quem tiver alguma ideia posta aqui nos comentários ou me manda uma MP. Beijão.



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